Perigo
O domingo passou em um piscar de olhos e ao entardecer os amigos encontraram-se, mas, dessa vez apenas para se distraírem e assim podendo saber o que Neville não contou no dia anterior. Em meio a muitas brincadeiras resolveram se sentarem em baixo de uma árvore próximo ao lago. Em um dos raros momentos de folga, conversavam sobre os planos que tinham para o futuro. -Eu gostaria de tirar umas longas férias depois que tudo isso terminar. - Disse Rony - Não quero pensar em ser um auror ou medibruxo ou qualquer coisa parecida. -Francamente Ronald, tente ter planos para o futuro. Ingressar na academia de aurores ou mesmo uma carreira no ministério, já que precisarão de várias mudanças. – Zangou-se Hermione. - Hã... Não vamos começar uma discussão. – Sugeriu Gina se acomodando propositalmente próximo de Harry, fazendo com que o garoto sentisse um certo, desconforto. Não que tenha achado ruim a ruiva sentar ao seu lado, mas, se preocupava em não conseguir manter o controle e perder a cabeça. As imagens do sonho que teve sentado em baixo justamente daquela mesma árvore ainda assolavam seus pensamentos e com isso suas preocupações aumentavam. Se um desses pensamentos Voldermot conseguisse descobrir poderia colocar Gina em perigo, mas, se por outro lado ele não conseguisse impedir que alguém usasse legilimência nele com sucesso, seria constrangedor. Mesmo por que jurava de pés juntos que o professor Ryan, diversas vezes, havia presenciado alguma coisa “proibida” em sua mente “traidora”. Estava totalmente alheio a conversa desenvolvida pelos amigos, sua mente vagava pela conversa que tivera com o professor Ryan em seu último treino. Ficou absolutamente revoltado pela definição dada pelo professor de seus pontos fracos. -Harry, o que você pretende fazer quando tudo isso acabar? –Perguntou Hermione. O moreno distraído como estava com tantos pensamentos na cabeça, além do hábito recente de pensar uma coisa e falar outra, acabou revelando algo que não pretendia. -Fazer picadinho da Lula gigante. Cortar cada tentáculo dela dolorosamente... Assim ela aprenderia a não me atrapalhar na melhor parte do sonho... Os amigos entreolharam-se assustados. Apenas Luna e Gina pareceram curiosas. -Harry? Você está se sentindo bem? – Perguntou à amiga. -Claro Mione, porque não estaria? – Respondeu sem perceber o que realmente falara. -Cara, você falou que ia fazer picadinho da Lula Gigante. –Respondeu Rony começando a rir, enquanto Harry ficava assustado. -Disse que ela te acordou na melhor parte de um sonho. Com quem andou sonhando Harry? – Perguntou Gina num misto de ciúmes e curiosidade. Naquele momento o eleito desejou muito abrir um buraco no meio da terra e simplesmente desaparecer. -Não foi nada Gina. – Mentiu descaradamente. -Depois dizem que eu que sou maluca. –Divagou Luna. Harry precisava fazer algo para desviar a atenção dos amigos. Não poderia de nenhuma maneira, revelar os sonhos quentes que tivera com seu grande amor. Lembrou-se que Neville, que estava quieto até aquele momento e ainda não lhes contara o que descobriu e assim conseguiu desviar a atenção de todos. - Neville!- O que queria nos contar? – Perguntou Harry usando o assunto como uma fuga de seus pensamentos. - Bem... Ontem durante a festa vocês devem ter percebido que Luna usou boa parte do tempo conversando com o professor Slughron. – Vendo os amigos assentirem prosseguiu. – Pois bem... Luna estava tentando descobrir se a varinha de Rowena era uma horcrux. Por isso conversava com Slughron. - Descobriram uma horcrux? –Perguntou Harry em tom baixo olhando ao redor, confirmando que estavam distante de outros alunos. - Não. – Respondeu Neville dando um sorriso enviesado. - Mas... De onde tirou a idéia que a varinha de Rowena poderia ser uma horcrux? – Incrédula Hermione perguntou se inclinando com ar de descrença. - Pelo simples fato que todos já sabemos. – Respondeu Rony indignado com a incredulidade da namorada. – Todos sabem que existem historias envolvendo Rowena. - Como? – Piscou sucessivamente Hermione sem entender. – O que quer dizer com “todos sabem”? E que tipo de histórias? - Ela é nascida trouxa e por isso não conhece todas as historias sobre bruxos e seus atos obscuros. – Interveio Luna sorrindo bondosamente para a amiga. - Bem... Seria bom explicarem pra nós. Por que não sei se vocês se lembram... Eu fui criado com trouxas! – Zangou-se Harry por não saber da historias envolvendo Rowena. Hermione ficou literalmente de queixo caído com o que Luna acabava de falar. Como assim não conhecia tudo sobre as historias bruxas e seus atos obscuros?-Perguntou-se internamente, mas, num passe de mágica ouviu sua pergunta ser respondida. “Será que pensei em voz alta”? – Pensou dando total atenção para a explicação. - É uma historia, ou melhor, invenção sobre Rowena Ravenclaw; - Explicou Gina parando por breve segundo, pensativa, antes de prosseguir... – É totalmente sem fundamento. Dizem que a varinha dela desapareceu e que seu suposto namorado havia roubado. – Mas tarde ficou esclarecido que realmente o namorado pegou a varinha, mas, era apenas uma brincadeira de casal. Nada grave. Isso foi há muito tempo e por isso não é mencionada em livros de grande importância, Hermione. – Concluiu recebendo um sorriso sincero da amiga. Enquanto incertezas pairavam em sua mente. - Mas, o que levou Luna a desconfiar que a varinha pudesse ter ido parar nas mãos de Voldermot? – Intrigou-se Harry. - Levando em conta que o namorado de Rowena era Salazar Slytherin... – Afirmou Neville. - Realmente “nada” concreto! – Completou. - Merlin!! –Levantou em um salto. – Nesse “coelho tem mato”. – Exclamou Rony observando os amigos levantarem também menos Luna que olhava o lago... - Hum.. Hum.. - É nesse mato tem coelho, Rony! – Corrigiu Hermione. - Que seja... Mas que existem “hipogrifos” nesse lago, não tenho dúvidas. – Respondeu o ruivo franzindo o cenho observando o lago. - Seria muito bonito a lula gigante se envolvendo com um Hipogrifo. – Falou Luna sonhadoramente. - Luna, mas, se você sabia que era apenas uma historia sem... Digamos... Muito fundamento... Por que usou seu tempo na festa, onde poderia se divertir, para ficar com Slughron e não descobrir nada além do que você já sabia? – Perguntou Harry sentindo uma certeza bombear por dentro de seu peito. - Bem... Digamos que existem chances de ter outro pertence de Rowena desaparecido. – sorriu bondosamente jogando uma pequena pedrinha no lago. – Ainda não tenho nada confirmado, mas, em breve eu terei. – Finalizou levantando e com um pequeno aceno se retirou levando consigo Neville. - Essa garota é estranha. – Foi o único comentário que se fez ouvir antes de se retirarem para o salão principal, onde fariam a refeição. **** No próximo sábado seria o passeio em Hogmeade e devido o risco iminente a diretora McGonagall travou uma discussão com o ministro Rufus Scringemor alegando que precisaria de alguns aurores pelo local garantindo a segurança de seus alunos. Rufus Scringeour alegava que como ministro, nesse quesito tinha a última palavra e não via motivos para mandar um exército de aurores para proteger simples adolescentes. - Não são simples adolescentes! – Enfatizou Minerva. – São jovens que merecem ter um pouco de diversão para desenvolver uma vida adulta saudável. O ministro que havia ido até Hogwarts a pedido da diretora, esta andava de um lado a outro não acreditando que viera até ali a chamado de McGonagall por um motivo irrelevante e antes de responder para a diretora viu um quadro localizado atrás da mesa da diretora. Onde Alvo Dumbledore fingia dormir descaradamente.. Rufus bufou irritado tentou dar um basta naquela perca de tempo. - Me desculpe Minerva. – Falou Rufus com ar de deboche. – Sua preocupação é com o garoto Potter. Impeça que ele vá e suas preocupações vão desaparecer em um piscar de olhos. – Completou dando um sorriso vitorioso. – Simples assim! - Não é só por Potter que peço um pouco de proteção. – Falou Minerva olhando por cima dos óculos. – O mínimo que o ministério pode fazer para dar um pouco de paz ao nosso mundo é ter a dignidade de proteger os filhos dos pais que batalham por um mundo melhor. – Havia um tom professoral e autoritário quando prosseguiu. - É fato que você-sabe-quem voltou e isso é indiscutível! Por tanto o mínimo que você pode ter a decência de fazer é proteger os alunos de Hogwarts já que não tem capacidade de proteger a população toda. Compreendeu agora porque perco um pouco do meu tempo com você, Rufus? - Poderia ter ido dormir sem essa meu caro Rufus. – Tripudiou Dumbledore analisando as unhas com naturalidade para logo em seguida cair no “sono dos anjos”. - Está bem! Deixarei disponíveis alguns aurores para cuidar dos alunos. – Irritou-se o ministro, mas, não deixou transparecer. – No entanto espero que o menino Potter saiba que estou colaborando. - Ora tenha dó Rufus! – Exasperou Minerva levantando ligeiramente enquanto caminhava em direção a porta. – Potter não é uma propriedade de Hogwarts e muito menos um objeto do ministério. Se ele quiser conversar e apoiá-lo é um problema dele, mas, enfim acredito que ele não seria tão idiota a ponto de ceder tal pedido sem uma grande razão. -E... – Levantou um dedo concluindo o pensamento e apagando o sorrisinho que se formava em Rufus finalizou. – Essa não é uma grande razão. Conforme-se e aja como um ministro deveria agir. Rufus após ouvir tudo que a diretora falou, ou melhor, esculachou em cima de si não pestanejou quando a mesma abriu a porta indicando a saída. Com um leve aceno de cabeça se dirigiu inconformado em ter cedido aos pedidos e ainda por cima não poder ir embora pela lareira da sala onde se encontravam. Com passos melancólicos se retirou voltando para seu tão adorado ministério.
A semana transcorreu agitada para, quase, todos os alunos. A agitação e empolgação para o passeio não se faziam presentes a todo o momento para o sexteto. Harry após reavaliar a suspeita de Luna sobre uma das horcrux resolveu se afundar em pesquisas sempre, acompanhado dos amigos e entre uma ida e vinda à biblioteca repararam que a amiga da Corvinal sempre estava alheia, mais que o normal, em tudo a sua volta. Por várias vezes notaram a garota debruçada em “montanhas” de livros sobre Rowena Ravenclaw. E em uma das vezes presenciou Gina ajudando a garota sonhadora, estremeceu por dentro só em notar os cabelos sedosos soltos caindo pelo rosto conforme se inclinava vez ou outra para analisar alguma coisa que Luna lhe mostrava. Questionou-se como seria deslizar os dedos por aqueles cabelos cor de fogo sem ter a preocupação de colocá-la em risco. -Maldito seja! – Murmurou redirecionando o olhar para os livros que estavam a sua frente. - Como? – Perguntou Rony sem entender por que o amigo estava blasfemando. - Deixa ele. – Compreendeu Hermione. – É por causa de Voldemort, certo? – Justificou lançando um olhar penalizado em direção a ruiva. - Como é possível? – Perguntou Harry olhando para os amigos. – Como uma pessoa pode ser capaz de tremenda barbaridade dividindo a alma em sete partes? – Respirou fundo. – Isso significa matar sete pessoas! -ESPERE! Não precisam responder. – Levantou indo guardar um livro e na volta prosseguiu enquanto Rony e Hermione permaneciam imóveis. – Não estamos nos referindo a uma pessoa, certo? E sim um monstro! – Bufou. – Preciso ir! Se eu chegar atrasado aos treinos novamente o professor Ryan é capaz de me matar, encontro vocês mais tarde, disse saindo. Rony e Hermione se entreolharam, ambos haviam notado o quanto o amigo estava abatido e cansado nos últimos dias, devido ao empenho dispensado aos treinamentos. Suspiraram cansados, pois nada podiam fazer a respeito apenas continuar o que vinham fazendo durante aquela semana. Pesquisar.
Harry saiu da biblioteca apressado, sabia que estava atrasado e o professor Ryan não lhe daria folga. Era fato que no início estava muito desconfiado quanto ao seu treinador, mas algo nele lhe inspirava confiança e resolveu seguir seus instintos. Parou em frente à tapeçaria de Barnabás o amalucado e logo a porta da sala precisa se materializou à sua frente. Entrou e encontrou o professor com um ar extremamente aborrecido. -Vamos começar logo seu treinamento Potter, não tenho o dia todo. Seus atrasos tornaram-se constantes. Já passou da hora de ser comprometer mais. – Disse o professor para um Harry completamente envergonhado. – As mudanças além do seu nível de magia deverão ser em seu comportamento também. -Desculpe professor, não vai mais acontecer. – Respondeu. -Assim espero. – Respondeu. – Pensou sobre nossa última conversa? -Pensei e muito, o senhor nem faz idéia do quanto. Esse assunto simplesmente não saiu da minha mente e por mais que me custe admitir e não concordar com seu ponto de vista cheguei à conclusão de que você está certo. Ryan esboçou um pequeno sorriso antes de continuar a falar. -Este é o primeiro passo para que as mudanças ocorram. Admitir seus pontos fracos fará com que aos poucos eles se tornem seu ponto forte. Agora... Vamos começar. A sala ficou mais ampla e clara, para que os bruxos pudessem iniciar seu treinamento. -Lembre-se de limpar sua mente. Faça isso rápido, pois em uma batalha, o inimigo não vai ficar esperando. –Disse o professor colocando-se em posição de combate. Harry também assumiu sua posição. Pensou em lançar um feitiço simples para desarmar. Ryan conseguia claramente prever o ataque de seu aluno. Ao entrar na mente de Harry notou que o garoto iria atacar com um expeliarmus, porém surpreendeu-se quando um feitiço estuporante, lançado de forma não verbal foi em sua direção, tendo poucos instantes para erguer um escudo. -Muito bom Potter. – Disse o professor orgulhoso. – Se realizar esse tipo de ataque de maneira mais eficiente em um duelo, seu adversário não terá chances de se defender. Esse é um dom raro. Principalmente para um péssimo oclumente como você. -Vou considerar isso um elogio. – Respondeu Harry. -Não pense que com esse progresso irei facilitar as coisas para você. “Como se em algum momento eu tivesse esperanças disso” –Resmungou Harry mentalmente. -Eu ouvi isso Potter. – Disse Ryan. -Esqueci que forçosamente minha cabeça virou um livro aberto. –Respondeu Harry mal humorado. -Não reclame. Com o tempo aprenderá a fechar sua mente. Apenas tome cuidado com o que pensa enquanto treinamos, não quero ser surpreendido por pensamentos um tanto quanto quentes entre você e uma certa ruiva. O moreno ficou literalmente chocado, corado e principalmente com raiva pelo tom displicente que o professor falou sobre sua intimidade, tendo a confirmação de que ele havia visto o que não deveria. Fingindo não notar o olhar furioso que Harry direcionava para si, Ryan orientou-o a se concentrar, pois iria lhe ensinar um feitiço muito antigo e poderoso. Ao obter a atenção do aluno começou a definir o feitiço. -Este feitiço se lançado corretamente, é capaz de quebrar qualquer barreira ou escudo por mais poderoso que seja. Entretanto, deve ser usado como último recurso, uma vez que pode trazer sérias conseqüências para quem o invoca. -Que tipo de conseqüências? – Perguntou Harry. -Ele consome uma quantidade muito grande de energia. Não deve ser invocado caso esteja debilitado, pois poderia colocar a vida de quem o lançou em risco. Harry ficou imaginando o que levou o professor a lhe ensinar um feitiço tão poderoso e não chegou a nenhuma conclusão, pois logo Ryan continuou com a explicação. -Vamos começar. – Disse invocando um forte escudo. – Limpe sua mente. Seu único pensamento deverá ser quebrar o escudo, concentre-se o máximo que puder, reúna toda sua magia... Quando estiver pronto diga Adflicto Protego. Harry concentrou-se por alguns minutos, reuniu sua magia e invocou o feitiço. -Adflicto Protego! – Um fio prateado saiu de sua varinha indo de encontro ao escudo, mas não forte o suficiente para rompê-lo. Ryan ficou realmente admirado. Já era um excelente progresso. -Está melhorando, Potter. –Disse desfazendo o escudo e indo ajudar o aluno que mal conseguia ficar em pé. – Sente-se, você precisa descansar. Entendeu agora, porque não pode estar debilitado ao lançar o feitiço? Harry apenas fez um movimento positivo com a cabeça. -Como lhe disse que não iria lhe dar descanso, passaremos para algo mais fraco e que poderá ser de grande valia. Sabendo que de nada adiantaria reclamar e começando a achar que o professor queria realmente lhe punir por ter andado tanto tempo com a cabeça no mundo da lua, Harry estava atento às explicações do professor. -Feche os olhos e tente sentir tudo a sua volta. Os objetos, os seres, as pessoas... Saber identificar tudo isso poderá lhe ser muito útil, além de expandir sua magia. Harry não soube por quanto tempo ficou ali, mas quando finalmente foi liberado pelo professor, foi praticamente se arrastando para torre dos leões. Chegou ao salão comunal da grifinória, indo diretamente para o dormitório, sem ao menos falar com os amigos. Com muita dificuldade, tomou um banho e depois se jogou na cama com a esperança de ter um sono tranqüilo.
Sonhos o perseguiam noite após noites e em muitos uma sombra sempre lhe dizendo para prestar atenção nela. Mas quem seria ela? – Perguntava-se a cada amanhecer sentindo o corpo pregado de suor. Mesmo já tendo relatado, aos amigos, os sonhos dos últimos dias, para não dizer meses, não fazia idéia do quanto aquilo poderia significar. De qualquer forma teria que chamar os amigos e tentar descobrir quem aquela sombra tentava proteger ou quem sabe acusar? Naquele dia de sábado iriam ao passeio em Hogsmeade. Tentou bloquear na mente os sonhos perturbadores. Enfim seria um dia para passear com os amigos, mas nunca se esquecendo de ficar atento a qualquer movimento suspeito. Já tinha conversado anteriormente para que os amigos, agora conhecido como o sexteto, permanecessem juntos a maior parte do tempo possível. Lógico que combinar para ficar o tempo todo unido seria pedir demais se tratando de dois Weasley cabeça dura, uma neurótica por livros, um alucinado por plantas e uma maluca que usava como colar as coisas mais bizarras que já vira. Não estranharia se aquela garota com olhar sonhador aparecesse com um canhão de guerra pendurado no pescoço ou quem sabe em uma das orelhas. Sacudindo a cabeça para que tais pensamentos bizarros dessem passagem caminhou lado a lado do amigo onde tomariam suas refeições matinas e se juntariam as garotas para partir. - Gina e Hermione devem ter levantando muito cedo para não nos esperar para o café da manhã. – Comentou Rony enquanto caminhava rumo ao salão principal. Os garotos sabiam que elas não se encontravam mais nos quartos por que Parvati os haviam informado. - Devem estar eufóricas após receberam a notícia que Gui estará em Hogsmeade para deixar o dinheiro para as compras do casamento. – Respondeu o eleito meio incerto, algo estava errado e não conseguia entender o que exatamente. Com um suspiro afastou o pensamento que julgou ser devido ao sonho que o acompanhava há tempos. Por fim achou melhor ficar atento sentindo que estava muito mais apreensivo que o normal. Chegando ao salão principal constatou que as garotas realmente estavam fazendo seus desjejuns. -Bom Dia! – Desejaram os rapazes. - Dia! – Respondeu Gina recebendo um beijo na testa dado por Harry enquanto Mione recebia um nos lábios dado pelo ruivo. - Estou empolgada em hoje poder escolher o vestido para o casamento. Na mensagem que recebi mamãe fala claramente que vou poder comprar um não muito caro, mas, também não precisa ser o mais barato e muito menos ter que comprar em lojas de usados. – Falou alegremente a caçula Weasley que tentava sem sucesso não encarar Harry. - Eu nem precisaria comprar uma roupa nova. Aquela que ganhei dos gêmeos está de bom tamanho. Não sinto necessidade de gastar no momento. – Comentou Rony devorando uma panqueca ferozmente O eleito sentiu-se feliz diante da simplicidade que aquela família convivia. Mesmo não tendo condições financeiras para gastos extravagantes quando tinha a oportunidade de conseguir mais quantidade se recusava relatando que o anterior era o suficiente. Seu amigo Rony demonstrava estar feliz por ter uma roupa apropriada para o evento e por sinal não era nada parecido com aquele traje a rigor que usou no baile de inverno. - Bem... Em todo caso seria interessante você também dar uma olhada nas roupas. Afinal você vai precisar de uma camisa e um sapato. – Prosseguiu Gina. – Agora no meu caso tenho que comprar tudo. Não seria elegante eu aparecer no casamento de meu irmão vestido uma roupa de homem. –Concluiu a ruiva desconcertada. Todos os presentes entenderam o que a garota quis dizer. Ela sempre usava roupas de segunda mão dos irmãos e como provavelmente nenhum deles nunca usou vestido então não teria como ela herdar algum acessório feminino vindo deles. Apesar da conversa correr solta perante a refeição matinal Harry estava intrigado por não entender por qual motivo Gina evitava encara-lo. - Você fica bonita com qualquer roupa que vestir. Das mais simples as mais luxuosas... – Harry sabendo que falando essas palavras chamaria atenção da ruiva, não que estivesse mentindo por que era a mais pura verdade, mas, sabia que perante aquele comentário seria quase impossível ela não lhe dirigir o olhar. – Incluindo terno e gravata masculinos. – Acrescentou com um sorriso amistoso. Aguardou notando a ruiva na sua frente estremecer a mão que mantinha a colher do cereal, sabia que estava em uma batalha porem ela sendo o quem era jamais evitaria pelo menos lhe lançar um olhar envergonhado e agradecer e foi com satisfação que viu aos poucos ela elevar a cabeça. – Xeque-Mate – Pensou o eleito com um sorriso estampado no rosto. - Obrigada. – Agradeceu a ruiva olhando em seguida para a amiga que mordia o lábio inferior sabendo o que viria a seguir. Assim que viu sua ruivinha dirigindo um olhar pra si o sorriso que estampara seu rosto momentos antes se desfez e um semblante de preocupação se fez presente. - Olhe para mim. –Pediu Harry se inclinando tocando no queixo da garota forçando ela virar o rosto e encará-lo. – O que aconteceu? Você não tem dormido direito? – Perguntou sentindo um gosto amargo de fel na boca. Por mais que fizesse perguntas sabia quais seriam as respostas. Sonhos vinham perturbando a garota, mas, precisava a confirmação... Queria ouvir dos lábios dela. - Não é nada, Harry. – Respondeu se irritando por vários alunos estarem olhando aquela cena. – Por favor, vamos voltar a tomar nosso café! Daqui a pouco vai dar o horário de partirmos. - Como não é nada? Você está pálida, com olheiras acentuadas e vem dizer que não tem nada de errado? – Harry falou praticamente em um murmúrio, pois sabia que se estourasse diante de todos a garota jamais o perdoaria. A voz era audível somente para que os amigos pudessem ouvir. - Gina, ele está certo. Você está com a aparência de quem passou a noite acordada. –Se intrometeu Rony que também observava o andamento da conversa e já tinha percebido que a irmã estava evitando encarar não só o Harry, mas a si mesmo também. - Pois não passei a noite acordada se é essa a preocupação de vocês. –Respondeu lamentando ter se esquecido de disfarçar as olheiras. – Apenas tive uma noite.. Digamos nada fácil. Com presenças inesperadas. –Disse em tom de quem encerra conversa. - Está bem! Quando quiser conversar a respeito pode me chamar, ok? –Harry disse sentindo-se um pouco aliviado ao ver a garota dar um sorriso despreocupado e voltar a comer. – Você sabe que tem amigos e estamos aqui pra qualquer coisa. - Sim, Harry. Ela sabe que tem amigos que pode contar. – Respondeu Hermione com um meio sorriso que o fez entender que a ruiva já havia desabafado com uma amiga e isso o tranqüilizava mesmo ainda querendo saber o que estava acontecendo, entretanto, saber que pelo menos a ruiva não estava guardado tudo pra si só já era uma grande coisa. Todos depois de se empanturrarem de todas as guloseimas possíveis, mesmo que moderadamente, caminharam rumo a Hogmeade. Onde se sentaram junto com Luna e Neville.
Em Hogsmeade nada parecia como anos anteriores, era possível ver os olhares questionadores e acusadores. E a maioria, mais do que nunca, andava em grupos mesmo diante de alguns, poucos, aurores que ali se faziam presentes. O sexteto se encontrou com Gui diante de uma livraria que lembrava muito a Floreios e Borrões. Esse por sua vez entregou a quantia necessária para cada um dos irmãos dizendo que não poderia acompanhá-los nas compras. Pois precisava resolver alguns detalhes para o casamento ali mesmo. E afirmou que antes deles voltarem para a escola se encontrariam para tomarem um sorvete juntos. Fato esse que atiçou o estômago de Rony e a empolgação de Gina. - Vamos escolher nossas roupas antes que as lojas fiquem cheias. – Sentenciou a caçula Weasley parando diante uma loja pequena, mas, com várias opções de roupas para festas. Em Hogsmeade tinha a famosa “Trapobelo Moda Mágica”, loja com filiais no Beco Diagonal, Londres e Paris, que foi descartada pelos jovens. Poderiam ter pedido a Gui que os acompanhassem, através de chave de portal, para o Beco Diagonal. Mas, sabendo que o mais velho dos irmãos Weasley estava ocupado com os preparativos do casamento, preferiram fazer as devidas compras em uma loja de aparência simples. Ao entrarem no estabelecimento notaram com total encanto, que apesar de não chamar muita atenção do lado de fora, por dentro deixava qualquer loja do Beco Diagonal com inveja. Vitrines com acessórios e roupas das mais simples as mais requintadas direcionadas a grandes eventos. Mas, nem por isso essas chamaram mais atenção dos jovens bruxos. Gina logo após passar por modelos lindíssimos expostos logo na entrada, se encantou com um vestido simples sendo seguida pelos demais. Após efetuarem as compras, saíram para a rua carregados de sacolas. Um vento frio os atingiu, e foi impossível conter um tremor. - Que acham de irmos ao Três Vassouras beber uma Cerveja Amanteigada enquanto esperamos o Gui? – Propôs Rony. - Ótima idéia. – Apoiou Harry. - Também acho. – Concordou Gina, para a surpresa do moreno. – Luna e Neville devem estar lá também. O grupo seguiu pela rua, mas instantes depois, foram abordados por um aluno do quarto ano, que trazia um bilhete e o entregou a Gina. Esta leu curiosa, e depois se virou para os amigos. - É da Luna. Ela não está no bar. Está pedindo para me encontrar no fim da cidade, perto da Casa dos Gritos. Quer falar em particular comigo. - Ok! – Rony deu de ombros e continuou seu caminho. Mas Harry e Mione hesitaram, estranhando o pedido. - Não quer que eu vá com você, Gina? – Perguntou Mione, uma ruga de preocupação em sua testa. - Não precisa, deve ser apenas alguma excentricidade da Luna. Daqui a pouco nos encontramos com vocês no Três Vassouras. – Respondeu a ruiva, sorrindo, e estendendo seus pacotes para a amiga.– Pode levar para mim? - Você tem certeza? – Insistiu Harry, enquanto as sacolas mudavam de mãos – Posso te acompanhar, sem problemas. - Posso cuidar de mim mesma, Potter. – Respondeu Gina, mas em seu tom não havia censura. Ela até gostara da preocupação que ele demonstrava, mas não queria deixar transparecer. – Não preciso de babá. - Tudo bem então. – Concordou ele de má vontade. – Mas não demore, está bem? - Hei! Que história é essa? Está querendo me controlar? – E agora ela estava começando a ficar irritada com tanto cuidado. – Já disse, sei me cuidar muito bem. Sem mais nada dizer, Gina deu as costas ao grupo e seguiu na direção contrária, buscando a saída da cidade. O trio foi em direção ao bar, e no caminho Rony ainda brincou. - Ela não tem um gênio que é um encanto? É como cutucar um dragão sem varinha. - Já lidei com dragões, Rony. E posso te garantir. Tem dias que a sua irmã faz um Rabo Córneo parecer uma lagartixa. – Respondeu Harry de mau humor, com as mãos enfiadas nos bolsos das calças. Os três continuaram seu caminho, pela rua apinhada de estudantes, que tentavam se proteger do vento cortante que assoviava e zunia quando passava pelos becos e corredores formados pelas construções. Alguns cobriam as cabeças com seus capuzes, outros erguiam a gola do casaco ou apertavam ainda mais o cachecol. Era nítido que um rigoroso inverno estava chegando e que não tardaria a cair a primeira neve do ano. Espalhados aqui e ali, alguns poucos Aurores estavam a postos, vigiando a turba. Depois de alguns minutos, finalmente chegaram ao bar, que estava completamente lotado. Com certa dificuldade, conseguiram driblar os fregueses espalhados pelo salão, até chegarem ao balcão, onde pediram três cervejas. Harry pagou, e então eles começaram a procurar uma mesa onde poderiam se sentar. Viram Hagrid em um canto, mas não sobrava lugar para todos em sua mesa, então viram uma mão balançando no ar. Mione apontou o local aos outros dois. No fundo do salão estava Neville, acenando para eles, chamando-os. Com mais dificuldade ainda, para evitar a queda da bebida, foram até onde o amigo estava, mas assim que pararam ao lado da mesa, estacaram. No banco em frente, em uma posição que eles não podiam ver antes, estava sentada Luna. -O que você está fazendo aqui? – Perguntou Rony - Esperando vocês, é claro. Eu disse a Gina que esperaria por vocês aqui, enquanto faziam compras. – Respondeu a garota. - Mas e o bilhete que você mandou pra ela? – Insistiu Rony. - Que bilhete? – Luna olhava de um para o outro, igualmente confusa. Não houve resposta. Apenas o som de vidro quebrando, quando a garrafa que Harry soltou bateu no chão e este se virava e tentava atravessar o mar de pessoas a sua frente, desesperado. Os amigos tentavam segui-lo, mas tinham grande dificuldade. Quando finalmente alcançou a rua, junto chegou o som de um grito de pavor. Harry olhou na direção de onde viera o grito, e seu sangue congelou nas veias. No final da rua, onde estava um Auror de guarda, havia uma pessoa usando a capa preta e a máscara de Comensal da Morte, e o Auror jazia no chão. Ele sacou sua varinha do bolso interno das vestes e correu em direção à Casa dos Gritos, torcendo para que estivesse enganado.
Gina seguia pelas ruas. De repente, uma sensação estranha, a de que estava sendo seguida. Parou, olhou em volta, mas não viu nada nem ninguém. Deu de ombros e continuou descendo a rua. Pouco depois chegou ao local combinado, a famigerada Casa dos Gritos. Não conteve um sorriso ao se lembrar o porquê da má fama da casa, mas seus pensamentos foram interrompidos por uma voz conhecida e ferina. - Ora, se não é a jovem Srtª Weasley. Fico imaginando o que estaria passando por esta cabecinha, para lhe trazer este belo sorriso em seu rosto num lugar como este. – Disse a figura baixa e gorda, que nem precisava tirar a máscara de comensal para se adivinhar quem era. - Professora Umbridge? – Gina disse incrédula – A senhora é uma Comensal? - Recentemente abri meus olhos para a verdade. Reconheci que apenas o mestre pode trazer de volta à ordem e os bons costumes. Só ele nos levará de volta ao caminho certo. Ao controle absoluto, finalmente deixaremos esta anarquia em que vivemos. – Respondeu a ex-diretora, com olhos vítreos e obsessivos. - E será exatamente isso que faremos Dolores. – Disse outra voz, atrás de Gina, que girou rapidamente, sacando sua varinha, mas foi desarmada antes que pudesse se defender. - Vol...Vol...Voldemort. – Disse ela, gaguejando e não conseguindo esconder o pavor ao fitar aqueles olhos gélidos e vermelhos. - Ora, que menina corajosa. Disse meu nome, quase sem gaguejar. – Riu ele. - Ela é uma impura, mestre. Devia se ajoelhar a seus pés e implorar misericórdia, não se atrever a pronunciar vosso sagrado nome com essa boca suja. – Disse Umbridge. - Calma Dolores, não precisa se exaltar. Ela ainda é muito jovem, e os jovens tendem a não reconhecer a autoridade quando a vêem. - Esperem! – Gina se recuperava do susto, e percebia algo. – Onde está Luna? O que vocês fizeram com ela? - Sua amiga nunca esteve aqui, pequena. Foi um pequeno engodo criado por meus Comensais, assim como o fato de distraírem os Aurores de plantão. Só para que eu pudesse ter a oportunidade de conversar com você por alguns momentos, Ginevra Molly Weasley. - Luna não está aqui? Era tudo armação? – Gina começou a compreender a gravidade da situação, e o medo voltou.– O que quer de mim? Voldemort pareceu surpreso por um instante, mas logo se recuperou. Caminhou lentamente, dando uma volta completa em Gina, analisando-a, antes de responder. -Você não imagina, não é mesmo? - Imagino o que? – A jovem ruiva sentiu um arrepio na espinha. - Você possui um grande dom, menina. – O Lorde das Trevas continuava a caminhar, avaliando a ruiva... – Poucas pessoas saberiam a respeito... Fizemos bem em eliminar a velha. - Velha? – Gina teve um pressentimento – Vocês estão falando da avó de Neville? O que eu tenho a ver com a morte dela? - Tudo criança. Tudo. – Gargalhou o Lorde, causando nova onda de arrepios na ruiva. Em seguida continuou. – Mas agora chega de perder meu precioso tempo. Venha menina, junte-se a mim. - O quê? Eu, me juntar a você? De jeito algum, nem morta. – Respondeu Gina, enojada. - Isto pode ser facilmente arranjado, sua menina insolente. – Esbravejou a ex-professora, sacando sua varinha. – Quem você pensa que é para afrontar o mestre deste jeito? Vou fazê-la sofrer, e muito, por isto. - Não Dolores! – Voldemort ergueu levemente a mão, impedindo sua serva com um gesto. – A jovem Weasley não deve, em hipótese alguma, ser ferida. Ela é muito preciosa para meus planos, e devo admitir que gosto quando alguém me enfrenta. Mas apenas às vezes. Ela me diverte. - Mas eu não estou brincando, nunca me aliaria a você. Pode tentar me matar, se quiser. Mas não vou me dobrar a um maníaco como você. E não morrerei sem reagir, pode ter certeza. – Enquanto dizia essas palavras, completamente vazias e desesperadas, Gina procurava uma maneira de escapar. Mas não via possibilidade alguma, e sabia que Voldemort sabia que suas palavras eram um blefe. Neste instante, Voldemort avançou sobre Gina, tão rápido que ela nem conseguiu enxergar seu movimento. Ele estava longe e, num piscar de olhos, estava colado a seu corpo, seu hálito fétido e gelado em sua nuca, sua voz gutural e profunda sussurrando. - Ah, minha linda menina. E você acha que se eu realmente a quisesse morta, já não o teria feito? Sem o mínimo esforço? – E ele pegou uma mecha de seus cabelos cor de fogo, levantando-a levemente e aspirando seu perfume – Não, não quero matá-la. Seria um enorme desperdício – Ele soltou os cabelos, e agora deslizava seu rosto, muito próximo ao de Gina, a ponta da língua para fora, quase tocando a pele lisa e sedosa, como se a estivesse saboreando – Acho que podemos ser amigos, muito bons amigos. Você não se arrependerá. Se unir seus poderes aos meus, seremos senhores do mundo, nada nem ninguém poderá nos deter. Em um súbito momento a caçula Weasley teve a imensa vontade de oferecer, a Tom Riddle, uma pastilha de hortelã, caso tivesse uma. Mas, sabendo que isso poderia despertar uma grande fúria resolveu se concentrar ao que estava acontecendo. Gina fechara os olhos, não conseguia nem olhar para aquela figura asquerosa, e imaginar o que poderia estar passando por aquela mente doentia a estava deixando enjoada. Tentava manter o controle, mas estava ficando difícil, a cada instante mais e mais. Sentia algo lhe perfurar as entranhas, não sabia se era uma nova onda de enjôo ou o que. Tentava ignorar o que ele lhe falava, mas um nome lhe chamou a atenção. - Ninguém poderá nos deter. Nem mesmo Potter. Já me livrei do velho, agora finalmente vou por fim àquele maldito garoto intrometido. - Não! Isso nunca! – Gritou Gina, não conseguindo mais se conter. Ao mesmo tempo em que gritava, dela se propagou uma onda de deslocamento de ar, que jogou Voldemort a mais de três metros de distância. – Não vou permitir que você machuque mais ninguém, principalmente o Harry. Voldemort, surpreendido, estatelou-se no chão. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, porém, Umbridge sacou sua varinha, apontou para Gina e gritou. -Crucio! Imediatamente Gina gritou novamente, agora de dor, uma dor lancinante que lhe tirou as forças das pernas, fazendo-a cair de joelhos. Umbridge riu alto, satisfeita com a cena. - Gostou menina? Isso sim é poder. Você merece sofrer... Como tem a ousadia de levantar um dedo contra o maior bruxo de todos os tempos? – E repetiu – Crucio! Gina agora se deitou no chão, em convulsões, a dor se alastrando cada vez mais por seu corpo. - Dolores! – Chamou uma voz gélida e letal. O feitiço cessou instantaneamente – Pensei ter sido extremamente claro quando disse que não queria a jovem molestada. - Ma...Ma...Mas mestre, ela o atacou. Eu só estava lhe dando uma lição. – Respondeu a comensal, temerosa. Enquanto isso, Gina se recuperava e tentava se levantar. - Cabe a mim decidir quem deve ou não ser punido, Dolores. Apenas e tão somente a mim. - Sim mestre. Claro. – A comensal fazia uma reverência exagerada, na esperança de assim aplacara a fúria de seu mestre. - Para que isto fique bem claro, acho que você merece uma lição, Dolores. Para que ninguém mais ignore minhas ordens. Não concorda? – E um sorriso maligno surgiu no rosto pálido. - Punição, mestre? – Gemeu a mulher, mas não teve tempo para nada mais. - Ácidus! – Bradou Voldemort, e um líquido saiu da ponta de sua varinha, atingindo diretamente o rosto de Dolores, que caiu no chão urrando de dor e levando um das mãos ao rosto, em extrema agonia. Ela começou a se arrastar em direção a Voldemort, sua outra mão tateando o ar em busca de sua túnica, até que finalmente a encontrou. Agarrou-a desesperadamente, como se fosse a sua salvação e não o motivo de seu martírio. Gina, que observava a cena horrorizada, pensou em fugir, mas quando olhou para Voldemort, na esperança de que este estivesse distraído com sua serva, viu que ele a fitava. Tinha um leve sorriso no rosto, demonstrando que todo aquele horror o divertia, e deixando bem claro que não se esquecera dela. Quando Dolores, em meio a sua agonia, sussurrou perdão e juras de que não cometeria mais nenhum engano, Voldemort tomou a palavra, ainda sem tirar os olhos de Gina. - Muito bem, Dolores. Acho que agora você não se esquecerá mais. – E moveu graciosamente a varinha. Imediatamente a mulher parou de gritar – Levante-se. Quando isto ocorreu, Gina não suportou. Vomitou violentamente, diante da visão do rosto e mão esquerda destruída pelo ácido. Fechou os olhos, e começou a chorar. Chorar de pena, de raiva, de medo. Ela mesma não sabia o por que. Só sabia que precisava chorar. Voldemort, por sua vez, pareceu não se importar. Pelo contrário, pareceu admirar sua obra e depois disse. -Acho que é o bastante. Agora vá! Deixe-nos a sós. Ainda chorando e gemendo, a comensal fez uma reverência e desapareceu no ar. Voldemort voltou toda a sua atenção para a menina, que antes de poder expressar qualquer coisa, se viu envolta por uma bolha translúcida. -Assim evitamos novas interrupções enquanto conversamos. – Disse Voldemort, com simplicidade. Um arrepio percorreu o corpo de Gina, enquanto secava as lágrimas que riscaram sua face... Não sabia se estava preparada para o que poderia acontecer, mas tentaria encarar tudo aquilo como a Weasley que era. Infelizmente tinha a nítida impressão de que não sairia viva daquela bolha.
Ele não sabia o que estava fazendo, muito menos o porque. Desde que chegara à cidade, sentira uma estranha compulsão em segui-la. Ficou escondido em um beco escuro, do outro lado da rua, todo o tempo em que ela e os amigos passaram dentro da loja de roupas. Quando saíram, afundou-se ainda mais nas trevas, para não ser visto. Continuou observando. Então, viu que se separavam. Sorriu satisfeito, ao ver que ela saia sozinha, era a oportunidade que esperava para pegá-la sem testemunhas. Seguiu-a. Era difícil continuar invisível. Em certo momento, pareceu que ela percebeu que estava sendo seguida. Parou e olhou em volta e para trás. Foi por pouco que conseguiu se esconder. Justo neste momento percebeu outro vulto a segui-la. Era Dolohov, amigo de seu pai. Ele não sabia o que ele estava fazendo ali, mas não podia deixar que atrapalhasse seus planos. Não depois de tanta espera tanto esforço. Mudou seu foco e passou a perseguir o comensal. Quando Gina virou uma curva do caminho, prestes a chegar à Casa dos Gritos, ele atacou Dolohov pelas costas. O Homem tombou inconsciente, sem saber o que o atingira. Draco escondeu o corpo ao lado do caminho e seguiu o mais rápido que pôde. Ao virar a mesma curva, viu que seus planos estavam fadados ao fracasso. Gina estava cara a cara com o Lorde das Trevas. Draco praguejou baixinho, girou nos calcanhares e fugiu.
Draco não era o único que andava escondido pelos becos e vielas de Hogsmeade. Se ele fosse tão esperto quanto julgava ser, teria visto um jovem ruivo escondido num beco, algumas casas abaixo de onde ele estava. Percy Weasley não sabia exatamente o que estava fazendo ali. Soubera do dia livre dos alunos e resolvera visitar os irmãos caçulas. Temia pela segurança deles, e acreditava que os Aurores destacados para proteger o local não eram suficientes. Tentara convencer o ministro a mandar mais homens, mas não conseguiu. Assim que chegou, pensou seriamente em conversar com eles. Mas duas coisas o impediram. Seu irmão Gui e Harry Potter. Ele não sabia como Gui reagiria. Certamente haveria uma discussão e ele acabaria tendo que partir. E, definitivamente, a idéia de cumprimentar Harry não lhe agradava nem um pouco. Ele tinha convicção de que a culpa para tudo que estava acontecendo e os riscos pelos quais sua família passava eram responsabilidade do garoto. Não conseguia entender como sua família continuava a protegê-lo, dar-lhe razão. Ficar contra o ministério. Absorto em seus pensamentos, Percy quase não percebe quando todos deixam a loja e tomam caminhos diferentes. Viu quando Draco Malfoy, que estava escondido como ele, passou a segui-la. Mas como estava muito longe e para segui-los precisaria se expor, não conseguiu fazê-lo a tempo. Correu para o outro lado do beco e continuou correndo, mas quando voltou e olhou para a rua principal, ambos haviam desaparecido. Ficou sem saber o que fazer por alguns momentos, então decidiu perguntar aos outros onde ela estaria e avisar sobre Malfoy. Voltou correndo pela rua, mas então percebeu que também não sabia para onde estes foram. Extremamente nervoso, resolve pedir ajuda para os Aurores. Quando se vira a procura de algum, arregala os olhos, incrédulo. Um comensal acabara de aparatar há poucos metros de distância. Seguiu firmemente para o Auror mais próximo, que só percebeu a aproximação tarde demais. O comensal lançou uma maldição da morte e o corpo do Auror tombou inerte, no chão. Percy olhou em volta, e viu mais alguns comensais aparatando. As pessoas começavam a correr apavoradas. Ele correu de volta a um beco. A situação tornara-se desesperadora, só havia uma coisa a fazer. Sacou sua varinha, girou-a no ar e uma coruja prateada surgiu. Ela deu duas voltas sobre sua cabeça e depois voou rumo ao castelo de Hogwarts.
Assim que virou a esquina, Harry se viu frente ao caos e ao pânico. Os alunos corriam desesperados, completamente sem rumo. Os lojistas tentavam fechar suas lojas e salvar seu patrimônio, enquanto raios multicoloridos cortavam o ar incendiando e destruindo tudo o que tocavam. Com sua varinha em riste, ele não titubeou. Correu na direção contrária ao fluxo, desviando-se o melhor possível das pessoas e indo para onde julgava que Gina estaria. Mas assim que virou a primeira esquina, literalmente se chocou contra alguém. - Desc... – Começou ele, educadamente, mas a palavra morreu em sua boca quando percebeu em quem trombara. Um Comensal... E ele não estava sozinho. - Mas ora vejam só. – Disse o Comensal, que pela voz Harry reconheceu como sendo Nott. – Olhem só o que acaba de cair em nossas mãos. Dando um passo para trás, cuidadosamente, mas sem perder o comensal da mira de sua varinha, Harry olhou para trás dele e viu que havia mais dois comensais com ele. Não dava para reconhecê-los sob as máscaras, mas o sorriso que deram deixou claro que também o reconheciam. - O mestre nos mandou apenas para provocar confusão, mas tenho certeza de que nos recompensará muito bem se levarmos Potter numa bandeja para ele. – Continuou Nott. - Sério? – Disse Harry, incutindo o tom mais displicente que conseguiu em sua voz. – Mas para isso, primeiro vocês terão que me derrotar. - Não seja ridículo garoto. Somos três contra um, que chances você acha que pode ter? – Riu outros dois comensais. Esta era exatamente a mesma pergunta que Harry se fazia, e para a qual não encontrava resposta. Pensou em atacar de surpresa e tentar derrubar o máximo deles que conseguisse, mas antes que se decidisse, um raio passou pelo lado de seu corpo atingindo o terceiro Comensal, que tombou inconsciente. Todos se viraram para o local de onde viera o raio, e Harry sorriu abertamente. - Acho que agora está mais justo, vocês não acham? – Perguntou Gui, postando-se ao lado de Harry, para quem sussurrou – Posso saber o que você está fazendo aqui? Porque não se protegeu? Protego! – Concluiu ele, pois Nott lançara um feitiço estuporante contra eles. - Gina está por aí, em algum lugar. – Respondeu Harry, contra-atacando – Rictusempra. Seu feitiço também foi bloqueado, e ambos os comensais atacaram novamente, iniciando um duelo. Gui continuou a conversa, agora aos gritos, enquanto feitiços zuniam por suas cabeças. -Como assim? Ela não estava com vocês? - Ela foi separada de nós. Alguém mandou um recado falso, se passando pela Luna, pedindo para encontrá-la na Casa dos Gritos. – Respondeu Harry. - E por que fariam uma coisa dessas? – Indagou o mais velho dos irmãos Weasleys, girando a varinha e abatendo um adversário. - Não sei. Mas logo em seguida começou o ataque. – Harry continuava sua luta contra Nott. Gui deu um salto, seu rabo de cavalo balançando ao sabor do vento frio, assumindo a frente de Harry. - Eu assumo Harry. Por favor, encontre minha irmã. – Disse o rapaz, com um olhar angustiado e um tanto apavorado – Ela ainda é uma criança, não podem lhe fazer mal. Harry não respondeu. Não havia nada a dizer. Sabia que seu próprio olhar estava tão ou mais apreensivo que o de Gui. Ignorou as provocações de Nott e seguiu adiante. Quando contornou a última curva do caminho, seus piores temores se mostraram verdadeiros. Escondeu-se e tentou alcançar seu objetivo furtivamente, tentando ouvir a conversa.
Assim que Harry correu, seus amigos tentaram segui-lo. Mas foram impedidos por Hagrid, que lhes fechou a passagem. - Onde pensam que vão? Não perceberam que tem algo errado lá fora? – Disse o meio gigante. - Mas Hagrid... – Começou a argumentar Rony, apontando para a porta. – Harry acabou de sair. E Gina também está lá fora. - É, eu vi Harry sair correndo. Ele foi atrás da Gina, eh? – Ele coçou sua barba, pensando por um momento, e continuou. – Bom, eles vão ter que se virarem sozinhos. Como professor, não posso permitir que mais nenhum aluno saia até sabermos o que está havendo. Neste momento, um aluno da Corvinal do sexto ano entrou correndo e trombou em Hagrid, que conseguiu segurá-lo agilmente, impedindo-o de cair sentado no chão. Nem ligou para o choque e começou a gritar desesperado. -Comensais! Os Comensais da Morte estão atacando a vila. - Maldição! Malditos Comensais. – Praguejou Hagrid e perguntou para o garoto, que ainda estava seguro em suas imensas mãos. – Você tem certeza, rapaz? São mesmo Comensais da Morte? - Tenho sim, professor. Acabei de ver um deles matando um Auror ali na esquina. - Hagrid, é um ataque. Não podemos ficar aqui dentro escondidos, enquanto nossos amigos correm perigo. – Argumentou Mione, aflita. - Não, Hermione. Não posso permitir que se exponham ao perigo. – Contra-argumentou ele, balançando a cabeçorra. - Mas nós sabemos lutar. Já lutamos contra Comensais antes. – Disse Neville. - Isso. Harry nos ensinou bem, podemos ajudar. Os alunos podem estar sendo massacrados lá fora, Hagrid. Precisamos fazer algo, proteger os mais novos e os aldeões. – Mione retomou a palavra. - Não sei Mione. É muito arriscado. – Hagrid já não demonstrava muita convicção. Enquanto Hagrid demonstrava indecisão. Somente Hermione percebeu os olhos do namorado vidrados. E ela tinha certeza do que aquilo significava. Não precisaria interrogar o ruivo pra saber o que estava acontecendo. Gina estava encrencada e disso ela agora tinha certeza. Rony Weasley impaciente não se conformava com a ladainha de Hagrid e antes de se dar por vencido sentiu uma sensação já conhecida. Uma náusea violenta o fez se apoiar em algo próximo. Sabia o que viria a seguir. O frio e transpiração excessiva. Tinha plena consciência do que acontecia ao redor, mas, sabia que imagens iam surgir em sua mente em instante e nada, poderia impedir, e nem queria. Visualizou a língua tétrica quase acariciando a pele branca de sua irmã. Sentiu o desespero tomar conta de seu corpo fazendo com que o frio sumisse. Percebeu que a náusea havia passado. Piscou sucessivamente se dando conta que o “debate” continuava. E sem muitos rodeios finalizou a conversa. - Nós sabemos nos cuidar, Hagrid! – Concluiu Rony sem disfarçar um olhar inquietante para Mione. – Se nós todos irmos, teremos boas chances. – Vendo a indecisão do gigante ergueu a varinha e prosseguiu. – Não me obrigue a usar a força contra você Hagrid. Gina está correndo perigo. – E querendo ou não vou sair daqui e ajudar meus irmãos e amigos. E nem tente me impedir! – Completou deixando para trás um Hagrid admirado e chocado com tanta maturidade daquele garoto. - E vocês não estarão sozinhos. – Disse uma voz detrás do grupo, chamando a atenção de todos – Existem mais pessoas que sabem e podem lutar. Vamos ajudar. Era Ernesto Macmillan. Com ele, Justino Flint Fletcher, Ana abbott, Zacarias Smith, Colin Creevey e mais alguns alunos, antigos membros da A.D. Sem mais argumentos, Hagrid acabou cedendo. - Muito bem. Vamos lá para fora, mas quero que todos tenham muito cuidado. O restante fique exatamente onde estão. Voltaremos assim que pudermos. Todos sacaram suas varinhas e ao sinal de Hagrid, saíram do bar, caindo no meio da confusão que se instalara. Imediatamente a voz ressonante de Hagrid se fez ouvir sobre os gritos e choros. - Protejam-se! Protejam-se todos. Procurem um abrigo. – E virando-se para o grupo que trazia, continuou – Vamos! Seguiram na direção contrária à turba, e não demoraram a encontrar inimigos. Um grupo de dez comensais se reunia na rua central, rindo e disparando feitiços contra dois Aurores acuados em um canto. Hagrid grunhiu e correu para ajudar, seguido pelos alunos. - Malditos covardes! Por que não tentam fazer isso comigo? – Gritou ele. - Vejam quem chegou. – Disse uma mulher morena, com olhos ensandecidos – O capacho do velho e seus aluninhos. Você acredita mesmo que serão páreo para nós, Hagrid? - Você verá Belatriz. Deixe-me pegar você e verá. – Respondeu Hagrid tentando se aproximar, mas uma chuva de feitiços estuporantes veio em sua direção cegando-o momentaneamente. - Hagrid! – Gritou Mione, correndo para ajudar o amigo. – Protego! – E um escudo protegeu os dois de mais feitiços. - A sangue ruim. – E Belatriz cuspiu no chão – Uma sangue ruim ajudando o meio gigante. Isto é nojento. Mas vocês se merecem. Quando morrerem, o sangue vai se misturar mesmo, ninguém vai saber diferenciar. - Lave essa sua boca quando falar deles. – Gritou Rony, lançando um feitiço que foi facilmente bloqueado – Nojenta é você, capacho das trevas. - E você é um traidor do sangue, Weasleyzinho. – Disse uma mulher baixa e atarracada, chamada Carrow. – Merece morrer com eles. - Se há algum traidor do próprio sangue por aqui são vocês, que matam sua própria gente. Como fizeram com minha avó, que nunca fez mal a ninguém. – Neville entrou na discussão. - Longbotton! – Belatriz retomou a palavra, enquanto virava a varinha para o rapaz e preparava-se para lançar um feitiço. – Vai ser um enorme prazer acabar com o último da família. Avada Kedrava! Agindo mais por instinto ou reflexo, todos se atiraram no chão e o feitiço passou por sobre suas cabeças. Hagrid uivou de raiva e voltou à carga, indo para cima de um Comensal desconhecido. Todos se espalharam, cada um conseguindo um adversário. Agora que a ajuda chegara, os Aurores pareciam mais confiantes e lutavam mais seguros. Hagrid rapidamente nocauteou seu adversário e procurava chegar em Belatriz, que, estupefata, lutava contra uma adversária à sua altura. Hermione. A jovem, apesar da pouca idade, duelava com técnica e perícia, sem cometer erro algum. Apesar de mais experiente, Belatriz não conseguia fazer com que nenhum de seus feitiços a atingisse. Rony estava próximo, lutando contra Amico Carrow, enquanto Neville lutava contra Aleto. Em certo momento, Aleto conseguiu estuporar Neville, e Luna tomou seu lugar. Os outros também lutavam da melhor maneira que podiam, e a luta se arrastou por alguns minutos, até que o som de pessoas aparatando se fez ouvir. Os professores estavam chegando. Remo assumiu a luta contra Belatriz, Tonks começou a lutar contra Aleto e Ryan estuporou Amico. - Weasley, onde estão os outros? Sua irmã? Potter? – Perguntou ele. - A maioria dos alunos conseguiu fugir ou se esconder, professor. Mas eu não sei de Harry ou Gina. Ela se separou da gente pouco antes de tudo começar, e Harry foi atrás dela na Casa dos Gritos. – Explicou Rony rapidamente. - Então vamos atrás deles. – Decidiu o professor, seu semblante demonstrando toda a sua preocupação. Virou-se para os outros e avisou. – Vamos atrás de Potter e da jovem Weasley. Vocês dão conta por aqui? – Remo meneou com a cabeça e Ryan continuou... – Hagrid, venha conosco. Os três deixaram o local da batalha, sem sequer perceber o corpo de um aluno inerte no chão. O ataque havia feito mais uma vítima, Zacarias Smith.
- Acho que é melhor me matar, por que eu não vou com você. – Disse, uma vez mais. - Ah, mas vai sim, minha jovem. Não preciso que faça por vontade própria. Apenas que aceite. Entenda, se não concordar em me acompanhar, posso fazer coisas horríveis. – Disse Voldemort, com simplicidade. - Se quiser usar esse feitiço que usou em Umbridge, pode usar. Não tenho medo. – Enfrentou Gina, tentando passar alguma segurança em suas palavras. - É claro que você não tem medo do que eu possa fazer com você. Por isso mesmo não o farei. Mas tenho certeza de que posso atingi-la muito mais se ferir outra pessoa. - Outra pessoa? – E Gina não conseguiu disfarçar o tremor na voz – Que outra pessoa? - Não sei... Você tem uma família bem grande, não tem? Tantos irmãos... Um deles pode se ferir sabe? E seus pais... Tsc!tsc!Tsc! Já não são tão jovens, fico me perguntando como reagiriam a certos níveis de dor. - Meus irmãos? Meus pais? – A voz agora lhe faltava, o ar sumia de seus pulmões. - Ou pode até mesmo ser algum amigo. Sei que você tem vários, talvez um deles não lhe faça tanta falta, não é mesmo? Que tal... Potter? – E Voldemort abriu um imenso sorriso - Potter, eu sei que está aí. Não quer participar de nossa conversa? Gina se virou a ponto de seu pescoço estalar. Detrás de uma árvore surgia Harry, apontando firmemente a varinha para Voldemort, que girou seu corpo e forçou Gina a fazer o mesmo, ficando os dois de frente para o recém-chegado. - Francamente, Potter! Você achou mesmo que eu não notaria sua chegada? E que conseguiria me surpreender pelas costas? – Desfez Voldemort. Harry ignorou a provocação. Desviou o olhar para Gina rapidamente, e por um instante viu em seus belos olhos castanhos vários sentimentos. Medo, alívio, amor, raiva. -Você está bem, Gina? Ele a feriu? – Perguntou Harry . - Não. Eu estou bem. – Respondeu. Assim como Harry, quando seus olhares se cruzaram ela leu muitas coisas em seus belos olhos verdes. Pânico... Amor e algo mais que ela não conseguiu distinguir de imediato. O sentimento mais próximo que ela podia assimilar aquilo era amadurecimento. Harry parecia mais maduro e decidido. E sua decisão estava clara, ele não deixaria que Voldemort a levasse. Estava disposto a morrer para impedi-lo, e isso ela não podia permitir. Não suportaria vê-lo ferido por causa dela. - Você acha que se eu a quisesse ferida ou morta, ela já não estaria, Potter? – Voldemort nitidamente se divertia com a situação. - Sei que estaria. Mas agora eu já estou aqui, então a liberte. Seu assunto é comigo. - Pobre garoto. Acha mesmo que é o centro do mundo? Isso só pode ser coisa daquele velho gagá. – E agora Voldemort deu uma estrondosa gargalhada. – Já tenho o que quero, Potter. Vá embora, enquanto ainda pode. - Harry, vá embora. – Gina gritou. – Não preciso da sua ajuda, posso me virar muito bem sozinha. - Nunca! – Rangeu Harry entre dentes. – Não vou permitir que esse louco machuque mais ninguém que EU AMO. Ele já me tirou todos. Meus pais, Sirius, Dumbledore. Não vou permitir que leve você também. - E o que você acha que pode fazer para me impedir? – Voldemort estava exultante com a situação. - Harry, não faça nada. Por Merlin, saia já daqui! Eu não quero sua ajuda, vá embora já. – Gritou Gina, tentando evitar que mais uma vez lágrimas voltassem a escorrer por seu rosto, ao imaginar a face de Harry destruída pelo ácido – Eu juro que se não partir, nunca vou lhe perdoar, Potter. Nunca mais falarei com você, eu juro. Está me ouvindo? - Então que essas sejam suas últimas palavras para mim, Gina. – Respondeu ele, que em seguida gritou – Reducto! O feitiço atingiu o escudo, mas sequer o abalou. Ouviu-se um som como o de cristal quando é tocado por um talher de prata, mas só isso. O feitiço bateu e voltou para Harry, que pulou de lado bem a tempo. A árvore atrás não teve como se desviar e explodiu, sua copa desabando sobre a estrada. - Sua magia não pode penetrar meu escudo, Potter. Mas a minha magia pode atingi-lo, quer ver? Crucio! Harry foi atingido em cheio. Caiu no chão, contorcendo-se violentamente, até que Voldemort cessou o feitiço. Com dificuldade o rapaz se levantou. Respirou fundo e bramiu sua varinha. -Bombada Máxima! Novamente o feitiço não passou a proteção, voltando para Harry, que ainda debilitado, desta vez não conseguiu esquivar-se o suficiente. O feitiço explodiu bem aos seus pés, lançando-o a metros de distância. Dentro da bolha, Voldemort ria maleficamente, enquanto Gina sofria pelo amado, começando a se desesperar. Passados alguns longos instantes, Harry levantou-se novamente, e aproximou-se andando com dificuldade. Segurava um braço, que sangrava, e trazia vários ferimentos pelo corpo. Seu cabelo, no lado da cabeça, estava grudado e vermelho. Quando chegou perto e se colocava em posição para lançar outro feitiço, Gina não agüentou. - Maldito seja, Harry Potter! Nunca vou perdoá-lo pelo que está me forçando a fazer. – Então se virou para Voldemort e continuou. – Tudo bem, eu vou. Mas não lance outra maldição imperdoável nele. Não o mate. -Gina, não! – Disse Harry, com voz fraca. Voldemort olhou para ela e sorriu. - Muito bem, que assim seja. – E olhou para Harry, e este viu que preferia morrer – Só vou acabar com a luta. Sectusempra! Assim que o feitiço o atingiu, Harry pensou que estava sendo retalhado vivo. Olhou para baixo, e viu vários riscos sob sua camisa, de onde agora jorrava sangue. Sua visão escureceu e ele não conseguiu manter-se em pé, caindo de joelhos no chão. Ele conhecia aquele feitiço, sabia que poderia ser fatal. Como suspeitara, Gina havia sido enganada. Voldemort não tinha a mínima intenção de deixá-lo vivo, e a menina havia sido inocente ao pensar que a única maneira de matar alguém era com as Imperdoáveis. Gina gritava, alucinada, socando a parede da bolha, tentando correr em socorro de Harry. De onde estava podia ver que seu peito sangrava muito, sua camisa já estava encharcada. Ele respirava com dificuldade e estava prestes a desmaiar. - Harry! Harry está me ouvindo? Levante-se daí e fuja. – Virou-se para Voldemort – Seu Maldito, eu disse que ia com você por que fez isso? - Eu não o matei, não é? Se ele morrer a culpa não será minha, só mostrará o fraco que ele é. – Disse ele, com simplicidade – Agora chega de perder tempo, tenho mais coisas a fazer. – E tocou com a varinha na sua tatuagem, convocando seus Comensais a se retirarem. - Agora é que eu não vou mais com você, nem viva nem morta. – Gritou Gina, desferindo vários socos contra em seu peito. Levantou seu olhar, e viu que o sorriso desaparecera do rosto do Lorde das Trevas, e que um vinco de preocupação surgira em sua fronte. Seguiu seu olhar e seu queixo literalmente caiu. Harry começou a ouvir a voz de Gina ao fundo. Concentrou-se nela para não desmaiar, controlando a ânsia que o assolava. Sua visão ficou mais clara, e ele viu Gina se virando para lutar contra Voldemort. Eles estavam prestes a partir e isso ele não poderia permitir. Só lhe restava uma alternativa, e ele estava ciente do preço a pagar. Com muito esforço apoiou-se nas pernas bambas e se levantou. Ouviu o som de passos atrás dele e se virou para ver quem era. Ainda há certa distância, vinham Hagrid, Rony e Ryan. Ele olhou diretamente para seu professor, que imediatamente entendeu o que pretendia. Tentou dizer algo, mas Harry lhe virou as costas e caminhou para perto da bolha. Só então seus ocupantes o viram. Parecia um Inferi, um morto-vivo. Não disse nada, apenas ergueu a varinha, concentrou-se ao máximo, como havia aprendido em seus treinamentos, e pronunciou o feitiço. -Adflicto Protego - Uma leve luz prateada saiu da ponta de sua varinha, mas foi o suficiente para que Voldemort entendesse o que ele faria com uma agilidade surpreendente, ele puxou Gina, que estava colada na parede translúcida e olhava para Harry e a protegeu com o próprio corpo. Harry repetiu o feitiço - Adflicto Protego Desta vez o feitiço saiu como deveria, avassalador. O escudo explodiu, lançando Harry pelo ar até o meio das árvores. Voldemort também foi lançado longe, caindo sobre a cerca da Casa dos Gritos e ferindo-se. Gina foi a única a permanecer onde estava, porém desacordada. Hagrid, que vinha na frente, correu em direção ao Lorde, que percebeu e desapareceu no ar. Logo em seguida chegaram Rony e Ryan. - Gina! – Gritou Rony, correndo para a irmã. - Hagrid! – Gritou Ryan, aparecendo do meio das árvores, onde Harry caíra. – Leve-os para Hogwarts. - Mas e Harry, professor? Como ele está? – Perguntou o meio gigante. - Nada bem, meu amigo. Avise na escola que eu tive que levá-lo ao Saint Mungus. O estado dele é grave. Sem esperar resposta, o professor voltou para onde estava Harry. Logo em seguida, ouviram o som de alguém desaparatando. Hagrid pegou Gina, ainda desacordada no colo, e acompanhado de um preocupado Rony retornou para o castelo.
Scheil@ Potter (Beta)(desenvolveu o treino com Ryan e mais algumas partes) Obrigada por ajudar sempre. Te adoroooo Cláudio Souza(desenvolveu a ação do capítulo): Obrigada pela ajuda durante o ano que se passou. Tenho que admitir que se não fosse por você esse capítulo demoraria muito mais tempo pra ser postado. As vezes uns puxões de orelha fazem toda a diferença. (hihihihi) Valeuuuu
Música: Everybody Hurts – REM
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