Por Acaso
Antes de partirem Harry acabou por contar sobre seus pesadelos, afinal isso também era importante. Todos prometeram ajuda para descobrir qualquer significado para estes. Logo após, deixaram a sala precisa, seguindo pelo corredor afora, fazendo planos para a reunião de Slugorn, lamentando por que ainda era semana, e sábado ainda estava fora do alcance deles.
Diante da possibilidade de em breve poder curtir sua namorada, Rony esgueirou pelos corredores do castelo já tão conhecido em busca do pequeno grifinório. De uma forma ou de outra queria saber o que tanto aquele rapazinho queria com sua namorada. Se bem que nos últimos dias, a única coisa que o garoto havia feito era tentar entregar o livro. Rony tinha informado ao rapaz, com toda educação que deve ter aprendido em alguma aula particular de “Como ser um Trasgo”, que Hermione estava se ocupando com as aulas. Fato verídico, afinal aquela semana tanto ele como os amigos se encontravam na sala precisa para que fizessem revisão das aulas dadas ao dia. Sem mencionar que sempre que acabavam as revisões esperavam o restante dos amigos que pertenciam à AD para tentar descobrir como enfrentar a guerra que já estava alojada ao mundo mágico. Diante das circunstancias, se recusava a acreditar que aquele pequeno menino se recusou a simplesmente lhe entregar o livro. Fato que chamou-lhe a atenção. Em um de seus momentos de alucinação, se deixou iludir que dentro daquele tão conhecido (por nome) livro havia sido depositado um bilhete de amor. E zaz imediatamente o ruivo achou que tendo em mãos esse bilhete inexistente poderia confirmar sua teoria perante Hermione, que em todos os momentos possíveis cuspia as palavras em sua cara Ele apenas nos admira!” cada corredor que virava sentia sua derrota amargar a boca. Por que diabo não encontrava aquele garoto que sempre estava nos lugares mais inoportunos?Se perguntava irritado, dando por fim sua busca inútil ao se encontrar com Luna que vinha toda saltitante pelo corredor, passando por ele apenas abanando uma das mãos. Concluiu que no mínimo, aquela garota sonhadora estava indo se encontrar com Neville e provavelmente estava atrasada, analisou após alguns segundos. - Ei, Harry!!! – chamou Rony ao ver o amigo se encaminhar pensativo. – Você viu o Maxilimilian por ai? - Hã! Quem? – respondeu Harry meio alheio. Rony ao ver a cara de atrapalhado do amigo prosseguiu. - O Max, Harry! Aquele projeto inacabado da grifinoria! – rosnou o ruivo tendo a compreensão do amigo - Não o vejo desde cedo. – respondeu com um meio sorriso, aquele ciúme estúpido que Rony tinha de Hermione estava começando a ficar irritante, mas, às vezes achava graça com a carranca que o amigo estampava na cara toda vez que tinha que mencionar o nome do pequeno menino de voz de desenho animado. - Aquele rapaz está me dando nos nervos! Você acredita que ele foi capaz de procurar por Hermione para entregar o livro que ela emprestou, mas, como ele não a encontrou se recusou entregar para mim! EU que sou NAMORADO dela. Você acredita nisso? Será que ele não sabe que mais cedo ou mais tarde eu vou por as mãos naquele bilhete? – Cuspiu a última frase se arrependendo logo em seguida ao ver o olhar questionador de Harry sobre si. - Bilhete? Do que é que você está falando? – perguntou Harry ficando preocupado com a possibilidade do amigo começar a ver coisas inexistentes. - Ah qual é cara!! Vai dizer que você acha que realmente isso é coisa da minha cabeça – disse Rony parando abruptamente encarando o amigo. - Rony, entenda uma coisa. O Max é um menino de 11 anos... 11 anos, você entendeu? -E DAÍ QUE ELE TEM 11 ANOS? Essa baboseira de falar que 11 anos é muito novo para saber o que é amor. A Gina descobriu o amor que sentia por você quando tinha essa idade e antes disso ela era apaixonada pelo herói que você era intitulado. Quem é que garante que com Max não esteja acontecendo à mesma coisa? – despejou as palavras em fúria sem nem ao menos se dar conta que continuava o caminho ao lado de Harry com vários quadros pedindo silencio ao redor. Harry, que andava tentando manter o controle da situação, não esperava que o amigo fosse citar o amor que Gina cultivava por ele desde muito nova e perante as palavras do amigo se revoltou, virando bruscamente e encurralando Rony na parede oposta com o antebraço prensando seu pescoço. E em um fôlego só disse - Escute aqui Ronald Weasley! Se Gina estava apaixonada por mim com 11 anos não vejo onde está a comparação! – vendo que o ruivo tentava argumentar forçou mais o braço impedido que o amigo murmurasse qualquer coisa dando espaço para ele próprio prosseguir. – Era uma criança de 11 anos apaixonada por uma CRIANÇA de 12 anos. Então... – soltou o ruivo que estava atordoado – Pára de ver coisas onde não existem! Não agüento ver duas pessoas que se amam discutindo por uma mera bobagem! -Bobagem nada! – retrucou Rony cabisbaixo. - Rony, por favor!! Hermione tem 17 anos e Max tem 11. Não venha comparar eu e Gina com eles. Estou cansado disso tudo. Vocês têm um ao outro e você está querendo por tudo a perder. Para de ver o que não existe! Nem provas que o garoto escreveu um bilhete você tem! – falou o eleito, passando as mãos pelos cabelos e voltando a caminhar. Rony vendo o amigo se distanciar correu para alcançá-lo. - Acho que vou acabar ficando louco! – Rony falou com um meio sorriso - Enquanto eu puder evitar não deixarei isso acontecer. – respondeu o eleito dando por fim aquela conversa, temeroso por saber que aquele ruivo ainda poderia aprontar alguma coisa por ciúmes.
Após as aulas normais do dia, Harry se encontrava eufórico. Afinal teria seu primeiro treino com Ryan, e segundo informações daqueles que já haviam tido aulas com ele, sabia que o professor era atencioso e de uma capacidade genuína. Gina e Luna haviam descoberto que Ryan, após terminar os estudos em Hogwarts, alguns anos depois se afastou de tudo e de todos alegando que um membro de sua família havia insultado sua capacidade perspicaz de compreender as pessoas. Por isso hoje em dia ele tentava manter uma certa distância de tudo que lhe fazia recordar o passado. Sempre tentando guardar suas opiniões pra si mesmo e nunca questionando os outros de índole duvidosa. As duas garotas também conseguiram descobrir que ele era muito amigo de McGonagall, fato que o deixou satisfeito, e que por alguma razão Ryan havia acatado o pedido de Minerva sem muita ressalva. Ali continha alguma coisa meio misteriosa, essa conclusão havia sido Gina que mencionara. Prosseguiu pelos jardins de Hogwarts em direção à sala de Trato de Criaturas Mágicas. No dia anterior, recebeu o aviso por McGonagall, que teria seu primeiro treino. O eleito pensava, em que tipo de feitiços ele aprenderia com o professor Smith. As lembranças de sua primeira conversa com o professor ainda se faziam presentes. Dentro de sua consciência, havia um pequeno bichinho que repetia que poderia confiar em Ryan, mas seu lado impulsivo dizia-lhe para manter “um pé atrás” com o misterioso professor. Quando se deu conta, estava em frente à porta e não precisou bater, pois esta se abriu e o professor apareceu sorridente e com os olhos brilhantes, que lembrava a Harry alguém conhecido, mas no momento o garoto não sabia dizer quem. - Entre Harry! – Disse o professor. O eleito entrou e pôde notar que a sala estava completamente diferente de sua visita anterior. Estava ampliada magicamente, um clima mais tranqüilo. No centro, apenas uma cadeira. - Boa tarde professor! – Saudou, recebendo apenas um aceno de cabeça como resposta. - Sente-se. – Pediu Smith, mostrando a cadeira. Harry sentiu-se um pouco desconfortável, mas obedeceu. Ryan colocou-se de frente para o moreno e começou a falar. - Começaremos nossas aulas com o principal, Harry. Vamos retomar suas aulas de oclumência. - Mas... Eu pensei que aprenderia feitiços mais avançados. –Respondeu amargamente, lembrando das péssimas aulas que tivera com Snape. - Não adianta saber todos os feitiços de defesa e ataque, se não aprender a defender sua mente, Harry. Sei que você não teve uma experiência muito boa com o professor Snape, mas isso não deve impedi-lo de aprender a fechar sua mente... Ou você prefere continuar a ter esse contato com Voldemort e deixar que novamente alguém próximo a você morra por causa disso? – Disse duramente. O eleito estava pasmo, como aquele homem sabia de tudo o que acontecera com ele? Das invasões de Voldemort em sua mente à morte de Sírius? Harry dirigiu ao professor um olhar ressentido e enraivecido. - Não me olhe assim Potter! Se deseja realmente proteger os que ama e evitar que uma fatalidade daquelas aconteça novamente, o primeiro passo é aprender a fechar sua mente. Harry, nos poucos momentos que refletiu, percebeu que o professor tinha razão. Não poderia deixar que o lorde Negro fizesse o que quisesse com sua mente... Apenas não estava disposto a sofrer ataques como os que sofrera quando Snape ministrava aquelas aulas. Registrou ainda que o professor o chamara de Potter pela primeira vez. - Não se preocupe, não atacarei sua mente diretamente. Vamos começar com algo bem simples. O moreno assentiu com a cabeça, enquanto Ryan continuou... - Primeiro feche os olhos Harry... Respire fundo... Concentre-se em esconder o que você não quer que seja visto... Esconda esses pensamentos em um lugar mais afastado de sua mente... Proteja essas lembranças. Enquanto fazia o que lhe era pedido, o eleito aos poucos ia se concentrando e a voz do professor era ouvida cada vez mais longe... Harry mal sentiu a presença do professor em sua mente. Ryan andava pela mente de Harry e pode perceber que o garoto tinha potencial. A fim de evitar maiores constrangimentos ao grifinório, saiu da mente. - Muito bom! Mas saiba que não forcei nenhum pensamento... Mas se prepare Harry, dessa vez não serei tão gentil... Em uma batalha você não terá todo esse tempo para esconder seus pensamentos, por isso deve tentar escondê-los com mais rapidez. Tudo bem? O eleito concordou e fez o máximo que pôde. Mas não foi bem sucedido, e logo o sonho que teve com uma certa ruiva desenrolava-se claramente... Com todas as forças que pode, conseguiu repelir o ataque do professor e conseguiu tirá-lo de sua mente. Sentiu-se corando diante da expressão divertida do professor. - Você não tem do que se envergonhar, Harry. É natural um jovem da sua idade ter pensamentos desse tipo com qualquer garota. – Disse Ryan. - Gina NÃO É QUALQUER GAROTA! Além disso, essas são lembranças íntimas – Respondeu entre os dentes... “como ele ousa falar assim da minha ruiva...”pensou. -Percebi isso Potter... Essa ruiva está presente em grande parte dos seus pensamentos. – Disse. – Mas lembre-se que Voldemort não quer saber se essas lembranças são íntimas ou não. Certamente ele usaria esse tipo de pensamento para torturar você. Aprenda com seus erros. A aula de hoje está encerrada, continue treinando antes de dormir, mandarei lhe avisar quando for nosso próximo encontro. O moreno saiu dali, mais vermelho que todos os Weasley’s juntos e seguiu para a sala precisa, onde ficara de encontrar Hermione e Rony para revisão de matérias.
Hermione, cansada pelo dia cheio que tivera, viu quando o pequeno Max se aproximou entregando o livro que havia emprestado. Em seguida o guardou em sua mochila, desejando boa noite ao menino que relatou estar com sono. Deixou a mochila de lado e resolveu dar uma olhada nos dormitórios dos novatos. Afinal andara recebendo reclamações de alguns alunos que diziam que os maiores sempre faziam brincadeiras de mau gosto prejudicando o desejo de permanecer na escola. Muitas diziam que queriam voltar pra casa e sempre com muita calma Hermione tentava dar um jeito, mas, naquele dia, por alguma razão desconhecida, resolveu verificar se os relatos eram verídicos. Para sua surpresa apreendeu um aluno do terceiro ano usando magia dependurando um amiguinho de Max. Revoltada por ver tal atitude, encaminhou o menino imediatamente para a sala da diretora onde provavelmente McGonagall, sendo severa, lhe aplicaria o melhor corretivo possível. Não que sentisse prazer em saber que um aluno receberia uma detenção, mas ela mesma e os amigos receberam vários e nem por isso se sentiram prejudicados, exceto pela sapa velha que tentou “dominar” Hogwarts. Desejando boa noite aos pequenos alunos do primeiro e segundo, ano voltou para a sala da Grifinoria onde pretendia descansar um pouco e aproveitar para namorar também. Mesmo estando exausta, sabia que com os beijos do ruivo sentiria o corpo relaxado. E foi com um sorriso sonhador que desceu as escadas para logo em seguida sentir um rubor de raiva dominar sua face ao ver quem estava com um de seus livros nas mãos. - Ronald! Quem autorizou você a mexer na minha bolsa? – Gritou indo a passos firmes em direção ao namorado. - Quero provar pra você que aquele “tampinha” anda tentando mandar bilhetes de amor para você. – disse Rony se esquivando da tentativa de Mione para arrancar o livro de suas mãos. - Esse seu ciúmes ainda vai acabar prejudicando nosso relacionamento – choramingou a garota tentando novamente em vão pegar o livro e foi em uma dessas tentativas que percebeu que aquele não era o livro que Max havia lhe entregue. O que estava nas mãos do rapaz era aquele ao qual vinha examinando minuciosamente dia após dia sem saber ao certo o que fazer. Rony lembrou-se da conversa que tivera com Harry e viu que realmente estava exagerando, mas de qualquer forma, já que estava com o livro em mãos, por que não dar uma olhadinha, só para não se dar por vencido? E foi com esse pensamento que folheou o livro e a cada pagina lançava um olhar inquietante para a namorada até que por fim ergueu as sobrancelhas a ponto de uni-las ao nível máximo e voltando o olhar para o livro começou a examinar minuciosamente a página que estava marcada. - Oras!! Pode olhar o que quiser nesse livro! Não vai conseguir entender nada mesmo! – tripudiou Hermione achando que o namorado estava vendo paginas e mais paginas em branco e foi com surpresa que ouviu palavras que a deixou atordoada por alguns minutos. - Os guardiões destinados a proteger a sétima filha? – meio atônito falou o ruivo revirando as paginas seguinte e voltando a pagina marcada, para logo em seguida ler o titulo Lendas e Mitos: Verdades ou Mentiras – Mas... O que significa isso Hermione??? -É... Hum... É um livro que mencionam sobre a sétima filha. – disse se sentindo uma idiota pela resposta, afinal isso ele já havia deduzido. - Qual a importância desse livro? Sendo que achar uma sétima filha é a coisa mais difícil no mundo. – falou Rony pensativo para logo em seguida completar – A Gina é a sé... – parou de falar e antes da namorada tentar argumentar algo saiu feito um raio e antes de sumir escada adentro se virou rubro como um pimentão. - Não venha atrás de mim! – Hermione arregalou os olhos já marejados e estacou antes mesmo de tentar dar o segundo passo em direção a escada que a levaria ao dormitório masculino. Dando-se por vencida e sentindo um aperto no peito, ficou sentada minutos ou quem sabe horas diante da lareira, até que resolveu subir ao seu dormitório para logo em seguida voltar para frente daquela tão aquecida lareira trazendo consigo uma coberta felpuda. Ficaria ali até que Rony voltasse. Ah! Sim. Ele apareceria, isso ela tinha certeza. Afinal ele ia querer explicações após ler algumas paginas daquele livro. Ao pensar nisso seu coração se encheu de ansiedade. No tempo que gastou lendo aquelas páginas, sabia com certeza que o livro escolhia quem pudesse ter o conhecimento que ele dispunha. E ao se dar conta que Rony pudera decifrar o que estava escrito, ficou incrédula. Jamais imaginou que o namorado era um dos inocentes. Estava bem claro na pagina 259, que o livro escolheria os “inocentes do segredo”, assim que examinou o livro a primeira vez e se deu conta de sua missão, tudo ficara claro. Quando recebeu aquele livro de um modo inusitado a pedido de Dumbledore, percebeu que o próprio não conseguia lê-lo. Resolvera passá-lo adiante, pedindo para que Dobby lhe entregasse caso viesse a falecer. Assim sendo, o elfo muito prestativo, alguns dias após o sepultamento do tão querido diretor apareceu diante de sua porta, tarde da noite, alegando que precisava entregar-lhe uma encomenda a pedido do ex-diretor. E a partir daquele dia ficou intrigada e fadada a descobrir com qual finalidade recebera aquele livro. Dumbledore não sabia, ou talvez até no fundo suspeitasse que ela fosse uma das inocentes. Mas, tinha certeza que Hermione Granger tentaria descobrir a finalidade do mesmo. E assim se ocuparia em busca dos “Inocentes do Segredo”. Deu-se conta que entre verdades e mentiras, mitos e crendices, havia muita coisa ali que deveria reconsiderar como verdadeiras. Essa certeza veio após o dia que Gina havia ficado furiosa com Harry por causa de um simples tapete que ela julgara ser de pele de leão. E nesse dia, a ruiva usou magia involuntária, arremessando todos os presentes na sala, para logo em seguida se tornar pálida e com uma leve tontura. Nesse dia, foi como se todas as fichas caíssem uma por uma indicando que precisava urgentemente olhar no livro. A questão foi que num primeiro momento, não se lembrava qual era o livro que mencionava algo parecido. E só percebeu qual era quando, revirando sua mala, percebeu que faltava um livro e imediatamente pediu para que sua mãe mandasse com urgência para o Largo Grimmald através de Tonks. Sabia que agora, mais do que nunca, ela e Rony teriam uma tarefa a cumprir e se sentia feliz de saber que poderia compartilhar tudo com seu namorado. Embora soubesse que estariam em uma enrascada. Afinal o que iriam fazer diante daquilo? Por que teriam que manter segredo? Está certo que informações erradas nos ouvidos de pessoas erradas poderia ser um caos total– pensou com amargura a garota. Deixando tais pensamentos de lado resolveu esperar, afinal sabia que mais cedo ou mais tarde Rony apareceria.
Harry, após a vergonha e irritação do primeiro treino com Ryan e o cansaço após as revisões com os amigos, resolveu andar pelo castelo, por fim indo parar no corujal. Percebeu que Edwiges não estava ali e ficou preocupado, depois reconsiderou ao ver a bela coruja voando tranquilamente em sua direção, percebendo que sua inseparável amiga tinha apenas saído para caçar, pois trazia algo no bico e julgou acertadamente ser um rato. A coruja, assim que o viu, fez manobras diversas se mostrando para o dono, antes de pousar diante dele, finalizando com duas piruetas e repousando no peitoril da escadaria. - Sua metida! – brincou Harry acariciando a coruja, que havia depositado seu alimento um pouco distante do dono. E logo viu sua branca coruja retomar sua refeição e subir a uma boa altura onde pousou e se alimentou. O eleito entendeu que Edwiges de certa forma sabia o quanto desagradável seria se alimentar ali perante ele e por isso resolveu se esquivar para saborear seu banquete. Após um bom tempo ali, percebeu que já tinha passado do horário de retornar, mas estava a fim de permanecer sozinho. Não que seus amigos não fossem bem vindos, mas sabia que aquele horário seria apenas para eles namorarem e também tinha o fato deles terem feito revisões de matérias que estavam tendo dificuldades, e como Hermione havia proposto ajudá-los, tinham passado um bom tempo juntos e agora sabia que o casal gostaria de ficar de namoricos e ele... Bem... Ele teria que se afogar em sonhos impossíveis com uma certa ruiva. Afastou tal pensamento por achar que estava começando a sentir seu monstro interior dar sinal de vida e desceu rumo ao salão da grifinoria, mas em determinado momento preferiu se cobrir com a capa de invisibilidade. Não saberia que explicação dar a qualquer um que lhe perguntasse o motivo de não ter comparecido ao salão principal para jantar. Não que tivesse feito algo de errado... Apenas que naquele dia, após treinar com Ryan, freqüentar aulas, fazer revisões com Mione e Rony, fora a pequena discussão com o amigo, tinha apenas preferido se isolar. Aproveitando que ainda havia alguns grifinorios prestes a entrar no salão, andou apressadamente se juntando a eles. Viu Hermione encolhida em um canto do sofá diante da lareira. Aguardou alguns minutos agradecendo a Deus por todos terem resolvido subir para seus quartos. Reparando que a amiga nem se deu conta que pelo menos meia dúzia de pessoas acabara de passar por ali, o mesmo, aconteceu com os alunos que pareciam nem ter notado a garota, ou se notaram preferiram ignorar e subir direto, já que ela sendo uma monitora poderia, repreender a todos por estarem fora até aquele horário. Ficou alguns instantes analisando a fisionomia da amiga e percebeu que alguma coisa estava errada. Calculou que o amigo deveria ter aprontado alguma e que Hermione preferia ficar algum tempo sozinha. -Imbecil!! - murmurou pra si mesmo se referindo a Rony, afinal acreditava piamente que o amigo provavelmente havia feito alguma cena de ciúme doentio, resultando naquele estado que se encontrava a amiga. Resolveu subir e conversar com o ruivo, mas antes mesmo de chegar à metade da escada viu um vulto passar por ele, fazendo com que sua capa esvoaçasse. - POR QUÊ? EU SÓ GOSTARIA DE SABER O PORQUÊ VOCÊ DE NUNCA TER MENCIONADO NADA SOBRE ESSE LIVRO PARA MIM? – berrou Rony, fazendo Harry estancar na escada percebendo que o amigo estava fora de si. – OU PARA O HARRY? VOCÊ TENCIONAVA CONTAR PELO MENOS PARA MIM? LÓGICO QUE NÃO... PRA QUE FALAR SOBRE LIVROS COM O TRASGO INSENSIVEL DO NAMORADO? HAAM...? Só me diga o porquê nunca ter mencionado nada para mim? – prosseguiu Rony com a voz mais controlada no final, vendo Hermione saltar em um pulo do sofá agitando a varinha usando o feitiço Abaffiato e impedindo que os outros alunos ouvissem a discussão. - Rony, eu não poderia ter falado nada sobre isso. – choramingou apontando para o livro que continuava nas mãos do garoto. - E posso pelo menos saber o motivo de você ter tomado a decisão de não poder confiar em mim? – perguntou com um tom de amargura na voz - Foi Dumbledore que deixou esse livro para que fosse entregue a mim se algo acontecesse a ele. – respondeu Hermione se aproximando do namorado. -MALDITO SEJA!!! – blasfemou Rony fazendo a namorada estremecer ao ver o livro sendo arremessando na parede fazendo com que quadros caíssem e outros ficassem dependurados. - Hei você! - Exclamou diante de uma figura que tentava se equilibrar em um dos quadros dependurado, prestes a cair – Vá chamar Dumbledore – sentenciou, analisando o que estaria em seu alcance para arremessar se caso houvesse uma negação do individuo. -Criança má educada! Não admito baderneiros nesse aposento!... Isso que dá passar anos sem comparecer nos quadros das salas comunais... Esses fedelhos acham que podem tudo... E eu não posso e nem vou sair à procura de Alvo.. Oras... Sabia desde o principio que ele não saberia por disciplina nos alunos... Sempre teve coração mole... E... – parou arregalando os olhos ao ver o ruivo com cor púrpura diante de seus olhos. -Ah... Você vai sim! Nem que pra isso eu passe a noite brincando de arremessar coisas na parede – bufou Rony se posicionando para fazer um novo arremesso tendo como alvo aquele único quadro que permanecia precariamente dependurado. Vendo que não teria escapatória, o habitante daquele antigo quadro saiu em disparada em busca do ex-diretor, culpando o mesmo pela falta de respeito do garoto. . – Por quê? – inconformado Rony se virou para Hermione que se mantinha assustada e estática olhando para o quadro vazio, tendo sua atenção desviada quando o ruivo prosseguiu - Só gostaria de saber o porquê! – Com um sentimento de mágoa começou a andar de um lado para outro, se sentido enganado. Harry, que até então se mantinha estático ainda na escada, não conseguia entender o motivo de ver o amigo tão furioso, e se adiantou em direção ao livro que permanecia em sua inércia. Se acomodando atrás do sofá, ainda usando a capa de invisibilidade, viu-o jogado e foi ali mesmo que resolveu analisar novamente o livro que dias antes ele próprio já havia dado uma olhada, quando a única coisa que viu fora era paginas e paginas em branco. Não compreendeu por que os amigos estavam brigando, afinal aquele material continuava intacto, tanto quanto da outra vez que o viu. Folhas em branco seguidas de mais folhas em branco. Franziu o cenho sem conseguir entender qual a razão do ex-diretor deixá-lo para Hermione. Ficou pensativo por alguns minutos até que chegou a conclusão que provavelmente, ou melhor... Com toda certeza, Dumbledore sabia que a única a desvendá-lo seria a garota mais esperta de Hogwarts, ou seja, sua amiga. Após essa conclusão ainda permaneceu pensativo... Afinal... Por que os amigos conseguiam ler o que continha ali e ele não? Pergunta que pairou em sua mente por alguns instantes, só se esquivando dessa pergunta ao sentir um calafrio ao se lembrar do diário que já fora um dia uma horcrux. Logo essa lembrança desapareceu ao ouvir a voz da amiga. -Não poderia comentar nada... Esse pedido estava explicito na mensagem que recebi junto com o livro. – cansada Hermione explicou. – Dumbledore pediu segredo. -Segredinhos de Dumbledore. – retrucou Rony com azedume. -Como já disse, Rony, foi um pedido que eu não poderia negar... Esse livro em mão erradas poderia ser uma catástrofe! Você não entende? Fomos por algum motivo escolhidos para proteger esse segredo... E isso deve ter um motivo – disse mais pra si mesma do que para o namorado – Não sou eu e nem você que vai sair gritando aos quatro cantos do castelo falando que o ex diretor confiou em mim uma missão. – falou se dando conta que o estimado diretor já se encontrava no quadro tentando se manter equilibrado. Hermione se encaminhou até ele e ajeitou o quadro. O velho e amado diretor assim que chegou lançou de imediato um olhar em direção onde se encontrava o eleito, que permanecia escondido com a capa. Após alguns segundos voltou o olhar para o casal de namorados que se encontravam diante dele. Sabia que por mais que tentasse explicar... Não seria ele que poderia dizer o significado de tudo, mas confiava na intuição daqueles dois jovens atordoados com a maneira como começaram a desenrolar o segredo. Poderia ele de alguma forma aliviar o carma que aqueles dois estariam fadados a carregar? Seria culpa ou negligencia dele próprio não ter conversado pessoalmente com a garota? Não... Sabia que não tinha culpa... A única que poderia carregar para a eternidade era o fato de não ter sido claro no bilhete que deixara com o livro. Como poderia dizer que ele próprio não conseguia ler o conteúdo? Só suposições de anos e anos que pela cara de seus pupilos sabia que estavam corretas... Lançando novamente um olhar por trás do sofá e respirando fundo resolveu que era hora de tentar explicar seja lá o que fosse para aquele rapaz, mas antes de tomar a palavra viu decepção brotarem dos lábios do ruivo. - Professor! Por que proibiu Hermione de me contar algo tão importante para mim? Acho que eu tinha o direito de saber... Não foi certo o que o senhor fez... Nem adianta me dizer que foi o erro de um velho.. Por que dessa ladainha já estou cheio. - desabafou com um suspiro. -Fico feliz em saber que você não gosta de ser passado pra trás... Mas nesse caso ninguém tinha a pretensão de esconder informações de você. O que você precisa entender é que existem coisas às quais algumas pessoas são destinadas. Não podemos simplesmente apontar para qualquer pessoa aleatoriamente escolhendo quem deve ou não saber. Existem segredos que não podem ser revelados, e nesse perfil se encaixam perfeitamente ambos. Eu desconheço a maior parte do conteúdo desse livro. Entenda... – gesticulou antes que Rony tomasse a palavra. – Quando deixei esse material para a senhorita Granger, a minha única intenção era que, com a sabedoria dela, conseguíssemos descobrir quem seriam as duas pessoas destinadas a ele. E qual não foi minha surpresa? – esperou alguns minutos percebendo o trio digerir o que foi dito. – Essa garota à qual eu depositei minhas esperanças em descobrir quem eram os... Digamos... Herdeiros do livro... – olhando atentamente para a garota que ficara rubra por ouvir o ex-diretor falando de sua sabedoria prosseguiu. - Ela própria era uma das herdeiras... E por intuição suspeitei que você, Ronald, fosse o outro. Entenda, pois é muito importante que você entenda isto. Esse livro só pode ser lido por duas pessoas que foram destinadas a serem os “guardiões do segredo”. Bom? Isso é ótimo... Mas devo alertá-los que ser o guardião requer sigilo... Não se pode sair contando sobre isso. É segredo e vocês vão ter que saber lidar com isso. – Completou ao lançar uma ultima olhada para Harry que sentiu o rosto ruborizar ao perceber que o ex-diretor notara sua presença. Rony, após digerir palavra por palavra se envergonhou pela atitude tomada anteriormente, não restando nada além do que pedir desculpas ao antigo diretor. Dumbledore o desculpou, não antes de dizer ao ruivo que ele era um grande homem, mas que precisava se controlar mais antes de estourar sem nem ao menos saber o motivo que levou a namorada a omitir o segredo. Por fim bocejou alegando que quando foi chamado estava repousando e se despediu, sumindo logo em seguida. Hermione, que se mantinha parada e quieta, apenas lançou um olhar ao ruivo e se retirou. O eleito percebendo que a amiga se aproximava, largou de imediato o livro no chão. E logo viu nitidamente a amiga com um olhar vago pegando o livro e saindo em passos lentos. -Boa Noite! – desejou ao ruivo com a voz ressentida -Noite!. – Respondeu Rony compreendendo que o melhor que poderia fazer era deixar a namorada em paz. -Você vai permanecer a noite toda sentado no chão? – perguntou o ruivo sentando no sofá. A perplexidade não poderia ser maior no eleito. Como Rony poderia saber que ele permanecera o tempo todo atrás do sofá escondido com a capa? Se odiou por ter permanecido ali presenciando a discussão dos amigos e a conversa de Dumbledore com ele. Se envergonhando pela atitude impensada se levantou puxando a capa. - Qual é cara!! Após anos de convivência acha mesmo que eu nunca perceberia sua presença? -Mas como... Como... percebeu minha presença? – perguntou o eleito envergonhado. -Oras... Nunca estive com você embaixo da capa diante de Dumbledore? Realmente não tinha como perceber a maneira que ele olhava pra você mesmo omitido pela capa, não é? – respondeu sarcasticamente, fazendo que o entendimento penetrasse na mente de Harry. Os dois amigos sentaram lado a lado e por alguma razão, Harry sabia que não adiantaria fazer perguntas naquele momento. Entendeu que fosse lá o que tinha lido o amigo naquele livro, não era algo que poderia sair contando, mesmo para ele, seu melhor amigo. E como não entenderia? Ele próprio muitas vezes passava dias guardando segredos, muitas vezes por orientação do próprio Dumbledore. E nunca quebrara a promessa ou se arrependera disso. Por que o amigo deveria abrir o jogo com ele? Compreendera perfeitamente que Hermione e Rony tinham algo importante em mãos e sabia que aquele não era o momento adequado para saber. - Estou com fome! – disse o eleito sem se dar conta ao certo do que falar para quebrar o gelo que permanecia entre os dois. - Hum... Você falou a palavra certa no momento certíssimo. Nada melhor do que encher a barriga para aliviar a tensão. O eleito percebeu que o amigo estava mais calmo e sem pestanejar se levantou, seguido do amigo, e usando a inseparável capa, foram rumo à cozinha, onde se alimentaram em companhia de Dobby, para logo em seguida voltarem rindo para seus aposentos, sem momento algum comentar nada sobre o livro Lendas e Mitos: Verdades ou Mentiras.
Cláudio Souza: Obrigada por ser meu beta temporário. E por sempre tentar me ajudar.. Valeuuuu... Hihihi Scheil@ Potter: Obrigada por me ensinar a hospedar as musicas (já estava na hora de aprender, não é?) e arranjar um tempinho para me ajudar com a fic, e fique tranqüila por que você é e sempre será minha betinha querida... Hihihi... (pode comemorar por ter se livrado do fardo (por enquanto)) N/A 1: Não vou pedir perdão pela demora por que de nada adiantaria. Sei como é horrível acompanhar fics que demoram meses a ser atualizadas. Muito menos vou prometer que o próximo capítulo vai vir rápido. Tenho compromissos com todos vocês que reservam algum tempinho para ler minha fic e seria injusto eu dar a data prevista para a próxima postagem e não poder cumprir. Farei o possível para postar o quanto antes. Quem sabe ele venha antes do que possamos imaginar né? Só peço para não desistirem da fic. Ela não tem culpa de ter como autora uma pessoa enrolado. (*fazendo cara de vitima*)... Beijos a todos e até a próxima. N/A 2:Ah... Todos devem estar se perguntando cadê a festa de Slug, certo? Pois é.. Era pra ser nesse capítulo, mas não deu certo.. Então o próximo posso garantir que vai ter festa... Ebaaaaaaaaa... Vamos tomar cerveja amanteigada... Whisky de fogo... (*Ei... vocês menores de 18 anos.. Podem ir tirando esse sorrisinho bobo do rosto, por que “Whisky de fogo” não será liberado para vocês.. E não adianta fazer cara de choro... Humf*).. Brincadeirinha meus amores... Música do Capítulo: Last Nite Cantor: The Strokes
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