Duas mortes e uma perda
Godric’s Hollow. Número 1. Gritos abafados de horror ecoavam na casa dos Potter. O desespero de uma mulher era transparente como água. Baques de porta, pessoas correndo:
- Não! Por favor, não mate o garoto. Escolha a nós e não às duas coisas. – era a voz de um homem.
- Saia da minha frente, Tiago! Eu não hesitarei em lhe matar. Você sabe disso.
- Eu sei, Tom. Mas não precisa matar o garoto.
- Preciso, sim. A profecia diz tudo. Nunca fui enganado pela professora Trelawney e muito menos pelos meus seguidores.
Tom parecia farto, com sua capa preta, que o cobria dos pés à cabeça, deixando somente a parte da frente aberta. Nela, Tiago focalizou o broche de uma cobra. A cobra de Salazar Slytherin. Voldemort estava mais vivo do que nunca.
Tiago acreditava em tudo o que via. Agora chegaria a sua hora de morrer. Não havia mais hesitação na face de Iam Lord Voldemort.
- Tom, e se a profecia...
- Não adianta, Tiago! Você é muito teimoso. Avada Kedavra!
Um jato de luz verde atravessou o corpo de Tiago, que nem, sequer, gritara.
Voldemort, que estava do lado esquerdo de Tiago, passou por cima de seu corpo, sem nenhum nojo e dirigiu-se ao quarto ao lado. O quarto de Harry Potter. Onde Lílian e Harry situavam-se no momento. Era um quarto com muitos enfeites infantis.
Ao entrar, Voldemort praticamente perdeu os sentidos. Estava prestes a cumprir a profecia. Deu passadas largas até Lílian e começou a falar:
- Dê-me o garoto e pouparei-lhe da morte.
Lílian se recusou pegando o bebê, que estava no berço, no colo.
- Você não pode matar o garoto, Tom. Não pode.
- O que me impediria? Uma sangue-ruim feito você? Lily, saia do caminho e não morrerás.
- Mate a mim, menos ao garoto. Poupe mais uma vida.
- Eu não sou do tipo de Bruxo das Trevas que poupa vidas para ser mais forte e poderoso.
- Lembra-se do que eu te disse há seis anos atrás, Tom.
- SAIA DO CAMINHO, LÍLIAN!
Lílian se recusou novamente e Voldemort, ainda hesitando em fazer algo que pudesse tirar a vida dela:
- Avada Kedavra!
O grito de horror de Lílian dera-se para escutar a metros de distância. Ainda segurando o bebê e com o jato de luz verde atravessando-a, Lílian, espatifou-se no chão como pedra.
Voldemort olhou arrependido, pegou o bebê, colocou-o no berço e disse para ele:
- Não... Você não está a salvo, garoto Potter. Me sentiria um caco se o matasse nas mãos de sua mãe. Sei como é ser abandonado. Sei como é ser rejeitado. Sei como é ser tirado das mãos da mãe. Mas... Tenho que cumprir a profecia, garoto. Desculpe-me! Avada Kedavra!
Algo de extraordinário acontecera naquela noite. Algo que poderia deixar uma marca para sempre em Voldemort e em Harry. A marca da dor. E talvez a marca da morte. Harry não havia morrido. Ele foi o menino que sobreviveu. Voldemort havia caído ao chão. O feitiço voltara-se contra o feiticeiro.
Tom sentia se fraco, enquanto o garoto que estava no berço, ria, com sua nova cicatriz em forma de raio. Uma cicatriz que mudou a vida de Lord Voldemort. Ele levantou com muita dificuldade, procurou sua varinha, mas não a encontrou. No mesmo instante, ouviu vozes que vinham do quintal dos fundos:
- O plano correu muito bem. Ele não tem mais como fazer mal ao garoto sem sua varinha. Não pode matá-lo sem ela.
- Obrigado, Ranhoso. Seus serviços foram espetaculares.
- Vamos, Fênix. Ele deve estar acordando neste mesmo instante.
Enquanto isso, Voldemort corria mais do que podia para alcançar as vozes. Mas não pôde fazê-lo. Olhou para o quintal e só visualizou três vultos aparatando.
CRAQUE! CRAQUE!
E depois, mais um craque.
Voldemort olhou para trás para recuar e voltar, mas, acabou ferindo-se mais uma vez. Régulo Black, um dos seus Comensais da Morte estava a sua espreita, com a face de como quem não estava gostando nada da brincadeira de Voldemort.
- Avada Kedavra!
E mais um vez, Voldemort caiu. Só que desta vez, estava realmente morto.
No mesmo instante, Tom acordara de um grande sonho.
No mesmo instante, Harry acordara de um grande sonho.
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