A Saída



–Você já contou para a Gina?
–Já. Ela ficou meio desapontada por você ter terminado com ela pra ficar comigo.
–Ah... – disse, aliviado – fiquei com medo da reação dela... você sabe, ela podia ficar triste, se isolando.
–É verdade. Mas acho que ela até reagiu bem.
A idéia de Harry Potter estar namorando Hermione Granger deixou Gina triste, querendo vingança, já que ele terminara com ela por segurança. Mais tarde, naquele dia, Harry finalmente ficou sozinho. Gina foi até ele.
–Harry!
–Oi, Gina.
–Você não tinha terminado comigo por um motivo besta e nobre?
–É... – disse Harry, sem entender.
–Então por que você está namorando Hermione?
–Bom... é que... – Harry pensava em um motivo - Hermione vai se arriscar... na missão que Dumbledore me deu.
–E qual é?
–Gina, eu... não posso falar sobre isso.
–Tem alguma coisa a ver com Você-Sabe-Quem, não é?
Harry concordou com a cabeça.
–Então eu deveria ir junto com vocês – conclui Gina – Afinal, eu já fui possuída por ele.
–Gina, eu deveria ir sozinho. Mas Rony e Hermione não me deixam.
–Ah, então você nem resiste se Hermione quiser ir com você, não é?
–Ela é mais velha e é minha melhor amiga, é mais experiente e conhece mais feitiços.
–Só por isso? – Gina começava a ficar irritada – Se for assim, é só eu começar a ler alguns livros e vou com você, está bem?
–Gina, eu não posso deixar que você vá. E nós vamos partir em pouco tempo.
Gina fica muito vermelha, mas em seguida vai para o quintal, se juntar aos outros. Rony entra na cozinha.
–Por que Gina estava tão vermelha?
–Ela perguntou por que eu terminei com ela e agora estou com a Mione. E ainda disse que queria ir com a gente procurar as outras Horcruxes. – segue um silêncio, até que Harry fala – Preciso falar com você e Mione. Agora.
–Tudo bem, cara. Vou chamá-la.
Cinco minutos depois, Rony volta com Hermione.
–O que foi, Harry? – pergunta a garota, desconfiada.
–Vocês têm certeza de que querem ir comigo procurar as Horcruxes?
–Pode contar comigo, cara. – disse Rony
–Eu também vou.
–Ótimo. Não vamos voltar à Hogwarts este ano. Vamos partir de madrugada. Primeiro vamos para Godric’s Hollow. Depois iremos atrás das Horcruxes.
–Harry... como é que você vai encontrar as Horcruxes? – perguntou Rony.
–Dumbledore me mostrou o suficiente para saber onde posso encontrar as restantes.
–Como vamos passar por todo mundo sem sermos vistos?
–Temos a capa da invisibilidade.
–Harry, Moody consegue nos ver debaixo da capa. – disse Hermione.
–É verdade... então teremos que aparatar.
–Não, não podemos!
–Mas por quê?
–Até agora nós não sabemos... meu pai disse que iria contar quando fosse a hora certa.
–Mas não pode ser alguma coisa muito ruim, não é? O que pode acontecer se aparatarmos?
–Harry, se todos estão dizendo que não se pode aparatar, não devemos!
–Então, vamos usar o pó de flu! – concluiu Rony.
–Não, também não podemos. A rede do Flu está sendo monitorada desde que os comensais vieram para cá.
Segui-se um longo silêncio e Harry agora começava a ficar irritado. Tinha que deixar logo a Toca, mas não tinha idéia de como fazer isso. Pensou muito até que escutou uma voz atrás dele.
–Sem saída, Harry? – era Dumbledore, mas agora em um quadro.
–Professor... não tenho idéia de como sair daqui sem sermos vistos. Moody pode nos ver mesmo usando a capa, a rede do Flu está monitorada e não podemos apara... professor, será que o senhor sabe por quê não podemos aparatar?
–Sim, eu sei.
–Poderia nos dizer?
–É, acho que não faz mal contar a vocês... – disse Dumbledore, abrindo um pequeno sorriso. – Bem, Harry... receio que você saiba da história publicada pelo Profeta Diário, a história dos Quatro Herdeiros.
–Sei. O senhor faz idéia de quem seja? – perguntou Harry, com um pouco de medo da possível resposta.
–Não, não faço a menor idéia, tirando Voldemort – Rony tremeu e fez uma careta ao escutar esse nome – Sr. Weasley, precisa se acostumar com esse nome, afinal, você vai junto com Harry, não?
–É, mas é que estou acostumado.
–Bom, o motivo para o qual vocês não podem aparatar é que Voldemort e seus seguidores conseguem detectar qualquer um que aparatar ou desaparatar em qualquer lugar do mundo.
–Mas professor... – começou Harry, mas foi interrompido por Dumbledore.
–Você não pôde aparatar da casa de seus tios até aqui porque os Comensais da Morte descobririam, e viriam diretamente para cá. Harry, Harry... você será uma presa fácil. Pelo menos enquanto não treinar Oclumência. Voldemort saberá todos os seus movimentos antes mesmo de você os fazer. Tenho que lhe pedir mais uma vez, dedique parte do seu tempo para estudar Oclumência.
Ao terminar sua frase, os três garotos escutam passos vindo do corredor. A Sra. Weasley surge, parecendo cansada.
–Harry, Hermione, Rony... o quê estão fazendo em frente à um quadro vazio?
–Vazio...? – os três se viram para encarar o quadro, e vêem que Dumbledore não está mais ali.
–Nada, mãe – mente Rony – Vamos subir, jogar Xadrez de Bruxo?
Harry, Rony e Hermione sobem juntos, e ao chegar no quarto fecham a porta para não serem escutados.
–Harry, Dumbledore tem razão. Você tem que estudar Oclumência. – disse Hermione.
–Com quem? Vocês não sabem usar Legilimência.
–Peça ao Moody, Lupin ou Tonks! – sugeriu Hermione.
–Não posso! Eles vão perguntar por que, e Dumbledore queria que eu destruísse as Horcruxes sozinho.
–Diga que você quer se proteger contra futuros ataques de Voldemort.
–Não. Se eles lerem minha mente, vão saber tudo sobre o que eu e Dumbledore conversamos...
–Temos que pensar em alguma coisa... Ei! – Rony acabara de ter uma idéia. – Será que Dumbledore não pode treinar você através do quadro? Quero dizer, ele está com a varinha dele, não está?
–Pode ser... isso é possível, Mione? – perguntou Harry, animando-se.
–Eu não... não sei dizer... não li nada sobre isso em algum livro.
–Então vamos descer quando todo mundo for dormir. – disse Harry decidido. – Se tivermos sorte, Dumbledore estará lá.
À uma hora da manhã, Harry tira a capa da invisibilidade do malão:
–Pra quê a capa, cara? – pergunta Rony.
–Alguém pode descer enquanto estivermos lá. É só uma precaução. – os três entram debaixo da capa – Vamos.
Eles vão o mais silenciosamente o possível, tomando todo o cuidado para não fazer barulho algum. O único barulho é o dos passos. Eles chegam à sala e quando tiram a capa, se deparam com um quadro vazio.
–Eh... Professor? – pergunta Harry, torcendo para que Dumbledore apareça. Alguns minutos se passam, e Harry desiste. – Vamos... ele não está aqui.
Os três se voltam para a escada quando escutam uma voz já conhecida:
–Harry?
–Professor! – diz Harry, quase explodindo de alívio ao ver Dumbledore ali. – Bom... nós andamos pensando sobre o que o senhor disse sobre Oclumência... bem, é que não tenho como estudar Oclumência sem ter alguém tentando invadir minha mente... e sabe, como tudo o que o senhor me mostrou é secreto, não podia pedir para alguém usar legilimência contra mim... então estive pensando se teria algum modo de o senhor me treinar através do quadro...
O ex-diretor estudou Harry por alguns segundos quando disse:
–Por favor, não saiam daqui. Tenho que ver uma coisa no meu outro quadro. – e foi embora. Harry ficou sem entender o que teria de mais importante do que estudar Oclumência naquele momento. Cinco minutos mais tarde, Dumbledore volta. – É, Harry... acho que posso tentar. Quero que esvazie sua mente. Preparado? – o ex-diretor olhou para um canto vazio e voltou o olhar para os três – 1... 2...3...agora.
Harry estava revivendo algumas partes do que já passara nesse ano. Chegara agora a casa dos Dursley e tocava a campainha. Agora revivia seu pesadelo com Voldemort. Ali estava o Sr. Weasley, preparado para levar Harry para A Toca. E ali estava Hermione, se aproximando cada vez mais até que Harry se lembrou como impedira Snape de ver seus pensamentos mais pessoais. E logo estava de volta à sala d’A Toca.
–Muito bem, Harry. Esvazie a mente antes de qualquer duelo. Está decidido a se dedicar o máximo possível a Oclumência?
–Sim, senhor.
–Ótimo. Então vamos tentar de novo. Tente não deixar nem ao menos que eu tenha acesso a um único pensamento seu.
Harry se esforçou para deixar sua mente vazia, tentou não pensar em nada naquele momento.
–Preparado? – Dumbledore olhou novamente para um canto vazio. – um... dois... Três... Agora.
Ali estava Harry mais uma vez na casa dos Dursley. Tocou a campainha, mas em vez de ver seu Tio Valter na porta, tudo ficou branco e mais uma vez estava n’A Toca.
–Muito bem, Harry! É assim que você sempre tem que fazer. Feche sua mente, não deixe ninguém ter acesso à ela.
–Certo... vou tentar fazer isso daqui para frente, senhor.
–Ótimo. Mais uma vez? – o garoto concordou com a cabeça – Muito bem. Prepare-se. Um... dois... três... agora.
Harry ficou muito concentrado para deixou sua mente em branco naquele momento, não pensou em nada, só em esvaziar sua mente. E não soube o que aconteceu, pois não tinham saído d’A Toca.
–O... o quê aconteceu, professor?
–O que eu estava esperando. Você não me deixa acessar sua mente.
–O... o senhor... não conseguiu?
–Não, Harry. Porém – acrescentou -, ainda não é o suficiente. Você tem que fechar sua mente o tempo inteiro. Por exemplo, posso acessar sua mente agora, que seria a coisa mais fácil do mundo. Voldemort pode querer enganar você outra vez, como sabemos que fez dois anos atrás. Vamos treinar até amanhecer, tudo bem?
–Sim, senhor.
Então, ao amanhecer, Dumbledore pede que Harry pare.
–Já chega. Treinamos o suficiente. Agora, quero que os três descansem. Sugiro que partam hoje de madrugada.
–Mas professor... como sairemos sem sermos vistos?
–Às duas horas da manhã, na janela do quarto do Sr. Weasley.
–Mas como...? – mas naquele momento, Dumbledore vai embora.
–Harry? Rony? Hermione? O que fazem aqui embaixo tão cedo?
–Não... conseguimos dormir, Sra. Weasley... – mentiu Hermione.
–É... vamos dormir agora, mãe.
–Tudo bem... querem que eu acorde vocês mais tarde?
–Não precisa... eu acordo os dois mais tarde, Sra. Weasley. – disse Mione.
–Vamos subir... estou cansado.
Os dois garotos vão para o quarto de Rony, enquanto Hermione vai para o quarto de Gina.
–Por que será que Dumbledore mandou nós irmos até a janela? Será que ele vai mandar alguém nos buscar?
–Duvido... quem quer que fosse seria visto pelo Moody, Tonks, ou algum outro.
–É verdade. Bom... vamos dormir.
Harry e Rony caem no sono, e passados alguns segundos (pelo menos para Harry), Hermione o acorda.
–Harry! Harry! Acorda! Vamos, Harry...
Harry finalmente acorda e dá um beijinho em Hermione, que agora tentava acordar Rony.
–Rony! Rony! Acorda! Acorda, Rony! Rony! Acorda... ele não quer acordar... alguma idéia?
–Tenho... uma. – falou o garoto, esboçando um sorriso.
–Qual?
–Levicorpus! – Rony fica pendurado no ar e grita, como se alguma coisa o puxasse pelo calcanhar.
–Caramba, Harry! Você não pode só me balançar?
–Você não queria acordar.
–Tá, tá bom! Pode me soltar agora?
–Liberacorpus!
Rony cai no chão, esfrega a cabeça batida e pergunta:
–Que horas são?
–Uma e meia.
–Vamos descer... perguntar para o Dumbledore o que vamos fazer.
Os três descem, mas quando chegam na sala, Dumbledore não está lá.
–E agora, o que vamos fazer?
–O que Dumbledore pediu para fazer. Harry, temos que ir até a janela do quarto do Rony.
–Então vamos, cara. – então os três sobem de volta ao quarto de Rony, onde esperam até às duas horas.
–Que horas são?
–Duas horas. Vamos abrir a janela. – Hermione abre a janela, mas não vêem nada.
–Será que alguém vem buscar a gente?
–Não sei. Mas ele disse para esperarmos aqui.
–Ei... o que é aquilo? – pergunta Rony, surpreso.
–O quê?
–Aquilo ali, voando...
–Não pode ser o que eu estou pensando!
–O que? Harry, você sabe quem é? – perguntou Hermione desconfiada.
–Sei! É Fawkes!

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