Capítulo Unico
Ela, a sonserina fria e arrogante. Ele, o grifinório bobo e infantil. Saíam escondidos havia dois meses, desde a decepção do Baile de Inverno daquele ano letivo, onde se conheceram melhor. Passavam todas as noites juntos: fosse nos jardins de Hogwarts, fosse na Sala Precisa.
- Ron? – ela chamou baixo.
- Fala. – ele respondeu, um pouco sonolento.
- Você já amou alguém de verdade? – perguntou ela em resposta, como se perguntasse se ele havia tomado café àquela manhã.
- Acho que não. – disse, indiferente. – Por quê?
- Curiosidade. – respondeu ela, também indiferente.
Alguns minutos passaram-se em silêncio, que era perturbado apenas pelos ruídos do colchão em movimento graças ao ‘pequeno’ tamanho de Ron.
- Ron? – chamou novamente, um pouco envergonhada.
- Fala, Pan. – ele respondeu pacientemente, pouco mais sonolento que antes.
- Você sabe como é amar? – perguntou pausadamente, observando o abajur ao lado da cama.
- As pessoas dizem que amar é bom. – começou o ruivo esfregando os olhos. – As pessoas costumam acreditar que o amor pode quebrar todas as barreiras, mudar o mundo. Elas dizem que quando se ama, não se importa consigo mesmo. O que mais importa é o bem-estar da pessoa amada e se ela estiver feliz você também ficará.
- Só isso? – ela insistiu.
- Também dizem que se o coração bater mais forte, se os olhinhos brilharem e você ficar sem ar quando alguém está por perto, é o amor. – ele sorriu brincalhão com o pensamento, esfregando os olhos mais uma vez. – Mais alguma coisa?
- Não. – respondeu calmamente.
- Boa noite então, Pan.
- Boa noite, Ron.
Mais alguns minutos se passaram, no silêncio total. Aparentemente Ron havia encontrado a posição certa para pegar no sono, já que seus olhos estavam tão pesados que não conseguia mais os segurar abertos. Pansy ainda continuava acordada, observando alguma coisa além do teto.
- Ron? – ela chamou baixinho mais uma vez, receando que o ruivo já estivesse dormindo.
- Fala, Pan. – ele respondeu alguns segundos depois, como se tivesse tomado o tempo da resposta para despertar levemente.
- Eu acho que eu amo você. – disse sorrindo e, aninhando-se no peito desnudo de Ron, dormiu como um anjo.
Ron sorriu com o que ouvira, tirando uma mecha que cobria os olhos levemente fechados da loira. A observou por alguns segundos e seu sorriso alargou-se com o que passara pela sua cabeça.
- Acho que eu também amo você. – disse ele baixinho e, com os braços em volta dela, pegou no sono.
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