Partida
Capítulo 17 – Partida
-Excelente Harry! – disse Dumbledore animado. – Você conseguiu me bloquear novamente, e dessa vez você foi mais rápido. Imagino que poderemos começar logo como a Legilimência, e depois, talvez, algo mais difícil. – completou ele olhando para Guilherme que levantara o olhar para ele, surpreso.
Harry sentiu que estava corando por causa do elogio, embora sentisse que o merecia depois de tanto trabalho com a Oclumência. Com os sucessivos incentivos de Hermione, Rony, e agora, Dumbledore, Harry se viu obrigado a treinar todas as noites e, para sua surpresa, Oclumência se tornara cada vez mais fácil depois de pegar o jeito. Talvez por sorte de Harry, a sala estava praticamente vazia, de modo que quase ninguém o viu corar. Nela estavam apenas Harry e Dumbledore tendo uma aula de Oclumência, e Guilherme lendo um livro a um canto da sala. Rony e Hermione haviam ido comprar os materiais escolares no Beco Diagonal junto com a Sra. Weasley. Faltando uma semana para o inicio do novo ano letivo, finalmente, as cartas de Hogwarts e as listas de materiais chegaram, juntamente com os resultados dos NOMs.
Para a surpresa de Harry, ele passou em quase tudo, exceto História da Magia, Astronomia e Adivinhação. Também não fora bem em Poções, mas com as aulas extras que Snape estava lecionando a Harry e os outros, ele conseguiu uma vaga na aula de Poções Avançadas do 6º ano.
Para a surpresa de todos, Rony também fora muito bem em seus exames, para seus padrões, sendo reprovado apenas em Poções e Adivinhação. Hermione para variar, tirara nota máxima em todas as matérias, exceto Runas Antigas, exame em que ela cometera um pequeno erro.
Harry estava contando os dias para regressar a Hogwarts. Embora todos na Ordem o tratassem muito bem, sabia que só se sentiria em casa em Hogwarts.
***
No dia anterior ao retorno à Escola, Harry estava fazendo suas malas quando foi interrompido por Gina.
-O Professor Dumbledore quer dar uma palavrinha com você. – disse ela.
Harry desceu rapidamente para encontrar Dumbledore o esperando ao pé da escada com Guilherme.
-Ah... Que bom que você veio rápido Harry. Tem algo que eu queria falar com você. – disse ele calmamente.
-Hum... OK. – respondeu sem saber o que dizer.
-Bem, você está ciente de que Guilherme faz parte da Ordem agora, não é? – começou ele.
-Claro. – respondeu monossílabo.
-Gostaria de lhe avisar que o Guilherme será sua guarda em Hogwarts, Harry. Ficará com você e lhe protegerá o tempo inteiro. – disse calmamente. – Estive pensando em várias maneiras de lhe proteger em Hogwarts, e embora a Escola esteja com inúmeros feitiços defensivos, você sem dúvida é a pessoa que mais corre perigo dentro daquelas paredes, e como não posso colocar membros da Ordem lhe seguindo por Hogwarts inteira, mesmo disfarçados Harry, esse foi o melhor meio que encontrei.
-O quê? – perguntou Harry atônito. – Guarda?
-Sim. Guarda. Como você tem uma certa atração por confusões, se me permite dizer... – disse Dumbledore sorrindo, com os olhos cintilando. – E com os históricos que temos de professores querendo lhe atacar, achei que seria o mais sensato a fazer.
Harry ficou de boca aberta diante da situação enquanto Guilherme balançava a cabeça concordando.
-Sinto muito Harry, mas a sua segurança é um dos objetivos principais da Ordem no momento. – disse Guilherme.
-Era só isso o que eu tinha a dizer Harry. – disse Dumbledore calmamente. – Pode terminar de fazer suas malas. – e depois de dizer isso, caminhou calmamente para a cozinha da Ordem.
***
Logo após Harry chegar em seu quarto, se jogou com força em cima da cama, bufando. Sabia que agora não teria um momento de paz, nem mesmo em Hogwarts. Teoricamente seria seguido a todos os lugares, embora Harry tivesse a esperança de que Guilherme não soubesse de sua Capa da Invisibilidade. Se animando com esse pensamento, se colocou de pé e recomeçou a arrumar a mala.
Segundos após recomeçar, a porta se abriu com estardalhaço e Rony entrou carregando diversos embrulhos.
-Ei Harry... – disse ele, ofegante. – Aqui estão seus novos materiais. – e lhe estendeu uma porção de embrulhos.
-Ah... Obrigado Rony. – agradeceu o amigo. – Como foram as compras?
-Foram bem legais. Pena que você não pôde ir. – lamentou Rony. – Fomos conhecer a loja de Fred e Jorge. É incrível. Te trouxe algumas coisas de lá. – disse apontando uns embrulhos coloridos. – A loja está demais, você precisa ir conhecer.
-É. Quem sabe um dia desses. – disse Harry desanimado, imaginando que também seria seguido até lá.
A porta se abriu novamente e por ela entrou Hermione. Só então Harry pôde ver como ela estava linda.
-Ah... Olá Harry. – disse ela alegremente.
-Oi Mione. – respondeu sem graça por achá-la tão linda.
-Te trouxe uma coisa do Beco Diagonal. – disse ela entendendo um grande embrulho retangular.
-Ah... Obrigado. – disse sem jeito, mas já imaginando que seria um daqueles enormes e chatos livros que Hermione adorava.
-Por nada. – disse ela contente
Quando desembrulhou, sentiu um sorriso enorme se abrir em seu rosto. Eram dois livros, o da frente que encobria o que estava atrás era intitulado em letras douradas “A História do Quadribol e seus Jogos Inesquecíveis” e o segundo fez Harry erguer a sobrancelha para Hermione, estranhando o livro “História Contemporânea e os Mais Temidos Bruxos das Trevas”.
-O primeiro livro, obviamente, é sobre Quadribol; e o segundo é sobre os mais terríveis bruxos das trevas que já existiram, inclusive Slytherin e Voldemort. – disse ela. – Nesse livro, eles citam a Ordem, Dumbledore, seus pais... e você Harry. Achei que iria gostar. – terminou timidamente.
-Eu gostei Hermione. Gostei muito mesmo. – disse ele indo dar um abraço na amiga. Quando se abraçaram, ele pôde sentir o perfume que emanava do cabelo e do pescoço dela, pôde sentir o calor do corpo dela. Essa sensação lhe deu um estranho frio na espinha, e sentiu seu coração bater mais rápido.
Ao se separarem, ela disse mais animada e corada:
-Que bom. É que como eu não havia lhe dado um presente de aniversário...
-Não precisava disso Mione. – murmurou Harry.
-É claro que precisava Harry. Não podia deixar de presentear um dos meus melhores amigos em seu aniversário.
-Isso não tem importância... – começou Harry.
-Claro que tem importância Harry. Você é muito importante para mim. – disse ela, corando quando ele a olhou nos olhos.
***
No dia seguinte, Harry acordou mais cedo do que esperava ou desejava. Eram basicamente 06h30min da manhã, e Harry, apesar de tentar, não conseguiu voltar a dormir. Se levantou ligeiramente aborrecido, e foi ao banheiro. Quando saiu, se vestiu rapidamente com uma calça jeans e uma camisa velha, trocaria as roupas trouxas pelas vestes de Hogwarts no Expresso, e decidiu descer para ver se alguém mais estava acordado.
Quando pisou no patamar do primeiro andar, pôde ouvir leves batidas à porta de entrada.
Segundos depois, Lupin apareceu correndo em direção à porta e cochichou algo para a pessoa do lado de fora da casa, a pessoa respondeu e depois Lupin começou a destrancar as muitas fechaduras e trancas da porta.
Quando a porta finalmente se abriu, Guilherme entrou, com uma roupa completamente trouxa, e ensopada.
-Finalmente você chegou Guilherme. Estávamos ficando preocupados. Por que demorou tanto hoje? – perguntou Lupin, demonstrando indiferença por ele estar parecendo que saiu de uma piscina.
-Desculpe. – murmurou ligeiramente sem fôlego. – Resolvi... mudar o... percurso hoje.
-Você acha que ainda é seguro você correr, mesmo com a ameaça de Voldemort por aí? – perguntou Lupin enquanto se dirigia à cozinha.
-Bom... - -disse Guilherme recuperando o fôlego. – Eu sempre corro e sempre corri de manhã cedo. E não vou mudar meus hábitos por causa Dele. E também, se ele resolver aparecer, melhor para mim, já acabo de vez com ele. – disse sorrindo sonsamente à Lupin.
-Aham. É claro que acaba. – disso o outro debochado.
-O que foi? Está duvidando de mim Lupin? Não apanhou o suficiente nas batalhas? – perguntou Guilherme sorrindo, desafiante.
-Eu? Apanhar de você? Quando foi isso? Deve ter sido um sonho seu... – disse Lupin rindo.
Lupin e Guilherme caminhavam enquanto conversavam, até que entraram na cozinha, e o som de sua conversa se perdeu no caminho até Harry.
Harry desceu as escadas rapidamente e se aproximou da porta da cozinha. Quando ia abri-la, pôde ouvir a voz de Guilherme dizendo:
- ...sei, sei. Se você está dizendo. Mas eu vou tomar banho agora. Vamos sair logo não é? – perguntou ele.
-Claro. Vamos sair cerca de 10h daqui. Não queremos nos atrasar. – disse a voz de Lupin dentro do aposento.
-OK. Estarei pronto. Até mais tarde. – disse Guilherme abrindo a porta da cozinha e dando de cara com Harry. – Ah... Olá Harry. Madrugou hein?
Harry respondeu com a cabeça. Guilherme subiu as escadas de três em três degraus, saindo de vista no primeiro patamar.
Harry adentrou a cozinha e a achou demasiadamente movimentada para àquela hora da manhã.
-Bom dia Harry. - disse Lupin virando uma das folhas do Profeta.
-Bom dia Harry, querido. – disse a Sra. Weasley lhe servindo um prato com torradas que estava colocando na mesa.
-Bom dia. – disse Harry, respondendo a ambos de uma vez só.
Harry cumprimentou Moody e Tonks que conversavam à ponta da mesa, e depois se sentou, pegando uma torrada.
-Dumbledore ainda não disse a opinião dele. E eu particularmente não posso opinar sobre de que lado os duendes estão... – ia dizendo Tonks calmamente. – Espero que do nosso lado. Eles são bastante poderosos e se eles se unirem à Ordem, ganharemos uma boa vantagem em relação a Você-Sabe-Quem.
-Concordo, inclusive acho que eles nunca se uniram a Ele. Estive falando com Gui Weasley, e ele tem nos informado constantemente a situação dos duendes, em especial os de Gringotes, e ele me disse que eles, apesar de também terem sofrido perdas, ainda se mantêm neutros. – disse Moody.
-Bom, isso é uma coisa comum, ultimamente não é? Os duendes não são os únicos a tentarem ficar neutros nessa Guerra. Eu, por exemplo, não ouvi uma só palavra sobre os centauros. Dumbledore acha que a atual situação dos centauros é muito instável, o que é um problema considerando que Hogwarts tem um dos maiores rebanhos do Reino Unido. – continuou Tonks. – Se a situação mudar, e a neutralidade dos centauros variar para o lado de Você-Sabe-Quem, ganharemos um poderoso inimigo, e o que é pior, um poderoso inimigo infiltrado em Hogwarts.
-Realmente você tem razão nesse ponto. Mas Dumbledore acha que o perigo não é imediato, embora ele esteja tentando negociar com o rebanho que vive em Hogwarts. Ainda mais depois do incidente com o centauro Firenze. E Hagrid que agora está lá na Terra dos Gig... – Moody parou de falar e olhou para Harry, que estava com uma torrada na mão e ouvia a conversa atentamente. Continuou a falar rapidamente. – ...naquela missão especial.
Tonks acompanhou o seu olhar à Harry e depois ajudou:
-Ah, sei. É claro. Entendo o que você quer dizer.
***
Por volta da 09h da manhã, todos já estavam acordados, e suas bagagens entulhavam o hall da casa.
Harry se certificou de que Edwiges estivesse bem trancada na gaiola e depois se virou para procurar Rony e Hermione na multidão barulhenta. Quando os localizou, tratou de se aproximar rapidamente. Pôde notar o quanto ela estava bonita enquanto falava, usando uma saia jeans, botas de camurça de cano alto e um leve casaco, para protegê-la do vento.
-Pára de bobagem Rony. Ele nunca faria uma coisa dessas. – ia dizendo Hermione, aparentemente entretida em outra discussão com Rony.
-E como é que você sabe disso? – desafiou o outro.
-Eu confio nele. E tem outra, se você falar mal do Guilherme novamente, eu vou usar um dos feitiços que ele me ensinou, em você. – disse ela com o rosto vermelho.
Rony resmungou alguma coisa e subiu as escadas rapidamente.
-Você realmente iria enfeitiçá-lo Mione? – perguntou Harry.
-Ora Harry. É claro que não, mas às vezes ele é tão chato e irritante.
Harry concordou intimamente, embora não tivesse respondido. Estava com duas sensações estranhas: uma delas era o estranho sentimento que surgira na boca de seu estômago enquanto Hermione defendia Guilherme, mas Harry escolheu por ignorar essa estranha sensação; a outra sensação era a de que se esquecera de algo, que não percebera alguma mudança. Não conseguia se lembrar exatamente o que era. A multidão de pessoas e a algazarra não ajudavam sua memória.
Então se lembrou. O barulho naquela casa sempre fora associado por Harry a gritos do quadro da Sra. Black.
-Ei Hermione, havia me esquecido. O que aconteceu ao quadro da mãe de Sirius? – perguntou Harry a olhando nos olhos.
-Ah... Você não soube Harry? – perguntou ela em dúvida.
-Não. Eu só me lembrei agora.
-Bem, como você se lembra, Sirius andava deprimido por estar sozinho nessa casa com o Monstro, então algum tempo antes de ir ao Ministério, ele acabou colocando fogo no retrato da Sra. Black. Pelo que nós soubemos, Lupin, Moody e Tonks quase tiveram que quebrar a parede para tirar os restos do quadro...
-Ei pessoal. – chamou Lupin. – Está na hora de partirmos. – continuou consultando o relógio. – Harry, Hermione, Gina, Rony, Guilherme e Neville vêm com a gente. Vamos.
Todos os que foram citados por Lupin se juntaram à porta de entrada com ele, Moody, Tonks e Quim. Moody se apressou em chamar o Noitibus, com um gesto simples de varinha.
Assim que o ônibus roxo-berrante de três andares apareceu, Tonks subiu rapidamente e empurrou uma pequena bolsa cheia de ouro na mão do condutor, lhe murmurando instruções urgentes.
Lupin começou a carregar toda a bagagem para dentro do ônibus enquanto Moody empurrava os garotos para dentro de modo brusco. Harry olhou para trás, na direção da casa que pertencera a Sirius, sem saber quando voltaria a vê-la, ou se voltaria a vê-la.
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N/A: Aí esta o novo cap... Vlw a tds q tem comentado... Espero q gostem desse cap tambem...
Fikei bastante contente por ter gente comentando, por isso qndo houver mais alguns coments, voltarei a postar... (Nd como uma chantagenzinha básica neh?? XD)
Abraços e comentem...
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