Apresentação de Joseph



cap 1
Férias. Um evento festejado por vários garotos e garotas há muitos, e muitos anos. Chega a ser uma tradição, tipo aniversário, natal, e afins, mas para este garoto que vos fala? Hããããããããã...não.
Entrar de férias, sair do colégio, para mim é um verdadeiro INFERNO. Fora brincadeira.
Não, você não vai ouvir um daqueles dramalhões a lá Mariana da Noite, onde o pai bate no filho, a mãe tem um caso com o patrão e a irmã dá para o cunhado (peço perdão pelo palavreado), até porque não acontece nada disso na minha família. Minha família é bem legal mesmo, todos divertídissimos, meu pai então, cara, é só ele fazer uma permanente e passar spray vermelho no cabelo que o confundem com o Bozo na rua.
Só que eles não são o tipo de gente que eu chamaria de compreensivo. E nem muito versáteis, por assim dizer.
E imagine vocês, meus pais, uma graça de gente, recebendo uma carta onde dizia que o filho deles é bruxo e que pode levar uma rã, um rato, um gato ou uma coruja para o colégio de mágia dele.
Se você acaba de imaginar eles surtando, berrando, arfando, tendo piripaques, então, meus parabéns, você é um sujeito pra lá de perspicaz.
Isso sem contar com a irmã mais velha tendo ataques de riso do outro lado da sala. Mas tudo bem, eu sabia que ela tinha algum problema mental desde que eu me conheço por gente e ouço ela falando comigo como se eu fosse algum animal de estimação retardado dela " Xabia que vuxê é muitu lindinhu???". São essas as horas que você olha para o céu e espera algum milagre te salvar. Mas sabe, isso nunca acontece, milagres são coisas para caras legais tipo Jesus e tal.
Não. Eu não sou religioso. Só acredito que Jesus foi um cara muito legal, e que ele foi o único cara que entendeu mesmo o amor, não acho ele seja o filho de Deus e aquela história toda. Aliás, nem para ele os milagres pareciam dar muito certo, quer dizer,o cara acabou pregado em uma cruz e tudo.
São sempre os caras mais legais que acabam pregados em uma cruz..Ou então mortos por overdose, tipo o Jimi Hendrix. Tanto faz, afinal. Vaso ruim não quebra, como diz o ditado, eu tenho uns bons anos pela frente.
-Joseph...meu próprio filho...uma aberração...- puxa, obrigado mesmo mãe. É sempre bom saber que podemos contar com a família para tudo.
-Não fique assim querida, devemos aceitar isso com força! Ele não tem culpa de ter nascido assim.- se eu dissesse como me sentia especial naquela hora, aposto como vocês não acreditariam.
-Aí, Josie, você é bruxo?? Dahora, cara! Me conta como é depois?? - foi a reação do meu irmãozinho, o Timmie, nove anos. Se ele não insistisse em me chamar de [i]Josie[/i] ao invés de Joseph eu juro que eu beijava a testa desse garoto. Ele era o único que prestava lá.
-Pó deixar Timmy. Eu te conto depois. -aí eu olhei para os meus pais que continuavam se consolando como se eu não estivesse lá, presente- Isso é, se eu for né cara?
Timmie levantou umas das sombrancelhas e me encarou com aquele rosto sardento lotado de decepção.
-Você vai sim, Josie. Relaxa, esses daí só tão enrolando, tu conhece as peças do outro carnaval. - eu juro que não sei onde ensinam esse vocábulario para meu irmão. Se não fosse bixa ao extremo eu diria que ele ficava fofo falando desse jeito, mas como é, então, nem falo nada.
-Conheço, mais que você até...
E foi assim que, como as previsões do meu irmão diziam, meus pais acabaram me liberando para ir para o estranho colégio de magia e bruxaria de Hogwarts.
Eu nem precisei contar para o Timmie como é Hogwarts porque ele foi para lá depois de dois anos que eu fui chamado. Éééé, para a imensa satisfação dos meus pais, como vocês podem imaginar.
A vida dos velhos nunca mais foi a mesma. Nem a minha, se você quer saber.
Eu estava no quinto ano, de férias, e é aí que eu vou começar a contar a coisa mais estranha que já aconteceu em todos os meus dezessete anos.
Estava eu lá no meu quarto, conversando com um amigo antigo da época em que eu era "normal", pelo msn, como todo bom desocupado de quinze anos durante as férias:

"Thomas - Ooooh yeah girl, I'm gonna rock you tonight, diz: cara, esse seu colégio interno deve ser uma bosta. Você não pode sair NUNCA dessa porcaria,por que diabos você não cabula para sair comigo de noite e conhecer algumas garotas, seu certinho filho da mãe?
Joseph - God Save The Queen, her fascist regime, it made you a moron, diz: sair? com você? Cara, você quer CONHECER ou ESPANTAR as garotas, seu gordo?
Thomas - Ooooh yeah girl, I'm gonna rock you tonight, diz: olha só como ele é engraçado gente, mal posso me aguentar de rir. Posso até estar alguns quilinhos acima do peso, mais sou muito mais gato você. Muuuito mais. Sardento desgraçado.
Joseph - God Save The Queen, her fascist regime, it made you a moron, diz: Nunca ouviu falar? As mulheres adooooram os sardentos. Com cabelos castanhos e rebeldes assim como, quem mesmo? aaaah, EU.
Thomas - Ooooh yeah girl, I'm gonna rock you tonight, diz: Cabelos castanhos e rebeldes? você me assusta. Sério que assusta. Sua vassoura ultra-utilizada.
Joseph - God Save The Queen, her fascist regime, it made you a moron, diz: Mas, aí, rolha de poço preferida, quando é que nós vamos sair essas férias?
Thomas - Ooooh yeah girl, I'm gonna rock you tonight, diz: to livre essa noite. E todas as outras da minha vida. CARAMBA, esqueceu que eu sou o filho da mãe mais desocupado que existe? Eu digo, mas ninguém acredita, essa merda de colégio interno não tá te fazendo bem, vassora.
Joseph - God Save The Queen, her fascist regime, it made you a moron, diz: eu vou falar com meus pais, tá afim de ir no Pibble's hoje as oito horas?
Thomas - Ooooh yeah girl, I'm gonna rock you tonight, diz: é, se é tão importante para você, ok, eu vou."

E foi assim que eu marquei com o Thomas de ir no Pibble's, uma porcaria de barzinho qualquer que tinha acabado de lançar, eu fui mais para não ter que ficar lá em casa, ouvindo meu pai fazer brincadeirinhas infames, das quais só ele ri. Isso, quando não fica aquele silencio desconfortável, e meu garfo fica fazendo barulho quando bate no prato e todo mundo olha pra mim porque eu atrapalhando o silencio desconfortável deles.
Com exceção do Timmie, claro, que também fica batendo o talher no prato sem querer. Eu já disse, beijaria a testa desse muleque.

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Marianne Lincon, quatorze anos, morena com feições árabes se encontrava esparramada na cama sobre a colcha dos bananas de pijamas que sua Tia, Misha, havia feito o favor de presentea-la no Natal. Os presentes da tia Misha eram sempre os piores, mas a gorda solteirona tinha um bom coração, disso Marianne não tinha dúvidas.
Não, óbviamente, que um bom coração compensasse a colcha dos bananas de pijama.
Rolou, entediada, para o carpete do seu quarto, devagar, para não bater nada. Abriu os braços e ficou grunhindo coisas sem sentido, enquanto escutava o som do irmão mais velho, Richard, pulsar com o som do AC/DC, a sua banda preferida.
-Richaaaaaard, vem aqui. - pediu ela, tomando uma decisão repentina e sentando-se arrumada no carpete, com as pernas cruzadas uma sobre a outra.
O garoto de cabelo azul até o ombro e rosto magro sem muita beleza, porém com certeza exótico,abriu a porta sentou-se do lado da irmã.
-Fala Mari, que é que tá pegando? - perguntou olhando com uma sombrancelha erguida para a irmã que parecia altamente cansada. O que de fato, estava. "Engraçado", pensou Marianne, "por que sempre que a gente não faz nada a gente fica ainda mais cansado?"
-Eu to EN-TE-DI-A-DA. - reclamou espantando os pensamentos rapidamente.
-Não me diga, mana. Se você não tivesse me dito eu nunca desconfiaria. Mas o que você quer que faça? Quer que eu te empreste o cd novo do Led Zeppelin? Comprei ontem, tá tinindo gata..- perguntou coçando de leve o piercing no nariz que parecia ter iniciado uma inflamação.
-Não. Quero que você me leve pra sair. É injusto! Você é BRUXO seu mané..eu não. Pelo menos isso você tem que fazer, hem? Diz que sim, diz que sim, siiiiimm?? - implorou, fazendo colocando-se de pé e fazendo uma referencia exagerada para o o irmão, que depois acabou aceitando.
-Mas você lava os pratos essa semana. - ele disse, em condição final.
-Pra variar...- retrucou Mari revirando os olhos, porém com uma expressão divertida nas faces, depois abraçou o Richard e deu um beijo estalado na testa dele.
-Não faz isso Marianne, pelo amor da madrugada. Vamo no Pibble's ok? Eu já tinha marcado de ir lá, me encontrar com o Pablito, pra apresentar com a banda.
-Pibble's? Aquele bar novo? Sim senhor, se essa é sua ordem, essa é minha regra. Mas aí, esse Pablo é do teu colégio de bruxo lá da vida?
-É. Da mesma casa que eu, Sonserina. A mesma dos nossos pais. Menos de você aberraçãozinha mirim da familia.- riu-se fazendo cafuné no cabelo preto ondulado da irmã, que afastou a mão do garoto com um tapa, corando de raiva.
-Não tem graça, Richard. Nenhuma graça.
-Não era pra ter mesmo. - retrucou levantando-se e saindo do quarto satisfeito com a semana sem lavar pratos que havia ganho. Era o tipo de coisa bem infantil de se responder, mas ele não ligou muito, Richard era o tipo de garoto que não ligava muito para nada.
-Esteja pronta as sete e meia, SEM ATRASOS - berrou do quarto dele, fazendo Marianne saltar do chão, assustada.

N/A: ficou uma porcaria?
dá um tempo, ok povão?
primeira vez que eue screvo algo terceira pessoa então eu preciso de calma e compreensão.
isso não é só mais um romancezinho ok?
a história mesmo vai começar a rolar daqui a pouco.
Podem reclamar, meter o pau, e de preferencia, elogiar, já que ninguém é de ferro.

Artye









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