O Testamento.



Capitulo -9-

O Testamento.

Harry Potter passou os dias que se seguiram em seu quarto, mas seus pensamentos eram tão distantes quanto seu coração estava da casa dos Dursleys.
Havia se passado quase uma semana sem respostas e seu conforto mental provinha da visita de Gina ao quarto do garoto na outra semana.
Era mais um dia acinzentado, cheio de neblina como vários que o menino que sobreviveu se acostumara presenciar depois que a guerra declarada começou, nada fora do comum.
Sentado em sua cama folheando um livro do ano letivo anterior sem prestar a mínima atenção na leitura Harry suspirou de tédio, e seus pensamentos trabalhavam com fervor em busca de alguma resposta, algo que lhe trouxesse pelo menos um trunfo para a missão que estava por vir.
Um ruído na janela despertou o garoto dos seus devaneios, uma ave pequena e marrom bicava o vidro, esperando para entregar a correspondência.
“Mas de quem seria?” Pensou ele.
Harry abriu a janela, e retirou o pergaminho da perna da coruja. Seu estômago deu uma pequena fisgada ao ver o brasão de Hogwarts no envelope. O pergaminho dizia:


Caro Harry Thiago Potter.



Convocamos o senhor à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, para a abertura e cumprimento do testamento de Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore.
Contamos com sua presença às 16:00 horas, do dia 25 de julho.


Atenciosamente.


Minerva McGonagall.


O pergaminho só teve como resultado deixar o garoto mais ansioso do que estava. Harry ponderou se deveria enviar uma resposta confirmando a sua presença na abertura do testamento de Dumbledore. A coruja o aguardava, então era mesmo necessário enviar a resposta da convocação. Sentiu um desconforto tamanho por não saber como responder, se iria se referir a McGonagall como professora, diretora, ou senhora. Mas com o passar de alguns segundos, foi pressionado a escrever a resposta com uma certa urgência devido a impaciência da coruja que aguardava para levar a resposta.


À professora McGonagall.


Confirmo a minha presença na escola no dia 25 de julho para a abertura e cumprimento do testamento do professor Dumbledore.



Ass: Harry Thaigo Potter.


Releu o pergaminho rapidamente, se certificando de que estava tão formal quanto o pergaminho que recebera. Enviar uma resposta a McGonagall não era tão simples quanto responder para os Weasley ou a Sirius. Embora a velha senhora tenha lhe ensinado transfiguração durante anos, eles nunca foram próximos.
Por fim, a coruja saiu levando a resposta de Harry. Neste momento, se deu conta que havia três dias que Edwiges saíra para caçar e ainda não retornara. “Uma preocupação a mais..” Murmurou ele num suspiro exasperado.
Os dias que sucederam o recebimento do pergaminho da professora Mcgonagall não tiveram nenhum diferencial. Além da proximidade do dia da abertura do testamento de Dumbledore que preocupava o garoto, havia mais um porém : os sumiços constantes de sua “fiel” coruja Edwiges. O pássaro saía para caçar e parecia a Harry que se esquecia de voltar para tranqüilizá-lo. O garoto tentou detectar algo de diferente na coruja, além da sua exagerada ausência, mas a coruja continuava doce e carinhosa como sempre, sem nenhum ferimento ou comportamento inquieto ou agressivo.
Harry decidiu ir sozinho à escola. “não preciso de babá....” - pensou. Não poderia continuar a contar sempre com a proteção das pessoas, era hora de agir por si. Ir só até a escola seria um bom começo.
O rapaz acompanhava diariamente pelos jornais o que se passava na comunidade mágica e no mundo trouxa. Manchetes sangrentas sobre mortes e acidentes mágicos deixavam o Profeta Diário repleto de notícias ruins, tragédias provocados pelos Comensais da Morte que, com sua onda de terror, fragilizavam ainda mais os nervos da população mágica.
Rony, Hermione, e Gina (sim, Gina!), lhe enviavam cartas quase diariamente, algumas carregadas de palavras de incentivo e outras cheias de comentários sobre o que se passava na toca e as notícias que vinham da ordem da Fênix.
Diferentes eram as cartas de Gina, impregnadas com seu perfume floral que o enlouquecia, e as palavras doces e bem elaboradas que a moça escrevia, carregadas de significados que deixavam o coração do rapaz dividido entre a angústia que a guerra lhe causava e a felicidade de ser tão amado.

***

Dia 25 de julho...

Enfim Harry iria ouvir o testamento de Dumbledore, e a cada minuto que passava lhe vinha a mente alguma lembrança do diretor, até mesmo a pior delas, a sua morte.
O garoto preparou-se para sair, e quando chegou à sala, surpreendeu-se: sua tia não ofereceu resistência alguma ao passeio, mal deu ouvidos às justificativas de Harry para a sua saída.
O Caminho todo fora muito tranqüilo, Harry manteve-se alerta o tempo todo e não houve nada de anormal durante o trajeto até Hogwarts.
Cruzou os terrenos da escola, passando pelo hall triste e vazio. Dirigiu-se para a diretoria e ao chegar na gárgula, encontrou Minerva McGonagall e um bruxo baixo e roliço de bigode ralo, com os cabelos grisalhos. Harry notou que o bruxo carregava uma pasta pesada e um carrinho de viagem muito cheio.
- Ah... Ai está... Olá, Potter! Como tem passado? – questionou Minerva.
- Bem – mentiu Harry.
- Olá, senhor Potter, sou Baltazar Greveen, responsável pela leitura e execução do testamento de Alvo – o bruxo se adiantou um passo fazendo questão de cumprimentar Harry com um aperto de mão mais vigoroso.
-Olá senhor Greveen – Harry cumprimentou educadamente, desvencilhando-se rapidamente da mão do homem antes que seus ossos sofressem algum dano.
Minerva disse a senha para a gárgula em tom seco e sem demoras, os três chegaram ao escritório.
A diretora convidou os dois bruxos a entrarem e se sentarem. Sem mais, a abertura do testamento teria início, não fosse o pigarrear leve de um quadro as costas de Harry. O garoto estava tão ansioso que se esquecera completamente que o quadro de Alvo Dumbledore fazia parte da decoração do escritório.
- Boa tarde Harry! Prazer em vê-lo...
Harry ficou um tanto surpreso, e não pode conter por completo a tristeza que resvalou em seu semblante pela situação que se encontrava. Com algum esforço, sorriu para não parecer sisudo ao quadro do diretor falecido, cumprimentou Alvo Dumbledore como se estivesse parado em sua frente, de corpo presente.
- Boa tarde, professor! – Harry improvisou na voz um tom mais esportivo.
- Boa tarde, Harry! Boa Tarde senhor Greveen! E... Olá novamente, Minerva... Ao que parece é uma tarde linda! É uma pena que não tenha providenciado um quadro meu próximo ao Hall de entrada do castelo. Ah, seria magnífico! Mas é bastante satisfatória as minhas visitas ao pomar de Barnabás! No quarto andar, é realmente interessante observá-lo ensinar aos trasgos como se descasca uma fruta com educação, pode ser que hoje eu dê a sorte de não ser atingido por um abacate na cabeça! – todos na sala, com exceção dos outros quadros que fingiam dormir, riram. Pareceu a Harry que Dumbledore, como imagem de uma pintura em sua pós-morte, conseguia achar algo de interessante sem abandonar seu jeito excêntrico de ser. Após o comentário divertido do ex-diretor, a sala caiu em um silêncio sepulcral, provocado pelo constrangimento dos presentes.
A situação era um singular, e por um momento Harry duvidou se Dumbledore faria parte da abertura do seu próprio testamento. Percebendo a atmosfera, o ex-diretor se despediu educadamente, deixando a moldura sozinha.
- Bem, infelizmente preciso deixá-los, creio que vocês estão prestes a dar inicio à abertura do meu testamento, e os deixaria pouco a vontade estando presente, e por pura coincidência, fui desafiado a jogar uma partida de xadrez bruxo há poucos minutos, seria uma indelicadeza da minha parte deixar Alicia e Violeta esperando por mim! Obrigado a todos por cumprir os meus últimos desejos! – nenhum dos bruxos presentes fez objeção às justificativas de Dumbledore - Bem, já me demorei demais! – sorriu Dumbledore de forma cordial com uma entonação de voz leve - Boa tarde a todos! Ah, Harry... Antes que eu me esqueça, seria uma grande falha minha, porque é pouco provável que nos vejamos em breve, feliz aniversário! Um pouco antecipado, mas....
Com isso, o ex–diretor se despediu de todos com um aceno de cabeça e deu a Harry um piscadela marota, deixando o rapaz sem saber o que pensar diante de um Dumbledore totalmente livre do peso da guerra mágica que estava em pleno ápice.
Sem dúvida, Dumbledore continuava a ser a pessoa mais excêntrica que Harry conhecera.
O garoto foi arrancado de seus pensamentos com um novo pigarrear, agora dado pelo senhor Greveen.
- Bem, vamos dar início à abertura e cumprimento ao testamento de Alvo Percival Wulfrico
Dumbledore, se alguma das pessoas presentes tiver alguma objeção...
Harry e Minerva ouviam as palavras do senhor Greveen em silêncio, e ambos acenaram negativamente com a cabeça, a abertura do testamento continuou sem interrupções.
O senhor Greveen abriu a pesada pasta e se via que os envelopes eram numerados e de cores diferentes.
O bruxo roliço começou a abrir o envelope de cor verde, em seguida leu um pergaminho tirado do mesmo.



Eu, Alvo Percival Wulfrico Brian Dumbledore em pleno uso das minhas faculdades mentais, deixo a Minerva McGonagall, - entoou solene a voz grave do senhor Greveen -A atual diretora da escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts todo os pertences descritos nesse pergaminho. Segue abaixo a lista de artefatos.


Era uma lista grande, com muitas coisas das quais Harry não tinha idéia do que se tratava.
Após a leitura e descrição de tudo que Minerva herdara, o senhor Greveen entregou os objetos a diretora, que tinha uma expressão entre a sobriedade e a satisfação. Durante a leitura da lista, a professora não parou de lançar olhares furtivos para um canto da sala; quando Harry olhou na mesma direção, pôde vislumbrar um quadro muito, mais muito florido, e atribuiu as olhadelas da diretora um sinal de seu nervosismo.
Agora restavam menos pacotes no carrinho, e para a surpresa de Harry, o senhor Greveen anunciou que o restantes dos pacotes agora lhe pertenciam. Rapidamente fez o inventário dos pertences entregues ao garoto, o que causou surpresa ao rapaz.
-Tome, senhor Potter, esses são os pertences que Alvo deixou para você. Como cumprimento do testamento, pediu para que lhe fossem entregues com esse envelope. Devo presumir que o envelope em questão lhe dará maiores explicações sobre o que o senhor está recebendo nesse momento. Agora que já terminamos, preciso ir, não posso me demorar, com toda essa confusão acontecendo por aí...
O rapaz fez uma careta de falsa compreensão ao bruxo, que se despediu saindo porta a fora, deixando Harry a sós com Minerva McGonagall.
Harry fitou a diretora, que avaliava os artefatos herdados, e antes que um silêncio desconfortável se instalasse entre eles, uma idéia surgiu em sua mente.
Seria bom caminhar um pouco pelos terrenos da escola, melhor ainda seria inalar o ar inteiramente magico que pairava por Hogwarts, e se tivesse sorte poderia arriscar uma visita a Hagrid e Dobby.
Tinha tanta saudades de tudo ali, que seria ótimo para ele renovar suas forças em um passeio.
A visão do quadro sorridente de Dumbledore fez com que Harry se sentisse confiante de uma certa maneira, e uma gota de sua tão exausta esperança foi recobrada, e com a caminhada esse sentimento teria mais ganho.
Isso lhe faria bem com certeza, desanuviaria a carga de estresse a qual vinha se mantendo.
Sem hesitação Harry fez o pedido para sua ex-professora.
- Senhora, será que me daria a permissão de caminhar um pouco pela escola?
Minerva olhou de forma bondosa, sem perder o ar desconfiado no seu olhar felino, mas assentiu ao pedido com um aceno de cabeça.
- Bem, você se incomoda se fizer isso sozinho? Preciso colocar muitas coisas em ordem, mesmo a escola estando desativada no momento, há tantos afazeres e...
- Não é necessário... diretora, - Harry apressou-se em dizer - garanto que é somente uma volta pela escola, em seguida pretendo voltar para a rua dos Alfeneiros.
O garoto fez menção de se aproximar da porta, esquecendo-se de levar o carrinho consigo, mas interrompeu seus passos ao ouvir a diretora lhe chamando com certa preocupação.
- Potter?
- Pois não, senhora?
- Como andam as coisas... Na casa do seus tios? – questionou Minerva com certa reserva na voz.
- Normais. – respondeu Harry secamente, por não ter mesmo uma palavra mais enfática para definir a situação na casa dos Dursleys.
- Precisa de ajuda? Com eles... Seus tios? – a diretora parecia pisar em ovos e isso causou uma ligeira irritação no rapaz.
- Não é preciso, diretora. Os Dursleys não me causam mais problemas como antigamente, minhas preocupações são outras no momento.
Minerva engoliu em seco, sabia muito bem do que se tratava as preocupações do garoto. Os lábios da mulher se contraíram em uma fina linha, esbouçando um amarelecido sorriso educado de conformismo, realmente não havia muito a se fazer em relação à precária condição familiar do rapaz.
- Posso ao menos ajudar com os objetos? – a senhora indicou com a mão o carrinho que continha os antigos objetos do ex-diretor. Harry acenou positivamente com a cabeça. Sua mente se mantinha tão concentrada que às vezes lhe escapavam certos detalhes, não contava com a possibilidade de sair da escola carregando inúmeros embrulhos herdados de Alvo Dumbledore.
A diretora deu uma sacudidela em sua varinha e os pacotes sumiram diante dos olhos de ambos.
- Pronto. Quando você chegar na casa dos seus tios, terá oportunidade de verificar com calma as coisa deixadas por Alvo para você.
- É terei... muito obrigado, se me der licença gostaria de me retirar agora... – Harry foi chamado pela segunda vez quando estava quase chegando a porta, novamente.
- Potter? – dessa vez Minerva não disfarçou a nota de incerteza no timbre de voz ao chama-lo novamente, dando ao rapaz a impressão de querer arrancar-lhe uma confissão de forma amistosa. Harry respondeu se virando rapidamente, tudo para dar a sua volta pelo acidentado terreno da escola e ir embora logo em seguida.

- Me admira você não ter interesse em saber se Hogwarts vai continuar desativada ou vai reabrir para mais um ano letivo! Eu sei que você tem um fardo incrível nas costas... mas realmente me espanta o seu desinteresse, você sem demonstrando tanto apreço pela escola e...
O modo delicado e lento com que Minerva fez a pergunta, “mais uma vez pisando em ovos” instigou a crescente impaciência de Harry, que por educação e respeito às pessoas mais velhas, controlou sua vontade iminente de sair da sala deixando a diretora discursando para os fingidos quadros ressonantes.
Foi como se o mau humor do rapaz estivesse respondendo a todos que se aproximavam dele, principalmente as pessoas que lhe davam olhares carregados de solidariedade e que hesitavam diante dele com receio de lhe causar danos de qualquer espécie.

“Por acaso fui feito de vidro?”

- Bem, profess... diretora, essa é uma decisão muito difícil... que cabe a senhora tomar, mas gostaria que Hogwarts voltasse a funcionar, mesmo que eu não esteja aqui para mais um ano letivo.
- Potter, você esta querendo dizer que não vai estudar aqui esse ano? – Minerva levantou a sobrancelha, como se quisesse maiores explicações sobre a resposta do garoto.
- Sim, é exatamente isso. – Harry foi tão enfático que acrescentou um miserável sorriso fingido para não parecer mais mal educado aos olhos da diretora.
- E posso entender que a senhorita Granger e o jovem Weasley não vão voltar para o ano letivo também. – a diretora falou em tom de afirmação, como se pudesse prever a resposta do garoto.
- Eu posso garantir que eu não voltarei, pelo menos até tudo isso terminar.Quanto a eles... não sei, mas posso arriscar que também não voltarão. – as coisas eram claras na mente do garoto. Pelo menos para ele, nada de voltar a estudar enquanto um assassino demente priorizasse a sua captura e morte.
Minerva empalideceu ao ver Harry tão resoluto e até um pouco formal demais. Não estava acostumada a essa postura vinda dele, mais havia em seus olhos um brilho diferente, que significava uma clareza em seus pensamentos e uma maturidade conquistada às pressas.
- Posso me retirar? – perguntou Harry com a voz controlada.
- Sim, e se precisar de alguma coisa, qualquer coisa, pode me procurar imediatamente. –disse Minerva analisando a nova postura do rapaz.
- Certo, se precisar, eu procuro a senhora, não se preocupe! Obrigado de verdade... Hum... até logo.
- Até.

Harry saiu da diretoria e viu dois olhos extremamente azuis, protegidos por duas lentes de meia lua invadir-lhe a mente, e junto com os olhos de Dumbledore, veio o sorriso.
E o coração do rapaz ficou mais leve, ao ouvir a voz da diretora reboar em seus pensamentos dando a entender que a escola reabriria.
Se permitiu um sorriso verdadeiro, porém pequeno, mas um sorriso, em meio a tantas desgraças e notícias ruins, Hogwarts continuaria de pé, e firme para fazer mais mil anos, quem sabe até mais que isso....


***


- Você ficou o tempo todo aí, não é Alvo? – perguntou Minerva a pintura do ex-diretor que retornara a sua moldura assim que Harry saiu da sala.
- Sim, minha cara, precisava ver como Harry está se comportando e reagindo às pressões que tem sofrido.
- Ele me pareceu muito maduro, e até sério demais para ser Harry Potter. Alvo, se vê que agora não se trata mais de um menino, mas sim de um rapaz amadurecido, e pior, pelo sofrimento intenso . – disse a diretora preocupada.
- Eu faleci, Minerva, mais não parei de agir, e não me tornei cego, vi tanto quanto você as rápidas mudanças de Harry. Espere, minha cara, as coisas ainda vão se intensificar depois que Harry botar as mãos no trabalho pesado.
- Céus, Alvo, o quer dizer com “intensificar”? - perguntou Minerva preocupada.
- Eu quero dizer que, se Voldemort acha que vai levar a melhor nesta luta por causa da minha morte, ele cometeu o segundo maior erro de sua vida. O primeiro de todos foi e é continuar subestimando o poder de Harry Potter.
Sorrindo, Dumbledore passou para a moldura ao lado, pegando um livro da estante que se encontrava ao lado do homenzinho que dormia na moldura em questão. Minerva observou a cena, e só um pensamento lhe veio a cabeça:

“Que Merlin saiba o que esta fazendo...”



***


Harry desceu as escadas, saindo para o corredor de pedras frias. Um belo põr-do-sol emanava uma luminosidade branda, emitida pelos raios que adentravam as grandes aberturas para passagem de ar.
Ser tratado como o “menino de cristal” estava irritando-o profundamente. Quando se deu conta, já estava observando aquele corredor por vários minutos.
E se viu nostálgico até o ultimo fio de cabelo.

“O que estou fazendo? Reparando no corredor?”

De certa maneira, sentiu-se meio ridículo por isso. Quantas vezes passara pelo mesmo local sem dar a mínima importância ao belo pôr-do-sol dali, de um simples corredor.
Continuou caminhando, e a cada cantinho por onde passava o remetia a uma lembrança, independe de ser muito boa, ou extremamente ruim.
Fez a trilha se alongar mais e mais e, destraidamente, já estava nas arquibancadas do campo de quadribol, depois de ter passado pelo salão principal vendo as quatro mesas gigantes das casas, pinturas, armaduras, tudo que já havia passado despercebido por seus olhos até o momento.
Fazendo o caminho de volta, deparou-se com a cabana de Hagrid restaurada, e desagradou em muito a Harry o guarda-caças não estar por lá.
Passou um tempo considerável andando, e depois de tantas lembranças, estava pronto para voltar e encarar a casa dos Dursleys.
Já no portão, uma mão puxou suas vestes pelas costas e uma vozinha aguda lhe dirigiu a palavra.
- Harry Potter não queria falar com Dobby... mas Dobby gosta muito de Harry Potter e queria ver o senhor de qualquer jeito! – Dobby falou de uma forma decidida, mas completamente alegre, ignorando o fato se era verdade ou não que Harry não queria vê-lo.
- Oh... me desculpe Dobby, eu ia passar pela cozinha para falar com você... mas fiquei andando pela escola inteira e... Dobby! Como sabia que eu estava aqui? Quer dizer.... não acho que as pessoas saibam que eu vinha para cá, não é?
- Não... as pessoas não sabiam senhor... a não ser a diretora...
- Então? Como soube que eu viria? Ou que eu estava aqui?
- Ah... a pintura do senhor Dumbledore me avisou na cozinha – disse o elfo radiante.
- Algo de urgente Dobby? Algum recado de Dumbledore?
- O senhor pediu para Harry Potter desfazer a cara de “pudim” e não se preocupar que as coisas vão começar a melhorar. E é para Harry Potter abrir logo as coisas que ganhou do senhor, antes que “Albert” tenha um acesso... e me pediu para trazer bolinhos e suco para o caminho de volta de Harry Potter!
- Albert? – questionou o garoto confuso.
- Sim, Harry Potter! – respondeu com admiração o elfo.
- Suco e bolinhos? – Harry achava que esse agrado não era exatamente um pedido de Dumbledore pela empolgação de Dobby. As orelhas da criatura murcharam, e os olhos grandes e arredondados de Dobby fitaram o pé de Harry antes de confessar.
- Dobby não consegue mentir para Harry Potter! Suco e bolinhos foi idéia de Dobby! – Harry reprimiu o riso de primeiro, mas depois não se conteve, e Dobby ergueu os olhos envergonhado:
- Harry Potter esta zangado com Dobby? Pelo suco e bolinhos?
- Não Dobby, é difícil eu me zangar com meus amigos! – respondeu Harry de forma bondosa.
- Amigo? – surpreendeu-se emocionado o elfo.
- Sim, amigo.... e não pense em me abraçar... – falou Harry divertido - deixa isso para uma outra tarde, quando comeremos bolinhos juntos e tomaremos suco também!
- Sério, Senhor? Harry Potter vai convidar Dobby algum dia para suco com bolinhos? Mas... mas... isso...isso.... – Dobby gaguejou de emoção e seus redondos e imensos olhos estavam prestes a transbordar – isso é uma honra senhor...
- Bem, Dobby... mais vai ficar para outro dia! Já vou indo. – Harry apressou-se em dizer antes que o elfo começasse a ter um ataque de felicidade.
- Tome senhor... leve... vai ter fome no caminho ou em casa. – Dobby estalou os dedos e fez aparecer uma quantia generosa de comida, três tipos de bolinhos salgados, três tipos de bolinhos doces, mais três tipos de suco pesavam na cesta entregues a Harry.
- Obrigado Dobby... já vou indo.... – falou Harry novamente segurando a grande cesta.
- Ah... senhor! Wink mandou lembranças... – Dobby disse com a voz embargada, e seus olhos faiscavam pensando no dia que tomaria suco e comeria bolinhos com o “amigo” e senhor Harry Potter.
- Obrigado... manda um oi para ela por mim....tchau Dobby, até mais....
- Até mais senhor! Dobby vai ficar esperando.... o dia do suco com bolinhos!
Com isso, Harry se virou e caminhou com a pesada cesta e quando olhou para trás, viu o elfo todo contente voltar aos pulinhos para o castelo cantarolando algo como:

“Suco de maçã com o senhor Harry Potter...bolinho de amora com o senhor Harry Potter....”

Da mesma forma que Harry não encontrou nenhuma resistência por parte de sua tia para sair de casa, quando voltou também não ouviu uma só palavra sobre as horas que passou fora. Abriu a porta e seus olhos viram de relance que os Dursleys comiam e conversavam, mas quando o garoto chegou na ponta da escada, só conseguiu detectar um silêncio repentino e um sibilar vindo de Valter.

“Moleque insolente.. .acha que pode entrar e sair da casa dos outros a hora que bem entender... não vejo a hora dele ir morar com a aquela gente estranha...”

Harry pouco se importou com os resmungos do seu tio, entrou no seu quarto, colocou a cesta que ganhara de Dobby em cima da cômoda, quando a voz do elfo voltou a povoar seus pensamentos:

“O senhor pediu para Harry Potter desfazer a cara de “pudim” e não se preocupar que as coisas vão começar a melhorar. E é para Harry Potter abrir logo as coisas que ganhou do senhor, antes que “Albert” tenha um acesso...”

-Albert? Albert? Quem seria Albert? – falou ele para si em voz alta.
Harry desatou a abrir as caixinhas que foram destinadas a ele, sua curiosidade e ansiedade ganhando espaço a cada embrulho desfeito. Se maravilhou com cada pacote que abria, Dumbledore o conhecia bem melhor do que ele podia supor.
Pergaminhos antigos com poções e com feitiços poderosíssimos, artefatos exóticos para caçar, livros com uma infinidade de feitiços antigos, alguns pareciam a Harry serem mais antigos que os fundadores de Hogwarts.
Havia um embrulho grande, um dos maiores que existia no carrinho. Harry o depositou em cima da cama, pois era muito pesado. Com cuidado, abriu a caixa e se deparou com nada mais nada menos que a penseira de Alvo Dumbledore. E muitas garrafinhas com líquidos pérola, o que significava uma porção enorme de memórias.
Harry não acreditou no que seus olhos viam, mass lá estava ela, a penseira de Dumbledore, e ela agora lhe pertencia. O rapaz leu o bilhete com total atenção, assim como leu todos os outros.

“Caro Harry, é de vital importância que faça uso dessa penseira, com ela você encontra muitas memórias e lembranças, mas lhe advirto, nem todas são minhas, não se espante, com o tempo e com as respostas que viram, as coisas vão se tornar mais lúcidas...”


Para Harry era como receber algo muito bom sem ter a menor idéia de como funcionava, controlou o impulso de escolher um dos tantos frascos que acompanhavam a penseira para saciar a curiosidade, e matar em parte sua cede por respostas.
Continou sua busca que consistia em saber quem realmente era “Albert” e no que essa informação lhe ajudaria.
Por fim quando já estava prestes a caracterizar Dumbledore de um tanto excêntrico para completamente maluco Harry pegou em suas mãos o penúltimo embrulho do carrinho com uma etiqueta que dizia:

“Eis Albert, The Donkey”

O rapaz sentiu um calafrio percorrer-lhe espinha acima. A curiosidade era tanta que mal podia se conter diante do pacote. Mas, por via das dúvidas, abriu o embrulho com uma certa delicadeza, a fim de não danificar o que quer que estivesse dentro.
Quando o objeto estava livre da embalagem, a decepção de Harry era evidente em seus traços. Pareceu mais a ele ser uma quinquilharia, do que algo de extrema utilidade. Só poderia ser uma peça pregada por Dumbledore.

“Maravilha! Albert é isso?”

Harry pegou o objeto em suas mãos, o virando, analisando todos os seus ângulos e dimensões, ainda tentando detectar algo de extraordinário.
Passou-se um momento em que o rapaz constatou que estava perdendo tempo em dar mais significância àquilo em suas mãos do que às memórias que o esperavam para serem visualizadas na penseira.
Harry atirou a peça de qualquer jeito, virando-se de costa para dar atenção ao último objeto no carrinho. O garoto ouviu o barulho proveniente do choque da peça encontrando-se com o já desgastado colchão de sua cama. Mas o que ele ouviu em seguida fez seus sentidos darem um salto tamanho, e seu sangue circulou veloz.
- Hau! – queixou-se a peça de forma indignada - Dumbledore não me confidenciou que eu teria que acompanhar um selvagem!
Harry se virou rapidamente e seus olhos percorreram o dormitório o total de duas vezes para se agarrar a duas hipóteses:
Ou estava completamente maluco, ou acabara de ser chamado de “selvagem” por uma chaleira.
- Então? Realmente prefere ficar parado achando que ficou maluco ou vai se convencer de que sou eu quem falou com você? – o tom de voz da chaleira era enérgico um tanto irritado e completamente autoritário, carregado com uma nota peculiar de um mau humor incurável. Esse era Albert, The Donkey, e Harry Potter não pode deixar de pensar nesse momento.

“Merlin...definitivamente... você me odeia!”



N/A: Mérope com cara de cachorrinho que caiu da mudança, com as bochechas vermelhas de vergonha!!!

Bem avisinho! O capitulo 8 esta sofrendo algumas alterações....
Nada que mude o texto... mais esqueci de detalhesinhos... espero que seja visto como melhorias....

Sorry pessoas.... sinto muito mesmo pela demora, mais enfim, estou aqui, tem sido um “inferno” a falta de tempo combinada com a quantidade de problemas que me acometeram, mas não desanimei, e a fic esta atualizada agora, acho que não adianta muitas explicações, o que posso fazer para me redimir é bater de frente com as minhas adversidades que são inúmeras, para que a fic prossiga sem interrupções.
Espero que tenham apreciado o capitulo. Garanto que o dez já esta em andamento e logo mais estará por ai.

Bem, resolvi agradecer a todos.... “A TODOS MESMO” SEM EXCEÇÃO um por um, isso é gostoso, hahahahaha.. .e de uma certa forma é terapêutico! Beijos e obrigado, então...

Começando os agradecimentos....

OS MASTER’S AGRADECIMENTOS AH:

Mel: minha beta querida, eterna beta! Amiga linda! Te adoro! Você é uma pessoa e tanto! Pode contar comigo sempre e um milhão de obrigados por ter sempre tanto carinho e atenção comigo! Nunca vou esquecer seu apoio e amizade! E valeu por betar mais uma vez esse capitulo...(*Sniff... Sniff... ) Espero que tenhamos mais tempo para bater papo no msn! Grande beijo!

Quero deixar um muito, mais muito especial para MOLLY!!!
Molly você é uma pessoa maravilhosa, sabe que eu te adoro de paixão, você é mais que bem vinda aqui!!! E SUA OPNIÃO VALE E TEM PESO MÁXIMO na minha fic!!! Você nunca cria problemas, pelo contrario sempre cria soluções, te adoro.


A MarciaM: Miga, beta, tudo... sabe que eu não sobrevivo sem a sua ajuda né? Obrigado sempre pelo apoio, te adoro, e esse capitulo em parte estaria na gaveta se não fosse as inúmeras ajudas que você sempre me dá. Mais uma vez, obrigado!

Clow Reed: Não tenho nem palavras, você é o máximo! Muito obrigado por me ajudar e estender a mão sempre que eu estou em apuros, sua amizade é uma das que eu mais prezo, te adoro.

Death eater: Demorou mais chegou!!! Hahahahaha....aqui esta o capitulo, espero que tenha gosta, obrigado pela paciência, e por favor, quero o link da sua fic!!! Mal posso esperar para colocar meus olhinhos nela!!!

Danni : Miga, obrigado, aqui esta o capitulo, valeu pela preocupação e pela cumplicidade, afinal...irmãs para sempre! Beijo no coração!

McGonagall : UAU... demoro mesmo... mais esta ai!!! Hahahahahaha.... espero que goste, a sua presença aqui é importantíssima, é uma das pessoas que “indiretamente” me motiva a continuar essa humilde fic! Beijo!

Gabriel de Ulhoa Canto Gebara: Gabriel, não sei se você ainda esta acompanhando fics, se tiver agradeço por não esquecer da minha, ansiosa estou para mais uma de suas atualizações! Valeu pelo incentivo do ultimo comentário.

Scheil@_Potter: Mana, amiga e agora minha mais nova beta!!! Hahahahaha... tô ficando chik viu? Hahahahaha...obrigado pela ajuda, paciência, e amizade! Beijo, te adoro.

Lamarck: comentários e criticas, sempre bem vindos, embora as intenções da gente as vezes contrarie a interpretação dos outros, mesmo assim fico feliz por acompanhar a minha fic! Obrigado e espero que goste do capitulo.

Leo Potter: Grata e feliz por você gostar da minha fic, embora discorde do seu ponto de vista sobre autores, mais opinião é uma coisa pessoal e tem que ser respeitada, se um dia for autor, vai entender todo esse prazer a agonia que se mistura na hora de botar a criatividade para funcionar! Obrigado e espero que goste do capitulo.

Binha Wright: muito, muito, muito, obrigado, sempre atenciosa e simpática, meu coração se alegra muito quando abro a pagina da fic e vejo que você a visitou mais uma vez! Desculpe pela demora, espero recompensar das próximas vezes. Você é um anjo.

Anonymous: sorry deixar a desejar com a espera, gosto de reciclagem, e acho que é valido fazer isso de vez em quando. Espero que goste desse capitulo, pois nele entra um personagem original que vai acabar dando um sentido diferente ao aprendizado de Harry, espero que a idéia lhe agrade da mesma forma, obrigado pelo carinho.

Paty Black: bruxa má? Eu? (*Mérope fazendo cara de inocente....) você que leva a vida tão corrida quanto a minha sabe como é difícil um tempo para dedicar as nossas queridas (*queridas = fic’s...) é uma imensa honra ter “uma das super poderosas” acompanhando a minha fic. Beijo... e aproveitando a oportunidade.... atualiza a minha grande e imensa paixão? “Separados Pelo Destino, Unidos Pelo Coração”

Dom Griffyndor: Uffa.... atualizei!!! Hahahahahaha... espero que goste! Eu passei na sua fic, ela é ótima, (*Mérope com um sorriso bobo) que bom que essa humilde fic serviu para incentivar você a escrever a sua.... beijo e obrigado de verdade pelo carinho.

Amanda Regina Magatti: obrigado mesmo!!! Sempre tão gentil e simpática comigo, espero que o seu (*filhote...pc...) esteja beleza total! Beijo.

TheBlueMemory: Mana! Obrigado, obrigado! Pelas noite a dentro de papo no msn, e por sempre estar aqui comigo! Você é tudo! Te adoro.

Yuri Leon: obrigado por gostar da fic, por esperar e pela nota máxima! Fico muito feliz com comentários como o seu.

Rudy Rough: Hum... gostou da dobradinha? (*Mérope com um sorriso maroto...) obrigado Rudy!!! Espero que goste do capitulo e que ele não deixe a desejar em nada. Valeu mesmo.

Douglas Chaves: Sorry por não conseguir conceder o seu desejo..(*de não demorar para atualizar... Mérope escondendo o rosto de vergonha) mais esta aqui... espero que goste, é um prazer receber comentários iguais ao seu! Beijo, e tomara que essa valha a pena pela demora.

RaFael_MaRvoLo: hahahahaha.... (*Mérope vermelha com elogio!) muito obrigado mesmo! Escrever é hiper importante para mim! Que bom que você gosta da fic! Beijo, espero que esse capitulo me de mais um comentário seu! Hahahahaha...adorei o elogio!

Kawa Potter: PPPAAAPPPYYYY’SSS!!! Muito, muito, muito, obrigado por tudo...sem palavras, te adoro demais! Beijo.

Marcela Domeneguetti: Valeu pela paciência! Espero que goste do capitulo e tomara que mate um pouco da curiosidade! Beijo.

Bernardo filho: Esse capitulo também é parado... sorry, aventuras viram nos próximos... mais agradeço por toda a atenção e por acompanhar a minha fic!

Mioneka Malfoy: Valeu mesmo! Eu demorei mais voltei! Adorei seu comentário! Espero que o capitulo te agrade. Beijo.

Renato: muito obrigado por gostar da minha fic, demorei mesmo para atualizar, vida loca, fazer o que? Espero que não tenha desistido! Adorei seu comentário, valeu mesmo pelo carinho. Beijo.

naty granger: prima! Oi! Hahahaha... se você ver o meu agradecimento é por que leu... então... quero saber o que achou!!! Beijo.

*Leo*HARRY POTTER E O ODIO SANGRENTO: Seu comentário me deixou lisonjeada! Muito obrigado! Espero que continue gostando! Beijo.

Rafael Martins : Puxa você é fofo! Espero que você goste desse capitulo, ainda espero por uma continuação daquela fic hein? E se tiver mais... é só falar! Beijo.

Remulu black: espero que tenha gostado do capitulo! Valeu a atenção! Beijo.

Mary Malfoy: Oi moça! Anda sumida, mais beleza! Valeu pela atenção e por gostar da fic! Beijo.






















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