Um Começo Diferente
Entregue aos seus sombrios pensamentos, Harry aguardava Ron e Hermione, com a cabeça apoiada ao vidro da janela do compartimento, gelado pela força da chuva e do vento que o fustigava.
As discussões dos dois amigos eram já tão frequentes que Harry já contava que iria ter de dividir seu tempo entre estar com Ron e estar com Hermione. Era mais que certo que os dois não se falariam mais durante um bom tempo. Resmungou ao pensar que ainda nem começara o ano lectivo e já teria de aguentar Ron e Hermione se picando um ao outro.
Levantou-se do assento decidido a não esperar mais. Provavelmente os encontraria no corredor, a uma boa distância um do outro, gritando para se fazerem ouvir.
Esticou o braço para abrir a porta mas não chegou a alcançá-la. Em vez disso, esbarrou fortemente com uma cascata de cabelos vermelhos e brilhantes, indo bater com ela na parede do outro lado do corredor. Era Ginny. Ouviu ela gemer quando embateram e agora tentava recuperar o fôlego. Harry levantou o rosto, notando a grande proximidade entre os dois.
Subitamente, todo o ambiente pareceu ficar mais quente à medida que sentia as suas faces enrubescerem. Tudo à sua volta parecia ter parado. Talvez alguém tivesse apenas lançado um poderosíssimo "Petrificus Totalus" no comboio, mas do qual somente os dois tinham escapado, fazendo com que, aparentemente, decorressem Eras simplesmente pelo olhar deles e as suas respirações irregulares.
Após vários momentos silenciosos, Ginny conseguiu afastar Harry de si, adquirindo um tom quase equivalente ao dos seus cabelos flamejantes. Harry, por sua vez, ao aperceber-se do que acontecera, baixou a cabeça e reprimiu-se mentalmente pelo que acontecera. O que teria pensado Ginny naqueles segundos?, ele se perguntou, vendo as faces rosadas da ruiva.
Ficaram mais uns momentos em silêncio até que Harry, não conseguindo suportar mais tanto constrangimento, falou, numa voz, meio sumida:
-Er... Não... Você não estava com o Dean?
Imediatamente se arrependeu do que dissera. Aquela pergunta fora a primeira que lhe surgira, mas dissera-o num tom que parecia acusador. Contudo, Ginny não parecia ter notado. Todo o incómodo que antes parecia impedi-la de falar desapareceu e ela respondeu, apesar de encará-lo ao mesmo tempo com uma expressão desconfiada:
-Eu... Eu estava sim, mas... Precisava falar com você.
Harry teve a sensação de que tinha falhado um degrau numa grande escadaria. Ginny queria falar com ele? Seria importante? Ela pareceu tomar o seu silêncio como uma autorização para continuar:
-É que eu queria saber se aconteceu alguma coisa com a Hermione e meu irmão.
-Ah, eles... - balbuciou Harry, apanhado de surpresa. A última discussão de Ron e Hermione, apesar de muito recente, parecia-lhe agora uma antiga recordação.
-Eles discutiram outra vez, não foi? - adiantou-se Ginny.
-É, eles discutiram... - respondeu Harry simplesmente, ainda olhando os próprios sapatos.
-...de novo! - completou Ginny, num suspiro, claramente entediada - O que será preciso acontecer para que esses cabeças duras se entendam de vez?
Harry encolheu os ombros, indiferente. O que se passara havia apenas alguns minutos estava ainda muito fresco na sua mente para conseguir dizer o que quer que fosse que tivesse sentido.
Ginny, por sua vez, sentara-se e observava agora pensativamente a paisagem que se tornava cada vez mais sombria. O moreno ergueu a cabeça e ficou a fitá-la por instantes, o que o fez recordar o porquê de ela lá estar.
-Mas como você soube que se passava alguma coisa com eles? - perguntou repentinamente.
Ginny virou rapidamente a cabeça, como que acordando de um sonho, para o olhar. Parecia uma vez mais hesitante, como se tivesse indecisa em contar algo que não devia.
-É que a Hermione... - inspirou profundamente antes de continuar - Bom, eu vi ela correndo pelo corredor e fui atrás dela, para ver o que se passava. E... ele estava chorando - acrescentou com uma expressão extremamente preocupada - E então... pensei que meu irmão tivesse falado algo ruim... Por que ele simplesmente não mantém sua boca fechada? - perguntou, levantando-se, exasperada.
-Porque o Ron nasceu já falando disparates... - respondeu Harry, mais para si do que para Ginny, mas ela não pode deixar de sorrir.
-Isso explica muito...
Ficaram rindo de como Ron e Hermione eram teimosos por estarem sempre chateados e discutindo durante um bom bocado. Harry gostava de ver Ginny assim, sorrindo, divertida, descontraída. Viu como ela ficava bonita. Ao pensar nisso, lembrou-se de algo que o entristeceu ligeiramente:
-O Dean não estará esperando você? - tentou parecer indiferente.
-Não, ele está com o Seamus. Eu falei para ele que iria tentar falar com a Hermione. - Harry animou-se um pouco - Não devíamos ir procurá-los? - acrescentou, deitando uma olhadela à janela, onde algumas torres e torreões de Hogwarts eram já visíveis.
* * *
Ron deambulava, uma vez mais, pelo corredor. Mas desta vez, não estava nervoso ou preocupado. Não, agora uma fúria vigorosa fazia-o caminhar com passos largos e pesados, que apenas o pouco bom senso que lhe restava impedia que tomasse posse dele.
Seria mesmo verdade? Teria Hermione estado, de facto, com Harry no dia de S. Valentim? Para um encontro... daqueles? Românticos? Harry e Hermione eram grandes amigos, sim, era verdade. Mas nunca pensou que pudessem gostar um do outro... assim. Daquela forma... especial. Para dizer a verdade, nunca tinha pensado muito nessas coisas. "Não, isso é para as raparigas sonhadoras", pensou.
Deteve-se bruscamente ao notar que uma porta à sua frente o impedia de passar. Tinha uma pequena tabuleta de latão onde se podia ler "Compartimento dos Prefeitos" e, um pouco mais abaixo, "Por favor, não incomodar".
"Não incomodar"? O Delegado dos Alunos costumava tirar aquela placa quando as reuniões acabavam... Olhou à sua volta. Não estava mais ninguém no corredor. Estaria alguém lá dentro?
Se o compartimento estivesse vazio, Ron lá ficaria até chegarem à estação de Hogsmeade; se alguém lá estivesse... Ron mandaria que quer que fosse embora... Afinal, era um Prefeito, podia lá entrar quando quisesse.
* * *
Estava sozinha, abraçada às pernas no assento, enquanto observava o céu negro como breu, salpicado de pequenos pontinhos cintilantes. O seu choro já terminara há algum tempo e sentia-se agora um pouco mais calma. Porém, o seu rosto continuava molhado, já que não se dera ao trabalho de secar o rasto salgado das suas lágrimas.
Agora que pensava no que acontecera com mais clareza, apercebeu-se que não devia ter deixado o compartimento daquela forma. Só iria deixar mais perceptível o quão frágil se sentia perante Ron. E Harry devia estar agora sozinho. "Não, não deve estar", corrigiu ela, em pensamentos, "provavelmente o Ron ainda não patrulhou o comboio uma única vez".
Estacou repentinamente ao ouvir passos do outro lado da porta. Passos que se aproximavam rapidamente. Levantou-se de um salto e tentou raciocinar. Não era costume haver alunos no corredor perto do compartimento dos Prefeitos. Além disso, àquela hora deveriam estar todos a vestir os seus uniformes de Hogwarts. Seria algum professor?
Viu, com uma ponto de pânico, a porta deslizar, enquanto se virava imediatamente para a janela, tentando disfarçar rapidamente o rosto molhado e os olhos ligeiramente inchados.
Quando afastou as mãos do rosto pode ver o reflexo da pessoa que pensou ser mais improvável de pôr ali os pés. Mesmo sendo apenas o seu reflexo, Hermione podia ver a surpresa e tristeza no seu olhar. E ela podia reconhecer aqueles olhos em qualquer lugar.
Ron abriu e fechou a boca várias vezes. Não contava de forma alguma com encontrar Hermione naquele compartimento. Estava à espera de encontrá-lo vazio. Agora o "Não incomodar" era mais claro. Provavelmente, Hermione voltara a pôr a tabuleta, não esperando que outro Prefeito lá entrasse.
-Er... Desculpe, eu... pensei que estivesse vazio e... - começou ele, ainda um pouco admirado por a ter encontrado e por momentos esquecendo o que ouvira no corredor. - ...Eu vou... sair, então - mas antes de dar as costas a Hermione, notou que os seus olhos estavam um pouco vermelhos - Hermione... você está bem?
-Eu? Nunca estive melhor! - mentiu, virando-se para encará-lo finalmente - E não precisa sair. Eu saio. - e saiu, deixando para trás um Ron completamente atónito.
Seguiu-a com o olhar. Quando ainda ela era visível, lembrou-se da conversa que ouvira. Sem conseguir evitar, gritou-lhe:
-O Harry deve estar procurando você! Não o deixe esperar tanto assim.
Mesmo à distância, conseguiu ver o olhar confuso e, ao mesmo tempo, irritado que Hermione lhe lançou., antes de desaparecer de vista.
Decidiu voltar ao compartimento de onde viera, para vestir o uniforme. Ao lá chegar, encontrou-o vazio. "Provavelmente, já se encontraram", pensou com amargura. Ficou sozinho o resto da viagem, pensando em como nunca se dera conta de algo que mostrasse como Harry gostava de Hermione.
* * *
Harry e Ginny já calcorreavam o Expresso de Hogwarts haviam quase meia hora quando finalmente avistaram Hermione, caminhando irada pelo corredor fora. A ruiva apressou-se a alcançá-la, com Harry atrás de si.
Hermione recusou-se a revelar a razão da sua fúria, limitando-se a dizer algo como "problemas com Slytherins". Os outros dois entreolharam-se, ambos convencidos de que, desta vez, os Slytherins estavam inocentes.
Assim, viram-se obrigados a evitar falar de Ron e conversaram calmamente enquanto voltavam ao compartimento. Quando lá voltaram, encontraram-no vazio, como esperavam, apesar de Harry e Ginny ainda tivessem esperanças de que Ron lá estivesse.
Ao abandonarem o Expresso de Hogwarts, Harry e Hermione (Ginny tinha-os deixado para se encontrar novamente com Dean) olharam à sua volta em busca de um sinal de Hagrid chamando os alunos do 1º ano. Quase imediatamente avistaram um vulto gigantesco aproximando-se e reconheceram-no como sendo o Guarda dos Campos. Quando os viu, o meio-gigante dirigiu-se rapidamente aos jovens, que o cumprimentaram alegremente.
-Oi, Harry, Hermione... Boas férias? - perguntou. Mesmo apenas com a grande lanterna que transportava, Harry e Hermione puderam notar um certo desânimo no seu rosto, também notável na sua voz. Os dois acenaram em resposta e Hagrid tomou uma expressão desconfiada - O Ron não está com vocês?
Harry notou imediatamente que Hermione estava agora pouco à vontade com a pergunta de Hagrid, mas ignorou, respondendo:
-Não, Hagrid, perdemo-lo no comboio, vamos agora procurá-lo - inventou, parecendo-lhe difícil encontrar o que quer que fosse no meio daquela massa de estudantes.
-Bom, nos vemos então no castelo... - Disse Hagrid, afastando-se com um breve aceno - Primeiros anos, aqui, sigam-me!...
Juntos, Harry e Hermione encaminharam-se por entre a multidão de alunos ali concentrados e procuraram uma diligência. Harry conseguiu avistar as misteriosas e perturbadoras criaturas que apenas no ano anterior tinha descoberto (graças a Luna) que sempre puxavam as diligências. Quando encontraram uma ainda vazia, o respectivo Thestral olhou-os inexpressivamente com os seus olhos brancos e sem pálpebras, mostrando-lhes a sua estranha cabeça semelhante à de um dragão, enquanto mexia, como que incomodado, as grandes e poderosas asas negras que brotavam das suas costas. Harry lembrou-se de como ficara receoso de que tivesse enlouquecido na primeira vez que os viu. E o facto de ter sido Luna a falar-lhe daquelas criaturas sinistras incomodou-o mais ainda.
Mais tarde veio a descobrir o porquê de apenas alguns conseguirem ver os Thestrals. "As pessoas que conseguem ver os Thestrals", dissera Hermione, certa vez, "já presenciaram uma morte". Harry conseguiu ver os Thestrals desde o momento em que presenciou a morte de Cedric, no fim do seu quarto ano. E, havia pouco meses, o seu padrinho também o deixara. Quantos mais iria ver serem tirados de perto de si, e quantas vezes mais teria de suportar a dor de uma perda até a maldita profecia ser cumprida?
-Harry, er... você está bem?
Harry sobressaltou-se ao ouvir a voz de Hermione. Ela estava com a cabeça do lado de fora da diligência, espreitando para ver onde ele se metera. Este deu por si mesmo em frente do Thestral, que ainda o olhava com os seus olhos leitosos.
-Harry, é melhor nos apressarmos.
-Sim, claro - respondeu automaticamente, subindo para a diligência que, logo após Harry ter fechado a porta, começou o seu caminho em direcção aos portões de Hogwarts. Nenhum deles falou durante esse caminho, até que Hermione comentou, quando a diligência parou:
-Sabe, esta me pareceu a viagem mais pacífica que já fizemos no Expresso de Hogwarts - nisto Harry arqueou as sobrancelhas. A mais "pacífica"? Poderia ser considerada pacífica a discussão dela e de Ron? Hermione pareceu perceber a confusão do amigo, pois logo acrescentou, enquanto subiam as escadas que davam acesso ao Hall de Entrada do castelo - Estava me referindo ao facto de ainda não termos visto o Malf...-
-Olhem, se não é o nosso Potty! - uma voz arrastada se fez ouvir acima das outras.
Um garoto que eles conheceram imediatamente apenas pela voz olhava-os maliciosamente. Tinha claros cabelos louros que brilhavam à luz que provinha de dentro do castelo e os seus olhos, de um cinzento claro estonteante, cintilaram quando os avistou. O sorriso torcido já tão característico formou-se nos seus lábios quando voltou o seu rosto pálido na sua direcção. Draco Malfoy esteva no cimo das escadas, juntamente com Crabbe, Goyle e alguns outros do seu grupo de Slytherins.
Todos eles se voltaram quando ele mencionou Harry.
-Potter, Potter... A sós com a Sangue de Lama da Granger? Pensando bem, de você não se poderia esperar outra coisa, não é mesmo? Por outro lado, estava com esperança de que o Weasley pobretão a levasse para a sucata a que ele chama de casa...-
-Densaugeo!
Um grito fez-se ouvir algures atrás deles. O feitiço atingiu Malfoy na cara e este cambaleou, atordoado. Quando levantou o rosto, um súbito ataque de risos encheu o local. A maioria dos estudantes agarrava-se à própria barriga, tal era a forma como riam, enquanto Crabbe e Goyle gesticulavam e falavam estupidamente, tentando ajudá-lo. Os dentes de Malfoy tinham atingido um tamanho invulgar, e aumentavam rapidamente em direcção ao seu queixo. Harry reconheceu então o feitiço: o próprio Malfoy lançara-o contra ele, tendo, contudo, atingido Hermione. Ainda com um largo sorriso nos lábios, Harry e Hermione viravam as costas a Malfoy, que agora se assemelhava a um castor, a fim de saber quem fora o génio que tivera a ideia de enfeitiçar Malfoy.
Era Ron. A sua boca estava comprimida numa linha fina e os seus olhos eram de um azul-escuro carregado, que lembrava um oceano profundo e vazio.
* * *
Os cantos dos seus lábios torceram-se num sorriso vingativo. Os seus olhos brilharam estranhamente. Ainda com o mesmo sorriso, guardou a varinha no manto.
-Isso aí é para você aprender a não insultar minha casa e a Herm... - interrompeu-se e lançou um olhar sem emoção para a morena - ...e minha família - avisou. Voltando-se afastou-se em direcção ao Hall de Entrada.
-Ron! - ouviu uma voz chamá-lo, fazendo-o parar. Porém, limitou-se a laçar um olhar enfurecido à dona daquela sua conhecida voz.
* * *
Hermione podia jurar que sentiu o seu coração para no momento em que encontrou o olhar do ruivo. Parecia que dele emanava uma escuridão imensa que estaria prestes a engoli-la.
Era um olhar que não conhecia. Um olhar que nunca recebera nem esperava receber de Ron. Não dele.
Sentiu-se paralisada. Perdida, Congelada e desorientada. Não conseguia fazer o mínimo movimento, apenas os seus olhos seguiram o ruivo, que se afastava a passadas largas e furiosas, abrindo caminho pelas portas de carvalho.
Assim que percebeu que tinha recuperado o controlo dos seus movimentos, a morena largou a correr, seguindo a mesma direcção de Ron. Porém, notou com tristeza que ele tinha desaparecido na multidão de alunos. Tentou equilibrar-se na ponta dos pés, a fim de conseguir ver acima do mar de cabeças que se adensava à entrada do castelo, mas não conseguiu encontrá-lo. Desanimada, voltou para onde Harry estava, onde o tinha deixado, de costas viradas para o grupo de Slytherins que rodeavam Malfoy tentando fazer com que os seus dentes voltassem ao tamanho normal, que agora estavam ao nível dos seus ombros.
Harry e Hermione iniciaram então o seu caminho para o interior do castelo, porém Pansy Parkinson saiu do seu grupo e dirigiu-se-lhes:
-Hei, Granger, o que foi aquilo? Pelo visto nem o pobretão do Weasley suporta um Sangue de Lama nojenta que n...-
-Cala a boca, Parkinson, não... - começou Harry. Se tivesse sido Malfoy a dizer o que acabara de ouvir, não teria hesitado em lançar-lhe um feitiço, se soubesse como dar-lhe uma bela cauda de castor, para combinar com os enormes dentes de Malfoy. Porém, era Parkinson, e Harry não desceria tão baixo ao ponto de fazer mal a uma garota, mesmo sendo uma Slytherin.
Contudo, alguém teve, aparentemente, essa mesma ideia: cabelos castanhos e revoltos esvoaçaram ao seu lado. O que Harry viu a seguir só tinha assistido uma vez: Hermione apontando a sua varinha à garganta da Slytherin, fúria brilhando no seu olhar.
Harry apressou-se a ir ao encontro delas e colocar-se entre as duas, numa tentativa de evitar que algo pior acontecesse, se bem que não se importasse muito se Parkinson saísse dali com o nariz partido e sangrando. Apenas achou que já tivera um bom início de ano lectivo ao ver Malfoy com dentes de castor.
-Afasta-te, Harry - avisou Hermione, sua voz soando calma, mas Harry via a amiga tremer de raiva, sem olhar para ele.
-Hermione, não faças nada, não...-
-AFAST...-
-O que se passa aqui?
A Professora McGonagall aparecera sem que nenhum deles desse conta. Olhava claramente para o cenário à sua frente, Pansy Parkinson temia levemente e olhava assustada para a varinha que Hermione lhe apontava. Harry, que parecia ter sido o único a perceber a chegada da professora, estava entre as duas de braços erguidos, tentando impedir Hermione de fazer algo de que certamente se arrependeria mais tarde.
A expressão da chefe de equipa dos Gryffindor deixou o choque e tornou-se severa. As suas narinas estavam dilatadas e os seus lábios comprimidos, como sempre estavam quando desiludida com a atitude de algum aluno seu.
-Algum dos senhores pode me dizer o que se está passando? Miss Granger, explique-se.
Hermione pareceu recuperar-se da sua fúria e olhou à sua volta ao ouvir o seu nome. Quando viu a professora de Transfiguração, fitando-a severamente, baixou o braço que segurava a varinha e a incredibilidade mostrou-se no seu rosto. Claramente, não acreditava no que tinha acabado de fazer. Estava assustada com o seu próprio feito, e o seu olhar caiu em Harry, como que pedindo desculpas por ter sido rude para ele. O moreno acenou levemente com a cabeça. Então a garota encarou a professora.
-Professora, eu...-
-Miss Granger - cortou ela - Acabei de mandar Mr Malfoy para a Ala Hospitalar, pois estranhamente alguém lhe lançou um feitiço que lhe aumentaram os dentes monstruosamente. Agora vejo a menina quase atacando uma colega - Hermione baixara a cabeça quando a professora se lhe dirigiu, fazendo com que o seu rosto ficasse oculto pelo seu cabelo. Vendo que esta nada dizia, a professora continuou - Tudo isto quando o ano lectivo ainda nem começou! Quer fazer o favor de me acompanhar à minha sala? Potter, acho que também você deveria vir. Miss Granger, por muito que me custe, acredito que tenha sido a menina a enfeitiçar Mr Malfoy?
Hermione simplesmente abanou a cabeça negativamente.
A professora McGonagall, embora duvidosa, pareceu um pouco menos preocupada:
-Mas nesse caso, quem...?-
Harry abriu a boca para explicar o que acontecera, porém foi impedido por uma voz familiar:
-Foi o meu irmão, professora.
Harry virou-se bruscamente. Agora, à sua frente, encontrava-se uma rapariga de cabelos brilhantes e fogosos, olhos cor de aveia e pele clara. Tinha uma expressão séria, porém calma, quando voltou a falar, sem olhar para Harry:
-Eu vi o que aconteceu, professora - revelou Ginny. Resumidamente, explicou o que tinha acontecido, desde os insultos de Malfoy até Hermione quase enfeitiçar Pansy Parkinson. A subdirectora liberou-a e mandou-a seguir para o Salão Nobre. Assim que a ruiva se afastou, a professora encarou os outros dois alunos com severidade.
-Miss Granger - chamou. Hermione ergueu o rosto. Agora mostrava os seus olhos marejados e nas suas faces podia ser visto o rasto das lágrimas que as percorriam. Forçou-se a encarar a professora - Nunca, repito, nunca, pensei vê-la agir dessa forma! A menina sabe muito bem que não pode enfeitiçar um colega. A menina sempre foi responsável e respeitadora das regras da escola. O que aconteceu?
-Também gostaria de saber... - respondeu a garota, num murmúrio, que só Harry conseguiu ouvir. O rapaz lançou um olhar preocupado à amiga. Algo se passava com ela realmente.
A professora McGonagall continuava o seu sermão e Hermione chorava baixinho. Quando lhes foi ordenado que a acompanhassem à sua sala, a subdirectora guiou-os e os jovens seguiram-na. Hermione continuava inconsolável e Harry estava receoso por ela. Enquanto vagueavam pelos corredores vazios e iluminados por tochas atrás da professora, o garoto teve vontade de lhe dizer palavras reconfortantes, abraçá-la para que ela se sentisse melhor, porém não sabia o que dizer e parecia incapaz de fazer qualquer outro movimento senão os necessários para seguir a professora.
A professora parou em frente à porta da sua sala.
-Entrem, por favor - ordenou.
Harry esperou que Hermione entrasse primeiro. Esta parecia ligeiramente amedrontada com a ideia. Fitava a porta perdida nos seus pensamentos quando, por fim, entrou, com Harry em seu encalço.
N/A: ... Noooooooooooooooossa!!! Quanto tempo!! Deixa eu ver... Quase 4 meses desde o último capítulo! Céus... Bom, mas aqui está, o quarto! Por momentos pensei que nunca mais postaria essa fic, pois pelo visto houve uns problemas com a Floreios antes de ela mudar de domínio... pensei que era o fim da Floreios, mas ela voltou no ar! Mas obviamente não foi só isso que me fez demorar tanto assim com esse capítulo... Faz muito tempo que o tenho escrito... mas digamos que... Ah sei la, tou meio triste... tem poucos comentarios, isso daqui, pooh! Assim não dá vontade de continuar! Eu sei que tem gente comentando, muito obrigado, simplesmente gostaria que aqueles que me conhecem não fossem os únicos comentando... Bom, deixa pra lá... Quanto ao capítulo...
O Ron encontra a Hermione... Mas esses cabeças duras não cedem... Se cedessem logo, não teria menor graça, né mesmo?
O Harry e a Ginny... Bom... Não sei bem o que falar sobre esses dois... Pricipalmente aquela cena assim meio... digamos... comprometedora? Não sei se ficou bem como eu queria, poh é difícil descrever o que passa na cabeça desses personagens! Só mesmo a Jo consegue fazê-lo na perfeição, né? ^^
Finalmente, o nosso Malfoy entra em cena!!! Interpretando o Castor Puro-Sangue!!! x) Céus, amei imaginá-lo com umas dentuças bem grandes, tão vendo? =D
Vou, então, responder aos (poucos) que comentaram.
Cawowinah: E esse daqui? Também superou suas expectativas? Nah, não me parece... Esse ficou meio... fraquinho. Bom, quer saber? Não tou conseguindo me orientar com tantos pormenores do último capítulo que você fala aí nesse seu último comentário... Resumindo... Era isso que estava esperando quando leu o último capítulo? Ou foi um pouco, digamos... inesperado? =) Céus, vi agora que, quando você comentou, eu tava lá no UK... Nossa, quem me dera voltar pra lá, tava tão gostoso ^^ Lembra quando falei pra você que vi um cara no metro igualzinho ao Orlando Bloom? Céus, quem me dera ter tirado uma foto... x) Viagem de sonho com meus dois aliados ^^ É, eu sou uma autora muito atenciosa, mas não é só você que ama as orelhas rosadas do MEU Ron!!! (c",) Bom, já tou falando demais... Fique esperando o próximo, viu?? BeijolinoOo e reza pra que esse ano seja bem melhor que o que está agora chegando ao fim! *
Miss Veritaserum: (você ainda não comentou com esse seu novo nome, mas ainda assim, vou responder a você assim) Bom... Por onde quer que comece? Que Morangos que nada, viu garota??? =D Essas coisas acontecem em toda história que se preze, é só notar com atenção! Senão, como as pessoas descobrem as coisas sem quem sabe o que acontece saber? (n tenho certeza se você percebeu o que queria dizer, mas... Que morra!) Mas o que você estava esperando, afinal? Que o Ron e a Hermione ficassem já felizes para sempre? E o resto do ano, como é? Sempre fazendo cafuné e aos beijinhos? =S Qual é? Ah, se cura, garota! =D Você já sabe que eu encontrei meu ruivo... Mas não consegui trazer ele comigo!!! *chorando inconsolavelmente* Aquele da recepção da Pousada de Edimburgo, lembra? Tão lindo que ele era, nooossa! ^-^ Bom, acho que já falei tudo, falei? Começa bem esse novo ano e um grande beijão pra você, viu? *
' d o u b l e χ ': Pimolino do meu coração! Nossa, você não poderia ter começado seu comentário dmelhor! Aruh também pra você, viu? Ah, desculpa não ter avisado você logo do último capítulo... Pois então você será o primeiro a saber desse aqui, agora se você não for ler logo logo... Já não me responsabilizo por isso... x) Pooh, claro que tou vendo, afinal, meu prestes-a-ser-o-realizador-mais-famoso-do-mundo favorito tem que ter uma mente trabalhando desse jeito =) Será que este capítulo fresquinho o agradou? Não, eu não tenho 'tics' de grande escritora, não... Simplesmente, essa frase já vagueava na minha cabeça desde que tinha começado essa fic =S Pode deixar você será o primeiro a ficar sabendo (c",) Aiiih, não me lembre daquele chocolate quente tão gostosinho da Starbucks, vaiii... x) Que esse novo ano traga muita felicidade a essa bunda com uma Torre Eiffel lá enfiada x) (peguei pesado agora =/ ) e a você também, claro!!!
Luna Weasley: Falou bem!!! Demorou mas leu, e é assim mesmo que eu gosto ^^ Que bom que gostou tou feliz sabendo isso =) É verdade sim, Ron e Hermione ainda vão aprontar muito nesse ano em Hogwarts... Digo, acho, né? x) se eu continuar com essa fic... Pois aqui está o novo capítulo! E aí?, Gostou? Espero que sim... Como estão as coisas por esses lados do ocenano? =D Você nunca fala nada disso... =/ Bom, espero que também você tenha um óptmo ano 2007, viu, Marisinha? Beijão pra você*
Fica assim então... Fiquem aguardando o próximo capítulo, tá bom? E, mais uma vez, peço para que todos os que lêm essa fic comentem, por favor, é muito importante pra mim e pra essa fic... Ficamos por aqui, tá bom? Um bom ano 2007 pra todo o mundo!!!
*Mil beijos*
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