Edwiges

Capítulo 1 – Edwiges

Ele estava em uma sala grande e fracamente iluminada pelas chamas que crepitavam em uma lareira grande e sombria, sentado em uma poltrona negra, com um homem que possuía um tipo de mão metálica no lugar da verdadeira, ajoelhado na sua frente.




- Não foi minha culpa! Não milorde, eu lhe imploro.




- Você acha que será perdoado, não? Sorte que eu acabei de ter outro plano para nós nos livrarmos daqueles fedelhos estúpidos.




- Que... que bom, mestre! Então o senhor não vai me castigar?




- Não. – Respondeu Voldemort, virando-se para admirar as chamas, que ardiam na lareira, e depois, voltando-se para a pessoa que estava na sua frente e, soltando uma gargalhada, respondeu. – Crucio!

Harry Potter acabara de acordar com uma dor horrível na cicatriz, depois de ter uma noite de pesadelos horríveis, nos quais Lord Voldemort dizia que agora tinha uma nova idéia, para se vingar das seis crianças que tinham atrapalhado seus planos de roubar e ouvir a profecia que estava guardada no Departamento de Mistérios do Ministério da Magia.




- Eu tenho que aprender de uma vez por todas a usar a oclumência. – Murmurou para si, enquanto enxugava o suor da testa.

Ao dar uma olhada rápida no quarto que ocupava na casa de seus tios, lembrou-se daquela noite em que fora estúpido o bastante para cair nos truques de Voldemort e arrependeu-se de ter levado os amigos para uma armadilha preparada para ele. Começou a escrever uma carta para o Rony pedindo-lhe que contasse as novidades, pois o profeta diário não publicava muitas notícias sobre o retorno de Voldemort. O informasse também de quando eles iriam se encontrar para comprar o material escolar que iriam utilizar no sexto ano e, depois de passar um tempo tentando não descontar as suas frustrações no amigo, ao terminá-la, olhou de esguelha para a gaiola de Edwiges, percebeu que a coruja o estava observando e decidiu soltá-la para que ela pudesse voar um pouco, já que a tinha deixado trancada por dois longos dias consecutivos.




- Leve esta carta para o Rony, tudo bem? – Pediu ele para a sua coruja, que emitiu um pio baixinho e saiu rapidamente pela janela, carregando a correspondência.

Os dias se passavam lentamente, com o garoto trancado na casa dos Dursleys lendo alguns dos muitos livros sobre defesa contra as artes das trevas que ganhara de seus amigos, estava preocupado, pois sua coruja tinha saído fazia quase uma semana e ainda não voltara, quando no meio da noite ele foi acordado com um estrondo de algo batendo na janela e, ao abrir os olhos, se depara com a sua coruja do outro lado do vidro, totalmente ensangüentada.




- Edwiges! – Exclamou o garoto antes de rapidamente se levantar e abrir a janela do seu quarto para que a sua coruja pudesse entrar.

Harry a observava, tentando achar um jeito de se comunicar com o pessoal da Ordem, lembrou-se do espelho que o padrinho havia lhe dado para que pudessem se comunicar sem o perigo de serem descobertos, pegou o espelho dentro da sua mala mas, ao olhar melhor para este, descobriu que o mesmo estava quebrado.




- Espero que isto funcione. – Murmurou o garoto, retirando a sua varinha da cômoda, sem nem pensar que poderia novamente ser quase expulso da escola por usar magia no mundo trouxa. – Reparo!

Enquanto o espelho voltava a ficar inteiro, ele pegou a carta que Edwiges havia trazido e a colocou em cima da cabeceira, pois não estava com cabeça para a ler naquele momento.




- Tem alguém aí? – Disse Harry olhando para o espelho.

Alguns minutos se passaram com o garoto em frente ao pequeno espelho, chamando quem quer que estivesse com o outro par, quando, apesar de ter um fio de esperança de aparecer o seu padrinho no espelho, não deixou de ficar surpreso, a cabeça do Lupin aparece em uma das faces deste e pergunta para ele o que havia acontecido para o estar chamando com tanta urgência.




- O senhor? Profes... Lupin! – Exclamou Harry, com voz arrastada e os olhos marejados e arregalados de espanto, quando se lembrou que Remo não era mais o seu professor de DCAT.




- Acalme-se Harry, o que aconteceu?




- Edwiges... ela foi atacada... está aqui... sangrando... não sei o que fazer...




- Aguarde um minuto, já estou indo! – Disse Lupin, desaparecendo do espelho e reaparecendo alguns segundos depois ao seu lado com um “pop” suave.




- Olhe... – Disse o garoto, apontando para a coruja, que estava em sua gaiola.

Aluado examinou a coruja do garoto e decidiu que seria melhor levá-la para alguém de confiança que pudesse cuidar dela, antes que fosse tarde demais.




- Ela... vai ficar bem? – Perguntou Harry.




- Sim Harry, eu suponho que vá, desde que eu a leve para um conhecido tratá-la logo, caso contrário ela pode não sobreviver, pois foi atingida por vários feitiços e deve ter escapado de mais outros tantos, ou não teria nem chegado aqui.

Após ver Lupin levar a sua coruja para ser curada, Harry deitou-se em sua cama e estava a observar as estrelas quando se lembrou da resposta que Rony lhe escrevera e que Edwiges trouxera, a qual ele tinha se esquecido de mostrar ao seu ex-professor de DCAT. Levantou-se da cama, foi até o criado mudo, pegou a carta com certo receio do que poderia estar escrito, mas acabou criando coragem e decidiu a ler.





Harry,

Meu pai me disse que o pessoal só vai poder te buscar em, no mínimo, uma semana e, nesse espaço de tempo, ele espera que você se comporte bem, não dando motivos para os seus tios resolverem te expulsar de casa, como quase fizeram no ano passado. Ele pediu para você não nos mandar mais corujas, pois com o Lord das Trevas de volta, elas muito provavelmente serão interceptadas. Quanto às novidades, não me autorizaram a escrevê-las aqui, então você só irá saber quando o pessoal da Ordem for te buscar.



Rony.




P.S.:Feliz aniversário adiantado!





- Graaande... – Disse ele, desanimado. – Agora, além de ficar aqui trancado com um primo débil que gosta de esportes violentos e dois tios que tem pavor de magia, vou estar sem notícias do que está acontecendo e do que Voldemort está planejando.

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