O fim
- Draco?!!
- Oi! Será que eu posso entrar? – Olhando para ela, se apoiando no batente da porta.
- Oh! Claro! – Abrindo mais a porta para Draco poder entrar – Desculpa! – Ela observou que ele estava com um smoking preto todo amarrotado, segurava seu paletó nas costas e sua gravata estava desmanchada no pescoço.
- Eu não queria atrapalhar, você estava dormindo? – Olhando Gina de cima a baixo.
- Não, mas o que aconteceu? – passando a mão nos cabelos molhados – Você não deveria estar com sua... com a Spezzato? – Apontando para se sentar.
- Sim, mas... – Parou por um momento – Eu não quero ser mal-educado com você, Virgínia, mas eu não gostaria de falar sobre isso!
- Tudo bem! – Se sentando ao lado dele – Você gostaria de beber alguma coisa? Água, Suco?
- Não, obrigado! – olhando para ela.
- Quer algo pra comer? Alguma coisa? – Baixou a cabeça, olhando para os próprios joelhos. Estava se sentindo incomodada com o olhar dele.
- Não, estou bem – ainda olhando para ela. Gostava de olhá-la, não sabia nem o por quê de estar lá, mas sabia que precisava da presença dela, se sentia bem. Ficaram ali por alguns minutos, em silêncio, Draco percebeu que Gina estava incomodada com aquilo – Ah! Você poderia deixar eu dar uma olhada nos papéis do processo?
- Claro! Eu vou pegar! – e se levantou, passando na frente do Draco. Este a observou até ela entrar no quarto. Ficou olhando o apartamento, era quase igual ao que eles moravam. Ela reapareceu na sala com os papéis e entregou para ele.
- Ai estão todos os papéis. – Sentando ao lado dele.
- Vou dar uma olhada aqui mesmo. Se não tiver problema, é claro...
- Não... tudo bem! Se quiser pode ver na cozinha... Já estou enjoada deles mesmo! – Gina disse com um meio sorriso no rosto – Eu vou ficar aqui na sala assistindo TV, pode ficar à vontade!
- Obrigado! – Levantou-se e foi para a cozinha, ela o seguiu – Não se preocupe, eu vou tentar terminar o mais cedo possível.
- Não precisa... pode demorar o tempo que quiser! Tem comida na geladeira se ficar com fome. - Lançando um sorriso amistoso a ele.
Draco ficou na cozinha analisando a papelada. Não lembrava exatamente como fora parar ali, só sabia que estava no jardim da Mansão Malfoy tomando um ar fresco e decidiu sair. Aparatou em frente ao prédio de Gina e subiu. Aquela noite ele sabia que tinha que ficar perto dela. Balançou a cabeça, tentando esquecer as lembranças daquela noite, então se concentrou nos papéis em cima da mesa.
Já estava cansado, e observou o relógio que tinha sobre a geladeira e viu ser muito tarde. Levantou-se e foi em direção à sala. Gina estava dormindo no sofá com a televisão ligada. Ele parou e ficou-a observando. Há seis anos não a via daquele jeito, tão frágil. Foi até o sofá e a pegou no colo, indo em direção ao quarto, sentia seu perfume como se fosse a primeira vez. Colocou-a na cama e continuou a observando. Queria sentir novamente sua pele macia, então pousou sua mão no rosto dela, que acordou instantaneamente. Ficaram se olhando, então Draco abaixou-se e beijou Gina, sendo retribuído. Ela passou suas mãos sobre a nuca de Draco, massageando-a, Draco manteve uma mão sobre o pescoço de Gina e outra em sua cintura. Gina então interrompeu o beijo empurrando Draco.
- Hoje não era o seu casamento?
- Era não, foi.
- Você casou? – Draco afirmou com a cabeça – E o que você está fazendo aqui?
- Eu não sei. – Levantou-se da cama, passou a mão na cabeça, alisando os cabelos e virou-se, fitando-a – Eu precisava sair de lá, não me pergunte por quê, eu só precisava.
- Você não tem nada que fazer aqui – Levantando-se da cama também – Você é um homem casado e devia estar com sua mulher, vai embora!
- Você não quer que eu vá!
- VAI EMBORA! – Começando a chorar.
- Não!
- VAI EMBOOOORA! VAI FICAR COM A SUA ESPOZINHA!
- Não vou sair daqui! Vou ficar com você! – A puxando e dando-lhe outro beijo, mas a raiva de Gina era maior que a vontade de beijá-lo, então ela o empurrou e lhe deu um tapa na cara.
- Sai da minha casa, Malfoy. – Disse pausadamente, como se tivesse mantido a calma, e enfatizou o nome. Vendo que Gina estava com olhos cheios de lágrimas, deu meia volta, foi até a sala, pegou seu paletó e aparatou para a mansão. Gina se jogou na cama, começando a chorar novamente até cair no sono.
***
Aparatou no hall da mansão. Subiu as escadas e foi direto para o quarto. Ao entrar se deparou com Amanda, sua esposa. Ela estava sentada em uma poltrona verde musgo, vestida com uma camisola vermelha e os braços cruzado sobre o peito.
- Por onde você estava? Eu o esperei a noite toda. Você sumiu da festa, eu tive que inventar desculpas para nossos convidados, você nem se importo com... – Draco passou pelo quarto fingindo que não escutava, entrou no banheiro e fechou a porta – Draco! DRACO!.
- O que você quer, Amanda? – Disse, após sair do banheiro com apenas uma calça preta de seda.
- O que eu quero? Eu quero saber onde você estava, por que saiu no meio da festa de casamento? Você passou a noite inteira fora, na nossa noite de núpcias e...
- Amanda, nós já transamos antes e nós vamos transar de novo, não se preocupe – Amanda fez uma cara de indignação – Eu saí para tomar um ar, estava precisando, agora se você parar de falar eu vou poder dormir – E se jogou na cama. - Dormir? Você vai dormir? Draco, é nossa noite de...
- EU SEI, TÁ BOM? Eu estou cansado, trabalhei a noite toda e agora quero dormir, será que dá?
- Trabalhou a noite toda? Você não estava no escrit... – Parou de repente, como se algo tivesse clareado em sua mente. Draco agradeceu a Slytherin por ela ter parado de falar, mas não foi por muito tempo - Você estava com a Weasley.
- Quê?
- Nem no dia do nosso casamento, você não respeitou nem isso.
- Do que você está falando? Mas é claro que eu não fui na casa da Virginia, pra que eu iria lá?
- Eu sei lá. Você nunca a esqueceu, sempre fica falando dela, em como ela é perfeita. Mas isso vai mudar hoje! - E em um movimento rápido, pegou a varinha e conjurou cordas para amarrar Draco – Ela não vai mais atrapalhar, não a mim!
- O que você vai fazer, Amanda? Me solta daqui! - Vendo ela colocar um casaco e pegar algo em uma de suas gavetas – Sabe Draco, ela é uma nojenta adoradora de trouxas e deve ser tratada como uma!
- O que você vai fazer? Se você a machucar, eu juro Amanda, você vai se arrepender! – Tentando se soltar das amarras.
- Oras, querido, eu vou matá-la como a uma trouxa - Tirando uma adaga de um abrigo de pano – Morrerá sangrando, assim ela não vai mais nos perturbar!
- Não, Amanda! – Ela foi em direção a ele, deu-lhe um selinho e saiu do quarto – NÃO, AMANDA! AMANDA!
Ele estava perdido, Amanda iria matar Gina e seria por sua culpa. Desde que tinha se apaixonado por Gina, estragara-lhe a vida. Tinham se reencontrado no curso de advocacia e desde então ela entrou na sua vida. Antes de terminarem, Gina tinha engravidado e largado o curso. Sua mãe, ao saber que iria casar com uma Weasley, lhe tirou a fortuna, pensando que Draco iria desistir, e viveram precariamente. Após todo o ocorrido durante o casamento, se separaram e ela terminou o curso, trabalhando juntos depois. Sua vida voltara como era antes, sua mãe devolveu sua fortuna, ele noivou com uma puro-sangue de uma ótima família, mas ainda amava Gina. Agora, por causa desse amor, ela iria morrer. Draco se mexia o suficiente para tentar se soltar. Quando conseguiu, sentiu que era tarde demais e aparatou direto pra lá.
- Virginia? – aparatou na sala chamando-a, estava tudo organizado – Virginia? – Foi em direção ao quarto e viu a porta entreaberta – Virginia! – Ela estava em cima da cama com o punhal cravado no peito.
- Dra...co, Spe...
- Shh! Não fala nada, vou levá-la ao hospital.
- N... não!
- Sim, eu não posso perdê-la novamente. – passando a mão em seu rosto.
- Não... vai! – E pediu para tirar o colar que ela estava usando – Vou querer... de volta – Draco Confirmou com a cabeça – Eu te amo!
- Eu também te amo – Passou a mão em seu rosto, limpando uma lágrima e depois caiu morta no chão. Gina estava morta.
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