Entre el amor y el odio
Em uma tarde chuvosa, todos os alunos estavam em suas aulas. Para variar, o pessoal do 7º ano da Grifinória assistiam à aula de poções junto com os Sonserinos. A cada dia que se passava, o profº. Snape estava mais rabugento e fazia de tudo para tirar pontos da Grifinória. Os alunos não agüentavam mais e, ao sair da classe de poções, Hermione disse a seus amigos:
- Tô cansada do Snape inventar várias desculpas para tirar pontos da gente. Esse cara devia se tocar, ele é um chato, nojento, metido...
Hermione não pôde terminar, pois Snape escutava tudo atrás dela. Hermione percebeu e engoliu seco, mas já era tarde demais.
- Srta. Granger, queira me acompanhar até a sala de aula?
Hermione olhou para os amigos com se tivesse sido condenada a morte e entrou acompanhada pelo professor.
- Tadinha da Mione - disse Rony triste - Agora o Snape vai tirar todos os pontos da Grifinória e castigá-la com severidade...
- É Rony. - respondeu Harry com a mão na cabeça - O pior vai ser se ele quiser destituir a Mione do seu cargo de Chefe dos Monitores.
Harry o Rony se olharam e se lastimaram.
Enquanto isso, na sala de Snape, ele falava com Hermione:
- Sei que não sou uma boa pessoa, mas me admira muito a Chefe dos Monitores falar algo assim, e o pior, na minha frente.
Hermione tentou se explicar, mas não saiu nenhum som.
- A srta. acha mesmo isso tudo de mim?
Hermione pensou em dizer não, mas realmente ela pensava aquilo tudo dele. De repente, ela falou com cara de mau:
- Sinceramente professor, acho sim. O Sr. sempre nos obriga a odiá-lo e sempre nos prejudica sem uma boa justificativa. Eu tô cansada das suas injustiças, o Sr. pode me dá detenção, pode me tirar pontos, mas a minha opinião sobre o Sr. não vai mudar.
Snape ficou perplexo, e realmente não sabia o que responder. Mas, tudo que ela dissera era verdade. Mas, como ele ainda não tinha dado uma boa resposta a ela? Por que recuara e perguntara o que ela achava dele? Ele nunca pediu a opinião de ninguém? O que estaria acontecendo?
Ele rapidamente pediu que a menina saísse e ficou confuso com a sua reação. Hermione saiu da sala mais confusa do que ele. Como é que ele não me maltratou? Ele sempre fez isso, e principalmente comigo. O que será que aconteceu?
Hermione chegou na sala comunal completamente zureta. Ela não sabia o que pensar... ele não tirou pontos e nem marcou detenção?
- Que cara é essa Mione? Perguntou Harry assustado - parece até que viu Voldemort em pessoa...
- Não Harry, algo muito pior...
- Pior! - gritou Rony - O que pode ser pior do que o Lord das trevas?
- Achar que eu seria repreendida, que perderia uma infinidade de pontos para a Grifinória e que encararia uma cruel detenção. Mas não, ele não falou nada, e ainda perguntou se eu achava tudo aquilo dele, pode?
Harry e Rony se olharam interrogativos. Como pode, Snape não repreender Mione depois de tudo que ela disse, e mais, na frente dele...
Na masmorra, Snape pensava no que fizera.
- O que eu fiz? Será que estou louco? Não tirei nenhum ponto e nem marquei detenção? Isso não pode ficar assim...
Snape pegou um pedaço de pergaminho e escreveu um pequeno bilhete. Depois, mandou uma coruja entregar o bilhete a Hermione.
Na sala da Grifinória, Hermione mostrava o bilhete aos amigos.
- Eu sabia que era muito bom para ser verdade. Snape não poderia ter mudado de uma hora para a outra.
- É Mione, agora você tá ferrada. Vai passar alguns meses ao lado daquele idiota e ainda perdeu 150 pontos para a casa. Não vai ser fácil... - disse Rony olhando-a com pena.
- Tudo bem Rony. Não se preocupe, eu vou falar com ele, isso não é justo, ele não pode me deixar alguns meses em detenção, eu tenho muita coisa para fazer.
- Você não pode falar com ele Mione - gritou Harry assustado - ele tiraria mais pontos pela sua prepotência e ainda te deixaria mais alguns meses de detenção por causa de sua arrogância. Não faz isso, tá?
Hermione olhou para os amigos com carinho, mas ela teria que dar um jeito de falar com Snape. Ela não poderia deixar tudo o que tinha conquistado, ser Chefe dos Monitores, por ter falado uma dúzia de verdades para ele. Certamente isso não ficaria assim.
Ela deu algumas desculpas aos amigos e desceu correndo para a masmorra de Snape. Ao chegar na porta, ela pensou em voltar, mas o seu orgulho falou mais alto e ela tinha que encará-lo de qualquer jeito. Ela bateu levemente a porta e esta se abriu instantaneamente. Snape estava sentado em uma poltrona lendo um pequeno livro quando Hermione entrou. Ele se surpreendeu, pois não esperava aquela inusitada visita.
Ele fez com que Hermione se sentasse e lhe ofereceu um chá. Hermione aceitou e começou a falar com medo, mas com muita educação:
- Eu gostaria de saber, por que o Sr. me colou em detenção durante alguns meses?
Snape a olhou fulminantemente e respondeu desdenhoso:
- A Srta. deveria saber, não acha? Foi você mesma que me desafiou.
- Te desafiei? Eu não fiz isso, eu só disse...
- Não tem desculpa Srta. Você vai ficar durante esses meses em detenção e sem reclamar.
- Eu não posso. - respondeu Mione se levantando e aumentando a voz - O Sr. não pode fazer isso.
- Posso e já fiz, agora não tem como voltar atrás...
Hermione se desesperou e, inconscientemente, foi com tudo para cima dele. Snape a segurou pelos braços fortemente e impediu que ela fizesse uma bobagem. Ele tentou acalmá-la , mas era impossível, ela estava completamente fora de si. De repente, sem entender, Snape a beijou. Hermione tentou se desvencilhar de seus braços e não corresponder ao seu beijo, mas foi impossível. Então, ela cedeu. Quando eles se separaram, Snape só pôde ouvir um grande estalo e seu rosto arder, pois Hermione tinha lhe dado um grande tapa. Ele a olhou com ternura, mas Mione não percebeu seu olhar e saiu correndo da masmorra.
Hermione chegou a biblioteca sem fôlego e se sentou sozinha em um canto. Seu coração batia muito forte e seus dedos, trêmulos, percorriam seus lábios molhados. Ela ainda podia sentir aquele beijo. Snape, em sua masmorra, não podia imaginar por que ele tinha agido daquela forma, como poderia beijá-la daquele jeito, se ele a odiava tanto. Mas, será que ele a odiava mesmo?
Harry e Rony estavam indo para o salão principal quando Rony disse:
- Onde será que tá a Mione? Já faz um tempão que ela saiu.
- Ah Rony, ela deve estar na biblioteca. - respondeu Harry convencido de que sua amiga não tinha ido falar com o morcegão - Eu vou até lá, vou avisá-la que já está quase na hora do jantar.
- Tá bom... eu vou para o salão, pois tenho que dar uma palavrinha com a Gina.
Eles se despediram e Harry seguiu para a biblioteca. Ao chegar, ele não viu ninguém, mas depois que deu alguns passos, viu que Mione estava na última mesa. Ele foi até ela e quando a menina o viu, disse meio abobada:
- Oi Harry, que surpresa. O que você tá fazendo aqui?
- Ora Mione, eu também estudo aqui, lembra?
- Claro Harry, claro.
- Aconteceu alguma coisa? Perguntou Harry se sentando ao seu lado - Você parece tão esquisita!
- Não aconteceu nada, não se preocupe.
- Você não foi procurar aquele morcegão, foi?
- Snape? não, claro que não...
Harry olhou abismado, pois Mione estava muito esquisita. Parecia que seus pensamentos estavam em outra dimensão. Harry acompanhou Mione até o salão para eles jantarem.
Durante o jantar, Hermione olhava toda hora para a mesa dos professores, mas quem ela gostaria de ver, não estava lá. Mas, por que ela gostaria de vê-lo? Ele a beijou a força. Mas no fundo, ela tinha adorado aquele beijo.
Na sua masmorra, Snape andava de um lado para o outro tentando entender o que tinha acontecido. De repente ele se olhou no espelho e sorriu. Não era um sorriso sarcástico, era um sorriso franco.
- Gostou, não é? Disse a imagem dele no espelho.
- Quem é você? Perguntou Snape abismado.
- Ué, eu sou você seu idiota. Há quanto tempo hein? Há quanto tempo nós não nos sentimos assim, apaixonados!!!!
- Eu não estou apaixonado, eu a odeio.
- Até parece. Quem odeia não sente o fogo da paixão percorrer por todo o corpo e nem fica pensando no que aconteceu, nem fica sorrindo sozinho.
- Isso só pode ser loucura, eu falando comigo mesmo, e pior, levando a sério o que minha imagem refletida no espelho diz.
- Se eu fosse você, eu levava a sério, pois venhamos e convenhamos, você está completamente apaixonado.
- Não estou não.
- Bem, Severo Snape, caso você não saiba, o amor e o ódio caminham juntos e são medidos na mesma proporção. Pára de ser idiota e vá procurá-la, diga o que você sente, sem medo.
Snape balançou a cabeça fortemente e olhou fixamente para o espelho, mas ele não disse mais nada. Ele se sentou e chegou a conclusão que o espelho estava certo, mas ele tinha medo de expressar seus sentimentos.
Hermione estava deitada em sua cama e não parava de pensar naquele maravilhoso beijo. Ela que tinha tanta coisa para se preocupar e fazer, agora só conseguia pensar no beijo. “Mas, será que ele me beijou para eu ficar quieta?” pensou ela. “Será que ele não sentiu nada e me fez de boba!” “Ai, não acredito nisso. Ele me beijou com tanto amor, eu pude sentir!”
Hermione não conseguia dormir, pois não parava de pensar nele e em seus fortes braços a apertando. Mas, antes de cair no sono, ela decidiu que iria procurá-lo na manhã seguinte, pois não agüentava mais ficar pensando em “Será que é isso, Será que é aquilo”.
Snape também não conseguia dormir, o duro era admitir que a amava com todas as forças que ele possuía. Tudo que ele sentia era verdade. “Mas onde fica a minha reputação?” disse ele olhando para o espelho “e o meu orgulho?”
Bem, ele ainda tinha que pensar muito sobre isso, mas não poderia deixar Hermione nutrir falsas esperanças, pois talvez ele não pudesse corresponder as suas expectativas.
Hermione acordou bem cedo e decidiu que falaria com ele, não seria tão difícil, pois a maioria dos alunos iria para o fim de semana em Hogsmade. Quando ela desceu para a sala comunal, Harry e Rony esperavam por ela.
- E aí Mione, vai a Hogsmade com a gente? Perguntou Rony feliz.
- Não vai dar meninos. Eu preciso resolver muitas coisas com a profª. Minerva, e mais, estou em detenção, lembram?
- Aquele idiota. - falou Harry com raiva - Como ele pôde te privar de um final de semana maravilhoso em Hogsmade?
- Não liga Harry. Não vai ser tão ruim assim. Tenho certeza que vocês vão aproveitar bastante por mim...
Os dois amigos abraçaram Hermione e eles desceram para tomar o café da manhã. Quando Hermione chegou, reparou que Snape já estava lá. Ele a olhou com satisfação mas depois disfarçou, pois não poderia demonstrar seus sentimentos. Hermione ficou feliz em vê-lo, mas se entristeceu quando ele disfarçou. Ela se sentou e aproveitou muito bem o café com seus amigos da Grifinória. Quando todos já tinham saído, Hermione saiu correndo para as masmorras seguindo a pulsação do seu coração.
Ao chegar, Snape já a esperava, mas não tinha nenhum sorriso, nada de bom vinha dele naquele momento. Ela se assustou mas entrou mesmo assim. Snape fez com que ela se sentasse e disse com a voz completamente letal e fria:
- Por que a Srta. não veio ontem para a sua detenção?
É verdade, a detenção já começara, mas com tudo aquilo que aconteceu, ela havia esquecido. Quando ia responder, ele disse com desdém:
- Não acredito que a Srta. achou que aquilo que aconteceu iria te livrar da detenção!
- Não foi isso. - Respondeu Hermione revoltada e se sentindo completamente usada - eu só pensei...
- A Srta. pensa demais. É melhor que a Srta. saiba que aquilo não significou nada para mim!
Hermione não conseguiu revidar, pois seu coração batia com tanta força que lhe doía muito. Ela sentiu uma grossa lágrima manchar seu rosto. Snape a olhou incrédulo, pois realmente a moça gostava dele. Ele tentou reverter a situação, mas já era tarde demais, Hermione saíra correndo e chorando muito.
Snape deu um murro na parede, como ele pôde ser tão insensível, dizer aquelas coisas para ela. E o pior era que tudo que ele tinha falado era mentira, ele também gostava muito dela e nunca poderia ter dito algo assim. Seu orgulho falou mais alto.
Hermione chegou em seu dormitório aos prantos, deitou-se em sua cama e ficou quieta, chorando baixinho.
Snape não se conformava com o que ele tinha feito. Ele precisava fazer algo para amenizar a dor dela, mas o que? Ele pensou em pedir desculpas, mas ele nunca tinha feito isso antes, ele nunca se preocupou com os sentimentos de ninguém. Mas agora era diferente, pois o que ele sentia por Hermione era totalmente diferente de tudo que ele já havia sentido por alguém.
Então, de repente, ele pegou um pergaminho e uma pena e começou a escrever. Na carta que ele havia escrito, tinha milhares de pedidos de desculpas e algumas frases de amor que ele mesmo inventou para ela.
Hermione recebeu a carta alguns minutos depois , ela leu a carta por completo, chorou muito com os pedidos de desculpas e chorou mais ainda quando recebeu um buquê de flores azuis, muito raras, tão raras quanto Snape era. Ele havia marcado um encontro num lugar próximo aos jardins, mas Hermione tinha medo de ele enganá-la de novo. Mas o seu amor falou mais alto e na hora marcada, ela foi ao encontro dele.
Snape já estava lá há horas, andava de um lado para o outro e pensava no que iria dizer a ela quando ela chegasse. Hermione chegou e o viu de longe conversando sozinho. Ela o olhou com ternura e se aproximou.Ele percebeu a sua aproximação e olhou para aquela linda moça que o fazia se sentir a pessoa mais feliz e realizada do mundo.
Os dois ficaram se olhando por alguns segundos e não disseram nada. Quando Hermione ia dizer algo, ele a abraçou fortemente e disse com os olhos rasos d’água:
- Me perdoe, por favor. Eu não entendo porque disse aquelas coisas horríveis para você. Tudo o que eu disse é mentira...
- Então, quer dizer que aquele beijo significou algo para você? Perguntou Hermione esperançosa.
- Sim Hermione, claro que sim. Aquele beijo foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Eu pensei que te odiava, pois você sempre queria ser a melhor em tudo, mas eu me enganei. Com tanto ódio que eu tinha dentro de mim, eu pude perceber a pessoa maravilhosa que você é, e passei a te amar incondicionalmente, te amar mais do que a mim mesmo.
Hermione o olhou e sorriu, ela também pensava que o odiava, mas na realidade ela o amava muito e só conseguiu confundir seus sentimentos, tanto quanto ele.
Os dois se sentaram e passaram toda a manhã conversando, trocando carícias e juras de amor. Snape chegou a conclusão que seu orgulho não valia de nada e que ele podia ser muito feliz ao lado de Hermione. Os dois concluíram que namorariam escondidos até Hermione terminar o 7º ano e assim, eles não precisariam cair na boca do povo.
Depois de tantos afagos e tantas juras de amor, eles foram para o castelo para almoçar. Snape se sentou ao lado de alguns professores que tinham permanecido lá e, Hermione, a única do 7º ano da Grifinória se sentou à mesa junto com os alunos que ainda não podiam visitar Hogsmade. Era surpreendente, mas Snape e Hermione não conseguiam disfarçar os olhares apaixonados, eles se pegavam sorrindo sozinhos e olhar deles brilhavam cada vez mais.
O tempo foi passando e o ódio já havia terminado. Entre eles nasceu um forte amor e nada nem ninguém poderia separá-los, pois esse amor nunca iria acabar. Com tudo isso, Snape ficava preocupado com Hermione, porque não sabia como ela achava tempo para estudar, ser chefe dos monitores, namorar e viver. Snape a admirava a cada dia que passava e Mione fazia de tudo para ficar ao lado de seu amado, pois se sentia muito protegida.
Snape realmente não sabia explicar como pôde odiá-la e amá-la ao mesmo tempo. Ele ainda não compreendia mas de uma coisa ele tinha certeza, que a melhor coisa que aconteceu em sua vida foi admitir que a amava e saber que ela tinha os mesmos sentimentos por ele.
- Você quer se casar comigo?
- O quê? Perguntou Mione assustada.
- Se assustou por que meu amor? Vai me dizer que você não esperava?
- Francamente, não...
- E então, aceita ou não?
- Deixa-me pensar!!!
- Não acredito, você ainda vai pensar? Perguntou Snape incrédulo.
- É claro que eu não preciso pensar seu bobo... é claro que aceito!
Snape a pegou em seus braços e a beijou com todo seu amor.
Como eles não conseguiam disfarçar, antes do final do ano letivo, todos já sabiam. Uns recriminavam, outros apoiavam, mas Snape e Hermione não se importavam, pois o mais importante era o amor que eles sentiam um pelo outro e a vontade de serem verdadeiramente felizes, não pelas diferenças e pelo ódio que um dia nasceu, mas pelo amor que se formou com tanta paixão.
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