Não diga adeus



De repente, todo barulho que estava no lugar foi-se cessando. Todas as cabeças presentes se viraram para ela olhando de um modo acusador.

- Hermione! –sua mãe disse em voz alta, tentando sem sucesso que o constrangimento da filha acabasse.

- Olá! – a morena ainda permanecia imóvel observando as cabeças que a recriminavam pelo olhar.


Hermione ficou estática fitando todas as pessoas daquele lugar.

- Hermione... Você está... – a voz de sua tia Nora invadiu o silêncio da casa.

- Grávida! – Anderson falou assustado olhando o estado da prima.

- Quem é o pai? – perguntou sua avó paterna Margie.

Quantos anos sem ver sua avó, que morava em Paris e vinha visitar raramente, e aquele não seria um melhor momento para matar essa saudade, pois sabia que sua avó iria contra todos os poderes de uma mãe solteira.

- Isso não interresa agora, mamãe. Bem já que Hermione chegou podemos finalmente jantar! – o pai da morena falou alto, tentando harmonizar o clima. Todos ainda surpresos se levantaram menos Anderson que ainda continuou estático e suas avós.

Hermione ouviu vários cochichos sobre ela. Fechou os olhos e tentou se acalmar antes de se dirigir a sala de jantar.

- Você ainda não me respondeu Hermione! – sua avó Margie continuava firme a encará-la seria.

Hermione lembrava-se de que no passado sua família nunca havia aceitado uma mãe solteira. Para eles isso era banal, um escândalo. Sua avó era a prova viva disso, já que deserdou duas filhas que engravidaram. Seu pai tomou seu lado e a abraçou olhando friamente para sua mãe.

- Mamãe, não interresa quem seja o pai, ou, qualquer coisa relacionado a esse assunto. O jantar é apenas para comemorar essa nova fase de Hermione...

- Fase? – Margie aumento o tom de voz. – Comemorar? O que temos a comemorar com uma criança grávida, meu filho? Nada... Apenas mais uma que terei que tirar de meu testamento. – Hermione começou a chorar. – Agora você chora querida? Aposto que não chorou quando aceitou a ir para a cama com qualquer um que achou na frente...

- Margie! –o pai de Hermione tomou a palavra, o que assustou a todos já que nunca a tinha chamado pelo nome. – Sinto muito dizer isso, mas se não respeita minha filha, não me respeita também! – Margie se levantou do sofá e o olhou idguinada. – Você sabe onde fica a porta da rua!

A senhora pegou sua bolsa e olhou pela última vez a Hermione, que mantinha a cabeça abaixada e chorava baixo.

- Olha o que você fez com a nossa família... Está deserdada! – e assim saiu da casa batendo a porta.

Anderson que mantinha a cabeça abaixada olhou para o pai de Hermione que estava muito vermelho e irritado.

- Acho melhor levar Hermione para o quarto dela... Tio, Tia vão jantar e digam que Mione não está bem. Eu cuidarei dela... –Anderson disse andando em direção a Hermione que olhou esperançosa para ele.

- Não! –disse a avó materna de Hermione se levantando com um sorriso gentil no rosto para a neta. – Pode deixar Anderson... Eu a levo! – Hermione sorriu para a avó. – E você mande Laura preparar um bom prato de comida para nossa menina! –dizendo isso, a senhora caminhou até a morena e pegou na mão dela e olhou para a barriga da morena. – Meu primeiro bisneto! Preciso começar a tricotar... – todos riram, harmonizando o lugar.

- Obrigada mamãe! –disse a mãe de Hermione com os olhos lacrimejados.

- Oh, minha filha... Estou muito feliz por nossa Hermione. Será uma ótima mãe!


Hermione andava pelo quarto calmamente. Suas mãos passavam pela mobília como se tudo fosse um sonho distante, um passado feliz.

- Antes pensava em como infeliz minha vida era. –ela dizia em voz baixa, mas a avó podia ouvir claramente. – Hum... Tinha problemas amorosos com meu melhor amigo. Nem sei se podem ser chamados de problemas, eu apenas não tinha a coragem de me declarar a ele. – riu com desgosto. – Agora? Olha o rumo que minha vida tomou... Grávida! Solteira! E tenho que fugir do homem que amo, pois a nossa união faria muitas pessoas sofrerem!

Hermione voltou a chorar desesperadamente.

- Oh vovó! O que farei de mim, agora? – a senhora andou até a neta e a abraçou fortemente, a deixando chorar em seu ombro.

Algum tempo se passou e Anderson adentrou no quarto silenciosamente e ao comando de sua avó deixou a bandeja na mesa de canto e saiu do quarto sem dizer nenhuma palavra.

- Hermione! – a chamou, erguendo o rosto de Hermione para que pudesse a olhar nos olhos. – Sabe querida... Por mais difícil que seja não se deve perder a esperança nunca. Tudo... Tudo querida, tudo tem uma saída. Encare tudo isso que esta acontecendo, como uma nova fase. Você ira o adorar tanto quando sentir-lo em seus braços. – Hermione abriu um pequeno sorriso. – Acho que ele não foi planejado, mas não deve ser menos amado por conta disso. E seu grande amor? Não desista dele... Por mais difícil e impossível que ele seja, ele sempre será grande o bastante para suportar todo esse sofrimento. – Hermione suspirou e assentiu com a cabeça. – Agora coma, e depois colocaremos nossos assuntos em dia!


- Bem como disse, seu avô não para quieto... Sempre mexendo em alguma coisa, agora deu de querer cozinhar! – Hermione gargalhava, ao imaginar o avô, ex-comandante da marinha, usando um avental, fazendo bolinhos de chuva.

- Vovô não toma jeito mesmo! – a jovem olhou ao redor do quarto se lembrando da infância. – Era maravilhosa aquela época... Tudo era tão mais fácil; tão simples...

- Nada mudou minha querida, apenas as responsabilidades que passaram a ser mais corriqueiras no nosso dia-a-dia. E elas vão se tornar ainda maiores quando essa criança que você carrega vier a este mundo, mas acredite isso será tão gratificante para sua vida que você não terá medo de dizer o quanto tudo isso valeu a pena!

- Às vezes parece que já sinto isso. Quando ele ou ela mexe dentro de mim, é tão maravilhoso, divino. - as duas sorriram. – Acho que as coisas não serão tão ruins a partir de agora!

- O que pretende fazer?

- Não sei, talvez vá embora da Inglaterra, me ausentar por algum tempo, até que esteja restabelecida.

- Alguma preferência?

- Sim, Estados Unidos. Sempre quis conhecer lá e é longe o bastante daqui. Mas...

- Mas?

- Sinto pelos meus pais que devido ao consultório não poderão me visitar com freqüência. E estarei completamente sozinha... Sentirei falta de alguém para conversar...

- E precisa de alguém para cuidar de você, já que é mamãe de primeira viagem... – disse a senhora sorrindo para a morena.

- A senhora está querendo dizer que...

- Aceito ir com você para a América, mas com uma condição... - a senhora segurou as mão da neta com força, olhando diretamente para os olhos de Hermione. – Quando precisarem de você aqui, você voltará o mais rápido possível... E sem reclamações. – ela disse quando a morena tentou protestar. – Estamos combinadas?

Hermione suspirou fortemente, olhando para as mãos entrelaçadas com a da avó.

- Estamos! – ela olhou para a senhora e sorriu.


Todos os convidados já tinham ido embora, ficando apenas a avó e os pais de Hermione, que estavam cuidado da bagunça. Hermione estava no seu quarto comendo os doces preparados pela empregada, enquanto se divertia com Anderson que contava como tinha sido o jantar.

- Com certeza nossas tias terão muito do que comentar no almoço de domingo na casa de vovó. – Hermione disse rindo.

- Com certeza terão. – Anderson ainda gargalhava.

Ele ficou quieto então, observando a vontade em que a morena comia os doces.

- O que foi? – ela perguntou de boca cheia. “Oh, Merlin! Criticava tanto o Rony que estou começando a pegar os hábitos dele.”

- Tudo seria diferente se não tivesse a forçado me acompanhar naquela festa. – ele disse meio tristonho.

- Claro que seria... – ela disse com a voz um pouco magoada, mas logo sorrindo depois. – Nós nunca estaríamos tendo uma conversa civilizada como essa.

Os dois riram.

- Desculpe-me. - lhe pediu olhando diretamente para os olhos castanhos.

Hermione sorriu e ofereceu um brigadeiro a ele.

- Pensei que ia comer todos. – Anderson disse rindo.

- Mas isso não quer dizer que deixei de te odiar... – ela sorriu

- Claro minha futura ficante, namorada, noiva e esposa!

Hermione se distraiu conversando com sua família e ficou espantada quando bateram na porta e o pai dela foi abrir. Rony esperava calmamente e sorriu para o senhor Granger. A morena então, se despediu da família.

- Pai, Mãe, agradeço o jantar maravilhoso que vocês deram, embora não tenha saído do jeito que queríamos, mas do mesmo jeito, fico muito grata.

- Oh, minha filha! Nós que agradecemos por você ter entendido o quanto isso era importante para todos nós. – Jane, a mãe de Hermione, disse carinhosamente puxando a filha para um forte abraço.

- Ronald, agradeço por estar cuidando de minha filha. – dizia o pai de Hermione que cumprimentava o ruivo parado a porta a espera de Hermione.

- Não tem o que agradecer Sr. Granger, Hermione é como uma irmã para mim, não é nenhuma obrigação cuidar da segurança dela.

Beijando demoradamente a testa da filha, Jane soltou Hermione que foi abraçar ao pai que sussurrou algumas palavras para a morena que beijou a bochecha do pai como agradecimento.

- Prometo que mando noticias minhas, da vovó e do vovô.

- Assim espero minha filha.

Rony olhou curioso para a conversa.

- Vamos? – perguntou Hermione, o tirando dos pensamentos.

- Claro. Até mais Senhor e Sra. Granger.


Na A’Toca as coisas já estavam calmas e as luzes apagadas.

- Nossa, todos já foram dormir? – Mione perguntou observando o local.

- Sim... Mamãe guardou alguma coisa para você na geladeira. – ele disse olhando ao redor a casa para ver se não tinha nada suspeito.

Observou a morena comer algumas fatias de bolo e suco que Molly tinha guardado, mas tinha certeza de que Hermione estava preste a cometer um erro.

- Para onde você vai? – ele perguntou quebrando o silêncio.

- América, Estados Unidos pra ser mais precisa...

- Hermione, você tem consciência do que está fazendo? Deixando tudo para trás, está jogando sua felicidade fora. E agora não é a melhor hora para você viajar sozinha, Malfoy está que nem um louco a procura de uma falha para pegar você... e você sabe disso. – Hermione mantinha a cabeça baixa, olhando para as mãos. – Além do mais importante! Harry não suportara viver sem tê-la por perto, sem estar aos cuidados dele, sabe que ele te ama muito Mione, não faça isso com ele.

- Eu também o amo muito Rony, mas não posso, não devo ficar com ele. – a morena deixou uma pequena lágrima escapar de seus olhos, sentia um nó crescer na garganta.

- Se é por cauda de Gina...

- Gina também é um motivo, mas não é só por causa dela. – ela olhou diretamente para os olhos do ruivo. - Rony olhe para mim, sou uma mulher grávida, uma futura mãe solteira; e Harry tem tudo para ser um grande alguém no futuro, mais do que ele já é, mais é só olhar para a vida dele nos últimos meses e veja como ele está. Deixou de viver por minha causa, assim como você, e nem tente protestar, você sabe muito bem que as coisas complicaram. – ela respirou fundo, tentando não fraquejar – E não é para sempre, é apenas um período, pra que as coisas melhorem.

Rony a puxou para um abraço. A morena se aconchegou melhor nos braços do amigo e deixou-se permitir chorar mais um pouco em silêncio.

- Odeio despedidas. – Rony sussurrou tristemente, mas tentando animar um pouco a situação.

- Se Luna não me matasse eu te seqüestraria e levaria pra morar comigo. – ela sorriu ainda aconchegada ao peito do ruivo que acariciava os cachos dela.

- Com toda a certeza... Ela te mataria. – ele riu e a soltou para olhar nos olhos dela, querendo gravar aquele momento.

Hermione olhou para ele seriamente, mas aos poucos um sorriso sincero ia surgindo no meio de algumas lágrimas.

- Quero que você e Luna sejam os padrinhos de meu filho ou filha. – ela disse sorrindo.

- Nós íamos adorar. – ele disse beijando demoradamente a testa da morena que fechou os olhos memorizando a calma que aquele beijo passava. – Mas está na hora da senhorita ir pra cama. – ele a direcionou subindo as escadas e a guiando pelo corredor até chegar ao quarto. – Boa noite Bela Adormecida.

Ela riu e beijou a bochecha dele.

- Boa noite Rony.

Hermione tentou fazer o mínimo de barulho possível quando entrou no quarto, Gina dormia tranquilamente e ela não queria acordar a amiga. Trocou de roupa um pouco mais devagar do que o normal, aquela barriga toda a deixava mais pesada. Arrumou a cama com dificuldade e finalmente se deitou, relaxando o corpo. Fora um dia difícil, mas logo as coisas iam mudar. O Natal estava chegando e nada tiraria a sua felicidade, talvez seria melhor que viajasse depois do natal, sua avó iria ficar mais tranqüila em passar o natal perto de seus filhos e netos; ela poderia apreciar a companhia dos seus amigos, e até se despedir melhor deles. Respirou profundamente acariciando a barriga pensando no que Rony dissera, Malfoy andava quieto demais, devia estar à espera de alguma coisa, ou quem sabe, desistira de fazer o mal as pessoas.

Ela fechou os olhos tentando não pensar, mas era impossível esquecer aquele nome que atormentava tanto seus pensamentos.

- Harry. – ela sussurrou deixando algumas lágrimas riscarem livremente pelo seu rosto antes de adormecer.


No quarto em frente, Harry fingia dormir enquanto Rony se trocava e caia em sua cama rapidamente dormindo em sono profundo. Escutara quando o amigo chegou com Hermione, escutara os passos dos dois pelo corredor até ele entrar no quarto. Decidira ficar ali, até as festas de fim de ano passarem, por insistência de Sra. Weasley. Mas era difícil, tudo naquele lugar a lembrava, os momentos felizes que tiver ao lado dela e os tristes também. O moreno levantou da cama e passou a caminhar pelo quarto. Um filme começou a passar por sua mente, desde o dia que a conheceu, todos os sorrisos, todas as lágrimas e abraços. Era como se tudo estivesse querendo lhe dizer algo, alertar sobre algo. Tinha que pensar em um jeito de trazê-la de volta, ou pelo menos, recuperar a amizade dela. Alguma coisa lhe dizia que tinha que agir o mais rápido possível, antes que algo acontecesse e ele realmente a perdesse para sempre.



O loiro saboreava o vinho tinto que tinha acabado de ser colocado em sua boca. Já fazia horas que estava trancafiado naquela sala, embora não se sentisse nem um pouco entediado. Pensar nela era o que mais lhe agradava fazer. Ainda podia sentir o gosto de seus beijos, mesmo que forçados, era a coisa mais maravilhosa que alguém poderia provar. O seu cheiro e seus olhos ficaram gravados na mente, tornando impossível de serem esquecidos. E o destino, generoso, deu-lhe de bandeja um presente, um filho.

Alguns poderiam achar o fim do mundo, mas para ele era apenas uma oportunidade de chegar ao pote de ouro com mais facilidade. Um filho, dele e de Hermione. O sorriso era inevitável. Potter deveria estar se roendo de raiva. A vingança mais perfeita que já fora cometida, algo que não poderia ser revertido, não tinha como voltar atrás e muito menos ser esquecido. Era a ponte que os ligava, ela precisava dele assim como ele a queria. Mas como nem tudo é perfeito, tinha apenas um problema, Potter.

Ele era a única pedra que o impedia de avançar no caminho. Mas alguma hora ele cometeria alguma falha, e nessa hora, ele estaria ali para roubá-la dele.

- Potter, Potter, Potter... Essa batalha eu vou vencer e nada, nem ninguém, irá me impedir!


N/A: Bem sei que tenho, ou melhor devo muitas explicações a todos vocês leitores. A demora da atualização não encomodo somente vocês, como para mim também trouxe muito desconforto. Mas para quem escreve, sabe o quanto é difcíl aconcelhar tarefas do dia-a-dia e sobrar tempo para poder escrever, sim gente, isso é muito dificí. Mas sempre deixo muito claro, nunca desistirei de escrever essa fic, pode demorar para a atualização vir, mas nunca vocês veram ela abandonada. Sei que perdi muitos leitores, devido a minha demora, mas o que posso fazer se alguns não compreende que não vivo apenas de escrever, tenho rotina, problemas, cansaso; e tudo isso fica ainda mais horrivel quando não nos sobra tempo para fazer o que gostamos.
Mas depois desse desabafo, vamos agradecer a esses queridos e amados leitores que continuaram firme e forte aqui, aguardando anciosos pela atualização.
Primeiramente a essas duas, grandes irmãs Nick Granger Potter e Binks Granger Potter ( Irmãs Granger), que escrevem uma fic conjunta a mim, e que sempre estão aqui, me ajudando em minhas fics, betando meus capitulos. Agradeço muito a elas. Bem lá vem a lista:
Jhonatas Tiago Potter
JuH_HH
Robert`s
Nuara Clara
Andréa Pismel da Silva (Comenta quase todos os dias, agradeço pela atenção!)
Nathalia Fallatti
Belinhaaa Diggory &
Carol Miranda
Juliana Senhorini
James V Potter
Mary_Granger_Malfoy
nanathy

Bom a todos que leram, muito obrigada, vocês são demais.!

Beijo na bunda e até a proxima atualização.

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