DINAMIUM NO TREM
Saí das Gemialidades Weasley e procurei minha mãe pelo Beco Diagonal. Encontrei-a conversando com uma senhora baixinha, gorda e bem vestida que aparentava ter uns sessenta anos. Logo em seguida, voltamos para casa onde fui muito bem recebido com um Feitiço para Desarmar da Padma que me acertou no peito e fez todas as minhas sacolas voarem pela casa.
- Que coisa feia, Padma! Pare de enfeitiçar o seu irmão! E, Paulinho, não revide! – acrescentou minha mãe vendo eu tirar a varinha do bolso.
- Seus dias estão contados, moleque! – sussurrou Padma enraivecida.
- O que disse, Padma? – perguntou mamãe desconfiada.
- Nada não, mãe! Com licença que eu vou pro meu quarto – disse Padma me encarando.
Nunca tinha visto Padma daquele jeito. Sempre que me via pela casa, tentava me azarar com alguma azaração engraçada. Parvati se mostrava uma grande aliada de Padma e sempre que podia, ajudava na luta contra mim. Mamãe só andava reclamando e gritando com todos da casa alegando estar cheia das constantes brigas entre minhas irmãs e eu. Papai, no entanto, se mostrava passivo ao problema e não ligava para o que acontecia dentro de casa.
No dia primeiro de setembro, Parvati, Padma e papai saíram a trabalho e eu tive que ir acompanhado de minha mãe para a Plataforma Nove e Meia, onde o Expresso de Hogwarts aguardava os alunos.
- Comporte-se e não se meta em confusões! – disse mamãe chorosa.
- Tudo bem, mãe! Já está em cima da hora! Me deixa embarcar logo no trem! – falei me livrando de um forte abraço.
O Expresso de Hogwarts estava cheio como sempre. Calouros assustados procuravam um local para se sentarem, alunos da Sonserina brigavam com alunos da Grifinória, crianças da Lufa-Lufa corriam pelos corredores do trem e a um canto os alunos da Corvinal conversavam animados sobre alguma coisa relacionada a Quadribol.
- Lá está ele – disse Inácio Summers, um aluno do quinto ano, apontando para mim.
- Paulinho, é verdade que você é o novo capitão da Corvinal? – perguntou a sextanista Cláudia Richards.
- Sou sim, Cláudia! Mas quem te disse isso?
- Fui eu! – disse uma voz conhecida.
Tadeu Turner, meu colega e melhor amigo, vinha em minha direção falando alto com alguns alunos do segundo ano. Tadeu, como eu, era batedor do time da Corvinal e famoso em Hogwarts por sair com várias garotas diferentes. Era um rapaz alto, moreno e que se passava por garanhão.
- Ah, Tadeu! Só podia ter sido você – falei em tom de brincadeira.
- Tadeu, esses garotos estão incomodando você? – quis saber Inácio Summers mostrando o distintivo que tinha pregado na camisa.
- Todos nós já sabemos que você é monitor, Inácio! Não precisa sair por aí contando a todo mundo! – reclamou Cíntia Richards, irmã gêmea de Cláudia.
Cíntia e Inácio ficaram brigando por um bom tempo. Eu e Tadeu decidimos sair e procurar um local para nos sentar. Ao final do corredor, encontramos um compartimento vazio, exceto pela presença de Luna Lovegood.
- Oi, Luna! – cumprimentou Tadeu.
Mas Luna estava ocupada demais para responder. Em uma das mãos, segurava um exemplar da revista O Pasquim aberto. Na outra, segurava uma planta que inalava um cheiro horrível de trasgo fedido.
- Luna, que planta é essa na sua mão? E que cheiro é esse? – perguntei.
- Essa planta é uma erva chamada Dinamium. É considerada uma das ervas mais poderosas do Mundo Bruxo. Meu pai me disse que ela solta um cheiro horrível e que é ótima para afugentar inimigos – disse Luna com a voz sonhadora.
- E quem você quer afugentar? – quis saber Tadeu.
- O Zacarias Smith! Ultimamente ele anda dizendo para todo mundo que eu sou linda e já tentou me beijar duas vezes desde de que cheguei no trem! – exclamou Luna irritada.
Nesse exato momento, o trem entrou em movimento e Tadeu e eu nos acomodamos depressa no banco em frente à Luna.
- Ah, Luna! Eu não acredito! O Zacarias Smith está apaixonado por você! – gritou Tadeu.
- Fale baixo! – pediu Luna olhando pros lados – Não creio que o Smith esteja apaixonado por mim. Em geral, os garotos fogem de mim e não se apaixonam.
São esses comentários de Luna que me fazem sentir pena e constrangimento por ela. Quebrando o silêncio que se seguiu, exclamei:
- Luna! É óbvio que o Smith está apaixonado por você! Ele te roubou um beijo lá no Beco Diagonal, lembra?
- Você tinha que me lembrar disso? – disse Luna virando sua revista de cabeça para baixo procurando ler alguma coisa.
Nessa mesma hora, Zacarias Smith escancarou a porta do compartimento e seus olhos caíram sobre Luna que imediatamente pegou a planta que descansava em cima do banco.
- Saia daqui! – gritou Luna com força. – Ou uso isso contra você!
- Luninha, pare com isso! Eu te...
Luna apertou a pequena planta e ela soltou um cheiro que impediu Zacarias Smith de terminar a frase. E esse cheiro era tão forte que nossos narizes latejavam de dor. Não sabia como me livrar daquilo, então me precipitei até a porta com o Tadeu bem atrás de mim. Nesse mesmo instante, Zacarias Smith tombou no chão. Smith havia desmaiado.
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