Ilusões





N/A: Bem, o que dizer... mil perdões pela demora – e realmente, dessa vez eu demorei muito... u.u, até eu admito isso. Bom, primeiro foi problemas no pc, que teve que ser reconfigurado, depois, a chegada de HP6... depois, minha amada mãe me mandando um batalhão de coisas para fazer toda a vez que eu decidia digitar a fic... e, por fim, uma dúvida sobre o que eu soube do livro seis. Mas, bem... como a fic foi criada antes dele, acho que eu vou deixar como estar – duvido seriamente que a minha “criação” sobre o motivo de Harry ser “O Escolhido” seja igual ao da Tia Rowling – então... bem, acho que é só.



Agradecimentos à minha Beta Reader... Gween Black *Te dolo muiito miga!!!Ah, e eu vou tentar diminuir os "Hum's" rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs*



Bem, muito obrigada pelos comentários... eu fico muito feliz, mas infelizmente, não vai dar para responder a todos. Mas agradeço a cada um!!! (^.^)



Clare - Não. O bichento não é filho do Neo. rsrsrsrsrs. Mas, eu decidi coloca-lo na fic porque eu simplesmente sou apaixonada por animais!!! ^^ Quanto aos erros... agora não mais os terá, já que a Gween tá betanto a fic!!! ^^



Sara_Evans - Nossa, obrigada!! ^^ Bem, eu acho que eu não vou desistir de escrever, eu simplesmente adoro!!! eu tanho uma história original - não terminada - e estou começando uma em parceria com um migo meu ^^.



Paula Potter - Ah, muito obrigada pelo syte!!!!



Marina - Bem, realmente eu demoro para postar, mas é porque Te Amo Lily não é a única fic que eu tenho, e eu acabo revesando para escrever cada uma... e, se minha mãe colaborasse comigo, eu até poderia escrever mais rápido.



Stela - Como o Sirius e o Tiago ficaram amigos? Bem, isso será mostrado quando eles ficarem brigados por causa do incidente com o Ranhoso, como um flashback.



Kimberlly_Marina - Não, eles não estão. Eu tenho uma revista que diz que o Sr e Sra Weasley começaram Hogwarts muito antes dos Marotos e Lily... eles só pegaram os primeiros anos juntos... bem, eu decidi fazer assim.



Anynha - Bem, serão duas fics. A segunda parte já tem até um trailler e já tem nome. Mas eu não sei ainda se vou começa-la quando iniciar o sétimo ano... ou deixa-la pos Hogwarts.



Myla Potter Tonks - 461 páginas? O.O. Aqui ela está em torno de 250... hehehehehe. Talvez seja porque você incluiu as N/A's... hehehehehe. Sim. Eu vou mata-los, já os matei até...y.y * o cap já foi escrito*. Me mandaria uma Avada? * se esconde atrás de uma placa de chumbo*. Bom, é que, como eu te falei... os mistérios que eu criei giram em torno do Voldie, então... eu decidi não deixa-los viver. !!! Sim, eu entendi o que você quis dizer com a Morgause ser "legal", mas eu gosto dela... ^^. Eu realmente fiquei com pena dela... huahahahaha. Bom, a intenção da Liz não era fazer o Sirius beija-la, ela só não queria que ele a visse chorando por ele... y.y. Eu particularmente AMO escrever as cartas... ^^ Tanto que planejo todo inicio e final de férias faze-la!!! UA significa Universo Alternativo, no caso você pode ter total liberdade sobre a fic que você vai escrever, tipo, até se você quiser colocar os Marotos e Lily na Grecia, durante a Guerra de Tróia você poderia fazer. Ou seja, terei o prazer de matar o Pedro e mandar o Tio Voldie para onde o Judas perdeu as botas!!!!! No EP? * o que é isso???* Bem, eu sou de Salvador-Ba!! E vc??? Bem, não vai ter mais brigas Tiago X Lílian, no caso esse ano eles vão se tornar grandes amigos... hehehehehehehe. Ah, não se preocupe, eu adoro comentários enooormes!!! rsrsrsrsrsrs. Valeu pelas idéias!!! ^^



Anninha - Realmente, o Remo e a Ana ficaram em segundo plano, mas eu vou corrigir isso, bem, Sirius e Lisa não vão ficar assim... ^^.Sim, eles já se conheciam. É que os pais dele são aurores, e de vez em quando um ia para a casa do outro. Quanto ao primeiro beijo do Tiago ser com ela, foi só em Relatos... rsrsrsrsrs. Quanto ao "poder" do Tiago, será explicado... futuramente.



hermiMILA - O fato de como Sirius e Tiago ficaram amigos será explicado quando ocorrer o incidente com o Ranhoso.



Bom, beijos para todos que estão lendo e/ou comentando a fic... e até a próxima!!!











Cap 39 – Ilusões



Com um suspiro, Thiago retira a capa do uniforme e desaba de bruços na sua cama. Como sempre, aquele dormitório que agora ocupava era o mesmo de todos os anos anteriores. Sentia o corpo e a mente exaustos, sem nem mesmo saber o porquê. Enterrou o rosto no colchão e tornou a suspirar.

-O que será que nos aguarda? – ele perguntou para as paredes.

Sirius e Remo deveriam ainda estar lá embaixo, provavelmente, aproveitando um pouco o tempo com suas namoradas, Pedro ainda não voltara do jantar... Lily vinha conversando com Alice calmamente antes dele subir para o dormitório. Apesar de muito cedo do que normalmente ele subia, Thiago não estava nem um pouco a fim de ficar no salão comunal.

Ele não soube por quantos minutos ficara ali deitado, até que ouviu a porta do dormitório ranger levemente.

-Quem é? – ele perguntou, sem ao menos ter se movido.

-Vai ficar aí o tempo todo? – a voz de Sirius se fez presente.

-E o que você quer que eu faça? Fique observando para ver se vocês babam entre um beijo e outro e ser encarregado de limpa-las? – ele falou desanimado, Sirius reprimiu uma careta e depois riu.

-Não, não precisa. E para o seu governo Sr “Eu estou entediado”, eu e o Remo não estamos engolindo nossas namoradas.

-E o que estão fazendo, então?

-Conversando.

-Sobre o quê, sobre quem? – disse ele, ainda na mesma posição.

-Sobre você.

-Ah, belos amigos... – ele suspirou. – Agora vocês estão dando para falar dos outros por trás, é?

-Não, apenas estamos preocupados com você. Você anda muito estranho.

-Eu já te disse, Sirius, estou muito estranho desde as férias... e não me pergunte porquê.

-Não vai descer mesmo? A Lily está lá embaixo com a gente.

-Hum, fica para outra vez... – ele falou um pouco sonolento.

-Thiago, ainda são nove horas e você ainda dormiu lá no trem. Você JÁ está com sono?

-Acho que sim...

-Quer olhar para mim quando eu falo com você?

Thiago se virou um pouco relutante e encontrou o amigo com os braços cruzados e a sobrancelha levantada.

-Pronto, satisfeito?

-Assim está bem melhor, a “visão anterior” não era muito agradável.

Thiago riu.

-O que você quer, hein, Sirius? – disse ele se sentando na cama.

-Cara, você está horrível.

Thiago bocejou.

-Hum, obrigado, devo estar mesmo.

Os olhos do maroto estavam quebrados de sono, um pouco pálido também. Seus cabelos estavam muito mais bagunçados do que o normal e a roupa um pouco amarrotada.

-Ainda achava melhor você descer...

-Por que raios você quer tanto que eu desça, hein?

-Por nada.

-Você nunca insiste em algo, quando não tem a ver com “nada”, Sirius. Fala, o que é?

-Nada.

-Ótimo... – ele revirou os olhos. – Então, por ser “nada”, você desce e eu fico aqui.

-Certo. – disse ele num suspiro.

Thiago voltou a se deitar na mesma posição, e Sirius saiu batendo a porta de leve.

...

-E então? – perguntou Ana de imediato.

-Acho que as perguntas vão ficar para depois. – respondeu Sirius entediado.

-O Potter realmente anda estranho... – disse Lílian pensativa. – Será que... ele ainda sofre com o que aconteceu lá no meu bairro?

-Vai saber? – falou Lisa irritada. – O Thiago sempre foi assim, adora esconder os seus problemas.

-Bom, talvez ele ainda sofra um pouco, ele fora atingido por uma “Crucio”, o corpo dele ainda pode estar se recuperando. – falou Alice calmamente e depois soltou um longo suspiro.

-Mesmo depois de quase um mês? – indagou Lily entediada.

-É quem sabe, talvez seja por isso mesmo.

O silêncio reinou entre eles quando a voz de Thiago se fez presente.

-Não precisam me interrogar, eu estou bem, ok? Só... cansado. – ele suspirou.

Os amigos se entreolharam, e silenciaram. Alguns minutos depois Lisa se manifesta.

-Hum, nenhum de vocês recebeu a carta para ser o capitão do time de Quadribol, não?

-Hum, não. – disse Sirius num suspiro. – Soube que o Dumbledore ainda está em dúvida sobre quem colocar.

-O cargo de capitão está vago, então? – ela perguntou curiosa.

-Ah, sim. – Thiago sorriu fracamente.

-Vocês têm alguma preferência? – disse Alice curiosa.

-Eu. – falaram Sirius e Thiago ao mesmo tempo.

As garotas automaticamente reviraram os olhos, e Remo murmurou risonho “Não deviam ter feito essa pergunta...”.

-Por que você acha que seria você? – indagou Sirius risonho.

Thiago deu de ombros.

-Talvez pelo fato de eu ser mais inteligente, ser um bom líder e não me achar o melhor do mundo, apesar de sê-lo.

Todos riram.

-Discordo completamente de você. – falou Sirius indignado. – Eu tenho todas essas qualidades e mais uma que supera a sua.

-Ser perfeito? – Thiago ergueu uma sobrancelha.

-Não. Ser um bom batedor.

Todos os encararam estranhamente.

-E o que o fato de você ser um bom batedor influencia nisso? – perguntou Lisa curiosa.

-Em tudo, meu docinho de abóbora. – ela exibiu uma careta.

-Você não vai começar com esses apelidos, vai, Sirius?

Todos riram.

-Jamais, minha fofinha.

-Fofinha? – ela corou furiosamente. – Você está insinuando que eu estou gorda?

Mais risos.

-Você é... Desde que você me negou aquele pedaço de torta de maçã...

-Sirius, aquilo foi nas férias. – disse ela num tom falsamente entediado.

-Pois muito bem... ainda estou magoado.

-Sinceramente, você não engorda de ruim. Onde você arranja lugar para tanta comida?

-Acho que é por isso que ele fala demais... – disse Remo calmamente. – É uma forma de expulsar as energias acumuladas.

Todos gargalharam, Sirius olhou para Remo num tom falsamente entediado.

-Muito obrigado, Aluado, me sinto lisonjeado.

-Então, voltando ao quadribol... O que o fato de você ser um bom batedor influencia na sua ilustre carreira de capitão do time? – indagou Alice, ainda risonha.

-Cara Lice... O fato é que, quem não obedecer as minhas ordens devidamente, iria levar uma boa e certeira porretada na cabeça. Isso sim seria uma grande ameaça. – seus olhos brilharam e ele sorriu maliciosamente, enquanto todos gargalharam.

-Realmente, isso é um grande fato. – falou Thiago, irônico.

-Melhor do que sair por aí ameaçando os outros com um pomo na mão.

Até Thiago gargalhou ao imaginar a cena.

-Hum, acho que a ameaça com uma varinha seria mais eficaz, não? – indagou Ana erguendo uma sobrancelha.

-Devo concordar, mas, fazer o quê? Esses dois sempre pensam de uma forma quase que surreal. – disse Lisa risonha.

-E ela ainda se diz minha futura namorada.

-Ainda bem que você sabe. – disse ela piscando o olho para ele. – Estou a espera de um pedido oficial, Sirius.

-Sinto muito cara Liz, não consigo bolar um sobre pressão.

-Seria uma desculpa para não assumir um compromisso sério, Almofadinhas? – ela disse cerrando os olhos de leve e se inclinando para cima da mesa, a fim de encará-lo melhor.

-Claro que não, Lisa. – ele cruzou os braços emburrado. – O que você acha que eu sou, hein?

-Seus atos anteriores não negam sua verdadeira natureza, Sirius.

Ele suspirou.

-Posso pecar por sair com varias garotas, mas nunca por infidelidade. Se duvidar, pode sair perguntando para elas... nunca obtive queixa nenhuma a respeito disso. Você já ouviu? – ele ergueu uma sobrancelha.

-Não. – ela se recompôs.

-Será que mesmo depois de vocês terem se entendido, vocês ainda continuam nessa? – perguntou Ana rapidamente.

-Não tenho culpa se sua amiga é desconfiada demais.

-A culpa não é minha se você é safado demais.

-Lá se vai mais uma discussão... – disse Lílian revirando os olhos.

-E eles ainda reclamavam de nós... – falou Thiago risonho.

-Mas você bem que gosta da minha safadeza, não? – ele falou sedutoramente.

-Não quando diz respeito a dar “acenos” para OUTRAS garotas. – ela falou corada.

-Liz, são só acenos, o que tem demais nisso?

-Não me preocupo com o que você pensa, Sirius. Eu me preocupo mais com o que ELAS pensam disso. Ou você acha que, em menos de doze horas que eu estou nesse colégio, eu já não ouvi alguma piadinha sem graça desse bando de invejosas.

-Hey, você não me contou nada. Quem foi?

Ela suspirou.

-Bem, não importa. Só quero que fique de sobreaviso. Assim vocês não vão se assustar se virem alguma aluna sendo carregada por aí e uns cem pontos a menos na ampulheta da Grifinória.

Eles riram.

-Cem pontos é exagero, não?

-Bem, a Mcgonagall vai retirar os pontos por quantidade de alunas “danificadas”.

-Coitada da “felizarda” que resolver mexer com ela novamente. – falou Alice risonha.

-É bom que elas aprendam, com Lisa Delacourt NÃO se brinca.

-Ainda acha uma boa idéia namorá-la, Sirius? – sussurrou Remo para o amigo, de forma que todos ouviram.

-Imagine o que ela vai fazer comigo se descobri as minhas “puladas de cerca” futuras... Será que ainda dá tempo de desistir?

-Se eu fosse você faria isso agora mesmo. – falou Thiago, entrando na brincadeira.

-Boa idéia.

-SIRIUS BLACK!

Os três marotos gargalharam.

-Não achei graça. – ela falou emburrada, cruzando os braços.

-Ah, Liz, foi só uma brincadeira... – disse Sirius se ajoelhando ao lado dela.

-Estou de mal. – ela virou o rosto, no que todos riram ao ver o biquinho que ela fazia.

-Você não vai deixar seu cachorrinho desolado dessa maneira, vai?

Ele cutucou a barriga dela.

-Hein?

As cutucadas de Sirius foram evoluindo para uma sessão de cócegas, no que a garota, não mais se agüentando, começou a gargalhar.

-Ah, feitos um para o outro. – disse Lílian num falso tom romântico.

-Adoram chamar a atenção, não? – falou Remo, brincando. – Mas as risadas da Lisa não se comparam aos gritos da Lily.

-REMO LUPIN!

Eles gargalharam quando a ruiva corou furiosamente.

-Ah, não... não... haha... Sirius... tá bom... haha... chega... chega... hahahaha.

-Não, ainda falta uma coisinha... – ele se levantou rapidamente e segurou o queixo da garota.

-Nada disso, Sirius. – disse Lílian risonha. – Sessões de agarramento no salão comunal só depois das onze horas.

Sirius rapidamente abriu os olhos, estando a poucos centímetros dos lábios de Lisa. A mesma prendeu o riso, enquanto Sirius revirava os olhos.

-Vocês estão compactuando contra mim, não é? Até amasso forçaram ela a comprar.

-Hey! O pai da Liz que deu de presente para ela! – falou Alice rapidamente.

-Mas, certamente, vocês que deram a idéia. – murmurou emburrado, voltando para o seu lugar. – Por falar nisso, por onde anda a bola de pêlos?

-Bem, da última vez que eu o vi, ele estava se esbanjando na cama da Lily. – falou Ana risonha.

-Sorte minha que eu não tenho alergia a pêlos. – a ruiva respondeu aliviada.

Remo propôs uma partida de snap explosivo, na qual Thiago, numa careta, disse que preferia assistir. Já recebera muitas explosões no jogo decorrente com a Ana, e isso era o bastante para um dia só.

Voltando ao estado de sonolência de antes, o maroto recosta o queixo na mesa, enquanto observava os amigos jogarem. Ele fechou os olhos, sentido-os cada vez mais pesados e as vozes divertida dos amigos se fizeram cada dia mais distantes...



“-Crucio.

O som de algo se chocando contra uma armadura se faz presente, enquanto tudo entra em foco. Estava em Hogwarts.

-Onde foi que você aprendeu isso? – ele se ouve indagar surpreso. – Com certeza não foi em Hogwarts. – ele sorriu pelo canto dos lábios. – Eu não sei quem você é, mas sua voz não me é estranha. – ele ergueu uma sobrancelha. – Algum feitiço para mudar a voz e fazê-la mais grossa? – indagou surpreso, enquanto girava a varinha calmamente entre os dedos.

O comensal ergueu a varinha, e ele apenas sorriu sarcasticamente.

-Crucio.

Aos seus pés, o comensal começou a se contorcer, mas não tão intensamente como fora a primeira vez que ele recebera a maldição.

-Fique esperto, seja lá quem você for... – ele quase riu. – Também sei usar essas maldições imperdoáveis. E não hesito em usá-las em quem as usa contra mim. Ah, e mande um recadinho para o seu lorde... ele vai pagar muito caro por ter m...”



O som de uma explosão se faz presente e Thiago acorda assustado.

-Você perdeu, cara Liz.

-Ah, isso foi trapaça, Sirius!

Thiago suspirou e se ajeitou na cadeira. Com um olhar meio confuso, percebeu que Lílian rapidamente desviou o olhar dele e voltou a atenção para o jogo. Estaria ela o observando aquele tempo todo enquanto dormia? Ele sorriu ao pensar nessa possibilidade.

-Eu achava melhor você ir dormir, Potter. – disse ela calmamente.

-Não estou mais com sono, Lily. – ele sorriu fracamente, era a mais pura verdade. – Mas acho que vou subir... – ele ouviu uma nova explosão. – Aqui está tendo explosões demais para o meu gosto.

Lily riu fracamente.

-Acho que vou seguir o seu caminho, também. – disse ela se levantando.

Foi então que Thiago percebeu que eles estavam sozinhos na mesa e os amigos jogavam um pouco distante deles.

-Devemos interferir? – ele apontou para o grupo, que ria do rosto sujo de Remo.

-Não... – ela disse risonha, enquanto ele se levantava. – Boa Noite, Potter.

-Boa Noite, Lily. – ele sorriu.

O maroto seguiu em silêncio para o dormitório e tornou a suspirar. Mais uma premonição, sem sucesso.

-Bem, o lado bom... se é que eu posso chamar isso de lado bom... – ele riu fracamente enquanto abriu a porta do dormitório. – é que eu não estou tão atrás assim. Parece que serei um adversário à altura. Pelo menos é isso que consta meu “sonho”. Mas, quem será que ele teria matado? – ele ergueu uma sobrancelha.

Ele fitou a parede com um olhar distraído.

-Será que, se eu dormi novamente, ele continua? – ele franziu o cenho, pensativo. – Hum, acho que não. – ele suspirou. – Mas, que história é essa Thiago Potter, deu para ficar falando sozinho agora?

Ele bufou de raiva e se dirigiu ao seu malão. Tirou de lá a mesma poção que usava todas as noites...

-Você ainda está usando isso?

Thiago engoliu o resto da poção rapidamente, o que não o impediu de tossir algumas vezes.

-Quer me matar, é? – indagou, pigarreando uma ultima vez. – Se quiser, me avise antes que eu mando preparar o caixão e mando a conta para você.

-Que humor, viu? – Sirius indagou e riu fracamente.

-Claro, não fui eu quem entrou nesse dormitório parecendo um predador pronto para dar o bote e muito menos falei como se fosse uma alma penada. – disse ele enquanto enxugava os lábios na manga da capa.

-Hey, eu não entrei parecendo uma alma penada! – murmurou Sirius, completamente indignado. – Você é quem anda assustado e distraído demais! Nem me ouviu entrar.

-Tá, ok... – ele suspirou. – Você não estava jogando?

-Hum, depois de um tempo fica sem graça ganhar...

-Roubar, você quer dizer... – disse ele risonho.

-Você acha que eu seria capaz de fazer isso?

-Imagina. – respondeu ele irônico.

-Poxa, Pontas, que espécie de amigo você é?

-Aquele que só fala a verdade. – disse voltando a atenção para o malão, a procura de um pijama. – Vocês fizeram isso de propósito, não?

-Isso o quê?

-Deixar a Lily e eu sozinhos na mesma mesa?

-Bem... – ele sorriu pelo canto dos lábios. – Você estava dormindo... não queríamos acordá-lo.

-E por que a Lily ficou ali, então? Ela disse alguma coisa? Ela quis ficar?

-Bem, ela disse que seria mais seguro ela continuar ali, não queria correr o risco de sujar seu rosto, mesmo que estivesse somente assistindo ao jogo.

-Ah, sei.

-Você já toma essa poção a um bom tempo, não? – ele perguntou seriamente e Thiago assentiu.

-Prefiro não sonhar, pois, se continuar tendo esses sonhos, vou acabar enlouquecendo de vez.

-Isso está te matando por dentro, não? – ele falou seriamente. – Poder “ver” o futuro, mas sem ao menos saber quando e como isso vai acontecer... deve ser muito frustrante.

-Essa é uma das razões que eu estou optando por isso.

-E quais seriam as outras?

Thiago se sentou na cama e colocou o pijama ao lado dele calmamente, Sirius ainda o encarava firmemente do meio do cômodo.

-Eu vi a morte dela.

-Dela quem?

-Lily. – ele ergueu o olhar para Sirius, o rapaz teve um sobressalto ao perceber que eles estavam meio enevoados. – Sabe, eu não me lembro muita coisa desse sonho, mas descobri há poucos dias atrás que eu sonhei com isso. E me assusta o fato de eu saber disso e não poder fazer nada para impedir.

-Você devia se acalmar, isso sim, e não ficar se desesperando por algo que você nem sabe se é real. – ele se sentou ao lado de Thiago e o segurou pelos ombros. – Como eu e o Remo te dissemos, isso vai acabar com você aos poucos, Pontas.

-Eu sei, mas... eu não consigo evitar... eu tento esquecer, mas eu fico pensando, relembrando... pensando e pensando... isso não sai da minha cabeça! – ele bufou de raiva, enterrou a mão nos cabelos e apoiou os cotovelos nos joelhos. – Devo me internar? – ele olhou de soslaio para Sirius.

-Seria uma ótima escolha, mas eu sugiro que tente esquecer, ou então, se abra com ela.

-Falar com a Lily?

-A morte não é dela? Bem, ela pode te confortar de alguma forma, pelo menos ela pode te aliviar um pouco com a idéia de que não teme morrer.

-Vindo de Lily, eu espero isso... – ele sorriu fracamente. – Acho melhor você descer... um certo amasso pode estar agora esquentando o seu lugar.

Sirius ergueu uma sobrancelha e reprimiu uma careta.

-Você acha que o Neo deve estar com a Liz?

-Bem, quando o rival dele foi finalmente embora... é bem provável.

Sirius se levantou emburrado, enquanto Thiago gargalhava, ele ouviu o maroto resmungar algo que lembrava muito “Aquele amasso idiota” e bateu a porta levemente ao passar. Thiago resolveu então ir dormir, torcendo para que tivesse um sono sem sonho algum.



***



Pela manhã o maroto acordara particularmente melhor, Sirius e Remo se entreolharam quando vira Thiago assobiar baixinho uma canção enquanto se aprontava para ir tomar café.

-Algum problema? – ele passou a mão pelos cabelos.

-Você parece tão... feliz? – Sirius franziu o cenho. – E, pelo seu estado ontem, é de se surpreender... o que aconteceu? Viu um pomo verde?

Thiago franziu o cenho não entendendo absolutamente nada.

-Hã?

Remo e Sirius se entreolharam, Pedro, que tinha acabado de acordar o encarava estranhamente.

-Ele endoideceu de vez... – começou Sirius.

-Melhor pedir internação imediata. – disse Remo num suspiro.

-Ah... – Thiago riu. – Lembrei.

-Lembrou do quê? – dessa vez o confuso era Sirius.

-Ontem foi um dia ruim para mim. – ele sorriu fracamente. – Estava morrendo de sono e você torrando minha paciência.

-Sei... – disse Sirius numa careta. – E eu sou um hipogrifo!

-Está duvidando da minha palavra? – ele soou falsamente indignado.

-Tenho a ligeira impressão de que você nos enganou esse tempo todo, que você na verdade é uma mulher e ontem estava sofrendo de TPM.

Remo prendeu o riso e Thiago revirou os olhos.

-Ouvir suas teorias malucas antes do desjejum é mais do que eu posso suportar. – ele suspirou, revirando os olhos.

-Hum, já decidiu quais matérias você vai cursar? – disse Sirius rapidamente, um pouco risonho.

Thiago exibiu um sorriso maroto.

-Todas as importantes para minha futura carreira de auror, e a maior quantidade possível que a Lily também pegue. E você?

Os olhos de Sirius brilharam estranhamente.

-Ainda pergunta? Quanto mais tempo eu passar com a Lisa, melhor.

Remo e Thiago se entreolharam, um pouco risonhos.

-E você, Remo? – perguntou Thiago.

O maroto, que estava buscando algo na sua mala, deixou-a cair automaticamente, um pouco corado.

-Todas.

Sirius franziu o cenho, Thiago sorriu fracamente e Pedro o olhou estranhamente. Remo se preparava para revirar os olhos, já sabia da reação dos amigos – principalmente Sirius – seria provavelmente um...

-Quando você fala todas, é no sentido literal da palavra?

Remo suspirou resignado. Thiago gargalhou e Pedro riu um pouco – apesar de não estar entendendo nada da conversa.

-Sim, Sirius, é literalmente falando.

O moreno murmurou um “Maluco!”, enquanto penteava os cabelos. Thiago gargalhou mais ainda e Remo revirou os olhos, enquanto pegava emburrado o seu livro de Defesa Contra as Artes das Trevas, folheando-o atentamente.

-Mas, Remo, você vai fazer até Adivinhação? – indagou Thiago franzindo o cenho.

Remo riu.

-Claro que não. – ele exibiu uma feição distraída. – Eu estive pensando, talvez eu não pegue... hum, não tem mais nenhuma.

Thiago gargalhou mais ainda e Sirius revirou os olhos.

-História da Magia? Você vai continuar com História da Magia? – murmurou Almofadinhas.

-Por que não?

Outro revirar de olhos.

-Boa sorte então, estou feliz por ter me livrado daquele fantasma insuportável.

Thiago meneou a cabeça.

-Como se você prestasse atenção às aulas. - retrucou Aluado.

Os outros riram.

-E se a Lisa resolver fazer História da Magia?

Sirius reprimiu uma careta.

-Então não será todas as matérias que faremos juntos.

-Acho que a História da Magia seria bom para vocês, sabe, antigos bruxos malfeitores... – falou Remo risonho.

-Se aquele fantasma caduco resolvesse falar sobre algo além do que as inúmeras Revoltas dos Duendes, eu até pensaria em assisti-las.

-A Mimi disse que não tinha necessidade de História da Magia para ser auror. – disse Thiago triunfante. – Só lamento o fato de que, provavelmente, a Lily vá querer pegar essa matéria também. – ele suspirou.

-Acho melhor descermos, não? – disse Pedro finalmente.

-Ah, e você, Pedro? Quais vai cursar?

Ele sorriu amarelo.

-Bem, nas que eu passei.

-E quais você passou? – Sirius ergueu uma sobrancelha.

-Hum, é melhor descermos.

Thiago e Sirius se entreolharam. Com certeza ele obtivera poucos (muito poucos fica estranho, né?) NOM’s, como eles puderiam constatar no decorrer do ano letivo.

~~~~~~~

Lily acordara extremamente sonolenta àquela manhã. Principalmente pelo fato de ser acordada por três garotas pulando desesperadamente em cima da sua cama.

-Como foi a noite, Lily? – disse Lisa com um sorriso maroto no rosto.

-Até parece que vocês NÃO me viram aqui deitada quando subiram. – ela revirou os olhos.

As outras três riram.

-Que mau-humor, Lily. – disse Lisa brincalhona.

Neo observava as garotas atentamente, o rabo cinzento balançando para um lado e para o outro, os olhos brilhando estranhamente.

-Claro, vocês pensaram na possibilidade de não ser nem um pouco agradável ser acordada dessa maneira?

As outras gargalharam.

-Decidiu quais matérias vai cursar? – indagou Ana, curiosa.

-Acho que só não vou cursar Adivinhação.

Lisa riu e revirou os olhos.

-Acho que eu já ouvi essa frase em algum lugar.

-Remo? – perguntou Alice, fazendo descaso, Ana corou furiosamente.

-Não preciso nem responder.

Lílian revirou os olhos.

-Claro, vocês são um bando de desinteressadas. – ela falou num tom brincalhão.

-Alto lá! – Lisa se pronunciou. – Só porque vamos desistir de Trato de Criaturas Mágicas – menos a Ana –, Adivinhação, Aritmancia e História da Magia, não significa que estejamos desinteressadas.

-Ah, sei... e pretendem abandonar a sua amiga nessas três matérias.

-Pense no lado bom. – Lisa se ajoelhou na cama da ruiva e pôs a mão no peito, olhando para a cima, o gesto foi tão cômico que fez as amigas gargalharem. – Você terá essas longas horas para lembrar o quanto nós lhe fazemos falta, além de desistir da idéia de ser uma CDF completa!

Lílian cruzou os braços e murmurou um “Merlim, dai-me paciência”, ocasionando mais risos.

-E você vai estar pensando... “Estou confinada dentro dessa sala de aula, enquanto minhas amigas estão lá fora se divertindo”.

-Ou se agarrando com os namorados. – ela sorriu fracamente. – Essa é a vantagem de ser solteira. Paz e sossego para os estudos. – ela olhou significativamente para Lisa. – Sem ter certas pessoas enumerando as inúmeras qualidades de um certo cachorro.

Mas a garota não ouvira uma palavra sequer do que a ruiva dissera após os “estudos”.

-Lily você...

A ruiva a encarou estranhamente, Ana e Alice se entreolharam e prenderam o riso.

-...prefere estudar a ter um namorado?

-Hum... – ela corou furiosamente. – Não necessariamente. – ela sorriu amarelo. – Eu quis dizer que, os estudos vêm primeiro, afinal, eu como sou uma “sangue-ruim”, tenho que dar o melhor de mim para ser aceita no mundo bruxo.

-Você dá o melhor de si e muito mais além. – disse Lisa num suspiro, as outras riram. – Lily, a vida não é só feita de estudos.

-Sim, mas eles são essenciais para a minha vida e...

-Isso vai ser longo... – disse Ana num revirar de olhos. – Lily, você não vai se aprontar, a gente pode chegar atrasada sabia?

Automaticamente a ruiva parou de falar, arregalando os olhos levemente. Neo, que estava observando as garotas, esparramado na cama da dona, tomou um susto quando a ruiva pulou da sua cama - quase levando Ana junto – e correu apressada para o banheiro.

-Ela nunca muda... – falou Alice risonha.

-Devo concordar. – disseram Ana e Lisa ao mesmo tempo.



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-Precisamos mesmo esperar? – indagou Pedro desesperado, pondo as mãos na barriga.

-Pedro, ainda falta MINUTOS para o café da manhã ser servido, tenha calma. – disse Sirius sem desviar o olhar da escada. Remo ainda folheava o livro de Defesa Contra as Artes das Trevas.

Som de risadas foi ouvidos e Remo rapidamente ergueu o olhar para a escada que dava para o dormitório feminino. Segundos depois uma cabeleira ruiva se faz presente, seguida das outras três amigas.

-Bom dia, garotos! – saudaram todas ao mesmo tempo, extremamente sorridentes.

Os marotos responderam no mesmo tom. Remo rapidamente deu um selinho na namorada e mostrou algo num livro. Lílian começou a conversar algo com Alice. Pedro suspirava irritado, enquanto Thiago fitava a ruiva de soslaio. Lisa ainda se encontrava no quinto degrau da escada, esperando uma reação de Sirius.

O moreno a olhou de cima a baixo com o rotineiro sorriso maroto no rosto.

-Devo dizer que você está normal, ou ligeiramente atraente de uniforme?

Ela cruzou os braços.

-O que você preferir. – ela sorriu da mesma maneira.

-Então, como eu não sou de mentir... você está completamente normal.

Ela riu fracamente.

-Acho que você está meio que... bonitinho hoje.

-Não vai descer? – ele ergueu uma sobrancelha desconfiado.

-Não estou com vontade. – ela sorriu marotamente.

-Olha que até o sexto degrau eu posso te alcançar. – ele sorriu triunfante.

-Ah, eu não sabia. – ela disse irônica.

-Hum, você não vai descer, não é? Está bem, bom dia então Liz. – ele deu as costas e se virou.

Lisa apenas sorriu pelo canto dos lábios enquanto os amigos – que já prestavam atenção no dois – começaram a rir.

Eles começaram a caminhar calmamente, enquanto a garota descia as escadas rapidamente. Sirius alargou o sorriso ao saber que daqui a alguns segundos ela o alcançaria.

-Não mereço nem um beijo? – ele a encarou com um olhar de cachorro carente quando percebeu que ela levantava o braço dele, fazendo-o enlaçá-la pelo pescoço, enquanto ela o enlaçava pela cintura.

-Vou pensar no seu caso.

-Será que mesmo depois de tudo, você ainda me pirraça dessa maneira?

-O que fazer? Faz parte de minha natureza. – ela sorriu pelo canto dos lábios.

-Esses dois se merecem. – disse Lílian risonha.

-Enfim, Sirius encontrou uma semelhante do sexo oposto. – completou Thiago risonho.

Eles se entreolharam e riram. Depois tornaram a olhar para o casal, e num riso prendido perceberam que os dois estavam se beijando.

-Realmente, eles se merecem. – disse Thiago.

Lílian sorriu marotamente e pigarreou.

-Devo tirar pontos da Grifinória para vocês pararem com essa pouca vergonha? – ela falou em tom inquisidor.

Lisa se separou de Sirius rapidamente. A primeira tinha um sorriso no rosto, enquanto o outro abriu os olhos, exibindo uma feição indignada.

-Prometo me controlar. – ela sorriu fracamente.

Eles seguiram para o Salão Principal em profundo silêncio. A comida também foi silenciosa – isso se você tirar do fato às vezes em que Lisa ralhou com Sirius, insinuando que ele olhara para as pernas de uma Corvinal com a saia mais curta do que a normal – e, quando McGonagall se levantou do seu lugar, eles se entreolharam.

Remo foi o primeiro do grupo e, depois de uns poucos elogios, ele foi liberado. Alice rapidamente confirmou os seus e se juntou à Remo. Pedro, nem esperou que Mcgonagall falasse nada, apenas disse que queria todas as que ele passara e que constava no papel. A diretora o encarou severamente e apenas entregou-lhe o horário. Lisa e Sirius conversavam sobre que matérias pegariam – o maroto ficara aliviado por ela também não desejar estudar História da Magia –, enquanto Lílian aguardava ansiosamente.

-Srta Evans. Fiquei extremamente satisfeita com o seu desempenho no NOM’s, sinal de que se esforçara o máximo, numa matéria que para você é tão complicada.

A ruiva corou furiosamente.

-Vejamos... – ela correu o olhar pelas anotações. – Aritmancia, Transfiguração, Feitiços, Herbologia, Defesa contra as Artes das Trevas, Runas Antigas, Poções, História da Magia e Trato de Criaturas Mágicas. Hum, seus NOM’s foram suficientes para cursar as matérias que eu acabei de citar. Mas, tem certeza de quer todas essas matérias, Srta Evans?

A ruiva assentiu levemente.

-Tenho, sim senhora.

-Desistência de alguma matéria é permitida no decorrer do ano letivo, mas a sua decisão é irreversível. Uma vez declarada a desistência, não terá mais volta.

-Sim, senhora. – ela sorriu fracamente e pegou as anotações.

-Sr Potter. – ela sorriu fracamente enquanto Thiago passou a mão pelos cabelos. – Transfiguração, Feitiços, Herbologia, Poções...

-Sim, deve estar tudo certo. – ele sorriu marotamente. – Mas, será que podemos acrescentar Trato de Criaturas Mágicas à essa lista?

-Hum, certo. – ela bateu na anotação duas vezes com a varinha e a entregou a Thiago.

Os últimos foram Sirius e Lisa que, resolveram ficar com as mesmas matérias.

-Que maravilha. – disse Sirius irônico, enquanto se juntava ao grupo que ia para a sala de Feitiços. – Teremos que aturar todas as aulas com os Sonserinos agora. – ele revirou os olhos.

-Mas motivos para vocês aprontarem contra eles, suponho. – comentou Lílian inquisidora.

Thiago e Sirius se entreolharam.

-Claro que não, ruivinha!

-Claro que não... sei, muito bem. – ela falou desconfiada.

-Porque vocês mulheres tem que ser tão desconfiadas???

-E vocês, homens, tão cínicos???

-Cínicos, nós? – disse Sirius franzindo o cenho. – Imagina.

-Ah, vamos para a aula! – disse Lílian emburrada.

...

A sala de feitiços tinha, ao seu todo, vinte alunos, entre eles Snape.

Os olhos de Sirius brilharam e ele sorriu pelo canto dos lábios. Os garotos desviaram e Lisa sentiu o “namorado” soltar a sua cintura e revirou os olho ao perceber que o maroto estava andando na direção contrária a que eles estavam... diretamente a onde Snape estava sentado, lendo um livro velho e encardido atentamente.

Mas, antes mesmo que ele chegasse ao seu objetivo, sentiu alguém puxar-lhe pelos cabelos. Ele reprimiu um gemido, reconhecendo aquela puxada.

-Liz...

-Nem invente. – ela falou seriamente e, num gesto rápido, o segurou pela gravata e saiu puxando-o, e os amigos – além de alguns garotos que estavam presente – riram, enquanto algumas garotas murmuravam e soltavam muxoxos desaprovadores.

-Você sabia que está me sufocando?

-Sei... E por isso mesmo que eu o faço.

-O Sirius finalmente recebeu sua coleira. – falou Thiago risonho.

-E não é que parece? – indagou Ana.

-Senta, aí. – ela disse rapidamente.

-Tudo o que você desejar, minha deusa. – ele fez uma breve reverência e Lisa corou fracamente, no que mais risos foram ouvidos.

Sirius se sentou ao lado de Lisa. Ana e Remo já estavam sentados, Alice automaticamente correu para se sentar com Frank. Lily, Thiago e Pedro se entreolharam receosos.

-Hum... – a ruiva começou receosa. – Acho que vou me sentar ali. – ela nem esperou resposta e se sentou sozinha numa cadeira que ficava na direção da de Remo.

Pontas e Rabicho se entreolharam.

-Er, Pedro...

-Tudo bem. – ele sorriu fracamente.

-Fazemos dupla na de poções, ok?

Ele assentiu fracamente e se sentou ao lado de uma Lufa-lufa que olhava para Sirius e Lisa com um olhar enciumado.

...

Lily reprimiu uma careta e lançou um olhar nervoso para Remo, no que este sorriu fracamente, não entendendo o desespero dela.

A ruiva voltou-se para frente, suspirando nervosamente, olhou de soslaio para Thiago, e, pela feição risonha dele, parecia que ele estava entendendo algo. Era impressão dela ou os professores resolveram falar grego, ou sumério, ou hebraico – ou os três juntos?

Uma conspiração contra ela, era isso!!! Todos ali, que certamente eram sangue-puros ou meio sangue-puros aprendiam alguma dessas línguas antigas e certamente as aulas do sexto ano eram feitas com as mesmas! Era uma conspiração, só podia ser!!! E suas amigas nem para contarem para ela... ela suspirou. Aquilo definitivamente não era o inglês que ela tão conhecia.

Ela tremeu levemente a medida que Flitwick explicava o feitiço. A ruiva sentiu a cabeça rodar. Era tantos giros de varinha e pronúncias que ela achou um milagre se conseguisse criá-lo antes de seu oponente.

Thiago a cutucou.

-Você está bem, Lílian?

-Hã? – ela se virou para ele num olhar distraído, o maroto prendeu o riso.

-Acho que não.

-Ele está falando sumério?

-Que eu saiba, Hogwarts ainda não virou a Mesopotâmia. – disse ele risonho. – Nós ainda falamos inglês, Lily. Você é que está distraída demais para ouvir qualquer coisa.

-É um feitiço simples, Lily.

A ruiva riu fracamente.

-Simples? Duvido que se eu tivesse sendo atacada, conseguiria escapar.

-Você sabe ao menos o que ele estava falando?

Ela corou fracamente.

-Estava muito mais preocupada com os movimentos da varinha.

-Feitiço ilusório, Lily. – ele falou sorrindo. – É ótimo para você sair de enrascadas, mas inútil se o seu oponente perceber o que você pretende fazer.

-Com tantos... – ela agitou a mão comicamente, no que Thiago gargalhou. – sinceramente, eu acho que o meu oponente nunca perceberia.

-Você sempre foi irônica assim com todo mundo ou só comigo? – ele ergueu uma sobrancelha enquanto vários murmúrios se faziam presentes.

-Ah, guardo essa ironia especialmente para você. – ela falou risonha.

-É bom saber que guarda alguma coisa para mim.

Ela corou furiosamente.

-Posso saber então como é esse feitiço?

Thiago sorriu fracamente, enquanto se levantava.

-Hum, certo.

Lílian corou furiosamente, só então percebera que eram os únicos sentados, e o professor olhava fixamente para ele.

-Bom, aquele momento em que passamos sentados era para decidirmos qual ilusão usaria em cada um. – ele sorriu fracamente. – Para assim não assustarmos o “parceiro”.

Lily entrou em desespero.

-Merlim, e agora?

-Ah, Lily, a gente esquece essa parte. – ele falou seriamente, colocando a varinha em cima da mesa. – Eu vou fazer o feitiço sem a varinha, você tenta me acompanhar.

-Ok. – ela falou receosa.

-Um giro anti-horário, outro no sentido horário, uma puxada de leve para trás, outra para cima e... Illudere.

Thiago arregalou os olhos quando viu o olhar de Lílian ficar desfocado, sinal de que o feitiço tinha sido concluído... sem varinha. Deu alguns passos para trás, com a respiração ligeiramente ofegante.

-Lily? – ele indagou receoso, esperando que ela estivesse só fingindo e desse um susto nele, mas não aconteceu.

-Finite. – ele murmurou.

A ruiva teve um sobressalto.

-Potter, você não me disse o feitiço. – ela falou indignada.

-Ah, sim. – ele sorriu amarelo. – É... é Illudere. Comece Lily. – ele engoliu em seco.

-Certo.

-Illudere.

O cenário rapidamente mudou, ele agora estava num campo aberto, a sombra de um carvalho e, mas a sua frente, um lago com as águas cristalinas, onde o fundo era nítido. Thiago sorriu fracamente quando viu alguns peixes dourados nadando rapidamente, suas escamas refletindo os raios de sol enquanto levantavam levemente a areia do fundo do lago. Andou levemente até a beira, se agachou e passou a mão de leve pela água. Era incrível como a ilusão da ruiva era perfeita, não era a toa que ela era uma das primeiras da classe em feitiços.

Teve um sobressalto ao perceber que estava sendo observado. Olhou ao redor e, na margem oposta do lago, uma mulher com os cabelos extremamente loiros e com os olhos extremamente negros, vestida com uma túnica azul o fitava com um sorriso no rosto.

-Você é... – ele semi-cerrou os olhos, se levantando lentamente, mas, antes mesmo que terminasse a frase, a paisagem se dissolveu e ele estava novamente na sala de aula.

-Consegui? – ela falou fracamente, exibindo um fraco sorriso.

-Sim, bela paisagem ruivinha. – ele falou num tom sério. – Lily, você pode me dizer quem era aquela mulher?

Ela franziu o cenho.

-Que mulher?

-Ah, esquece. – ele falou pensativo. – Deve ter sido imaginação minha. – ele falou, pegando a varinha dele em cima da mesa.

-Minha vez, Lílian preparada?

Ela assentiu.

-Vê lá o que você vai fazer!

Ele sorriu marotamente.

-Illudere.

A ruiva estava na praia. O sol brilhava fortemente e o som das gaivotas eram ouvidos fracamente, enquanto o cheiro do mar invadia suas narinas. Ar puro. Ela fechou os olhos levemente e abraçou a si mesma, sentia uma felicidade e calma repentina.

-Sempre gostei do mar, você não?

A ruiva pulou de susto.

-Potter! O que você está fazendo aqui?

-Não me diga que você não sabe como você também pode participar da sua própria ilusão, Lily. – ele riu fracamente ao perceber que ela corava.

-Hunft! Você não me disse nada!

-Achei que era algo óbvio. – ele sorriu fracamente.

Thiago se sentou na areia e olhou significativamente para a ruiva. Ela, dando de ombros, sentou ao lado dele.

-Eu adoro o som das ondas. – ele se virou para ela calmamente. – Sempre quando fico nervoso, as imagino na minha mente e fico inexplicavelmente calmo.

Ela sorriu fracamente e se virou para encará-lo.

-Mas você não me disse como entrou na sua própria ilusão.

-Lily. – ele riu fracamente. – Tudo é criado pela sua imaginação, eu me imagino aqui e aqui estou, mas cansa um pouco mais do que você criar só a paisagem. E, bem... posso dizer que é como se eu estivesse enfeitiçado também.

Lílian o olhou com olhos arregalados.

-Potter, e se a gente não voltar?

Ele gargalhou.

-Relaxa, Lily, é só eu decidir sumir daqui, abro os meus olhos, e desfaço o feitiço.

-Hum, tem algum contra-feitiço?

-O Protego. – ele riu fracamente. – Você realmente não estava prestando atenção na aula, não é mesmo?

Ela não respondeu, apenas voltou o olhar para o horizonte.

-E não tínhamos que treinar com o contra-feitiço?

-Próxima aula. – ele falou revirando os olhos.

Eles silenciaram. Thiago voltou o olhar para o horizonte. Ele suspirou fracamente.

-Lily, você... você tem medo de morrer?

Ela se virou para Thiago exibindo uma feição surpresa.

-Por que você está me perguntando isso?

O vento soprava fracamente, balançando os cabelos da ruiva para cima do seu rosto, mas ela parecia não se importar. Somente os olhos e a testa dela eram visíveis naquele emaranhado ruivo que tomara o rosto de Lílian.

-Curiosidade.

A ruiva deu de ombros.

-Não. Vamos morrer um dia, não é? Mais cedo ou mais tarde, afinal, somos mortais.

Ele a fitou seriamente.

-Nem da maneira de como vai morrer?

Ela negou.

-Acho que tem algo pior do que a morte.

-O quê?

-A sede de poder humana.

O maroto sumira de repente.

-Potter?

A imagem se dissolveu e ela se viu de frente para um Thiago extremamente pálido e ofegante.

-Cansativo... muito cansativo. – ele falou fracamente.

-Você está bem, Potter?

Ele assentiu levemente. O sinal havia tocado. Eles ajeitaram suas coisas e, segundos depois estavam reunidos aos outros amigos do lado de fora da sala.

Lisa tinha o rosto extremamente corado e a face de Sirius estava vermelha. Pedro tinha o rosto chamuscado. Alice murmurava “Desculpas” para Frank enquanto passava um lenço sobre a testa ferida dele. Ana tinha lágrimas nos olhos e Remo a consolava, dizendo várias vezes “Eu ainda não queria fazer isso, mas você insistiu, pronto, foi só uma ilusão... acabou”.

-O que houve aqui?

Sirius sorriu marotamente e ia abrindo a boca para falar, mas Lisa foi mais rápida.

-O Sr Almofadinhas Black sugeriu, aliás, a ilusão dele foi fazer amor por “telepatia” comigo. – ela corou mais ainda.

Thiago gargalhou e Lílian prendeu o riso.

-Devo comentar que o tapa foi a ilusão da Lisa? – disse Lílian sarcástica.

-Não, foi muito real. – Sirius passou a mão pelo lugar, que ainda estava vermelho. – Eu fui perseguido por um bando de dragões... literalmente.

Mais risos.

-Devia ter feito pior!

-Ah, vai dizer que você não gostou da surpresa Liz?

Ela corou furiosamente.

-Sem comentários.

-E por que a Ana está com os olhos marejados?

Remo empalideceu e Thiago e Sirius se entreolharam quando Lisa perguntou curiosamente.

-Bem, ela pediu algo extremamente assustador, então, eu o fiz.

-E exagerou. – a voz dela estava embargada.

-Me desculpe, amor... – ele beijou a testa dela levemente e ela sorriu.

-Pettingrew? E o que aconteceu com o seu rosto? – Lílian rapidamente falou, fitando Remo e Ana de soslaio.

-Hum, a Lufa-Lufa murmurou o feitiço errado. – ele sorriu amarelo.

-Lice?

-Hum... – ela corou furiosamente. – Acabei me atrapalhando e joguei o Frank para cima da mesa.

Todos riram.

-Devo concordar que foi uma pancada e tanto. – disse o Corvinal sorridente.

-E vocês dois?

-O Potter me mandou para uma praia. – ela sorriu fracamente.

-E ela me mandou para um lago. – ele falou pensativo.

-Hunft! – disse Sirius revirando os olhos. – Será que só eu que tenho boas idéias aqui?

O som de um novo tapa – dessa vez no braço – foi ouvido, e todos gargalharam.

-Eu me pergunto se você faria a mesma proposta para as outras.

-Traições por pensamento são permitidas em nosso relacionamento?

Um novo tapa.

-Aiii!!! – ele alisou o braço. – Você sabia que seus tapas doem?

-E como você queria que eles fossem? Leves como uma pluma?

Os outros riram.

-Você se irrita por tudo cara Liz.

-Cafajeste! – ela falou emburrada.

-Podemos terminar o que eu comecei, não? – ele falou maliciosamente, enquanto a enlaçava pela cintura. – Dessa vez na realidade.

-Está a fim de levar OUTRO tapa? – ela ergueu uma sobrancelha.

Ele deu de ombros.

-Não... eu quero outra coisa.

Ela sorriu fracamente e o beijou.

-Deixa os dois aí. – falou Remo num fraco sorriso. – Depois eles nos alcançam.



N/a: E aqui termino mais um cap... huahahah, hora de ler HP 6... ^^

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