Namoro



N/A: Sim, sim, cá estou eu. Bom, eu realmente demorei, mas eu tenho uma explicação. Tenho dia 20 e 21 de novembro, dia 11 e 12 de dezembro e dia 18 e 19 de dezembro uma prova chamada Vestibular. Ou seja, estou me matando de estudar para garantir minha vaga na Universidade. No primeiro semestre eu meio que tinha um tempo mais livre, mas, quando chegou o segundo, eu reduzi o meu horário no pc e, consequentemente, o horário de escrever as fics ficou menor.
Eu optei por escrever primeiro o cap de CNP, pela maneira com que eu havia terminado o cap cinco. Foi quase um mês escrevendo o cap e ele ficou enooorme, que eu resolvi parar e escreve-lo em duas partes. Depois, fiquei quinze dias sem net e irritada demais para ligar o pc, resolvi ficar estudando...mas eu comecei a escrever o cap de Te Amo Lily, só que à mão. Depois, eu resolvi escrever o cap de Relatos Marotos e lá se ia mais um cap gigantesco. Quando eu terminei o cap de Relatos, eu comecei a digitar o de Te Amo Lily. Eu já havia mandado o cap de Relatos para minha beta, mas ela acabou por ficar sem net... e, ontem, quando eu resolvi tentar ao mesmo revisar o cap * criam nisso, eu não enxergo os meus erros...risos *, não gostei muito de uma cena e a modifiquei... e aqui estou eu.
Acho que, pelas datas acima, vocês devem saber que não terão uma atualização até dezembro... Eu lamento muito o fato, mas é preciso. Eu vou tentar ao máximo tentar postar antes desse prazo, mas eu não prometo nada. Mas, se isso pode ser considerada uma boa notícia, já tenho duas páginas escritas dele. E já tenho o nome. Ele se chamará “Estrela”. * nossa, isso está parecendo discurso político... o.O *
Então, “caros companheiros e companheiras do meu Brasil”, vamos aos comentários. Devo dizer que eu li TODOS * inclusive os extensos atualizas e ameaças de morte que me deixam relativamente desesperada e com medo de abrir a página da fanfic...*, mas lamento muito o fato de não ter como responder a todos... 16 páginas... o.O. Eu tomei um susto!
Beijo para todos que estão lendo e/ou comentam a fic... E agradeço pela paciência, os atualiza e ameaças de morte também. XDDDDD.

* modo louca on *

Ah, esclarecendo as dúvidas, EU SOU A JK... me mudei para o Brasil e consegui falar português e escrever nem tão fluentemente assim em um ano... huahahahahahaha. Brincadeiras e loucuras à parte... * me deixem sonhar um pouquinho, ok? *, eu não sou a JK, sou somente uma pobre e inútil escritora que utiliza da incrível história dela para fazer minhas loucuras...



* modo louca stand by *

Bom, vamos as dúvidas.

Own, várias pessoas me perguntaram "Quem é Agatha", e, para não ter que responder a mesma pergunta um zilhão de vezes... hehehehehe... colocarei aqui.
Bem, quem é essa personagem querida que eu amo tanto? * Sim, ela é uma das minhas favoritas... risos * Er, bem... * olha para os lados e assobia * Vocês querem mesmo saber??? Er... Agatha é...
Bom, vocês não arrancam isso de mim nem sobre tortura... HUAHAHAHAHAHAHAHAHA. Mas, pensem no lado bom, vocês não são os únicos a querer saber quem é ela... o Thiago também está passando pelo mesmo. Quando vou entregar esse segredo? Não sei... Estou pensando ainda... huahahahahahaha. Mas, eu posso dar uma dica... Ela é uma mulher... XDDDDD.

Outra pergunta muito feita foi quantos caps terá a fic. Own, ela está na reta final. Eu só irei narrar o sexto ano e farei a continuação dela, que narrará do sétimo até quando o Harry é posto na varanda dos Dursley. Ela já tem nome e o primeiro cap já está "rabiscado" e o esquema iniciado. Vocês devem estar se perguntando porque eu não termino o sétimo ano ainda nessa fic e começo a outra como se fosse pós-Hoggy. Bem, bem... é porque eu acho que o que eu pensei para "A Era das sombras" não se adequa a "alegria" de Te Amo Lily... hehehehehehehehe.

Quanto ao fato da fic ter saído da lista de mais lidas, primeiramente, foi porque ela não tinha classificação livre. E depois, porque quando mudou o sistema do site, eu tinha que colocar no meu log in que eu era escritora e leitora, sendo que estava somente leitora. * pense no meu desespero quando vi isso... ¬¬ * e então as minhas fics ficaram guardadas no banco de dados do site.

Isabela - Foi você, a culpada! Você que mandou os atualiza e agora essa pobre autora fica desesperada pela falta de tempo para atualizar suas fics. Não pense que eu não sei o que vocês passam, eu sei, antes de ser escritora, eu sou leitora... e tão ansiosa quanto... hehehehehehehehe. Ah, você sabia que eu não penso direito sobre pressão? HUAHAHAHAHAHAH.

Clarinha - Quanto as atualizações, eu realmente não sei, eu tenho vestibular esse fim de ano * tremendo na base *, além de outras duas fics para atualizar... fora que o horário no pc foi reduzido... Só entro à noite, porque a tarde ou estou estudando, ou estou no cursinho... estudando também...heheheheheheh. Mas, acho que final de dezembro as coisas vão acelerar um pouco mais... hehehehehehe.

Lara - Quais as fics que eu já fiz? Bem, além de Te Amo Lily, eu tenho cinco ao todo.
Duas fics - Relatos Marotos, Comos os Nossos Pais... Ou Quase.
Duas Songs - Crying in The Rain e Metal Contra as Nuvens... A Sina de um Prisioneiro.
Uma nem One-Shot assim, já que eu pretendo fazer uma continuação - Oceano
Quanto ao meu msn é: [email protected]

Aninha - Estou deixando o Tiago e a Lílian um pouquinho de lado? Bem, esse cap é bem centrado em Sirius/Lisa também, mas o próximo cap será BEM centrado, não muito na Lílian, mas no Thiago...hehehehehehehehehe.

Naísia L. de Black - Sim, eu gosto de Dumas, apesar de ter lido somente dois livros dele * Tulipa Negra e Os Três Mosqueteiros *. Mas eu já assisti aos filmes e simplesmente adoro. Sim, sim, vou tentar melhorar. Muito obrigada. ^.^. Eu conheço o Retrato de Dorian Gray, mas nunca tive a oportunidade de ler... ¬¬.

Mary - Bom, o único que sonha é o Thiago. Quanto a Dumbledore contar o que está acontecendo... Sim, ele pretende contar, mas não por agora.

Flavia – Não, eu não quero todas as atenções para mim. Em de vez em quando dava as caras nos comentários, mas ninguém me enxergava...y.y. Bom, mas o fato já foi explicado acima... ^.^.

Viviane Galdino – O lance da mãe do Thiago chorar, bem... ele será revelado... em algum cap... hehehehehehe. Mas, eu posso dizer que é toda a explicação que o Thiago está procurando para o que está acontecendo com ele e tem relação * pouca ou muita...hehehehehe * com Agatha... pronto, falei demais...risos.

Beatriz Evans – Ah, uma que me entende. (^.^) Muito obrigada pelo comentário. XDDDD. Vocês não sabem o quanto esses atualiza me desesperam...

Juliana Black – “Obs: Eu naum entendi nd dessa historia de nota...” Er, eu não entendi o seu comente. Você está falando das N/A’s? Bom, se for isso, as N/A’s são apenas enrolações dessa pobre autora. Eu respondo comentários, conto besteirois sobre a minha vida... nada muito importante...huahahahahaha. Mas, e não for isso, me manda outro comente que eu respondo. (^.^)

Isabella Radcliffe – Quanto a mudança de Letícia Potter, para Lisa Black. Ainda sou eu mesma... risos. Apenas decidi assumir a minha paixão por Sirius Black... huhahahahahahaha. É porque eu posto a fic em outro site, e eu coloquei o meu nome de autora como Lisa Black também, então, decidi colocar aqui como Lisa Black também.

Mary Evans – Não, as amigas de Lílian não sabem. Só quem sabe é o Sirius... mas os outros saberão com o tempo. Quanto ao fato do Thiago sentir aquela tontura, sim, tem relação com o poder de “premonição” dele.

Amanda Magalhães – Eu, na verdade tenho três comunidades.
Fics da Lisa Black - http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=3741380
Eu Leio Realtos Marotos - http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1423308
Eu Leio Comos Os Nosso Pais - http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=3426469

Tet Evans – Bom, o fato do Thiago ter esses sonhos premonitório tem a ver com aquela noite em que teve uma “estranha reunião” na casa dele e também pelo fato dele ser o que ele é... o que é um segredo, por enquanto...risos.

Kaos Kreuk – Bom, eu expliquei várias vezes, pelos comentários... ficava logo em cima, mas, eu burrei... dá proxima vez, eu coloco um aviso como cap... ok? (^.^)


Tallyta – Bem, eu não sei se você vai ler esses comentários, mas... Eu não sou anti-social. Eu deixei vários e vários recados nos comentes, o que foi um erro meu, já que eu deveria ter colocado um aviso, mas bem, é com os erros que se aprende e eu espero que você ache fics melhores do que as minhas e com autoras que não te decepcionam, eu lamento muito.

Mayara – Apesar do apelo desesperador do teu primeiro comentário, eu morri de rir com ele. E irei responde-lo. Sim, fui seqüestrada! Foram eles, eles! Os ETS da celulose! Eu estava estudando e de repente eles criaram vida e me atacaram... Depois fui mandada para a nave deles. Eu não sei se eu morri, ou se fui abduzida por eles. Mas sei que meu cérebro está derretido e eu não sinto meus dedos...o.O. Hehehehehehehe. Adorei o seu comente mesmo... kkkkkk.

Clara – Bem, mas eu não estudo para passar de ano, até porque eu terminei o segundo grau. Eu estou estudando para prestar vestibular e, bem, tenho que conciliar os estudos com mais três fics que escrevo, além das tarefas domésticas das quais eu sou encarregada aqui em casa. Agora mesmo eu estou tendo aula das sete e meia às seis horas

Elanor – Você se lembra do Sirius quando ouve Metal Contra as Nuvens por causa da minha fic? * emocionada * Bem, eu me lembro sempre também... XDD. Eu simplesmente AMO Legião Urbana! Quanto a Liz. Ela é meio antagônica. Ela pode ser uma “Almofadinhas de saias” * adorei a denominação *, mas ela esconde dentro de si uma garota extremamente tímida e insegura. Ela meio que se solta mais para conquistar o Sirius, porque ela sabia que ele nunca olharia para ela se ela continuasse quieta em seu canto. E, pelo visto, ela conseguiu... XDDD.


Mary Griffindor – Te lembrou “A Bela e a Fera”? XDDD. Esse filme me lembra a primeira vez que eu fui no cinema... Eu ainda tinha medo do escuro e fiquei atenta na tela o filme todo, mas, perto do final, eu olhei para os lados e vi a escuridão me cercando... comecei a chorar e minha mãe teve que sair do cinema comigo... Até hoje eu não vi o final do filme... Y.Y. Mas irei loca-lo, ah se loco! Sabe, você não é a primeira pessoa a me dizer isso... XDDDD. Talvez a cena estivesse gravada no meu subconsciente e eu a reescrevi como T/L e achei que foi criação minha... HUAHAHAHAHAHAHAHA.


Cap 41 – Namoro

Thiago, definitivamente, não conseguiu dormir àquela noite. Revirou-se várias e várias vezes na cama, a curiosidade atiçada por aquela pequena mensagem. A respiração ressonante dos amigos o fazia crer que já era tarde... muito tarde.
Não sabia o porquê daquilo o incomodar a tal ponto de lhe fazer perder o sono. Talvez a esperança que, se encontrasse quem ele achasse que tivesse enviado a mensagem para ele, encontrasse também as respostas para todas as perguntas que tanto lhe afligiam, ou pelo menos uma parte delas.
Soltando um longo suspiro, o maroto ajeitou o travesseiro e meteu a cabeça nele emburrado. Até mesmo a poção do sono que tomara, não havia surtido efeito... o que ele deveria fazer agora? Contar dragões?
Sim, como última alternativa, ele o fizera... e estava chegando aos duzentos quando desistiu... ou perdera a conta, não se lembrava.
Revirou-se mais uma vez na cama e fitou o teto deixando escapar um muxoxo. Odiava aquela maldita aflição. Tentava, em vão, não pensar nisso, mas volta e meia seus pensamentos lhe traíam e ele voltava a refletir sobre o assunto. Riu fracamente, aquele bilhete varrera até mesmo Lílian dos seus pensamentos!
Suas idéias corriam a mil e ele estava com energia demais para conseguir dormir. Derrotado, o maroto se levantou silenciosamente e, vestindo um roupão, desceu até a sala comunal.
Como era de se esperar, ela se encontrava vazia e silenciosa, a não ser pelo crepitar do fogo e o farfalhar do seu pijama em contato com o roupão, enquanto se locomovia.
Sentou-se na sua poltrona preferida e esperou... o que esperava, ele não sabia, e decidiu não pensar naquilo no momento. Fitou as chamas atentamente e suspirou, afundando-se no assento e inclinando a cabeça para o lado.
-Thiago, o que você está fazendo aqui?
Thiago teve um sobressalto e fitou rapidamente a escada do dormitório feminino. Seus lábios se abriram em um tênue sorriso e ele se ajeitou na poltrona. A garota desceu os restantes dos degraus de forma majestosa e enrolou-se mais no roupão antes de se aproximar de Thiago.
-Lisa?
-Há quanto tempo, não? – ela exibiu uma feição divertida.
-O que está fazendo aqui?
-Provavelmente o mesmo que você. – ela suspirou e sentou-se numa poltrona próxima a ele. – Sem sono. Mas, estou admirada. É a primeira vez que sou acompanhada por alguém nas minhas noites de insônia.
-Estou tendo dessas coisas ultimamente. – ele falou num sussurro. – Mas, você não costuma aparecer no salão comunal, não é?
Ela riu fracamente.
-Não. Tenho medo de certos marotos me agarrarem.
-O Sirius não ficaria nem um pouco incomodado em lhe fazer companhia... – ele falou marotamente.
-Você pode me informar o que raios ele anda aprontando? – ela ergueu uma sobrancelha e o encarou inquisidoramente.
-Aprontando? – ele se fez de desentendido. – Em que sentido?
Ela suspirou derrotada.
-Esqueci que você não me contaria nem sobre tortura.
-Nós apenas demos idéias para ele, Lisa. Resta saber qual delas ele usará. Você está com medo?
-Na pior das minhas teorias eu pensei em ele me dar o Snape em picadinhos numa caixinha. Mas não imaginei o que ele quis dizer me dando isso...
Thiago riu fracamente.
-É mais prático ele fazer isso com o Neo, não? Com a desculpa de que ninguém mais os atrapalharia em seus “momentos”.
Ela olhou para Thiago, com a sobrancelha erguida. O maroto afundou na poltrona, aquele olhar era de dar medo.
-Ele pretende matar o Neo? – ela falou, com a voz trêmula.
-Ah, sim, pretende. Eu que dei a idéia.
Lisa levantou-se da poltrona bruscamente e encarou Thiago com fúria.
-THIAGO POTTER!
-Calma, Lisa, é só brincadeira. – ele falou, enquanto o grito dela ainda ecoava pela sala.
-Ah, bom... – ela voltou a sentar na poltrona e suspirou.
-Apesar de toda a raiva, o Sirius gosta do Neo. – ele disse num sorriso.
-Não é o que ele aparenta. – ela disse num resmungo.
-Você devia saber que o Sirius não costuma demonstrar seus verdadeiros sentimentos assim tão facilmente. É normal, para quem viveu tantos anos naquele teto que, há um tempo atrás, ele tinha que chamar de casa.
-Eu acho que eu entendo um pouco o sofrimento do Sirius... – ela falou, enquanto abraçava as próprias pernas. – Acho que foi por isso que eu gostei realmente dele. Tipo... ele sempre demonstrava aquela alegria infindável, aquele sorriso no rosto... apesar de por dentro estar sofrendo com a idéia de perceber que não era amado pela sua família...
-Acho que foi muito duro para ele ver o quanto, não só eu, mas todos os seus amigos tinham o amor familiar, enquanto ele nunca teve nada...
-Depois, ele conheceu você... – ela sorriu fracamente.
-Eu praticamente infernizava a vida do pobre coitado... – ele falou gargalhando fracamente.
-Espião Sonserino. Essa foi uma das suas teorias mais malucas.
-Não era teoria maluca! – Thiago resmungou. – O que você queria que eu achasse? Eu tinha onze anos!
-Com mente de cinco... – ela comentou risonha.
-Todos os outros antigos membros da família eram Sonserinos...
-Mas, não é o nome que faz um bruxo e sim o que ele é realmente...
-Ele era um tremendo de um almofadinha...
-Que passou a infância inteira ouvindo que sangue-puro era o que valia...
-Que vivia me torrando a paciência...
-Não mais do que você a dele...
-Ainda acho que não foi uma boa idéia você ter ficado com o Sirius... – ele comentou, derrotado.
Ela gargalhou gostosamente.
-Por quê?
-Eu fico pensando, se vocês dois se juntarem para me cortar assim, eu não vou conseguir nem falar um “Ai” que vocês já terão respostas na ponta da língua! – ele falou num tom falsamente desesperado.
-É o seu destino, Thiago... – ela sorriu marotamente. – Não há como nega-lo.
-Não sei se eu quero segui-lo... – ele falou num sussurro, um pouco mais sério do que Lisa esperava. – Tenho medo de segui-lo...
Lisa olhou para Thiago, extremamente surpresa.
-Hey, eu só estava brincando! – ela disse divertida. – Não precisa ficar com essa cara de enterro!
Thiago balançou a cabeça e suspirou profundamente.
-Eu só estava pensando alto...
-O que te aflige tanto Thiago? – ela perguntou seriamente. – Você anda muito esquisito esses dias...
-Nada, Lisa. – ele mordeu o lábio inferior e segurou os cabelos. – Eu só ando pensando demais...
Ela sorriu pelo canto dos lábios.
-Você sabia que você fica muito agarrável nessa posição?
Thiago voltou o olhar para ela com um sorriso e soltou os cabelos lentamente.
-Acho que alguém não vai gostar nada dessa história...
Lisa se aproximou dele lentamente.
-Ele não vai saber se você não contar...
-Você está a um passo do namoro definitivo e já têm técnicas para usar em suas futuras traições?
-Se for com você, acho que vale a pena arriscar...
-Vou pensar no seu caso.
Ambos gargalharam gostosamente. O silêncio reinou entre eles por longos minutos. Lisa fitou Thiago, com a face ainda risonha e ele alargou o sorriso.
-Você ainda está preocupado. – ela falou docemente.
Thiago olhou para o chão e suspirou.
-Eu nunca consigo esconder nada de você...
-Somos amigos. E eu sei quando uma pessoa não está bem.
-Tem algo acontecendo comigo e eu simplesmente não sei o que é.
-Para que se preocupar se você nem ao menos sabe a causa do problema?
Thiago deu de ombros.
-Eu não sei a causa, mas temo a conseqüência... – disse ele se levantando. – o futuro.
Lisa seguiu Thiago com um olhar confuso. O que ele estava querendo dizer com tudo isso?
-Não queira explicações sobre coisas inexplicáveis, Lisa... – ele sorriu fracamente, virando-se para ela, quando estava ao pé da escada. – É capaz de você enlouquecer ao tentar achar uma resposta. Temo que isso aconteça comigo um dia... Boa Noite.
-Boa Noite. – Lisa murmurou antes dele subir as escadas e desaparecer nas sombras.

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-Já abriram as inscrições para um novo artilheiro? – Ana indagou para Remo e Lílian, que colavam alguns cartazes no mural da torre.
-Sim. – Remo sorriu para a namorada e deu um selinho, entregando mais um cartaz para a ruiva.
-Quer dizer que Dumbledore já escolheu o capitão? – Lisa murmurou observando o cartaz com uma atenção fora do normal.
-Ah, sim... Dumbledore nos informou essa manhã. – resmungou Lílian enquanto tentava pregar com uma tachinha que insistia em fugir das suas mãos. – Quem foi o idiota que enfeitiçou essa droga de tachinha?
Lisa não precisou olhar para trás para identificar os donos das gargalhadas que ecoaram em seus ouvidos. Lílian virou-se irritada para Thiago e Sirius, segurando a tachinha “dançarina” firmemente entre as mãos.
-Quem foi...? – ela falou ameaçadoramente.
Thiago ergueu as mãos como quem se rendesse.
-Posso te falar que não tem dedo meu no meio dessa vez. Eu e Sirius só estávamos rindo por outro motivo. – o maroto lançou um olhar cúmplice para Almofadinhas.
-Posso saber o motivo? – Lisa indagou de imediato, olhando feio para Sirius.
-Você quer mesmo saber, cara Liz? – ele retrucou galanteador.
-Vocês azararam o Snape novamente. – Lílian concluiu, voltando a atenção para o cartaz novamente. – Quando vocês vão aprender a amadurecer?
-A gente bem que gostaria de fazer isso, mas não fizemos, cara Lílian. – disse Thiago passando a mão pelos cabelos.
-Então, vocês ficam com seus segredinhos, que eu fico com os meus. – resmungou a ruiva mal-humorada. – E você, calado Remo.
Lisa prendeu o riso quando Remo corou aos olhares furtivos e intrigados de Pontas e Almofadinhas.
-É sobre o quê, Remo? – Sirius perguntou de imediato.
Aluado apenas riu fracamente e apontou para o quadro de avisos.
-Escolheram o capitão? – Thiago indagou ansioso. – Foi isso?
-Não foi nenhum de nós? – foi a vez de Sirius falar.
-Não sei... – Lílian falou quase sorrindo, enfiando a tachinha que insistia em fugir das suas mãos no painel. – Talvez...
Uma onda de risos foi ouvida quando Sirius e Thiago abriram espaço por entre os outros três amigos e viraram Lílian para si.
A ruiva riu um pouco ao observar as feições extremamente curiosas dos amigos.
-Por que tanto interesse nisso? É só um cargo! – ela disse fazendo descaso.
-Cargo este que será o resultado de uma aposta que acabamos de fazer. – falou Thiago com a voz rouca.
-Esse foi o motivo para tantos risos? – Ana se pronunciou, prendendo o riso.
-Foi. – falou Sirius de imediato. – E então, Lílian, quem ganhou?
-O que vocês vão me dar em troca? – ela ergueu uma sobrancelha, sorrindo fracamente.
-Interesseira... – resmungou Sirius. – Mas, eu posso te dar um beijo em troca, o que acha? – ele completou alegremente.
-Hey! – gritou Lisa enquanto Thiago lançava olhares fuzilantes para Almofadinhas.
-E você, Pontas? O que vai dar para a Lílian?
-Ajudar ela com as tachinhas? – ele indagou risonho. – Pelo visto, ela não está se dando muito bem com elas...
Lílian corou furiosamente e os outros riram.
-Dispenso sua ajuda, obrigada. – ela falou num tom falsamente irritado. – Você terá muito mais trabalho em organizar o novo time. – ela completou num sorriso.
Thiago exibiu um sorriso mais do que radiante, no que Sirius revirou os olhos.
-Eu sou o capitão?
-Não, é meu pai, Potter. – Lílian falou monotamente, arrancando risos dos outros ao mesmo tempo em que o sorriso de Thiago se alargava ainda mais. – E ele vai transformar o time de quadribol num de futebol e vai te por como zagueiro.
-Lily... o que é futebol? – ele perguntou confusamente.
-Ah, esquece... – ela resmungou.
-E então, quem foi o capitão? – ele perguntou ansiosamente.
-Você, Potter. – ela falou entediada. – Será que você não consegue compreender algo escrito nas “entrelinhas”?
-Claro que sei, só queria ter certeza mesmo... – ele olhou para Sirius, no que este exibiu uma careta.
-Não precisa me lembrar, eu sei... – Almofadinhas resmungou quando Thiago fez menção de lembra-lo da aposta. – Acho que você ficou feliz por ter ganhado, não? A sua seria muito pior...
Thiago corou fracamente e deu uns tapinhas amigáveis nas costas do amigo.
-Caro, Almofadinhas, eu sabia que eu iria ganhar...
-Aposto que você subornou o Dumbledore para isso.
-Eu?? – Thiago exibiu uma feição ofendida. – Você acha que eu faria isso?
-Desculpa interrompe-los... Mas, Potter, você pretende acrescentar alguma coisa no cartaz de vaga para os artilheiros?
-Não, eu ainda preciso formular uma data. – ele falou num sorriso. – Aliás, você vai se inscrever, Lisa?
Todos os olhares voltaram-se para a garota, no que ela corou fortemente.
-Er... não sei ainda.
-Por que não? – Sirius perguntou de imediato.
-Er... – ela apenas deu de ombros.
-Você está com vergonha?
Lisa pigarreou fortemente.
-Você joga bem, Lisa.
-Eu só tinha dez anos quando jogávamos, Thiago, e desde os doze não sei o que é montar em uma vassoura.
-Mas, quem aprende a jogar uma vez, jamais esquece. É questão de treinou somente. – comentou Ana.
-Se eu ainda me lembrar de que lado é que monta a vassoura, é um grande avanço...
Os amigos riram do comentário.
-Eu não faço objeções se você quiser que eu te ensine...
-Repararam que ele já se oferece? – disse Thiago risonho. – Almofadinhas, Almofadinhas... acho que não será uma boa idéia terem você e a Lisa no mesmo time...
Sirius exibiu uma segunda careta, no que Thiago gargalhou.
-Mas veremos o que eu posso fazer... – ele comentou pomposamente.
-E o poder já sobe à cabeça antes mesmo de tomar posse do cargo... – soltou Remo olhando para Thiago com um meio sorriso. – Imagine se a peça fosse monitor-chefe...
Thiago pulou de susto e olhou para Remo como se ele fosse de outro planeta, ao que arrancou risos dos outros amigos.
-Sai para lá com essa idéia, Aluado. Já pensou se acontece?
-Até que seria bom... – ele comentou num sorriso. – Mal posso esperar para ter o prazer de caçoa-lo pelo resto dos seus dias.
Remo gargalhou gostosamente, no que Thiago e Sirius se entreolharam.
-Ele às vezes é de dar medo... – Sirius comentou em voz baixa.
Remo automaticamente parou de rir.
-As pessoas não podem nem rir um pouco e já são tachados de loucos homicidas.
-Remo, não precisa esconder isso de nós... Sua cara não nega.
Ele rolou os olhos e resmungou qualquer coisa, no que Lílian prendeu o riso.
A ruiva sentiu algo bater em seu cabelo e algo cair delicadamente aos seus pés. Revirou os olhos aborrecida e se abaixou para pegar o cartaz que caíra no chão, aos risos dos amigos.
-Será que alguém pode me ajudar com essas benditas tachinhas? Antes que eu decida quebrar esse mural com minhas próprias mãos? – ela resmungou entre dentes.
-Eu sei que você não disse que queria a minha ajuda, mas... eu não costumo obedecer a ninguém... a não ser quando queira. – ele falou num sorriso, pegando algumas tachinhas para ajuda-la a pregar os cartazes no mural.
-Eu ainda acho que foi você quem enfeitiçou essas tachinhas. – ela comentou novamente, enquanto Remo entregava os restantes para Thiago, murmurando qualquer desculpa. Não queria ficar ali sozinho com os dois, principalmente quando Sirius e Lisa fizeram questão de “sumir” e Ana o observava calmamente, pedindo para ele cair fora dali.
-Confesso que, no ano passado, eu realmente enfeiticei algumas dessas tachinhas, mas foi juntamente com o Sirius. – ele comentou calmamente. – Mas o Remo infelizmente descobriu como amenizar a força do feitiço, deixando-o quase nulo.
-Mas ele não conhece o contra-feitiço? – Lílian virou para encarar Thiago calmamente. – Você não conhece o contra-feitiço?
-Ambos conhecem. – ele exibiu um fraco sorriso. – Mas é bem divertido ver o monitor-chefe da Grifinória tentando pôr um cartaz e não conseguir. – ele riu fracamente.
-Você não toma jeito... – ela concluiu com um meneio na cabeça.
-Isso é muito fácil...
-Eu preciso imobilizar a tachinha e depois prega-la, é isso?
-Essa é uma das opções.
-E qual seria a outra? – ela falou com uma sobrancelha erguida. – Cantar uma canção de ninar?
Thiago gargalhou gostosamente.
-Tá, ta... eu sei... é loucura, mas foi o que eu pensei... – ela comentou enrubescendo.
-Acertou.
-Ah... Como? Eu vou ter que ninar as tachinhas também?
-Se você quiser... – ele falou risonho.
Lílian exibiu uma nítida careta e tirou a varinha do bolso.
-Imobilus. – ela resmungou apontando para a tachinha em sua mão. – Assim está melhor. Canções de ninar... francamente!
Thiago tornou a rir.
-Você devia ser um pouco mais divertida sabia, Lílian? Você leva as coisas a sério demais.
-Já você não leva absolutamente nada a sério. – ela retrucou rapidamente.
-Claro, se eu deixar de achar graça da vida, eu deixo de viver. – ele comentou radiante.
-Realmente... – ela falou com um sorriso. – Você não deixou de ser uma criança ainda.
-Devo levar isso em conta como um elogio ou uma crítica? – ele comentou enquanto ela enfeitiçava mais uma tachinha.
-Não. Não é uma crítica. – ela falou calmamente. – Precisamos de muito humor para suportar o que está por vir.
Pela primeira vez em toda a conversa a feição de Thiago transformou-se numa séria.
-Você tem toda a razão...
-Então, é melhor aproveitarmos o riso antes que o mesmo se transforme em pranto. – ela disse sorrindo tristemente.
Thiago assentiu levemente e entregou o outro cartaz para ela.
-Onde estão os outros? – Lílian indagou, só então percebendo que eles estavam sozinhos.
-Ah, virou rotina deles: deixar-nos à sós na melhor das oportunidades. – ele escondeu o rosto no último cartaz, como se estivesse levemente interessado no que havia ali. – Você não reparou nisso?
Lílian observou Thiago com um olhar intrigado.
-Você tem algo a ver com isso?
Ele pigarreou levemente.
-Claro que não, Lílian, o que você acha que eu sou? – ele sentiu o rosto corar mais um pouco e trouxe o cartaz para perto do rosto, quase encostando o nariz no mesmo. – Acho que tem um erro aqui...
-Você é tão cego a ponto de precisar enfiar o rosto tão perto assim do pergaminho? Para quê serve esses óculos então? – ela falou divertida, tomando o papel “delicadamente” das mãos dele.
Thiago corou mais um pouco e Lílian estreitou os olhos, fitando-o atentamente.
-Você está...
Thiago pigarreou levemente, xingando-se internamente por se comportar como um perfeito idiota quando se encontrava perto dela.
-Irritado por eu ter tomado o pergaminho das suas mãos...?
Ele arregalou os olhos e quase riu do comentário da garota.
-Ou está envergonhado por causa de algo...?
-Preciso responder...? – ele falou olhando para o teto.
-Você... – Lílian começou a gargalhar, no que Thiago sentiu o rosto esquentar mais ainda.
-LÍLIAN!
-Você ficou envergonhado só porque... – a voz morreu na garganta da ruiva e ela sentiu as bochechas arderem. – Er, vamos continuar a colar esses cartazes, sim?
A ruiva voltou-se para o mural, no que Thiago continuou a observa-la.
-Eu não fiquei envergonhado pelo sentido que eu acho que você esteja pensando... – ele comentou depois de alguns minutos. – Digo... Eu fiquei envergonhado... – ele sentiu o rosto corar mais uma vez. – Mas eu não fiquei envergonhado...
Ela voltou o olhar para ele e ergueu uma sobrancelha. Thiago pigarreou levemente.
-Er... – ele coçou a cabeça. – O sentido de eu ter ficado envergonhado foi o fato de você pensar que eu fiz o que você está pensando... Sendo que eu não pensei nisso... Quer dizer, eu pensei, mas não faço parte... – a feição de Lílian se transformou numa risonha. –Eu não pensei e não faço parte. Apenas pensei que você estaria pensando nisso... Aliás, eu nem sei se eles fizeram isso de propósito, talvez tenha sido só uma coincidência e... – ela prendeu o riso. – Ah, esquece!
-Tudo bem, eu acho que eu entendi... Apenas acho. – ela falou num sorriso.
-Eu não corei pelo fato de estarmos a sós. – ele disse num murmúrio.
-Certo, eu entendi.
-Apenas...
-Thiago! – ela falou risonha.
-Ok, me calei. Eu só não quero que você fique pensando besteiras. – ele sorriu marotamente.
-De certo que é o que eu deveria realmente pensar, visto seus antigos pedidos... – ela comentou.
-E você deve estar satisfeita...– ele comentou sem pensar.
-Por quê? – ela indagou curiosa.
-Er... estamos quase acabando, não está vendo? – ele sentiu o rosto esquentar mais uma vez.
-Ah, sim, sim... tem toda a razão. E temos que nos apressar. Depois daqui temos Trato de Criaturas Mágicas, esqueceu?
-É.
-Você gosta de animais?
-Alguns. – ele comentou vagamente. – Desde que eles não comam carne humana, está bom para mim.
Ela riu fracamente.
-Dumbledore não permitiria criaturas altamente perigosas no castelo.
-Claro, a floresta já têm muitas. – ele comentou divertido.
Lílian empalideceu e o encarou estupefata.
-Você já entrou na floresta? Digo... profundamente.
-Sim. – ele sorriu pelo canto dos lábios.
-E você não sentiu... medo?
-Porque você acha que eu estou na Grifinória? – ele falou pomposamente.
-Eu sou da Grifinória, mas tenho plena certeza de que não teria coragem de sair explorando aquela floresta.
-Nem comigo? – ele ergueu uma sobrancelha e sorriu marotamente.
-Não me agrada a idéia de estar em cantos escuros, desertos, perigos e fechados com você... principalmente aqueles que tenha bichos asquerosos. – ela disse numa careta.
-Centauros não são bichos asquerosos, apesar de serem meio mal encarados... Talvez pelo fato do Sirius ter chamado um de Alasão...
Lílian gargalhou gostosamente.
-Eles não mataram o Sirius por causa disso?
-Éramos filhotes ainda. Agora, não tenho tanta certeza assim se eles nos considerariam como tais... Mas, bom, é melhor irmos para a aula, não?
Ela assentiu levemente e, depois de pregar a ultima tachinha no painel, a ruiva vira-se para Thiago e ambos começam a caminhar para a aula de Trato de Criaturas Mágicas.

***

A primeira coisa que Lisa avistou quando entrou no dormitório feminino àquela noite foi um buquê de rosas em cima da sua cama e seu amasso examinando-o com exatidão. Riu consigo mesma devido a desconfiança do seu amasso e, logo após, exibiu um fraco sorriso. Aproximou-se da cama a passos lentos ao mesmo tempo em que tirava a capa do uniforme.
Com a chegada da dona, Neo desviou a atenção das rosas e soltou um miado animado.
-Você aprovou, foi? – ela falou baixinho e acariciou a cabeça de Neo, que ronronou extasiado.
Depois de alguns minutos admirando as rosas, ela ouviu um farfalhar de asas e voltou a sua atenção para a janela. Apolo se camuflava devido ao breu da noite, mas Lisa pôde ver os seus olhos brilhando intensamente. Neo voltou a atenção para a janela, o rabo peludo balançando perigosamente, em sinal de atenção.
-Calma Neo, é só o Apollo. – ela disse num sorriso e correu para abrir a janela. A coruja lançou um olhar superior para Neo, que miou em sinal de desagrado. Apollo ergueu o pé pomposamente para que a garota retirasse o pergaminho.

“Agora a senhorita já sabe quem foi?”?

Lisa fitou o pergaminho com um olhar intrigado. Era muito grande para uma mensagem tão pequena. Ouviu novamente o farfalhar das asas da coruja e sentiu ela pousar em seu ombro, beliscando a orelha dela carinhosamente.
-Ele espera resposta? – ela perguntou de imediato.
A coruja deu um pio fraquinho e Lisa rapidamente se prontificou a responder.

“Flores todas as manhãs e noites? Assim você me deixa mal acostumada. Mas, como eu duvido que você tenha um lado tão romântico... eu me pergunto, você pretende extinguir as rosas da face da Terra ou está me incentivando a montar uma floricultura?”

A resposta não demorou muito a chegar, o que ela achou relativamente estranho.

“Bom, você mesma não disse que eu sou o SEU enrolado? Então, para fazer juz ao meu título, enrolarei o quanto puder... hehehehehehe ( é brincadeira, ok?). E que história é essa de montar uma floricultura com as SUAS flores? Na verdade, eu sempre me perguntei quantos buquês caberiam no dormitório feminino... essa é a oportunidade perfeita para tirar as minhas dúvidas.”

“O que você pretende? Acabar com todas as rosas das floriculturas de Londres?”

“Mulheres... Dois dias que damos presente e elas acham que são para sempre... Eu podia dar coisa melhor, não? Como ME dar de presente.”

“Como se eu pretendesse aceitar...”

“Eu vou acreditar...”

“O que você está aprontando, Sirius?”

“Eu? Aprontando? Por que quase tudo o que eu faço, as pessoas sempre dizem que eu estou aprontando uma? Eu sou um garoto sério, comportado... não faço esse tipo de coisas”.


Ela gargalhou gostosamente.

“Oh, se você não faz esse tipo de coisas... imaginem como são as pessoas que fazem. Mas, você está desviando o assunto... Vamos, desembucha, o que você pretende fazer?”

“Bom, eu pretendo azarar o Ranhoso... só que ainda não sei como... preciso falar com o Pontas acerca desse assunto.”

“Ah, cala essa boca, você sabe muito bem do que eu estou falando”

“Eu estou calado. Eu não estou apenas escrevendo?”

“Aff... Já vi que não vou conseguir nada de você...”

“A depender do que você queira de mim, eu posso de dar, com o MAIOR prazer...”

“SIRIUS BLACK!”

“Ora, Liz. É uma surpresa. Surpresas DEIXAM DE SER surpresas se CONTADAS.”.

“Provavelmente será algo exagerado”

“Quem sabe? Inesquecível talvez? Extremamente chato? Patético? Hehehehe. Hum... Liz, você está descente?”

“Em que sentido é descente para você?”

“Hum... quer mesmo saber?”

“SIRIUS!”

“Você leva tudo na maldade... você descente para os outros é coberta dos pés a cabeça ( ou pelo menos as minhas partes: coxas, colo e afins....hehe). Já para mim... e à sós... de qualquer jeito está bom. Mas um em especial é melhor ainda.”.


Lisa riu fracamente e imaginou o sorriso maroto que ele devia ter exibido ao escrever aquela frase. Molhou a pena no tinteiro novamente e respondeu de imediato. Apollo soltou um pio indignado e olhou aborrecida para ela, para depois devolver o pergaminho.

“Para tirar a sua curiosidade e pensamentos indevidos. Eu ainda estou usando o uniforme”.

“Pena... você não podia estar de camisola, pelo menos?”.

“Claro que não, Sirius! Ainda é cedo!”

“Para quê?”

“Para sua mente pervertida ficar imaginando coisas!”

“Sorrindo marotamente...”

“Revirando os olhos”

“Eu não pensei em nada, mas agora que você falou...”

“Ah, cala essa boca!”

“Vem aqui calar. Olha para cima!”


Lisa achou estranho o pedido dele. Olhou para o teto do dormitório e franziu o cenho confusamente. Não havia nada.
“Pirou? Eu não vi nada!” ela escreveu e deu o pergaminho para um Apolo extremamente aborrecido devolver. Ela ouve a gargalhada dele um pouco próxima e ficou mais confusa ainda.

“Já experimentou olhar pela janela?”

Ela aproximou-se da mesma desconfiada. Olhou para cima e encontrou aquele tão conhecido sorriso maroto a fitando.
-Sirius, o que você está fazendo aí? - ela disse num sussurro.
-Me correspondendo com você?
-Eu não falei nesse sentido! - ela suspirou resignadamente. - Eu falei em... SIRIUS EU ESTOU FALANDO COM VOCÊ! - ela rapidamente completou quando ele sumiu de vista.
-Eu sei... mas preciso fazer algo. – ela ouviu a voz dele um pouco distante.
No segundo seguinte a garota ver uma corda descer até a altura da sua janela. E Sirius começar a descer por ela.
-O que você pensa que esta fazendo SEU MALUCO! - ela gritou desesperada.
Sirius gargalhou gostosamente.
-Sirius, você pode cair...
Lisa viu Sirius descer lentamente e deu alguns passos para trás, sentindo o coração disparar dentro do peito.
-Bom, se eu cair, do chão eu não passo... - ele falou enquanto colocava o pé em cima do parapeito.
-SIRIUS! - ela gritou quando ele pulou graciosamente para dentro do quarto. – Você é doido.
-Eu já te disse alguma vez que eu sou uma pessoa normal?
-Ah... que eu saiba não. - ela falou pensativa.
-E então... - ele recostou-se no parapeito e sorriu marotamente, enquanto passava a mão pelos cabelos. - Não vai dizer nada?
-Dizer o quê? - ela o fitou confusamente.
-Não está feliz de me ver aqui? - ele fez uma feição chorosa.
-NÃO DEPOIS DO SUSTO QUE VOCÊ ME FEZ PASSAR, SEU CACHORRO DE UMA FIGA!
-Ih... já vi que vem bronca por aí... Liz, qual o problema?
-Você... você podia morrer! Entende a gravidade da situação?
Sirius exibiu um ar pomposo.
-Você acha que eu ia morrer por causa de uma besteira dessas?
Ela suspirou profundamente.
-Não foi besteira, Sirius.
-Então, o que veio fazer aqui? – ela falou calmamente.
Sirius desencostou-se do parapeito e aproximou-se dela devagar.
-Nada em mente?
Lisa meneou a cabeça ao ver a feição malandra que ele exibia.
-Você planejou isso tudo, não foi?
-Isso o quê? – ele se fez de desentendido.
-Lílian resolver ficar lá embaixo estudando... Ana não subir para cá mesmo depois do Remo ter ido dormir... A Alice dizendo que ia terminar um exercício... Eu ainda me pergunto porque eu subi...
-Eu não estava lá embaixo, você não fez nada mais do que sua obrigação... – ele sorriu pelo canto dos lábios.
Lisa pôs as mãos na cintura e o encarou um pouco vermelha.
-Já vai começar a dar ordens em mim?
-Eu estava brincando, Liz...
-Como você soube que eu estava aqui? Telepatia?
-Coisas de maroto...
-Sei... – ela respirou profundamente e cruzou os braços.
-Não temos nada melhor para fazer aqui, não?
Ela o encarou firmemente e sorriu.
-Não.
-Não mesmo...? – ele o enlaçou pela cintura.
-Claro que não! Que eu saiba, isso é um dor...
Ela foi calada com um beijo.
-SIRIUS! – ela separou-se dele lentamente, exibindo uma feição risonha. – Pára com isso.
-Eu não consigo... – ele se aproximou dela lentamente, exibindo uma feição marota.
-Pára com isso! – ela riu entre os lábios dele.
-Por quê?
-Vocês querem que as meninas entrem aqui e vejam a gente assim?
-Você não acabou de dizer que isso foi um plano meu? – ele exibiu uma feição confusa. – Então, elas só vão voltar quando eu pedir.
-Você não confirmou nada. – ela disse de imediato. – E é isso que me dá medo.
Sirius exibiu uma feição contrariada.
-Eu te dou medo?
-Suas atitudes...
-Só temos mais cinco minutos... Não dá para fazer muita coisa em cinco minutos. – ele falou seriamente.
-Você acabou de confessar o seu plano.
-E qual é o problema nisso?
-O problema é que vão achar que a gente pode estar tentando fazer outra coisa.
Sirius inspirou profundamente.
-Tem razão... – concluiu soltando todo o ar. – Mas isso não seria algo bom? – ele tornou a se aproximar dela lentamente.
-Não. – ela disse risonha, se desviando dele. – Seria péssimo.
-Poxa, Liz...
-Nada disso, senhor Black, eu não quero que minhas amigas achem que eu sou uma tarada.
Ele gargalhou gostosamente.
-Você só quer mostrar esse lado para mim, não é?
-SIRIUS!
-Certo... certo. Já que você tanto insiste, minha amada. – ele fez uma reverência. – Irei obedecer às suas ordens.
Ele de um último beijo nela e voltou para a janela.
-Mas, esteja atenta. Sirius Black voltará.
Ela riu fracamente.
-Devo esperar deitada?
Ele exibiu um sorriso maroto.
-A depender do que você quer que a gente faça...
-SIRIUS BLACK!
Ele gargalhou gostosamente, enquanto subia pela corda, de volta para o telhado.
...
Já passava das dez e meia da noite, quando Lisa decidiu ir dormir. Ela suspirou resignadamente ao constatar que ele não voltaria, assim como prometeu. Primeira promessa que ele não cumprira. Será que seria um aviso? Ele a largaria?
Balançou a cabeça, a fim de espantar aqueles pensamentos. Fechou os olhos. A melhor coisa que tinha que fazer era dormir.
Estava num corredor deserto, quando sentiu alguém puxa-la para dentro de uma sala. Os olhos azuis dele brilharam profundamente, enquanto ele exibiu aquele costumeiro sorriso maroto. Sirius aproximou lentamente dela e começou a... bater o seu nariz com o dela?
Lisa abriu os olhos confusamente e deparou-se com um mar de penas negras e uma coisa acinzentada ir e vir do meio do seu nariz, enquanto dois “faróis” a encaravam firmemente.
-Apollo...? – ela disse num sussurro rouco.
A coruja piou em resposta e sacudiu as penas pomposamente, erguendo o pé para mostrar um pergaminho.
Ela o segurou, para depois abri-lo cuidadosamente. Assim como o tamanho, sua mensagem era curta.

“Siga as pétalas”

Ela exibiu um ar intrigado, apesar de saber perfeitamente o dono da letra o qual pertencia àquela mensagem.
-Pétalas? – ela disse num sussurro. – Que pétalas?
Lisa abriu o cortinado confusamente e sentou-se na cama. Sentiu a maciez das pétalas sobre os seus pés e rapidamente olhou para baixo. Estava prestes a descobrir o que ele estava aprontando...
Descalça mesmo, a garota se levantou e se enrolou com um roupão. Soltou um fraco gemido ao sentir o chão frio sobre os seus pés. Neo abriu os olhos e a encarou curiosamente. Ela apenas sorriu e acariciou o amasso, que estava deitado na sua mesa de cabeceira.
-Volto já.
Ele ronronou em resposta e enrolou-se sobre si mesmo.
Os corredores do castelo estavam desertos e frios, e ela sentiu um calafrio percorrer o seu corpo. A maciez das pétalas eram sentidas em seus pés e ela exibiu um fraco sorriso. Pouco importava para a ela o fato de algum monitor ou até mesmo Filch a ver perambulando nos corredores em horário proibido.
O vento que cortava-lhe o rosto e balançava os seus longos cabelos. Lisa sorriu fracamente ao perceber que o “caminho de pétalas” parava numa porta.
-Sirius...? – ela chamou cautelosamente enquanto batia na porta. Não houve resposta.
Lisa soltou um muxoxo de raiva. Ela estaria ali para nada? Ela ia dar meia volta quando a porta se abre lentamente.
-Não vai entrar? – ela ouviu a voz doce dele sussurrar dentro da sala.
-Como você quer que eu entre? Está tudo escuro! – ela falou de imediato.
-Está com medo, Liz?
A garota revirou os olhos e suspirou profundamente, enquanto dava os primeiros passos em direção a sala.
A única iluminação que vinha agora, era da porta entreaberta. Mas mal a sua visão se acostumava com o breu dentro da sala e algumas formas escuras começavam a entrar em foco, a porta é fechada com um rangido.
-Sirius...? – ela indagou, sentindo-se preocupada.
Duas mãos enlaçaram-na pela cintura e beijou o seu pescoço amavelmente.
-Eu mesmo... – ele sussurrou ao pé do ouvido dela, fazendo a garota se arrepiar.
-O que você pretende fazer?
-Lumus. – ele sussurrou.
As tochas se acenderam de imediato e Lisa sentiu a vista protestar. A garota apertou os olhos, sentindo o mesmo arderem com a luminosidade que tomou conta da sala. Quando tudo voltou ao normal, ela não pôde conter uma exclamação de espanto.
-Isso tudo... para mim? Jantar a luz de velas?
Ela fitou a mesa à sua frente. A toalha vermelha e os pratos de porcelana. Duas taças de cristal e, em seu centro um belo castiçal de prata, povoado de velas também vermelhas.
-Ou seria festa do pijama? – ela completou divertida, erguendo uma sobrancelha ao constatar que ele estava vestindo um pijama de seda negro.
-Bem, é uma forma de renovar. – ele falou galanteador. – Eu não podia ser de total romântico senão eu não seria eu mesmo.
Ela riu fracamente.
-E queira desculpa cara Liz, mas você também está. – ele sorriu marotamente e fitou o roupão dela. – A propósito, não quer tira-lo?
Lisa corou um pouco, mas o retirou lentamente. Sirius a olhou de cima a baixo, com a cabeça um pouco inclinada.
-Será que não podia ser mais curta? – ele constatou ao perceber que ela batia nos pés da garota.
-Para quê? Para você só me faltar comer com os olhos?
-É minha impressão, ou você só a vestiu por adivinhar que eu a chamaria uma hora dessas e me impedir de ver o maravilhoso corpo que se esconde por detrás desse pano todo?
-Sempre gostei de camisolas longas. É bom ir se acostumando... – ela disse sensualmente.
-Propondo coisas...?
Ela apenas exibiu uma feição misteriosa.
-É uma pena não ser preta ou vermelha... – ele falou num suspiro. – Mas azul também lhe cai bem.
Lisa riu fracamente.
-Estou devidamente arrumada para a ocasião? – ela fez uma breve reverência e estendeu a mão para ele.
-Melhor impossível... – Sirius sussurrou ao mesmo tempo em que beijava a mão dela amavelmente.
Sirius guiou-a lentamente até a cadeira. Ele soltou a mão de Lisa e arrastou a cadeira, no que ela se sentou.
-Foi o Remo que te disse essas dicas de cavalheirismo? – ela o encarou risonha.
-O que te faz pensar que foi o Remo que me deu essa idéia?
-Acho que ela não partiria de você.
Ele revirou os olhos e ela prendeu o riso.
-Obrigado pela parte que me toca.
Lisa observou Sirius dar as costas para ela e pegar algo numa mesa maior – que ela só agora percebera que estava presente – e que se encontrava cheia de comes e bebes.
-Bom... – ele virou-se gentilmente para ela exibindo aquele sorriso doce que ela tanto amava. – Não é nenhum vinho francês, mas dá para o gasto.
Ele depositou o conteúdo da garrafa dentro da taça e ela gargalhou gostosamente ao constatar que era cerveja amanteigada.
-Você não existe Sirius! – ela disse risonha, erguendo a taça.
Ele soltou aquela famosa risada parecida com um latido e voltou a atenção para a sua taça.
Silêncio. Sirius sentou-se de frente para ela. Lisa sorriu ternamente e abaixou o olhar, um pouco envergonhada. O maroto exibiu um fraco sorriso.
Lisa Delacourt. A garota que conseguira o que nenhuma outra havia conseguido antes: conquista-lo. Ele a conquistou com a sua maneira tímida e ao mesmo tempo provocante, com aqueles cabelos castanhos e olhos quase méis que o olhavam de modo sensual, malicioso e superior ao mesmo tempo... o modo com que ela sabia provoca-lo, o jeito que andava, que ria, que falava... as sensações que ela proporcionava a ele quando estavam com os corpos quase unidos, o gosto doce dos lábios dela, os arrepios constantes que lhe arrebatavam quando suas mãos percorriam o corpo dela ou seus lábios se encontravam em seu pescoço... Suspirou profundamente e exibiu um terno sorriso. Sim, ele a amava...
-O que foi? – ela indagou, tirando-o de seus devaneios.
-Hum...? – ele indagou sustentando o queixo com a mão, os cotovelos apoiados em cima da mesa.
-Não estamos aqui para ficar olhando um para o outro, suponho.
Sirius sentiu o rosto esquentar, no que ela riu fracamente.
-Estava pensando em mim? – ela disse sedutora.
-E por que você acha que eu perderia meu precioso tempo pensando em você? – ela ergueu a sobrancelha em resposta.
-Por que você me ama? – ela exibiu a mesma pose.
-E quem disse que eu te amo?
-E o que está fazendo aqui, então? – ela falou extremamente risonha.
-Bom, eu vim aqui para comer, você não? – ele exibiu uma feição falsamente confusa.
Ambos se entreolharam por vários minutos e depois suas gargalhadas ecoaram pelo cômodo.
-Será que, mesmo depois de estarmos juntos, não paramos essa mania de não expressar nossos verdadeiros sentimentos? – ela comentou num sorriso.
-Eu? Não expressando meus verdadeiros sentimentos? – ele sorriu marotamente e se levantou de modo galante. – O que você está dizendo senhorita Delacourt?
Ela inclinou a cabeça e se levantou, sorrindo fracamente.
-Isso mesmo que você ouviu senhor Sirius Black.
Lisa observou Sirius inclinar-se na direção dela e segurar-lhe a face carinhosamente.
-Acho que você já deve estar ciente do que eu vim fazer aqui, não é?
-Vindo de você, Sirius. Eu penso mil e uma coisas. – ela comentou risonha. – Principalmente quando está assim tão perto.
-É mesmo...? – ele aproximou-se mais dos lábios dela.
-Você não acha que a mesa não atrapalha um pouquinho as coisas?
Sirius automaticamente abriu os olhos e separou-se dela.
-Tem razão, vamos comer. – ele girou os calcanhares e se dirigiu para a mesa.
Lisa apenas o olhou com os olhos semi-cerrados, antes de segui-lo.
-Você não ia me beijar? – ela comentou, tentando conter sua indignação.
-As necessidades biológicas sempre em primeiro lugar... – ele falou divertido antes de colocar um morango na boca e sorrir para ela.
Lisa respirou profundamente e cruzou os braços irritada.
-Que foi?
-Vou esperar você terminar com suas necessidades biológicas para finalmente poder dar atenção à mim. – ela resmungou.
-Não vai comer nada?
-Não estou com fome. – ela falou no mesmo tom.
-Ah, você não vai fazer uma desfeita dessas ao seu cachorrinho, vai?
Ela fez uma careta com os lábios e virou o rosto. Lisa sentiu o corpo de Sirius rente ao seu, mas ainda assim não se atreveu a encara-lo novamente.
-Você tem certeza que não vai querer? – ele sussurrou no ouvido dela de forma manhosa.
-Não...
Sirius virou o rosto dela lentamente para encara-lo e fitou os lábios dela por longos minutos. Lisa apenas observava as orbes azuis do maroto que estavam extremamente brilhante. Ela entreabriu os lábios, no que ele passou os dedos lentamente sobre eles, antes de beija-los com ardor.

~~~~~~~~

Lisa não sabia que horas eram e tão pouco se importava. Colocou uma mexa atrás da orelha e sorriu ao fitar Sirius de soslaio. Ele exibiu o famoso sorriso maroto e apertou a mão dela levemente.
A garota mal soube o que aconteceu depois. Sentiu as costas rente à parede fria do corredor e os lábios de Sirius, assim como o seu corpo, pressionando os dela. Sentiu o gosto doce dos lábios dele e suspirou profundamente.
-Sirius... – ela sussurrou quando eles se separaram para tomar fôlego. – Nós...
Mas ele a interrompeu rapidamente, buscando os lábios dela com mais desejo. Lisa sentiu o corpo se arrepiar e o trouxe mais para perto de si. Ela inclinou a cabeça levemente e o abraçou pelo pescoço.
Ela ouviu um barulho estranho e, segundos depois, Sirius afastou-se dela calmamente e tomou uma das suas mãos.
-Corre. – ele murmurou quando ela abriu os olhos.
Ainda inebriada com as sensações que aquele beijo ainda a proporcionava, a garota o fitou estranhamente, ao mesmo tempo em que, ao longe, o som de uma explosão era ouvida e Sirius a puxava calmamente.
Os passos dele ecoaram abafados pelos corredores e as explosões se tornaram mais altas. Um chiado foi ouvido, e Lisa olhou para trás.
Arregalou os olhos em sinal de desespero quando um dragão luminoso veio em sua direção.
-Sirius... o que é q...
O rapaz a puxou para dentro de uma passagem. Lisa tropeçou no primeiro degrau da escada e soltou um grito de dor. Sirius rapidamente tapou a boca da garota.
-Quer que ele nos ouça?
-Você pirou? – ela sussurrou numa voz esganiçada, enquanto ele sorria marotamente. – Soltar fogos Fulibusteiros pelo corredor?
Ele sorriu marotamente.
-Não foi bem pelo corredor...
-Não vai me dizer que... – ela começou temerosa, parando bruscamente e o puxando, fazendo-o virar-se para ela.
Sirius exibia uma feição malandra e alargou o sorriso. Lisa mordeu o lábio inferior, temendo o que viria a seguir.
-Bom... – ele começou – Eu pelo menos não coloquei dentro das salas dos professores e nos dormitórios...
-QUÊ?
Sirius gargalhou gostosamente.
-Vamos voltar para o dormitório.
-Sirius... você com certeza NÃO gira bem. – ela disse num fio de voz. – E se a Mcgonagall descobrir?
-Pense no lado bom, se formos expulsos, seremos juntos.
Lisa empalideceu enquanto Sirius puxava-a calmamente, fazendo com que ela voltasse a subir as escadas juntamente com ele.
Sirius afastou um quadro e eles se viram novamente nos corredores do castelo. Um novo chiado foi ouvido e Lisa sentiu ser abraçada pela cintura e ser puxada para o chão quase automaticamente.
Luzes douradas, roxas, vermelhas e azuis corriam para lá e para cá descontroladamente. Algumas se encontravam e explodiam, transformando-se nas mais variadas formas e brilhando das mais variadas cores.
Lisa olhou para Sirius de soslaio, enquanto tirava os cabelos do rosto. O maroto tinha uma feição quase risonha e ela rolou os olhos.
-O que faremos agora? – ela gritou para se sobrepor as explosões contínuas que se instalavam no corredor.
Sirius apontou com a cabeça para frente e começou a se arrastar pelo chão. Sem ter outra alternativa, a garota resolveu segui-lo, ora praguejando baixinho, quando sentia um dos fogos passar rente à sua cabeça, ora rindo, por causa das loucuras daquele maroto.
-Para onde vamos?
-Não sei... – ele respondeu pensativo. – Para onde você quer ir?
-O que você sugere? – ela falou exibindo uma feição curiosa.
-Deitar à beira do lago e olhar as estrelas, mas, o saguão de entrada, a esse ponto, deve se encontrar interditado.
-O que você fez? – ela indagou, atônita.
-Sabe isso aqui... – ele apontou para cima, onde vários fogos ainda estouravam. – Isso não é nem a metade do que está estourando lá.
Lisa não quis nem imaginar como estaria o saguão de entrada.
-Então, sugiro que nós voltemos para a sala comunal. O que acha?
-Ótima idéia. – ela comentou um tanto quanto intrigada, por que ele ainda não havia feito o pedido? Ainda tinha algo por vir?
Sirius parou ao pé da escada e se sentou nos primeiros degraus. Lisa o seguiu e fez o mesmo.
-Por que paramos? – ela indagou ao perceber que ele olhava para um relógio e o guardava no bolso.
-Não dá para passar agora. – ele disse, por fim.
-Por quê? - ela o encarou de esguelha.
Sirius pigarreou levemente e colocou uma das mechas do cabelo da garota atrás de orelha dela. Ele mordeu o lábio inferior e, retirando a mão dos cabelos dela lentamente tirou algo do bolso. Ela percebeu que era um pergaminho e riu fracamente.
-Bom... – ele tornou a pigarrear e exibiu uma feição quase pomposa. – Bom, eu fiquei me perguntando como se começaria a fazer um pedido de namoro. E depois de muito pensar... de pensar e pensar... eu não havia chegado a nenhuma idéia. Eu queria que fosse de uma forma mágica e ao mesmo tempo diferente. – ele sorriu marotamente e a olhou de soslaio. – Uma coisa Sirius Black. – ele exibiu uma feição contrariada e ela riu fracamente. – E, depois de pensar muito novamente, queimar metade dos meus neurônios, descobri que não há outra forma a não ser esta.
Ele amassou o pergaminho e pegou a mão dela com carinho.
-Liz, você quer namorar comigo? – ele falou docemente, estendendo uma aliança prateada.
-Pularemos já para o noivado? – ela indagou com os olhos extremamente brilhantes.
Ele gargalhou gostosamente.
-Se você não quiser... – ele comentou, fazendo menção de guardar a aliança no bolso.
-Para quê perguntar, se você já sabe da resposta? – ela disse, segurando a aliança delicadamente e se aproximando dele lentamente. Mas, antes que se beijassem, algo pousa no ombro de Sirius.
Lisa abriu os olhos, quando o maroto pulou de susto e virou-se para o Apollo – exibindo uma feição quase mortífera, provavelmente, ele não gostara muito do vôo que tivera que fazer para chegar até ali.

“Pombinhos, o Filch já esta indo para o corredor de vocês... ou provavelmente já esteja perto”.

Sirius estendeu a mão para segurar a de Lisa, e se levantou lentamente. A garota o seguiu com um sorriso a brincar em seus lábios e a aliança a brilhar no seu anelar direito.
-Vamos voltar agora... e rápido.
Lisa sentiu-se ser puxada novamente, tendo que acompanhar Sirius na corrida. Apollo, que ainda estava empoleirado no ombro do maroto, arregalou os olhos e ajeitava as asas irritadamente, contudo não estava disposto a perder a “carona”.
Eles finalmente alcançaram o quadro da Mulher Gorda, que ressonava tranqüila. Mas, antes mesmo que Lisa abrisse a boca para murmurar algo para que a ela acordasse. Sirius a puxa pela cintura.
-Será que agora você pode concluir o que iria fazer antes de sermos atrapalhados?
Lisa riu fracamente quando Sirius inclinou sua cabeça e a beijou amavelmente. Apollo ajeitou as penas pomposamente e piou em indignação, enquanto um vento frio soprava levemente entre eles e o buraco do retrato abria.
Sirius e Lisa se separaram quando ouviram um farfalhar de asas. Automaticamente olharam em direção ao buraco do retrato e encontraram Tiago com o braço estendido, onde Apollo pousou segundo depois. Ainda com a varinha na mão, ele acaricia a cabeça da coruja exibindo um sorriso malandro no rosto.
-Tsc, tsc... Que coisa feia. Isso é hora de ficar fora da cama, crianças?
Lisa prendeu o riso e entrou na sala comunal, puxando um Sirius emburrado para dentro.
-Obrigado por estragar a minha festa mais uma vez, Pontas.
Thiago meneou a cabeça e voltou o olhar para Apollo. Sua feição divertida automaticamente se transformou numa surpresa ao perceber que a coruja estendia o pé, onde um pergaminho fora minuciosamente amarrado.
-Thiago? – Lisa indagou calmamente.
O maroto apenas franziu o cenho e retirou o pergaminho com os dedos extremamente trêmulos. A coruja levantou vôo e ficou empoleirada no corrimão, onde começou a ajeitar as penas pomposamente. Sirius e Lisa apenas observaram a face de Thiago empalidecer por breves minutos.
-Thiago...? – foi a vez de Sirius chama-lo.
-Sirius, parece que a resposta veio mais cedo do que eu esperava.
-Que resposta? – Lisa indagou curiosa.
-Suspeitamos que o Pontas tenha uma admiradora. E, parece que ela acaba de marcar um encontro... – ele falou num sussurro.
Thiago ainda fitava o pergaminho em suas mãos com um olhar vago. Seria mesmo ela? O pergaminho se dissolveu em suas mãos e Sirius ergueu uma sobrancelha.
-Muito estranho... – ele murmurou. – De onde esse pergaminho apareceu?
Thiago o fitou com o cenho franzido.
-Como...?
-Apollo estava em meio ombro todo o tempo. Não tinha como simplesmente alguém colocar o pergaminho no pé dele, sem que tivéssemos percebido. Pelo menos, não alguém vivo.
-Talvez seja lá quem tivesse mandado esse pergaminho, pediu para um fantasma fazer? – argumentou Lisa pensativa. – Lembra do vento frio que sentimos, Sirius? Isso é coisa de fantasma.
-Seja o que foi que tenha acontecido, uma coisa é certa: ela não quer que os outros saibam do encontro. – disse Thiago etereamente. – Isso é só entre mim e ela.
-Possessiva ela, não? – Lisa comentou divertida, recostando a cabeça do peito de Sirius. – Você vai a esse encontro, Thiago? – ela completou receosa.
-Pretendo. – ele falou seriamente. – Preciso constatar se minhas suspeitas estejam corretas.
-Você tem idéia de quem seja a garota?
Thiago desabou no sofá e suspirou profundamente.
-O caso é saber se ela é mesmo uma garota.
Lisa fitou Sirius confusamente e o maroto deu de ombros, após revirar os olhos. Também não fazia a mínima idéia do que Thiago estava falando.

~~~~~~~

Thiago fitou a escada do dormitório masculino, por onde Sirius havia subido há cerca de dez minutos depois de uma despedida “calorosa” entre ele e Lisa. Ajeitou os óculos e passou a mão pelos cabelos, em sinal de nervosismo. Deveria mesmo ir aquele suposto encontro? E se fosse só uma brincadeira.
Afundou na cadeira ao constatar que faltavam alguns minutos para a meia-noite e já se encontrava na hora dele sair.
Levantou-se vagarosamente e pegou o mapa do maroto, que estava em seu bolso. Percebeu que o caminho até a Torre de Astronomia encontrava-se livre. Sem nem pensar duas vezes e ansioso demais para ir buscar a capa de invisibilidade no dormitório, o maroto sai pelo buraco do retrato, sentindo o ar frio da noite causar-lhe arrepios por todo o corpo.
Caminhou silencioso pelos corredores. Seu olhar correu por todo o mapa e, além de Filch, não havia uma única pessoa de pé. Mordeu o lábio superior e respirou profundamente.
Faltava apenas dois minutos para a meia-noite, quando Thiago começou a subir as escadas que davam para a torre. Fitou o mapa mais uma vez e nenhum ponto se movia.
Mas, decidiu continuar a esperar. Sentou-se no parapeito da janela da sala da torre, ainda fitando o mapa.
Um vento frio fez a espinha de Thiago se arrepiar e, segundos depois, as linhas do mapa foram sumindo gradativamente. O vento se tornou mais forte e retirou o mapa das mãos de Thiago quase que violentamente.
O rapaz arregalou os olhos ao perceber que o mesmo estava se fechando sozinho. E as linhas sumirem mais e mais, até deixa-lo completamente em branco.
Retirou a varinha do bolso e a segurou firmemente, em posição de ataque. O ar frio ainda soprava sobre a sala, balançando seu roupão aberto lentamente.
Uma leve sensação de sonolência o acometeu, ao mesmo tempo em que ele sentia um leve calor descer pelo seu corpo.
A porta se abriu bruscamente, mas não emitiu som algum. O vento soprou com mais intensidade. Thiago sentiu os olhos arderem e os estreitou, fitando o umbral da porta com o coração batendo acelerado dentro do peito.
Os olhos negros dela o encaravam firmemente. Olhos que lhe expressavam sabedoria, poder e de certa forma, lhe davam medo. Olhos profundos e opacos, indecifráveis.
A varinha voou da mão de Thiago e caiu aos pés da garota com um estrepito, mas ele não reagiu quanto a isso. Sentia-se quase que hipnotizado pelo breu daqueles olhos. O que eles escondiam? O que presenciaram? Havia um pouco de dor de culpa naquele olhar?
Thiago balançou a cabeça e respirou profundamente. Por que aquela sensação esquisita de que a conhecia de algum lugar? Por que ele pensava que existia algo a mais por trás daqueles olhos negros?
Os cabelos dela eram ondulados e dourados. Do seu corpo, emanava um brilho próprio e ao mesmo tempo surreal.
O maroto prendeu a respiração e estreitou os olhos, esperando que ela dissesse algo. A estranha aparição sorrira pelo canto dos lábios e Thiago percebeu que seus olhos brilharam estranhamente.
-Acho que é a mim quem você procura, não é, Thiago Potter?

N/A: E aqui acabo mais um cap. Espero que tenham gostado. Beijos

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