Não Direi Que É Paixão
– Como você soube que eu estava aqui? Foi a Andrômeda que te disse?
– Não, eu deduzi sozinho. Você me disse que gosta do lago por que ele é calmo. E a biblioteca é um dos lugares mais calmos dessa casa, ninguém nunca vem aqui.
– Ah, mas eu continuo preferindo o lago.
– Você anda me evitando. – disse diretamente enquanto se aproximava dela.
– Não, não ando. Deve ser sua imaginação. Afinal, por que eu te evitaria? – perguntou irônica.
– Não finja que não aconteceu nada entre a gente.
– Eu não estou dizendo que não tenha acontecido. Só estou dizendo que não teve nenhuma importância. E que não vai se repetir.
Sim, Sirius Black acabara de levar um fora. E ele não estava nenhum pouco acostumado com isso.
– E quem disse que eu quero que se repita?
– Então por que você vive criando situações para ficar a sós comigo? Por que, volta e meia, eu te vejo me olhando? Por que você tem ido ao lago todos os dias dessa semana? E por que você veio aqui falar comigo?
– Porque...porque eu acho que nós devíamos conversar. Você tem que concordar que o que aconteceu não foi normal.
– É obvio que não foi. Mas aconteceu. Agora a única coisa que a gente pode fazer é esquecer o que aconteceu. – ela o olhou com desdém e acrescentou: – e se você quer saber, eu nem me lembro mais.
– Não? Não se lembra mais do que aconteceu entre nós no jardim? – perguntou Sirius malicioso.
Ele se aproximou da garota, no que ela deu um passo para trás, ficando entre a estante de livros e Sirius. Ele deu um sorriso maroto e se aproximou ainda mais dela.
– É claro que não. – disse, fingindo que não se alterara com a aproximação dele. – Foi insignificante demais para mim me lembrar.
– Então, – disse aproximando seu rosto do dela e a enlaçando pela cintura. – eu acho melhor refrescar a sua memória.
Então a beijou com ferocidade. E ela o correspondeu com tanta ou mais vontade que ele. Alguns minutos depois, ele não saberia explicar o motivo de fazer aquilo. Ele não tinha dito a si mesmo que ela não tinha significado nada para ele? Então por que estava ali, a beijando como se precisasse dela mais do que qualquer outra coisa?
Ele não sabia. Na hora, aquilo pareceu tão certo. Tão natural, que ele nem parou para pensar nas conseqüências.
Bellatrix tentava dizer a si mesma para parar com aquela palhaçada e parar de beijá-lo. Mas quem disse que conseguia? Sirius beijava bem demais, Sirius era bonito demais, e Sirius era proibido demais. E todas essas coisas sempre atraíram Bellatrix. Mas agora estava indo longe demais. Sirius era seu primo, era um rebelde sem causa, era um traidor do sangue, era o oposto do que ela era.
Sirius a pressionava contra a estante, enquanto Bellatrix passava a mão pelo peitoral bem definido dele. Na altura em que Sirius começava a beijar seu pescoço, ela começou a desabotoar a camisa dele. Já havia desabotoado quase todos os botões, quando uma voz familiar os chamou para a realidade.
– Sirius? Bellatrix? Vocês estão aqui? – perguntou Andrômeda, e quando alcançou o corredor em que eles estavam perguntou: – O que vocês estão fazendo aqui, sozinhos?
– Andy...o que você está fazendo aqui? – disse Bellatrix se afastando um pouco de Sirius.
– Eu fui no seu quarto, e você não estava. E eu não via o Sirius desde o jantar, e... – ela olhou para Sirius, que estava um pouco afastado das duas. – Sirius, por que você está com a camisa desabotoada? Bella... sua roupa está totalmente amassada... o que vocês andaram fazendo?
Ela não estava os acusando, estava até falando em tom divertido. Mas Bellatrix não gostou nenhum pouco de ser pega no flagra pela irmã.
– Nada que você nunca tenha feito com aquele seu namoradinho trouxa. – disse ela, passando pela irmã e abrindo a porta. – e é bom você esquecer o que viu aqui.
E foi embora, batendo a porta ao passar. Andrômeda olhou para Sirius, que abotoava a camisa.
– O que aconteceu aqui? – perguntou divertida.
– O que você acha que aconteceu?
– Bem, pelo estado que você estava quando eu cheguei...
– Ok, ok – interrompeu ele. – mas você não se importa em não contar a ninguém o que viu?
– Eu não vi nada. Quando eu cheguei vocês já tinham parado de fazer o que quer que estivessem fazendo. Então, teoricamente, eu não sei de nada.
Sirius deu um aceno com a cabeça, foi até a mesa e se sentou. Andrômeda se sentou ao lado dele e ficou observando o primo, que tinha uma cara preocupada.
– Sirius, hã...o que significou isso? Vocês estão, você sabe, namorando escondidos?
– O quê? – o garoto riu e disse: – Andy, é claro que não. De onde você tirou isso? Eu e Bellatrix, namorando?
– Então me explique o que aconteceu aqui. – é claro que ela desconfiava de alguma coisa, Sirius nunca conseguia esconder nada dela.
– A gente se beijou, só isso. – disse, tentando escapar do olhar penetrante dela.
– Só? Só? Sirius, você sempre odiou a Bella, e agora você fala que vocês se beijaram como se tivesse sido a coisa mais normal do mundo!
– Eu nunca disse que foi normal. Para falar a verdade não foi nada normal. Foi...foi totalmente diferente. A sua irmã não pode ser real, Andy.
– Hoje não foi a primeira vez, foi?
– Não. – ele a encarou e deu de cara com um olhar doce e preocupado.
– Ah, Sirius! Onde você estava com a cabeça quando foi se envolver com a Bellatrix? Sirius, a Bella não é como as garotas que você está acostumado, ela é...
– Pode ter certeza, eu já percebi que ela não é igual as outras.
– Você...você gosta dela?
– Andrômeda, olha bem para mim. Você acha que eu sou homem de me apaixonar?
– Eu nunca imaginei que você fosse ter alguma coisa com a Bella, e eu acabei de pegar vocês dando uns amassos.
– Andy!
– É verdade!
Eles riram durante algum tempo e depois Sirius explicou o que tinha acontecido. Andrômeda ouviu tudo sem interromper e depois que Sirius acabou, ela o olhou com um olhar preocupado.
– Sirius, eu não quero te por para baixo, mas se eu fosse você, tentava sair dessa enquanto há tempo. Você diz que ainda não se apaixonou, é melhor sair antes que isso aconteça.
– Andy, tenta entender uma coisa. Primeiro, eu nunca me apaixonei por nenhuma garota, não vai ser pela Bellatrix que eu vou me apaixonar. E segundo, eu não estou envolvido como você acha que eu estou. Eu só estou me divertindo.
– Sirius, você pode tentar negar, mas você está envolvido, da para perceber de longe. E é bom que você não se apaixone mesmo. Porque quando a Bella se cansar desse joguinho, ela vai te dispensar cruelmente.
Sirius suspirou e olhou para a prima. A garota sempre contava tudo para ele, sempre falava sobre o que estava sentindo. Talvez fosse justo ele falar o que sentia.
– Andy, a Bellatrix é... eu não sei explicar. Ela é diferente das garotas que eu estou acostumado. Não é que eu goste dela, mas... é só chegar perto dela que eu perco o pouco controle que eu tenho.
– Então não há mais tempo para fugir, você já se envolveu.
– Não, eu...eu não gosto dela. – ele tentava convencer mais a si mesmo do que Andrômeda. – Nós somos diferentes demais. Eu sempre odiei a Bellatrix e ela sempre me odiou. Nunca daria certo.
– Não fica bravo com o que eu vou te falar, mas...você já se envolveu. E é só uma questão de tempo para você estar caidinho por ela como os outros garotos
– Andrômeda! Até parece que eu sou como homem de ficar correndo atrás de mulher. Elas que correm atrás de mim.
– Se eu não me engano, você disse que foi você que veio até aqui procurar a Bellatrix.
– Ta, mas é diferente...Andrômeda, eu simplesmente não posso ter me apaixonado.
– Por que? Me diz um motivo coerente de que você não pode ter se apaixonado.
– Eu...eu...eu nunca me apaixonei antes.
– E daí? Para tudo ter uma primeira vez. E se você nunca se apaixonou antes, você não pode dizer que não está apaixonado agora. Você não sabe como é se apaixonar.
– Andrômeda, eu não estou apaixonado.
– Está sim! E só vai conseguir resolver alguma coisa se admitir isso.
– Andy, eu simplesmente não estou apaixonado. E ponto final.
– Ok. Mas se você resolver admitir que gosta dela, segue o meu conselho: vai atrás dela, por que a Bella nunca vai dar o braço a torcer e vir falar com você.
– Ate parece que eu quero que ela venha falar comigo. – resmungou Sirius.
Andrômeda lhe lançou um olhar severo, que lembrava muito o olhar da Profª McGonagall.
– Ah, tudo bem. Se por algum acaso, eu enlouquecer, eu sigo o seu conselho. – respondeu desviando o olhar.
– Eu acho que você vai enlouquecer antes do que você imagina.
Eles ficaram ali conversando por algum tempo, até que decidiram ir dormir. Se despediram quando chegaram no quarto de Andrômeda e Sirius caminhou mais um pouco, até chegar no seu quarto.
Quando entrou, colocou o pijama e se deitou na cama.
Ele estava confuso. Nunca imaginou que sentiria alguma coisa por Bellatrix. Eles eram tão diferentes. Eram o oposto um do outro.
Mas se era tudo tão errado, por que ele não conseguira resistir a ela, na biblioteca?
Por que ele se sentia tão bem quando estava com ela?
Por que, por alguns instantes, ele se esquecera de que ela era uma Black fútil e cruel?
Por que, quando estava com ela, até se esquecia de que estava de férias no lugar que ele mais odiava no mundo?
Parecia que ele necessitava estar perto dela, parecia que ele enlouqueceria se não ativesse em seus braços.
Mas ele preferia qualquer outra desculpa, menos a de que estava apaixonado. Ele simplesmente não podia estar apaixonado por ela.
Mas se estivesse, ele tinha entrado em uma roubada. Por que tudo que Andrômeda disse era verdade, depois que Bellatrix não queria mais uma coisa, ela jogava fora como ela fazia quando criança, quando seus brinquedos ficavam velhos.
* * *
(N/A):
Hã, bem, sem muito o q dizer sobre esse capitulo, só q ele eh outro na linha dos “escritos enquanto eu devia estar estudando” dessa vez a materia foi matemática(imaginem a nota q ficou no boletim). Mas eu gosto dele.
Eh isso, obrigada pelos coments e comentem o q acharam desse cap.
Bjus
Obs: Capa mais uma vez trocada e mais uma vez feita pelo victor(yoshi black), mas apartir de agora vai ser assim, uma capa por capitulo.
Lisi Black
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