Vinganças (nem tão) doces






3- Vinganças (nem tão) doces


Eram sete e meia da manhã quando Sirius encontrou Tiago dormindo todo desajeitado no sofá do salão comunal da Grifinória. Ele parecia estar realmente desconfortável, ele ia ficar enchendo a paciência dele o dia inteiro. “ah não, pobre de mim!”, eram os únicos pensamentos de Sirius enquanto tentava acordar Tiago, que parecia dormir tão pesado quanto ele. Quando Sirius desvirou-o, fazendo com que Pontas ficasse com a cara virada para ele, reparou que seus olhos estavam inchados.
-Tá, agora é sério Tiago Potter. Acorda! – Sirius tinha um tom sério na voz, mas parece que fez efeito, pois Tiago acordou.

-Não quero.

-Depois não venha me encher o saco dizendo que eu que sou mal-humorado de manhã. Vem Tiago, vamos pro quarto.

Tiago apenas assentiu com a cabeça e, sem emitir um único som, os dois se dirigiram para o dormitório masculino. Quando chegaram lá, o quarto estava vazio.

-Cadê o Aluado e o Rabicho? – ele tentava ao máximo fugir do assunto, fazia o possível para Sirius não notar seus olhos inchados.

-Pode parar que eu já notei faz tempo que você chorou a noite. Você vai ter que me contar tudo, Potter. E o Rabicho tá comendo, o Aluado tá em mais uma reunião de monitores.

Ao ouvir que Remo estava junto de Lílian, pela primeira vez na vida Tiago não sentiu ciúmes do amigo, e sim ódio da garota. Sirius o olhava com uma cara, como quem diz: “vai, pode começar. AGORA”. Tiago não teve muita escolha, mas sabia que aquilo foi melhor que ele podia ter feito. Aquela conversa o fez pensar bastante. Realmente Sirius ainda devia ter alguns neurônios na sua cabeça.

-Tá... – dizia Sirius, ainda absorvendo as últimas informações – e agora, o que você planeja fazer?

-*suspiro* Não sei – Tiago apenas abaixou a cabeça. Não sabia o que fazer... Apesar de ter doído, ele ainda a amava. – Talvez se...

-Se o que, Pontas? – Sirius perguntou rapidamente, vendo que Tiago tinha os olhos arregalados, notou que ele apenas havia pensado em voz alta.

-Nada, Almofadinhas, nada – rapidamente ele se recompôs. Aquilo, ele não falaria para ninguém.



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-Lily! Por favor! Come garota! Essa cara de defunto esticado não combina com você!

Era por meio de súplicas que Nina falava para Lílian comer, pois ela não se alimentava desde o ocorrido. Já haviam se passado dois dias, e sempre que os quatro marotos se aproximavam, Sirius e Pedro a fuzilavam com o olhar, Remo, que não tratava nem destratava, apenas murmurava um fraco oi, mas o que mais doía, apesar de Lily afirmar que não tinha nada a ver, era Tiago, que fingia que ela não existia. Nina sabia que aquilo estava corroendo a amiga por dentro. Logo Lily, que sempre fora tão carismática com todos, sempre conversava com todos, era difícil para ela ser tão duramente castigada.
Na saída do café da manhã, as garotas acabaram se perdendo. Na verdade, fora tudo um esquema de Nina que queria ter um papo sério com os marotos. Ao encontrá-los, reparou que Tiago não estava ali, mas nem se importou muito: talvez fosse melhor falar só com os três.

-Qual é a de vocês? Precisam ser tão grossos com a Lily? – Nina era acusadora na pergunta, mas não abalou muito os garotos.

-Sério mesmo, ela fez por merecer – pela primeira vez Pedro falava alguma coisa sem ter comida na boca.

-É isso aí Nina. Aqui se faz aqui se paga. Ela não precisava ter sido tão grossa com Tiago. – Sirius estava realmente indignado. Ele defendia o amigo com unhas e dentes.

-Chega gente! Acho que os dois pediram por isso! – Remo estava corando, aquela discussão já havia ido longe demais.

-A Lily sempre foi dura consigo mesma – uma cara mais doce, porém triste, ocupava a face de Nina – ela nunca se apaixona...

-Mas ela sempre está acompanhada de alguém – Sirius estava confuso, não entendia nada daquilo e estava começando a se estressar.

-Mas isso não signifique que os ame! Na verdade, acho que ela ama SIM o Tiago, mas não quer admitir por medo de sofrer. É difícil se apaixonar, e quando a gente se apaixona, queremos que seja perfeito. E de certa forma, o Tiago não passa confiança quanto a isso.

-Por que Nina? Ele vive falando para ela o quanto a ama!

-E o que é que palavras provam Sirius?

-Ele vive a beijando!

-Beijos a força não são a melhor forma de se demonstrar um amor.

-Não são a força.

-Ah, não? São a que, então?

-Seriam a força se ele não a deixasse fugir. Mas ele a deixa livre para ir embora. Ela fica por que quer.

-Bem, é que... assim...?

-Mas afinal, ela o ama ou não?

-Talvez. Mas ela só vai amá-lo de verdade quando sentir que não vai sofrer. Quando sentir que vale a pena.

-E quando é que isso vai acontecer?

-Não existe data marcada, Sirius. Isso não se programa.

-Depois a gente pensa em alguma coisa, tá gente? Agora temos que ir para a aula.



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Lílian seguia sozinha por um corredor quase deserto, com algumas poucas lágrimas rolando pelo seu rosto. Apesar de não ter quase ninguém por ali, ela era orgulhosa demais para admitir que aquelas lágrimas que queimavam-lhe a face foram derramadas por Potter. Ela estava distante em seus pensamentos quando mãos que ela pensava que nunca mais iria sentir toca-la a puxaram para dentro de uma sala pequena e escura. Ao mesmo tempo em que a garota suspirava aliviada, sentiu o ódio bater dentro de si. Como ele podia ser tão cara de pau? Ignora-la por dias seguidos, e agora puxa-la para aquele lugar? Ela jamais iria permitir isso. Secou as lágrimas de seus olhos e quando ia começar a gritar com ele, reparou que ele não estava lhe segurando pela cintura. Na verdade, ela nem o sentia tão perto. Mas logo começou a falar, porém sem conseguir gritar.

-Voltando à ativa, Potter? – se ali não estivesse escuro, Tiago poderia notar que apesar da voz fria, ela tinha um olhar marejado.

-Só vim aqui esclarecer uma dúvida, Evans.

-Qua...

Mas Lílian não teve tempo de reagir ao choque de ser chamada de Evans, pois rapidamente Tiago a enlaçou pela cintura, e lhe beijou de uma maneira que Lily jamais conseguira esquecer. Talvez por ela estar sentindo falta dele, aquele beijo foi especial. Ela o desejava. E, se ele perguntasse admitira. Não podia mais sofrer. Preferia arriscar seus sentimentos a tentar guardá-los para si pelo resto da vida. Pelo menos se ele a decepcionasse, ela teria momentos para lembrar, pelo menos ela teria sido, mesmo que por pouco tempo, feliz.

-Tiago...

Tiago interrompeu o beijo e a fitou com o olhar, apesar de continuar enlaçado a sua cintura. Então, aquele beijo, significava que ela o amava? E se amasse, ele seguiria com o plano? Por um momento, ele engoliu em seco ao se lembrar de como fora dolorido para ele ver lágrimas caírem dos verdes olhos de sua ruiva. E, se doía só de ver chora-la pelos outros, se lembrou de como era muito mais doído quando era por causa dele. Ele já não tinha tanta certeza se queria ver mais lágrimas rolarem por sua causa. Mas ao olhá-la novamente, lembrou-se das duras palavras que ela lhe disse. Seus olhos faiscaram de ódio, então ele resolveu continuar com o plano...
Então Tiago voltou a beijar Lily, que já o olhava com certa indagação de por que ele havia parado. Ela até tentou falar com ele sobre o que sentia, mas ele não deixava. Ele não sabia se queria ouvir o que ela queria falar, apesar de não ter a mínima idéia do que era. Ele apenas queria... aproveitar... o... momento...



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-Wow, Lily! Por que toda essa felicidade? – Nina odiava que a acordassem, mas é que ela sentia tanta falta de ver a amiga feliz, que aquele dia foi uma exceção.

-Ai Nina! – a garota agora abraçava Nina com toda a força do mundo. Nina já tinha uma idéia do que estava acontecendo, mas queria ouvir da boca dela. – Eu e o Tiago a gente ontem...

-CALMA LY! – Nina segurava a outra pelos ombros, mas apesar da voz ser repreendedora, ela exibia um sorriso de felicidade. – Vai, agora respira, e fala.

-Nina! Eu e o Tiago ficamos ontem! Não sei ainda o que é que vai acontecer, preciso falar com ele e...

-Então você agora admite que ama ele? – Nina esperava excitada pela resposta, há muito tempo ela queria ouvir aquilo da boca de Lily.

-Acho que amor, não, mas... – Lily revirou os olhos. Sabia o que a amiga queria ouvir. Mas Tiago tinha que saber primeiro.

-Certo Lílian. - a garota suspirou em sinal de desapontamento – Daqui a pouco você aprende. E talvez seja da pior forma.

Dito isso a garota saiu do quarto deixando uma Lílian muito confusa em seus pensamentos. Mas ela não ficou muito tempo assim. Precisava sair e encontrar um certo maroto.
Quando Lily chegou lá embaixo, notou Sirius conversando com Remo em sussurros. Ao notarem Lily chegar na sala, os dois se encararam seriamente e foram em direção a ela.

-Oi Lílian.

Sirius pela primeira vez falava em um tom baixo, quase que envergonhado, pensaria Lily se não estivesse tão absorta em sua felicidade. O oi do Remo foi a mesma coisa. Os dois deram uma última encarada, e parecia que um falava com o olhar para que o outro falasse. Quando Remo ia começar a falar, Lily que já não se agüentava de curiosidade, começou:

-Cadê o Tiago? – ela sorria de ponta a ponta. Mas diferente dos marotos quando estavam assim, seu sorriso não tinha um pingo de safadeza.

-Não sei. – Sirius sentiu os olhos faiscarem. Ele apertara a mão com tanta força, que Lily até se assustou levemente.

-Como assim? – “como assim não sabem? Vocês são melhores amigos!”

-Lily, a gente brigou. – agora era Remo que falava, mas, ao contrário de Black, ele parecia desapontado.

-E vocês estão me contando isso por que... – a garota erguera uma sobrancelha e tinha um olhar de dúvidas.

-Por que a gente achou melhor você saber pela nossa boca do que pela boa dos outros que tem costume de aumentar as histórias. – Remo mantinha o tom formal, deixando Lily totalmente sem reação. Não sabia se viria uma bomba ou uma noticia maravilhosa.

-Sei por experiência própria... – ela falava isso quase que para si mesma, referindo-se ao dia do expresso.

-Lily, a gente não queria que você passasse por isso mas...

-PARA DE ENROLAR ALUADO! – Sirius estava com os olhos marejados, e gritava de tanta raiva. Não agüentava mais aquela enrolação, ela precisava saber. –Lílian, olha – agora ele olhava para a garota que tinha os olhos marejados, pois tinha uma vaga idéia do que estava acontecendo – A gente foi contra. O tempo todo a gente foi contra. Nós concordamos que ele devia se vingar, mas não dessa forma.

-*suspiro* Lily, sabe a Nicolle? – Lupin pode sentir a dor da garota quando ela abriu a boca para falar, mas não conseguiu, pois as lágrimas que lhe corriam pela face a torturavam. Ela permaneceu de olhos fechados por alguns segundos, deixando grossas lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

-Não pode ser! – aquelas palavras mal saiam da boca dela, de tanto que ela chorava. Seus olhos verdes brilhavam de uma maneira tão intensa, que seriam bonitos se não estivessem tristes. – MAS E ONTEM? ELE FALOU DE ONTEM PARA VOCÊS?

Sirius apenas assentiu com a cabeça. A garota olhou para os lados, não para ver se tinha alguém por perto, mas para absorver as últimas informações. Ela, sem saída, ajoelhou-se no chão, segurou os longos e lisos cabelos ruivos, e debulhou-se em lágrimas. Assustados com o choro repentino, porém previsível da garota, Sirius a pegou no colo e a levou para a torre de astronomia, que, àquela hora seria o lugar mais vazio de Hogwarts.
Lílian estava abraçando Sirius pelo pescoço, e a camiseta do garoto estava encharcada de tanto que ela chorara nele. Ele a colocou no chão, perto de Remo, e se dirigiu para a porta, falando que já voltava.
Quando voltou, estava acompanhado de Nina, que largou no mesmo instante a aula de herbologia, alegando mal estar. Ela correra para abraçar a amiga, que havia se acalmado um pouco. As duas ficaram assim um bom tempo, até que Remo e Sirius perceberam que o melhor que fariam seria deixarem as duas a sós. Elas ficaram apenas mais um pouco, o tempo do abraço consolar as duas, e foram para o dormitório.
Ao entrarem no dormitório que, por sorte estava vazio, Nina colocou a amiga no banho, alegando que assim ela se acalmaria. Ela saiu do banheiro, pegou uma calça de pijama azul e uma blusa de manga comprida para quando a amiga saísse da banheira. Nina sentou em um banquinho que tinha ali no banheiro, e ficou observando Lílian tomar seu banho, esperando o momento em que ela estaria mais relaxada para conversar.

-Lily... – ela falava em uma voz suave, meio receosa, ao mesmo tempo em que desencostava a cabeça da parede, se aproximando mais da banheira.

-To muito mal Nina – a garota deixava lágrimas silenciosas escorregarem de seus olhos, mas continuou com força – Nina, eles não podiam fazer isso comigo! Ontem foi tão perfeito, sabe? Eu não sei qual o objetivo dele com isso!

-Você tem certeza que eles tão juntos? – Nina mordia o lábio inferior. Havia visto os dois juntos hoje cedo.

-Eles são ou não melhores amigos? – Nina entendeu que era hora de parar.

Saiu do banheiro e foi para a sua cama. Lílian quando voltou, deu um beijo na bochecha de Nina e começou a ler. Ela odiava quando Lily fazia isso: começar a ler apenas para esquecer dos problemas. Sempre brigavam por isso. Mas dessa vez, ela não a repreenderia. Qualquer coisa para que Lily não chorasse. Apesar de que ela devia aprender a sofrer.
Nina estava em um sono profundo quando Lílian acordou com a porta batendo levemente e levantou para ver quem estava ali.

-Oi Lílian! Como está o seu dia? O meu tá ótimo!

-Para de ser cínica garota! – Lílian se lembrou de quando viu os olhos de Sirius faiscarem. Sabia que o dele não era de ódio, pois Tiago era, apesar de tudo, seu melhor amigo. Mas o de Lílian, talvez fosse. – Como pode?

-Como pude o que? Afinal de contas, você nunca teve nada com o Ti! – ela sorria maldosamente, com uma expressão de triunfo.

-Você sempre soube Nicolle! Antes mesmo de eu descobrir! Pensei que fosse minha amiga! – caíram (mais) lágrimas de seus olhos. Ela já estava se cansando de tanto chorar naquele dia.

-E eu que você fosse minha. Mas você já provou que não! –o sorriso se desfez. Ela sim, sentia ódio de Lílian.

-Já te falei que eu NÃO quis! – Lílian berrou, acordando Nina, que preferiu fingir que ainda dormia. Aquela conversa era particular. Quando chegasse a hora, ela ‘acordaria’. – E isso não é motivo para fazer isso comigo!

-Oh! Pobre Evans! Nunca fez nada de errado com ninguém! – ela fazia uma cara de cínica, mas logo voltou para seu olhar de ódio – Quantas vezes você me ouviu chorar por causa do Tiago e continuava beijando ele por aí? Agora agüenta Evans.

Nicolle pegou suas coisas e foi para o banheiro. Nina que até então se segurava para não levantar, percebeu que já estava seguro para ir falar com a amiga, nesse momento, encostada na parede e deslizando suavemente até o chão. As únicas coisas que se moviam em Lílian eram suas lágrimas. Sem se mexer, ela apenas murmurou:

-Eu mereci, Nina...

Nina sorriu fracamente e correu para abraçar a amiga. Naquele momento, nem palavras ajudariam a mudar o ocorrido. Novamente, as duas ficaram ali, encolhidas sem falar nada, sem fazer nada. Quando Nicolle saiu do banheiro, fuzilou as garotas com o olhar e foi para sua cama.



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A aula de história da magia estava muito entediante. Nina estava quase pegando no sono quando Sirius taca um pergaminho com (muita) força em sua cabeça. A garota lhe encara feio, arrancado risinhos do garoto.

(*N/A: vamos fazer assim, para não complicar, em negrito: Nina; em itálico: Remo; sublinhado: Sirius*)

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Os três estavam a caminho do almoço, quando vêem Nicolle e Tiago em um sofá se beijando. Os três pararam subitamente. Nina, que era um pouco (certo, muito) estourada, correu em direção a poltrona e puxou o braço de Nicolle, derrubando-a no chão. A mesma levantou-se na hora, e devolveu o puxão com um empurrão.

-Tá louca guria? Qual é a tua?

-Louca pode até ser! Pelo menos sou digna o suficiente a ponto de nunca na minha vida trair uma amiga! – teve gente que jurou ver faíscas voarem dos olhos das garotas. Tiago estava sem entender nada do que estava acontecendo, apenas olhava de uma para a outra.

-Nossa! A pobre Lílian pediu para você vir aqui bater em mim e implorar para eu largar o Tiago? – Nicolle falava com uma voz de bebê, que acabou estressando mais ainda Nina. – Pois ela que esqueça! Agora ele é MEU!

Nina se recusou a responder, tamanha era sua raiva. Ela apenas deu um tapa na cara de Nicolle que ficou muda.

-Não conhecia esse seu lado possessivo Nicolle!

-Acho que você nunca me conheceu realmente! – a garota devolveu o tapa, porém mais ardido. Nina não havia previsto que ela realmente queria briga. Deu um soco em Nicolle fazendo com que ela revidasse com um chute na canela. As duas começaram a se socar, até que Nina pegou Nicolle pelo cabelo e a derrubou no chão. As duas foram separadas por Tiago e Sirius, enquanto os outros alunos gritavam em coro ‘Briga! Briga! Briga!’. Nina olhou com mais ódio do que já estava para a adversária e praticamente cuspiu o que disse.

-Sinceramente, nunca gostei muito de você mesmo! Mas a Lílian sim! E eu acho que é por isso que você devia estar envergonhada!

-CHEGA! – fora o berro agudo e esganiçado da professora McGonagall que interrompera a resposta da garota – As duas por aqui! – Todos ficaram em silêncio enquanto a professora arrastava as garotas pelo longo salão.



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Uma batida na porta fez com que Lílian despertasse de seu sono profundo. Sem se virar, falou com as forças que ainda lhe restavam algo como ‘pode entrar’. A garota estava realmente braba com Nina que havia prometido que voltaria logo que acabassem as aulas. Já era noite e nada dela. Quando se virou para ver quem era, viu Tiago. Seus olhos apenas se abaixaram. Era a primeira vez que se encontravam cara a cara desde o dia em que ficaram. Tiago sabia que Lílian estava mal. Ele e os amigos haviam feito às pazes. Ele só não sabia por que ela estava assim por sua culpa. Mas sabia que não gostava disso.

-Que é que você quer? – a resposta da garota mostrava que ela não estava a fim de papo. Pelo menos daquele papo.

-Eu só quero saber se... – ele avançara para perto da garota, que foi para mais longe. Ele abaixou a cabeça e desistiu de se aproximar. Sabia que estava errado.

-Antes de qualquer coisa, quero te dizer que não foi nada legal o que você fez. – ela era ríspida, mas discretas lágrimas deslizavam por sua pele.

-Como assim? – com a sobrancelha erguida, do mesmo modo que Lílian fazia, ele a indagava.

-Como assim? Um dia você fica brabo comigo por que te falei que você brinca com os sentimentos das garotas, e no dia seguinte, é o que você faz comigo. – agora, ela chorava de verdade.

-Lily, eu só fiz isso por que... – “ah não! As lágrimas que eu não queria ver novamente! Eu sou mesmo um idiota!”

-Por que queria se vingar. Eu sei. Mas tinha que ser com a Nicolle? - sua cabeça estava levemente inclinada para o lado, seus olhos fechados.

-É que... Não sei... – ele não conseguia pensar em uma resposta, pois admirava os olhos fechado de sua ruiva.

-Agora você está brincando com o sentimento de duas garotas. – ela abrira suavemente os olhos, deixando seus olhos incrivelmente brilhantes a mostra.

-Quer dizer que acredita no meu amor! – ele mudara de rumo a conversa, pois queria saber.

-Potter eu... – era essa a hora. Ela tinha que falar o que sentia. Seria sincera até o último momento.

-Você acredita no meu amor!

-Não Potter! Mas eu te amo!

-Que? – seus olhos se arregalaram. Não podia ser verdade. Sonhara desde sempre com aquele momento, mas agora que acontecera, não acreditava. – Então você... Aceita namorar comigo?

-Não – lágrimas pesadas e fortes correram com ainda mais intensidade pela garota. – Eu te amar não significa que você me ame...

-Por que, Lily?

-Você não me faz acreditar...

-Lily, tudo o que eu sinto tá no meu olhar, basta você saber notar.













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