Algodão doce
1- Algodão doce
Lílian dormia quando uma conhecida coruja de penas eriçadas entra pela sua janela e começa a bicá-la de maneira infernal.
-Ai! Para...
Acariciou a cabeça da coruja, que imediatamente parou de dar bicadas na garota. Lílian pegou o pergaminho que estava amarrado no pé do animal, que levantou vôo até a coruja de Lílian Evans. As duas encostaram-se de leve e depois de algumas bicadas, pegaram no sono.
-Hum... Eu mereço! Acho que você e Potter não têm nada ver Triton!
Dito isso, Lílian revirou os olhos e abriu o pergaminho.
“Oi ruiva linda do fundo do meu coração!
Como estão as férias? As minhas estão ótimas! Mentira... Só não quis te preocupar! As minhas férias estão um saco! O mala do Sirius veio aqui me torrar a paciência! Não agüento mais ele! O Remo também tá aqui, enchendo o saco! Queria tanto que você tivesse vindo! Não sei por que não quis! Mas não me preocupo, por que nas férias de inverno, eu sei que você vai comigo para a casa de praia dos meus pais!
Te amo linda!
Beijos
Tiago”
“Potter
Em primeiro lugar seu exagerado, eu não sou sua ruivinha linda do fundo do seu coração! Para você, eu sou a Evans. E eu não me preocupo se suas férias estão legais ou não. Sirius, pela primeira vez na vida você fez algo de útil, assim quem sabe seu amigo percebe como eu me sinto. Remo, você recebeu a carta de Dumbledore também? Não Tiago, eu não vou com você para a casa de praia dos seus pais, tá bom?
Não amo ninguém
Beijos
Evans”
-Ai Merlin... Que que eu fiz para merecer isso? – apesar de jurar de pés juntos que odiava Potter e que aquela carta só servira para lhe causar mais aborrecimento ainda, Lílian tinha um fraco e discreto sorriso no rosto.
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-Viu Pontas? Seu amor me ama! Foi trocado! – Sirius adorava pirraçar Tiago, e agora, ele fazia isso com muito mais prazer, apesar de saber que aquelas palavras nada significavam.
-Trocado por um cachorro? Duvido muito! – Remo exibia um sorriso maroto na cara.
-Ela ME ama, tá seu cão de uma figa! E que carta é essa que minha ruiva falou, hein, lobo desgraçado?
-Carta de Dumbledore. Assunto de monitores. Por que o Sirius não pergunta para a “amada” prima dele?
-Remo, Remo... você está me saindo muito brincalhão...
Dito isso, Sirius tacou um travesseiro com tudo na cara de Lupin, que tacou um na cara de Sirius, que segurou o travesseiro e tacou no Tiago, que caiu no chão e...
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-Lílian querida, você não quer mesmo que eu vá junto?
-Obrigada mãe, não precisa! Eu me viro! E eu marquei com a Nina da gente se encontrar lá!
-Ótimo! Mas vá daqui a pouco, que seis horas você tem que estar de volta. E aquela sua amiga que as férias passadas ficou aqui? A... Como é o nome dela?
-A Nicolle? Ela viajou com os pais. Mas se a gente der sorte, acho que encontramos ela lá.
-Querida, não tem problema deixar para comprar o material assim, em cima da hora? Afinal, você sai amanhã as... Que horas?
-Nove horas pai.
-Oito e meia a gente sai daqui então?
-Pode ser.
-Bom dia pai, bom dia mãe, oi amada irmã.
-Petúnia querida, não fale assim com sua irmã.
-Eu tenho irmã?
-PET...
-Deixa mãe, deixa pai... Essa garota não me afeta mais. Só vou me arrumar e já saio. – Lílian foi até a porta, e virou rapidamente novamente, secando Petúnia com o olhar – Petúnia, querida, obrigada por dizer para todos da rua que acabo de voltar do hospício. Você realmente é uma graça de irmã.
Lílian subiu do mesmo jeito para o quarto. Seu pai e sua mãe só encaravam Petúnia, que estava bufando de raiva, ela parecia que ia explodir. Seu queixo havia caído, e estava ali parado.
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-Tiago!
-Mãe... que horas são? – era um Tiago muito sonolento que respondia sem muito animo, procurando seus óculos para enxergar as horas.
-TIAGO! Você por um acaso dormiu no chão? – no inicio, a Sra. Potter parecia nervosa, mas logo sua expressão mudou pra uma sobrancelha erguida e um fraco sorriso, como quem diz “eu desisto”, quando viu Sirius com os pés em cima de Tiago, mas deitado na cama e em cima do Remo, que estava atravessado na cama. – Nem sei por que eu continuo me dando ao trabalho de arrumar o outro quarto para vocês!
-Querida, o amor deles não é óbvio? Eles até fazem questão de dormirem juntos.
Um sorriso maroto tomou conta do rosto do Sr. Potter. Enquanto a Sra. Potter lhe lançava um falso olhar reprovador, os meninos tentavam explicar o que aconteceu entre murmúrios desesperados e envergonhados. O Sr. e a Sra. Potter explodiram em gargalhadas, enquanto os meninos cessavam os murmúrios, suspirando.
-E o que eles decidiram?
-Decidimos o que, pai?
-Ainda não decidiram querido.
-O que nós temos que decidir tia?
-Você ainda não conversou com eles?
-O que, mãe?
-Querido, eu e seu pai vamos ficar o dia inteiro fora hoje, vocês querem ir para o beco diagonal ou prefe...
-BECO DIAGONAL – disseram todos os garotos em uníssono.
-Então se arrumem, nós damos uma carona para vocês.
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Lílian já tinha comprado seu material inteiro e carregava uma pesada sacola. Só faltava uma vassoura... Não sabia se comprava ou não. Sinceramente, as aulas de vôo era uma das únicas que não lhe interessava, mas como queria ser uma bruxa muito culta (e era mais orgulhosa que não sei o que), ela queria cursar todas as matérias. Ela decidiu por fim que não iria comprar, pois além de tudo Hogwarts oferecia vassouras para as aulas. Como o peso da sacola estava ficando insuportável, Lílian se sentou em um pequeno barzinho, muito aconchegante. Quando estava no melhor de seu refrigerante de amora com abóbora...
-OI amor!
Lílian se engasgou, e, ao ver, Sirius, Remo e Nina na sua frente dando gargalhadas de seu susto, logo percebeu quem era o autor dessa obra...
-POTTER! Garoto, que susto! Você quer me matar, é? Por que se é, objetivo quase atingido!
-Ai Lílian! Eu mereço vocês dois! Vocês se amam tanto... Não sei por que é que não namoram logo! As brigas de vocês dois já estão cansando. Sabe?
-Sabe Lily, talvez você devesse ouvir mais os conselhos da sua sábia amiga Nina!
-Potter, poupe-me de seus comentários e você Sirius – disse a garota vendo que o garoto ia por a matraca para funcionar – não fale nada.
Dito isso, cada um pediu para algo para beber, menos Nina, que disse não ter fome. A conversa ocorreu normalmente, e era comum a garçonete ir até a mesa para pedir para eles baixarem o volume das gargalhadas. Um tempo depois, todos saíram do barzinho a súplicas, e também por pena da pobre garçonete. Foram até a Dedosdemel a pedido de Sirius e Nina que falavam que estavam com vontade de comer sapos de chocolate. Claro que Tiago se ofereceu para carregar as compras de Lily, que, como sabia que não ia agüentar carregar aquelas pesadas sacolas, lhes entregou sem nenhuma objeção, fazendo Tiago ficar com um sorriso bobo até a Dedosdemel, onde Lily ficou observando recostada na parede...
-Lily, por que você não para de olhar para o algodão doce?
-Ah... É que eu gosto! Adoro a forma deles, de coração...
-E não são gosta de comê-los?
-São a coisa que eu mais amo nesse mundo!
-E por que não compra um?
-Por que... Sei lá... Só não to afim, sabe?
-Faço um esforço!
-Uau! Milagre! Lílian Evans não atirou pedra no Tiago! Os dois manteram uma conversa civilizada pela primeira vez! Palmas!
-Ai Sirius! Como você é irritante! – Nicolle falava isso tirando um pirulito da boca. Sirius se preparava para responder, mas desistiu ao ver que a garota não prestaria atenção, pois corria em direção a Lílian!
-Amor! Que saudades de você! Quando você chegou Ni?
-Por que ela também não me chama de amor? – Tiago falou baixinho para Remo, o mesmo só soltou um risinho em resposta ao maroto.
-Agora a pouco! Mas a Nina e o Sirius não quiseram me deixar vir aqui para não acabar com o momento. Mesmo considerando que o Sirius fez isso...
Gargalhadas foram ouvidas. Quando saiam da loja, Tiago voltou, falando que havia esquecido uma sacola lá dentro. Quando todos estavam andando, Lílian se sentiu se puxada para um beco, alguém estava tapando sua boca. Ela sabia quem era, havia reconhecido o beijo com que Tiago a calara. Mas havia algo estranho, pois Tiago a abraçava apenas com uma única mão, a outra, ela não fazia a mínima idéia de onde estava. E nem fazia questão de saber... Ao perceber seus pensamentos, Lílian Evans rapidamente se separou de Tiago empurrando o peito dele com a mão, mas como ele era mais forte, continuava a enlaçando pela cintura. Levemente ele a soltou, mas segurou sua mão rapidamente quando percebeu que ela iria correr dali, e levantou a mão que “faltava”. Nela tinha um algodão doce... de coração...
-Potter... O que significa isso?
-De agora em diante, esse será nosso doce, certo? Ele é sagrado!
-Ah é? E quais são os outros doces sagrados? Um doce de abóbora para a...
-Lily, eu te amo!
-Eu não acredito. – agora Lílian era doce, mas tinha uma cara de sofredora, como quem diz que não vale a pena, ou controle-se.
-Potter, você não conhece o amor. Apesar de negar, ainda ouço Nicolle chorar a noite por tua causa! Eu não quero me queimar com uma amiga por causa de alguém que mente dizendo que me am...
Tiago a calou com um beijo, um beijo que foi correspondido de maneira suave e doce. Um beijo que encantava Tiago e que o fascinara apesar de Lílian se recusar a acreditar. Era um beijo que poucas vezes era correspondido, e quando era correspondido, a garota o interrompia. Mas ele não se cansava de correr atrás dela. Mas agora, que parecia ser a primeira vez que a garota não interromperia o beijo, um vulto chega do nada e interrompe aquele delicioso beijo, do qual Tiago jamais gostaria de sair.
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