Segredos



Capítulo I - Segredos

Como era de costume, Hermione sempre ficava ansiosa para retornar a Hogwarts. Não que fosse ruim ficar com seus pais nas férias, mas ela sabia que aquela escola se tornara uma casa para ela. Após seis anos de estudo, ela sentia uma pontada no coração só de pensar que aquele seria seu último ano ali, ao lado dos seus amigos; o último ano dedicado aos estudos diários, o último ano em que freqüentaria aquela biblioteca que sempre lhe auxiliou quando ela mais precisou, (embora algumas vezes tenha a deixado na mão) o último ano em que se sentaria em frente ao lago e arremessaria pedrinhas quando estivesse triste ou com raiva, o último ano em que veria Hagrid e seus “bichinhos” - apesar de não freqüentar mais suas aulas, ele sempre pedia conselhos a ela. Como por exemplo, se ela havia gostado da aula que ele havia preparado para os terceiranistas sobre fire crab, mais conhecido também por caranguejo-de-fogo. Enfim, ela sentia que aquele seria o melhor ano da sua vida, porém, o mais triste. Não se imaginava fora daquele castelo por nada neste mundo.

Sentada em sua penteadeira, ela arrumava as últimas coisas e às colocava na mala. Por um instante; parada, olhando para o espelho, viu como havia mudado desde o seu 1° ano em Hogwarts. Ela havia ficado mais velha, seu rosto mostrava uma expressão mais adulta; realmente havia ficado mais bonita. – não tão bonita assim, mas era uma garota normal como as outras. Seu cabelo mais controlado estava na altura de sua cintura, e seus olhos castanhos agora possuíam um olhar mais misterioso, perdera aquele jeito de menina; (“É, né, já estava passando da hora. Agora que você tem 17 anos na cara, você queria o que, ter carinha de 14?”) mas, aquilo eram apenas detalhes. Ela nunca se importou tanto com a aparência; não que ela fosse desleixada, mas vaidade não era seu ponto forte.

Pensava sobre os últimos dois meses e como haviam sido chatos. Não agüentava mais aquela mesma rotina todo dia: estava ficando maçante. Sentia falta da sua escola, e principalmente dos seus amigos. Como era ruim ficar longe deles! E o pior de tudo era que eles não tinham se visto desde o último dia de aula. Apesar dos acontecimentos, do medo que Voldemort causava na população bruxa, apesar de ter comensais espalhados nas ruas, Hogwarts ainda era o lugar mais seguro; tendo Dumbledore como diretor.
“Ah... Como os meninos fazem falta! Como é bom ter eles ao meu lado para conversar! Apesar de eu odiar quando Harry esquece do mundo só por estar ao lado da Gina; e Rony se engraça com qualquer uma que sorri para ele. Que saco... Eu sou a única na face dessa terra que não tenho ninguém! É claro que eu estou sozinha porque quero. Bom, não que eu não goste do Rony, mas ele é só meu amigo. Desse mesmo jeito eu que também sei, que Harry pensa em mim; como amiga. E só amiga.”

Terminado de arrumar suas coisas e feito as últimas anotações em sua agenda, (afinal uma pessoa organizada como ela, gostava de anotar suas coisas; o que tinha pra fazer no outro dia... Aquele utensílio trouxa lhe caia como uma luva.) Hermione se deitou e esperou o sono chegar. Esse que nunca vinha quando era véspera de voltar para Hogwarts. Ela sempre enrolava para dormir nesse dia, ficava pensando em mil coisas; como por exemplo, que matéria estudaria; apesar de já ter uma noção de todas elas, pensava como seria seu último ano de monitora, ou se ela seria monitora-chefe.

“Mcgonagall é uma... Hei, Hermione, calma tá? Só porque aquela, ér... Senhora, não quis dizer quem seria o monitor-chefe esse ano, você está querendo arrancar aqueles últimos dentes dela.(aquela velhota!). Não sei por que ela não disse quem seria o monitor-chefe esse ano. Eu sei que eu vou ser a eleita, afinal, sou a melhor aluna dos últimos seis anos, a mais inteligente. Quando foi que eu cumpri detenção? Quem seria tão bom quanto eu? O idiota Draco Retardado Sou-Um-Debil-Mental Malfoy? Hahahaha, só se for...” pensando assim ela acabou adormecendo; sonhando que ganharia, e sim, seria a monitora-chefe; deixando um Malfoy indignado para trás e rindo da cara que ele fez quando Mcgonagall anunciou sua vitória.

Levantando assustada, viu que estava atrasada e tomou banho o mais rápido que pode. Vestiu suas roupas, pegou seu malão, Bichento e chamou seus pais que estavam ainda conversando na sala.

- Pai, estou atrasada! Vamos logo! – ainda recuperando sua respiração, afinal, correr com uma mala enorme e um gato não é fácil.
- Hermione você nunca aprende a chegar na hora. Nem parece que é monitora daquela escola. – disse seu pai deixando a menina um tanto envergonhada e furiosa.
- Então, vamos logo? – disse Hermione, já impaciente.
Saindo correndo de sua casa, foi direto para a estação, onde atravessou a parede e chegou à plataforma 9¾; deixando seu pai para trás.
Quando avistou um certo ruivo e um moreno, Hermione saiu correndo ao ver seus dois melhores amigos.
- Mione! – disse Harry ao ver sua amiga.
- E aí, tudo bem com você? – disse Rony enquanto o abraçava.
- Quanta saudade de vocês dois! - disse ela encarando seus dois amigos. – E aí, o que vocês fizeram de bom nessas férias? Preparados para o último ano de Hogwarts? Afinal, teremos muito que estudar, não? Nossa, estou tão ansiosa...!
- Realmente, você não calou a boca durante um segundo sequer. Dá pra você ficar mais calma e fazer uma pergunta de cada vez? – disse Rony sorrindo para sua amiga que ficara corada agora.
Antes que esta pudesse responder Harry se adiantou:
- Vamos gente, o trem já vai partir. – disse Harry andando em direção ao trem.

Assim ela se despediu do seu pai que carregara sua mala até o trem e embarcou com seus amigos. Procurando lugar para sentar, Harry achou uma cabine onde estava Gina e logo entrou. Hermione e Rony foram para o vagão dos monitores para ouvir suas primeiras instruções. Antes de entrar no vagão dos monitores, um certo rapaz alto, bastante bonito, com um cabelo loiro platinado, e um sorriso um tanto sarcástico, esbarrou em Hermione.

- Olha por onde anda, seu retardado.– disse ela para aquele rapaz.
- Mas que falta de sorte eu tenho em ter que olhar para você tão cedo! E pelo visto já esta estressada. Você é sempre insuportável assim ou tá com problemas, sangue-ruim? – disse Malfoy ao olhar para ela.
- Meu problema é você... – disse Hermione já partindo para cima dele.
- Não, Mione. – disse Rony já segurando a amiga pra que essa não fizesse besteira mesmo antes de chegar à escola. - Você não vê que esse idiota está querendo só te provocar? Ou você esqueceu que ele quer o cargo de monitor-chefe tanto quanto você? – disse Rony já soltando Hermione.
Pensando no que Rony dissera; Hermione se acalmou e olhou com nojo para a cara de Malfoy que neste momento deixava escapar um sorriso um tanto quanto satisfeito.
- Cuidado Granger; pois quando eu for monitor-chefe eu poderei te dar uma detenção só pelo fato de você ser feia. – disse ele se retirando e indo em direção ao vagão de monitores.

Mais calma Hermione entrou no vagão, e esperou as primeiras instruções; que por incrível que pareça apenas mandava que eles monitorassem o trem, como sempre faziam, e nada sobre a monitoria-chefe foi citada.

“Caramba, o que essa mulher tem, pra enrolar tanto pra dizer quem vai ser o monitor-chefe? Me obrigando a aturar o ridículo do Malfoy, dizendo que ele que vai ganhar...” pensando assim Hermione acabou gritando com um menino do primeiro ano só porque ele pulava dentro da cabine.

- Ei, Hermione, manera, tá? Não fique dando ouvidos ao mongol do Malfoy, você sabe que ele só quer te provocar... – disse Rony tentando ajudar a amiga.
- E quem disse que eu dou ouvidos a ele? – gritou Hermione o fitando com raiva. Tá bom. Não está mais aqui quem queria ajudar. – disse Rony emburrado se virando e indo embora.
- Calma Rony, aonde você vai? – disse ela em esperança de obter uma resposta calma de seu amigo.
- Eu vou ficar com o Harry já que ele não grita comigo á toa. – disse Rony com cara feia para a amiga, virando-se novamente e indo em direção de onde se encontrava a cabine de Harry.

Ainda chateada por ter gritado com Rony; Hermione voltou para o vagão dos monitores, sentando-se num canto para que ninguém a incomodasse.
“Tudo bem que você não gosta dele, mas ele ainda é seu amigo. Não precisava gritar com ele por besteira. Aliás, por uma besteira chamada Malfoy”. Perdida em seus pensamentos e ainda bufando, nem percebeu que um certo loiro se aproximava dela, e acabou levando um susto quando ouviu a voz dele tão perto dela.

- Agora deu pra ficar sonhando acordada? Eu sei que eu sou lindo, mas também sonhar comigo em plena luz do dia já é demais, não, Granger? – disse o loiro soltando um sorriso safado.
- Cala a boca Malfoy, seu idiota! Você está louco é? O dia que eu sonhar acordada com você, você pode me internar no St. Mungus porque eu vou estar louca! – disse ela olhando com raiva para o loiro e lhe dando as costas.
- Eu sei que você fala assim só para não admitir. Eu sei que sou gostoso, afinal todas as meninas babam por mim.– disse o loiro se aproximando dela e a puxando pelo braço.
- -“Todas” uma vírgula! E me solta! Eu não babo por você, seu loiro asqueroso. – disse ela, se afastando – E é melhor você manter distância de mim, sua doninha pervertida!
- Pervertido? É doida? O que eu fiz? Só o fato de me aproximar de você, já faz de mim um pervertido, é? Sabe o que é isso? Falta de homem! Não pode ver um perto que fica assim. – disse ele rindo da cara dela.
- Falta de homem? Hahahaha, essa foi boa... Era só o que me faltava ter que ouvir isso do galinha do Malfoy. – disse ela se retirando do vagão. – O dia que faltar homem para mim, seu idiota, vai chover hipogrifo.
E assim ela saiu deixando um Malfoy indignado para trás, por ele odiar quando a última palavra não é a dele.

Ao sair do vagão dos monitores, Hermione começou a andar pelo corredor que ia em direção as cabines. Nesse momento ela sentiu o trem parar, dando uma freada enorme, jogando ela no chão. Nesse momento ela ouviu uma gritaria, e escutou os alunos preocupados abrindo as portas das cabines. Escutou eles tentando se comunicar andando de uma cabine para outra, para ver se alguém sabia o motivo do trem ter parado; mas em questão de segundos, ainda estirada no chão, ela fazia menção para se levantar naquele breu; até que alguém tropeçou na perna dela e acabou caindo sobre ela. Ambos indo cair no chão. Ela sabia que aquele corpo ali em cima do dela pesava demais para ser uma menina, e quando sentiu uma respiração perto de sua boca, confirmou de fato que aquilo não era uma menina, e sim um menino bastante afoito. E assim sem querer ou até mesmo querendo ela sentiu aqueles lábios frios encostarem-se ao dela, e sentiu uma leve pressão dessa boca que ela não sabia de quem era, mas que lhe causara um arrepio em todo o corpo. Mas antes daquele beijo se intensificar ela ouviu ao longe da barulheira que alguém estava gritando seu nome.

- Hermione cadê você? – ela viu que era Rony que lhe gritava.– Dê sinal de vida!
- Eu estou aqui. – disse ela se desviando do menino e ficando de pé, ainda um tanto constrangida. – Rony aqui! Fala alguma coisa! – apesar daquele barulho todo, através da voz de Hermione; Rony se guiou até encontra-la. Sem que Hermione percebesse, o menino que havia lhe beijado saiu correndo, se afastando dela. Quando a luz retornou, Hermione viu ao seu lado apenas seu amigo Rony, e um grupo de meninas da corvinal ainda assustadas.
- Você está bem? – disse Rony preocupado. – Aconteceu algo sério para o trem parar desse jeito... Lembra da última vez? Não foi legal!
- Eu estou bem sim. – disse Hermione se recompondo; ainda pensando naquele beijo, mas a sua preocupação pelo motivo do trem ter parado também aumentava. Ela sabia que da última vez que o trem parou tinha sido por causa dos dementadores.– Vamos fazer o seguinte: tente pôr todos os alunos nas cabines, que eu vou ver o que aconteceu.





***





Enquanto isso dentro de um banheiro:

- Eu não acredito!!! – gritou Malfoy chutando uma lixeira. – Tantas garotas para eu beijar na merda desse trem, eu tinha que beijar logo a sangue-ruim! – ainda com raiva, e sentindo a cabeça latejar de ódio; Malfoy se debruça sobre a pia com as duas mãos apoiadas nela, olhando-se no espelho.

“Como ela pode ter um cheiro tão gostoso, tão doce, tão envolvente, ter lábios tão quentes, tão inocentes, tão...”

- Pára de pensar besteira, Malfoy!!! Ela é a Granger, uma idiota, nerd, e grifinória! – e ainda tomado por ódio, Malfoy chutou a lixeira e bufou.

Draco levou um susto ao ver a porta do banheiro se abrir, e ver um casal se agarrando entrando; mesmo sem conseguir ver se aquilo eram duas pessoas, Draco logo gritou:
– Que agarração é essa aqui? Dá pra alguém me dizer?
O casal na hora parou com a agarração, e logo a menina; que Draco não conseguiu ver quem era, se escondeu atrás daquele belo rapaz alto, que logo Draco reconheceu.

- Zabini, você não tem medo de alguém ver você se agarrando com essa menina pelos corredores?
- Er... Oi Draco! – disse Zabini ainda sem jeito.– Hm... O quê você tá fazendo aqui?
- Adivinha, seu idiota! Isso é um banheiro ou o quê? – disse Draco encarando a menina que agora ficara corada.– E o que você está fazendo aqui com uma garota da lufa-lufa?
- É que com essa confusão toda no trem eu achei que dava para ficar mais à vontade com minha gatinha aqui. – disse Zabini abraçando a garota.
- Caramba, ta tão difícil assim pra ter que recorrer a um banheiro? – disse Draco já se retirando. – E, cuidado, Zabini. Doce está caro!




***



Nos vagões dos monitores, Hermione tentava entender o que acontecera; além dela, estavam reunidos mais três monitores; um de cada casa; enquanto os outros tentavam acalmar os alunos.

- O que será que aconteceu? – perguntava a monitora da Corvinal. – Só pode ser algo grave!
- E é! – disse um homem ao passar pela porta que dava acesso a cabine de controle do trem. – Se me permitem me apresentar, meu nome é Damien Crows; sou um auror do ministério. Antes de partir vim explicar o que aconteceu; à essa altura o Prof. Dumbledore já sabe o que se passa, então serei breve. – disse o homem que trajava uma capa cor vinho, meio arroxeada já marcada pelo tempo. Possuía longos cabelos negros trançados até o meio das costas. – Foi encontrado no centro de Londres; o corpo do Sr. Saunders, pouco de vocês devem conhece-lo; mas era ela que coordenava o trem de dentro daquela cabine ali. – disse apontando para ela. Hermione soltara uma expressão de horror. – E logo depois disso o ministério enviou os aurores para saber o que havia acontecido. O Sr. Saunders não mostrava marca de sangue, e nenhum ferimento, mas havia marca de magia negra nele; então vimos que se o motorista estava morto, quem haveria de controlar o trem? Então nós aparatamos na plataforma da onde saíra o trem para Hogwarts; porém ele já havia partido. Até alcançarmos ele, demorou um pouco; mas ao ver que nos aproximávamos, a pessoa que se encontrava na cabine; um possível comensal. – desta vez quem fizera expressão de horror, fora a monitora da lufa-lufa. - Ele conseguiu fugir, por isso tivemos que parar o trem. Não sabemos se a mesma pessoa que matou o Sr. Sanders foi a mesma que estava até agora a pouco no trem; e ainda não sabemos o que ela queria. O ministério mandou outro bruxo para controlar o trem até Hogwarts, e mandou também que nós ficássemos aqui até a viagem terminar, para termos certeza de que nada mais vai acontecer. – e assim concluiu, Sr. Crows. O trem já havia voltado a andar assim que o homem entrara no vagão. Preocupada com tudo que escutara Hermione saiu do vagão e foi atrás de seus amigos.

Pensou se faria o certo ao contar a Harry; pois logo todos saberiam.
Ao chegar na cabine, encontrou um Rony curioso, e um Harry preocupado.

- Conte, Hermione, o que aconteceu? – Harry já a indagara.
- Anda, Hermione! Conta logo! – pedia Rony.
- Calma, meninos! O que tenho pra contar é muito mais sério do que vocês pensam... Melhor vocês se sentarem. – e assim Hermione começou a contar o acontecido. – E agora o trem está com um monte de aurores do Ministério.
- Isso é muito mais sério do que eu pensava. – disse Harry. – Aliás, tem muita coisa por trás disso. O quê esse “possível” comensal iria ganhar assumindo a liderança do trem?
- Quer que eu desenhe? Larga de ser mongol, liga uma coisa na outra: comensal; aquele-que-não-deve-ser-nomeado; Harry Potter! – disse Rony.
- Eu sei, né, Rony. – disse Harry.
- Mas ele seria mais esperto do que isso. – falou Hermione. – Pegar um trem cheio de alunos, praticamente embaixo do nariz de Dumbledore?
- Gente, já passou! Agora não podemos ficar discutindo. Vamos esperar Dumbledore para ver se ele fala alguma coisa, tá? – argumentou Gina, que agora dava um abraço no namorado e um beijinho neste, que parecia estar preocupado.
- A Gina tem razão. Rony, precisamos retornar para os corredores. – disse Hermione já de pé. – Vamos; depois continuamos o assunto.

E assim eles saíram para os corredores. Já estavam perto de Hogwarts; não demoraria muito até chegar na escola.
Hermione junto de Rony e os outros monitores, guiaram os alunos do primeiro ano que atravessariam o lago, e os demais que embarcariam nas carruagens guiadas por Trersálios até o castelo.




n/a : O primeiro cap de mtos..
espero que gostem..
qualquer coisa e so comentar!
\o_ t+


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