Medidas drásticas



N/A: olá, meus leitores queridos =D
bem, eu sei que as autoras nã são obrigadas a fazer N/A's, mas eu gosto de fazer umas bem legais. Só que aconteceu um probleminha.

Eu vim toda feliz pra página da floreios e vi que eu tinha recebido 93 comentários no capítulo 14! Eu fiquei completamente louca da vida e resolvi responder os comentários.

Aí eu salvei no word a resposta qie eu dava aos comentários pra depois passar pra página da floreios. Só que aí....

Deu a louca na página do word e eu não conseguia copiar a resposta dos comentários pra deixar aqui na página da floreios. Pense no meu ódio. Eu tentei de tudo, mas a página não abria, e quando abriu o pc travava.

Então pra eu postar o capítulo hoje, eu vou ter que postar sem as respostas. Desculpa gente, de verdade, vocês sabem que eu sempre respondo. Próximo cap estarão respondidos os comentarios, sim? Obg!

Agora, já que eu perdi completamente o clima de N/A, vamos ao capítulo. Espero que gostem. E obg a: Ellen Evans, Ana Carolina_Patil, gabriella pontas potter, carol_scaramussa, Lola Potter, Vanessa Lupin, Ana, Byzinha Lestrange, Renata Bottós, L. Malfoy, Anya Katrina, *CamilaPotter*, alanafadadentinho, Juliana Lucena, Dani_Potter, Talita Lima, Mioneka Malfoy, Srta.Pontas, Srtáh Míííhh, hhgranger, Elizabeth Bathoury Black, brebs, Doris Lumpim, Julinha Potter, _juju_, Miss Laura Padfoot, Ana Carol Gregol, Mymin, Misty Weasley Malfoy, Lola Potter, Liz Nichols, Palomaa, Ká_Potter, Sakura Li, marikp, Lilian_Evans_Potter, Emmy Black, Kiki Ravenclaw, *Nati Black*, Ana Lívia, Jeka Lupin, fa.lil, Kammy Lupin, carol cardilli, Hanna Burnett, rafaela prado.

Ou seja, todos que comentaram. Eu tinha feito umas respostas tão legais! QUE ÓDIO!

Bem, capítulo dedicado à Emmy Black. Te amo amiga! xD
Beijos e espero que gostem do cap! =*

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Assisto minha vida passar
Na visão de trás do espelho
Retratos paralisados no tempo
Vão se tornando mais nítidas
Não quero desperdiçar mais um dia
Preso na sombra dos meus erros

Porque eu quero você
E eu sinto você
Espalhando-se debaixo da minha pele
Como a fome
Como uma queimadura
Para achar um lugar que eu nunca estive
Agora estou despedaçado
E estou perdendo força
Não sou metade do homem que eu pensei que seria
Mas você pode ficar com
O que restou de mim

Estou morrendo por dentro
Aos poucos
Sem rumo
Mas perdendo a cabeça
Em círculos que não acabam
Fugindo de mim mesmo até
Que você me dê uma razão pra continuar de pé

Caindo rapidamente
Mal consigo respirar
Dê-me algo em que acreditar
Diga-me que não é tudo da minha cabeça

Leve o que restou desse homem
Torne-me completo novamente
Eu estou morrendo por dentro, veja
Estou perdendo a cabeça
Perdendo a cabeça
Estou simplesmente correndo em círculos o tempo todo
Você vai levar o que restou de mim?


******

A morena desviou o olhar e limpou o rosto, retirando uma mecha de seus cabelos negros da frente do seu rosto e aparando uma lágrima que escorreu pelos seus lábios.

-Penny? – repetiu Tiago, indo até o sofá e sentando-se ao lado da prima, enquanto ela pegava uma almofada, tentando aumentar a distância entre os dois. – Algum problema?

-Não foi nada, Tiago... – a voz da morena vacilou. – Eu estou bem, de verdade, não aconteceu absolutamente nada.

-Ah, nada. Então por quê você tá chorando? – perguntou Tiago, encarando a prima um pouco preocupado, enquanto ela tentava esconder o rosto.

-Digamos que a sua prima acordou e viu que sua vida não era um conto de fadas. – disse Penny, se levantando e encarando Tiago, no que ele fez uma expressão de dúvida e ela sumiu do sofá.

“Que loucura! Essas férias vão me deixar completamente louco.” Pensou Tiago, caminhando a passos largos até o seu quarto, onde uma ruiva estava com o abajur desligado, porém observava quem passava no corredor, cruzando os braços.

Lily viu Penny passar, alinhando seus cabelos e sorrindo levemente, com os olhos secos. Ela cantarolou baixinho. Lily não pôde deixar de reparar que o batom que ela usava estava um pouco borrado e ela parecia absolutamente satisfeita consigo mesma.

A morena virou seu rosto quando sua silhueta passou pelo quarto, entreaberto. Lily fingiu dormir e Penny murmurou do lado de fora, parada junto à porta, de uma maneira que sua saia que já era minúscula ficasse ainda menor.

-Lílian, Lílian... Dá até pena. Quer dizer, pensando bem, não dá. – ela deu um sorrisinho. - Mas entenda uma coisinha: eu sempre consigo o que eu quero. Sempre. – a morena sorriu. – Durma em paz. – Lily ouviu ela rir fracamente e sair do quarto, saltitante.

Lily mirou a porta com raiva, com o rosto o mais vermelho que seus genes lhe permitiam. Penny sabia que ela estava acordada. Ela sabia. E porque tinha aparecido lá de todo jeito? Para perturbar seus pensamentos e implantar na sua mente a idéia de que enquanto ela dormia tranqüilamente, Tiago estava aos amassos com a prima? E, se isso fosse verdade, porque raios ele a tinha beijado daquele jeito? E por quê Lily pensara que ele tinha sido tão verdadeiro? Se ele preferia ficar com sua fama eu-sou-o-pegador, por quê iludia Lily com meras palavras?

Ela pegou o primeiro pertence de Tiago que suas mãos puderam alcançar (uma miniatura de vassoura) e arremessou com toda a força que tinha em direção a porta. Por azar (ou sorte para Lily), Tiago estava entrando no quarto nesse instante e sentiu o nariz rachar quando a varinha em miniatura foi com toda a força em seu rosto. Ele cambaleou e bateu na parede.

-Mais que droga! – ele massageou debilmente o nariz, e sentiu o sangue escorrer. – Quem foi que fez isso? – ele acendeu a luz e viu que Lily estava deitada na cama, os olhos abertos e visivelmente fula da vida. – Já pensou em praticar boxe? Você bem que precisava de uma válvula de escape para toda essa força.

Ela bufou e virou o rosto, surpresa com o quão cínico Tiago Potter poderia ser, na sua opinião. Ela deu uma olhada nele e viu que sua camisa estava amarrotada. Teria sido fruto de seus beijos na biblioteca ou dos de Penny? Ela sentiu a raiva se alastrar.

-Lil? – Tiago examinou a face raivosa da ruiva, que batia com a ferocidade que ela tinha arremessado o objeto contra a porta. – Algum problema? – perguntou ele, pela segunda vez em menos de cinco minutos.

Nota mental (por Lílian): como ele pode fingir que nada aconteceu? Eu bem que devia ter desconfiado... Eu sempre soube, SEMPRE, que ele apenas queria provar que ele era o todo-poderoso-Potter-nenhuma-mulher-resiste-a-mim, e eu simplesmente fiz o jogo dele! Eu fiz exatamente o que ele queria, por quê eu o beijei daquela forma? E por um acaso eu estava em plena consciência quando o puxei pela gravata? Como eu pude ceder ao Potter? E agora o ego dele deve estar o bastante grande para alimentar todas as crianças da África... Como eu o odeio!

I know all about ,Yea about your reputation
Sei tudo sobre, Sim, sobre a sua reputação

And now it's bound to be a heartbreak situation
E agora está destinado a ser o destruidor de corações da situação

But I can't help it if I'm helpless every time that I'm where you are
Mas eu não posso ajudar se estou incapaz toda a vez que estou onde você está


-Eu gosto que as pessoas respondam quando eu falo. – disse Tiago, achando estranho aquele repentino silêncio, afinal na biblioteca ela não ficou nem um pouquinho muda... Aliás, ficou, mas por outros motivos.

-Sério? Então deveria fazer por onde, eu também gosto de respeito, mas não é bem o que você está fazendo comigo, não é mesmo? – perguntou Lily, mirando o maroto, que sacudiu a cabeça confuso... Ela sentiu o corpo estremecer com os movimentos do moreno.

-Lily, do que você está falando? O que eu fiz pra você? – perguntou o maroto, honestamente, encarando Lily com seus olhos cor-de-mel, por trás dos aros dos óculos.

Lílian revirou os olhos, achando que já estava sendo demais. Ela viu que o moreno curvou-se levemente em sua direção colocando os óculos em uma mesinha e achando essa conversa muito estranha.

“Droga, por quê você tinha que saber tanto como me provocar? E por quê o meu estômago vai parar nos meus pés quando você se aproxima? E o jeito doce que você me chama...” Lily sacudiu a cabeça com o pensamento.

You walk in and my strength walks out the door
Você vai embora e a minha força vai embora com você

Say my name and I can't fight it any more
Diga meu nome e eu não lutarei nisso mais

Oh I know, I should go but I need your touch just too damn much
Oh eu sei, eu deveria ir, mas eu preciso do seu toque demais


-Sinceramente Potter, cinismo não te convém. – disse Lily asperamente, desligando a luz no quarto, e a única iluminação foi a fraca luz do abajur.

-Cinismo por quê? – Tiago a olhou como se ela fosse louca. – O que eu fiz?

-Hum... Você não acha que demorou um pouco demais simplesmente bebendo água? – perguntou Lily, com a voz num misto de irritação e desapontamento.

-Ah, foi por quê eu fui conversar com a Penny. – respondeu Tiago normalmente, justificando a sua ‘demora’. Lily o encarou incrédula. – Mas eu só fui conversar com ela por quê ela estava chorando.

-Ah, que coisa linda é a ingenuidade... – disse Lily num tom irônico, no que Tiago sorriu fracamente aquele sorriso que ela tanto amava... Seus hormônios enlouqueceram quando a mão de Tiago encostou-se na sua. – O que você pensa que está fazendo? – ela agradeceu a luz do abajur e rezou para que ela seja fraca o bastante para Tiago não ver que seu rosto tinha se fundido com seus cabelos em todos os tons de vermelho existentes.

-Você não vai ficar com esse ciuminho bobo, vai? – Tiago disse, sorrindo pelo canto dos lábios e acariciando de leve a mão de Lily, no que ela sentiu o corpo vibrar com suas caricias.

-E-eu? Ciúmes de você? – Lily gaguejou (N/A: isso me lembra alguém...). – Nem no melhor dos seus sonhos e o pior dos meus pesadelos. – ela encarou aqueles olhos profundamente.

Loving you, That isn't really something I should do
Amando você, sim, não é o que eu deveria fazer

I shouldn't wanna spend my time with you ya well I should try to be strong
Eu não deveria gastar o meu tempo com você, sim, eu deveria tentar ser forte

But baby you're the right kind of wrong, ya, baby you're the right kind of wrong
Mais querido você é o tipo certo do errado, sim querido, você é o tipo certo do errado

It might be a mistake, a mistake I'm makin'
Pode ser um erro, um erro que eu estou cometendo

But what your givin I am happy to be takin
Mas o que você está dando estou feliz por tê-lo

Cause no one's ever made me feel the way when I'm in your arms
Porque ninguém nunca me fez sentir do jeito que eu me sinto quando estou nos seus braços


-Fala sério Lil, você está duvidando da minha inocência? – perguntou Tiago, fingindo indignação, no que Lily revirou os olhos.

-Claro que não, não duvido dela... – Tiago viu a sombra de um sorrisinho brincar nos lábios de Lily. – Só 0tenho certeza de que ela não existe. – Tiago riu.

Tiago apoiou uma de suas mãos na lateral do corpo de Lily, deixando-o rente ao seu e aproximando o seu rosto lentamente do dela, e quando a ruiva sentiu a respiração do maroto em seu rosto, tentou aumentar a distância entre os dois.

-Você é um idiota... Mas eu não quero ficar me alterando, portanto pode tirando o testrálio da chuva e distanciando esse rosto do meu antes que eu o deforme. – disse Lily, no que Tiago riu.

-Você realmente não está bem... – Tiago sorriu. – Perdi alguma coisa? Desde quando você não gosta de se alterar? Ainda mais comigo?

They say your something I should do without
Eles dizem que você é algo, com quem eu não deveria estar

They don't know what goes on when the lights go out
Eles não sabem o que acontece quando as luzes se apagam

There's no way to explain all the pleasure is worth all the pain
Não há maneira de explicar, todo o prazer é digno da dor

I should try to run but I just can't seem to
Eu deveria tentar correr, mas eu apenas não consigo fazê-lo

'Cause every time I run your the one I run to, can't do without what you do to me
Porque toda a vez que eu correr, é para você que eu corro, não consigo fazer o que você faz comigo


Lílian sorriu, no que Tiago aproveitou a chance e acariciou seus cabelos, afagando-os, e beijou levemente sua bochecha, sussurrando no seu ouvido:

-Boa noite, Lil.

A ruiva sentiu todos os seus cabelos da nuca ficarem em pé e seu rosto ficar desde a raiz dos cabelos até o pescoço completamente vermelhos. Ela sorriu fracamente ao ver o sorriso de orelha a orelha do moreno.

-Boa noite, Potter. – murmurou ela, deitando-se, no que Tiago a imitou. Quando ela encostou sua cabeça no travesseiro, percebeu que era o travesseiro de Tiago, pelo perfume que exalava e a inebriava. Ela sorriu fracamente e encostou sua cabeça nele, fechando os olhos.

******

Remo e Sarah trocavam carinhos sentados na mesa, tomando café da manhã (“O meu maroto não é lindo, Almofadinhas? – perguntou Sarah, no que Remo corou e Sirius a encarou: “Não mais do que eu, amada Sarinha, mas não fica comentando se não ele descobre do nosso caso!”), Sirius remexia de um lado para o outro o cereal no seu prato, enquanto sua cabeça ecoava um nome que começava com ‘Su’ e terminava com ‘San’, embora a garota ainda dormisse assim como Lílian, ele se lembrava dos acontecimentos da noite passada, Rachel estava particularmente animada com a notícia de que Amos Diggory ia passar o resto das férias na redondeza (“Ai meu Merlin, ele é absolutamente TÃÃÃÃÃO irresistivelmente lindo com aqueles cabelos loiros cacheadinhos!”), Pedro enchia o prato com lasanha (algo estranho para se fazer a essa hora da manhã, mas ele dizia que ainda estava curando a sua dor de cabeça) e um Tiago meio sonolento entrou pela cozinha, com um chamado de emergência.

-Meus caros marotos, o dever vos chama, preciso falar com vocês. – disse Tiago. – Aliás, estou notando a casa tão calma... Onde estão os pestinhas? – perguntou Tiago, sorridente.

-Dormindo. – respondeu Rachel. – Graças a Merlin, que resolveu olhar um pouco por mim nessa semana. Mas enfim, chegou uma carta pra você, acho melhor você abrir. – a garota pegou uma carta e depositou nas mãos de Tiago, em seguida olhando para Pedro. – Sabe Pedro, eu sinto falta dos meus cabelos compridos e castanhos. Mas o que eu mais sinto falta é do meu corpo. E eu juro, mas eu realmente JURO, que se você me engordar um quilinho que seja eu acabo com o milésimo de neurônio que você tem no cérebro. – disse Rachel, no que Pedro largou o que comia rapidamente e correu para o banheiro.

-Pobrezinho... – Remo disse, entre risos, enquanto os marotos gargalhavam. – Ele ficar com bulimia. – Sarah puxou Remo pela manga da camisa.

-O mesmo aplica-se para você, Remo Lupin... – disse Sarah, enrolando levemente seus cachos loiros, que estavam obviamente no corpo de Remo.

-Agora eu me senti ofendido, comparado ao Rabicho e sua compulsividade alimentícia... – disse Remo fingindo indignação, no que Sarah sorriu e o beijou levemente.

/MOMENTO SIRIUS BLACK ON/ (dessa vez, por Rachel): Mas diga-me Merlin, eu não estou 100% certa? As pessoas devem prezar pelo que tem, e eu luto para ter o corpo que quero quando uma pessoa que parece ter um buraco negro no estômago arruína tudo? Não é justo. Eu faço "n" atividades simultaneamente e inexplicavelmente estou em todos os lugares ao mesmo tempo, sempre rodeada de milhões de pessoas, e se o Pedro estragar-me com seus hábitos alimentares, ela estará estragando a minha vida social, ou seja, eu posso estar traumatizando-o para toda vida, mas ele vai estragar a minha integridade social.

/MOMENTO SIRIUS BLACK OFF/


Tiago e Sarah começaram a conversar e Remo perguntou:

-O que vocês tanto cochicham ai?

-Bom – Sarah começou, rindo da cara de ciúmes de Remo. – O Tiago está fazendo uma enquete.

-Exatamente, Rachel, você também poderia me ajudar? – Tiago perguntou feliz por encontrar outra garota que pudesse colher informações.

-Qual o tema da enquete? – perguntou Sirius.

-Primeira pergunta e muito crucial. – Sarah riu fracamente. – Você sabe onde a Lily está?

-Muito empolgante a sua pesquisa, Pontas. – Remo disse em tom irônico. - Quem sabe ela não esta por aí aos amassos com alguém? Tipo, tem muitos candidatos na casa... Como o Charlie.

-Muito engraçado, Aluado. – Tiago cruzou os braços. – E você Rachel, viu a Lily? – perguntou Tiago, no que Sirius se afastou com a garota resmungando algo que me soou muito como um "o que fiz para merecer essa coisa na minha vida?" E Remo simplesmente ignorou a sua existência.

-Não. – disse Rachel. – Ela provavelmente está dormindo.

-Segunda pergunta. – Tiago anunciou. – Você prefere que alguém se declare pessoalmente para você, ou que seja do tipo distante? – perguntou Tiago, pensando em Amos Diggory, que estava afim de Rachel.

-Tiago eu acho que nenhuma amiga precisa mandar um recado para Lily, você já deixou claro pra todo mundo que quer sair com ela. – Sirius falou rindo.

Pedro voltou para a mesa, e tremeu levemente quando seu olhar caiu sobre Rachel, e ela abafou risinhos, olhando para seu prato.

-Ah, que ótimo. Minha tia resolveu adiar a volta pra cá, o que significa que teremos que agüentar meu primo e seus adorados amigos por tempo indefinido. Isso prova que quando tudo está ruim, a tendência é piorar. – disse Tiago, bufando.

-Ah! Queridos marotos, temos uma novidade... – anunciou Rachel. – Temos que ensinar umas coisinhas pra vocês esse fim de semana. Primeiro: andar de salto alto; segundo: dançar como uma garota; terceiro: como reagir a uma cantada. – Rachel sorriu. – Por quê nós vamos sair. Tá tudo programado. –as reações dos marotos foram cômicas:

Sirius: ficou pálido e começou a gritar.

Remo: bateu com a mão no rosto como se espremesse um bife na face e ficou sem uma gota de sangue no rosto.

Pedro: sentou e chorou.

Tiago apenas riu e em seguida suspirou.

-Que suspiros apaixonados são esses? – perguntou Remo, rindo histericamente com a cara que Tiago fez ao ouvir isso.

-Vocês saberiam se resolvessem vir conversar comigo! – disse Tiago, um pouco chateado, fechando os punhos, no que Sirius sorriu.

-Ah vamos, não podemos contrariar nossa gazela. – disse ele e todos riram, menos Tiago, que jogou um pouco de cereal nele. – Merda, Pontitas, é brincadeira! – disse Sirius sorrindo e todos os marotos se levantaram.

-Você vai me contar depois, não é Remo? – perguntou Sarah sorrindo docemente, no que Remo beijou-a levemente e deu um sorrisinho.

-Sinto muito Sarinha... Mas marotagem é apenas entre nós quatro. – disse Remo enigmaticamente, sorrindo e os quatro marotos saíram da cozinha, no que Sarah encarou Rachel e as duas deram em ombros.

Susan entrou feito um furacão na cozinha enquanto os marotos saíam.

-Tudo bem, eu nem ligo por ser ignorado – Sirius ainda falou quando eles estavam passando pela porta. – Nem um “bom dia, Sirius”.

Susan prendeu o riso e cumprimentou os marotos, entrando em seguida na cozinha.

******

-Espero que seja um assunto importante. Já ouviram falar que hora da refeição é sagrada? – perguntou Pedro, sentando no sofá, mal humorado.

Mas era importante, pelo menos para Tiago. Pedro disse isso porque da última vez que tinham o convocado para uma reunião de emergência tinham descoberto – ninguém soube como – que Pedro dormia abraçado com um ursinho e Sirius ficou latejando no ouvido de Pedro por meses a frase: “Pedro Pettigrew acabou de trocar a comida pelo Pimpão, seu Teddy Bear, seu mais novo parceiro!” Porque o maroto ainda era BV.

-Pedro, se você quiser discutir sobre a importância sobre a refeição, fale com a Rachel, e garanto que ela vai te dar um manual da boa alimentação. – disse Sirius, impaciente. – Enquanto isso, temos coisas mais importantes para falar, como ouvir a voz soporífica do Pontitas falando sobre uma certa ruivinha.

-É sério, Almofadinhas! – disse Tiago, num misto de excitação e nervosismo. – Bem, o fato é que eu realmente estou pensando que essa ruiva é louca.

-Sério? Só porque a Lílian é a garota que você tenta sair desde... – começou Remo.

-Sempre? Ou melhor, desde que o Pontitas atingiu a puberdade.– disse Sirius e todos riram, menos Tiago, que revirou os olhos.

-Idiotas. – disse Tiago, no que seus amigos riram ainda mais. – Mas desde que eu tenho tentado sair com essa garota a única coisa que eu tenho recebido são...

-Belos foras... – disse Sirius.

-Tapas e afins... – continuou Pedro.

-Ou seja, apenas negações. – disse Remo e Tiago jogou travesseiros nos marotos, no que estes riram histericamente.

-Querem calar a boca? – perguntou Tiago, chateado e entediado.

-Tudo bem Pontas, paramos. – disse Sirius, prendendo o riso. – Mas quanto ao fato da Lilyzinha ser louca... Isso não é muita novidade, é? – perguntou Sirius, sorrindo pelo canto dos lábios... Os marotos costumavam irritar Tiago falando que sua ruiva era ligeiramente desequilibrada, insanamente problemática, ou depressivamente louca.

-Vocês não deviam esperar outra coisa vindo de uma pessoa que tem como amigos um lobisomem que se esconde na pele de cordeiro, um vira-lata ovelhabranca dos Black e uma ratazana que tem um buraco negro do estômago... – os quatro marotos riram. – Eu não podia me apaixonar por uma pessoa normal, podia?

-Vendo por esse lado, Pontas... A Lily parece feita pra você. – brincou Remo.

-Oh meu Deus. O Pontitas disse aquilo, Aluado. – disse Sirius, fingindo admiração e arregalando os olhos.

-Aquilo o quê? – perguntou Pontas, no que Remo e Sirius trocaram olhares confidenciais.

-Você disse simplesmente aquela coisa, Tiaguito. – disse Remo, no que Pedro riu e Tiago revirou os olhos.

-Que coisa, droga? – perguntou Tiago, bufando.

-Aquela palavra que começa com ‘apai’ e termina com ‘xonado’. – disse Sirius e o rosto de Tiago ficou em todos os tons de vermelho existentes. – Oh Merlin, o Pontitas tá apaixonadinho! O orgulho dos marotos!

Os marotos riram e Tiago ficou escarlate e começou a gaguejar fracamente.

-Não é que eu esteja apaixonado, eu só tô, sabe, apaixonado, deu pra entender? – perguntou Tiago e os marotos o olharam como se ele fosse louco.

-E ele tem cara pra falar que a Lílian é a louca... – disse Remo, no que este riu fracamente e os amigos o acompanharam.

-Entendo, meu amigo... Mas não se preocupe, graças a Merlin você tem a genialidade de andar com a pessoa que mais se aproxima a perfeição que tocou a Terra, então não tema, não há males que Sirius Black não contorne. – disse Sirius com uma piscadela marota. - E com esse nosso próximo plano, conseguiremos finalmente a mente de Lílian Evans. HOHOHOHOHOHO!

-O que é isso, o plano do papai Noel? De todo jeito...Prefiro não comentar sobre Sirius e seu grande ego, que ele sente extrema necessidade de mostrar a todos... – disse Remo, revirando os olhos. – Mas nós o ajudaremos, caro Pontas. Você precisa da casa reservada pra você por quanto tempo...? Duas horas?

-Fácil. – concordou Tiago. Os marotos sorriram maliciosamente. – Cuidado com o que armam, se for algo, hum... Extremamente pervertido, a Lil me mata.

-Estamos em plenos anos 70, meu amigo, abra a mente. – disse Sirius sorrindo marotamente. – Não há nada pervertido, é tudo muito normal, abra os braços e carpe diem.

-Eu acho que o Almofadinhas entrou na onda ‘paz e amor’ e andou tragando por aí ou então o Rabicho passou sua imbecilidade para ele... – disse Remo e todos riram. - Voltando ao assunto Pontas + Lily...

-Faremos esse favor por você... Pelo menos essas suas peripécias de apaixonado chegaram no ouvido das pessoas erradas, nós, marotos... – Sirius sorriu, afinal desde que eles tinham se intitulado marotos, tinham deixado de ser “as pessoas certas”, já que de acordo com a teoria de gênio de Sirius, as pessoas certas são tediantes. - Pelo bem da integridade de pegador do meu amigo, afinal você já deve estar criando teia, não se envolve com ninguém desde que colocou na sua cabecinha que Lílian Evans é – de qualquer jeito – a sua garota. – disse Sirius. – Tive uma idéia. – Sirius contou seu plano, no que os marotos se entreolharam. – Que é? Eu li num livro trouxa de romance da minha amiga. Como vocês vêem, minha idéia é genial, eu estou sempre a postos, gritem por mim (isso é uma metáfora) e eu vos ajudarei, reles marotos.

-Esse plano tem chances negativas de dar certo. Vamos fazer algo simples. – disse Remo e Tiago assentiu.

-Tipo o quê? – perguntou Tiago. Silêncio.

-Já sei! – Sirius.

-O quê? – Todos.

-Não vai dar certo, esquece. – disse Remo e Sirius cruzou os braços, revirando os olhos. – Pensaremos em algo Pontas, relaxe. Tudo pra você e sua ruiva.

-Eu nunca pensei que fosse dizer isso... – Tiago corou. – Mas eu só quero ficar com ela, queridos marotos. Apenas com ela.

-OÔÔ, meu amigo está in love! – disse Sirius, e os marotos apertaram as bochechas de Tiago, que se desvencilhou deles.

-Chega da sessão gozando da cara do Pontas... – disse Tiago, no que os marotos riram. – E esse papo está ficando a la garotas demais para a reputação dos marotos.

-Realmente... Estou indo pra cozinha dar uns amassos na Sarah... – disse Remo, prendendo o riso.

-Comer com a mão... – disse Pedro.

-E arrotar o alfabeto. – completou Almofadinhas, no que os marotos se entreolharam e riram.

-Sabendo que eu passei os últimos sete anos tentando fazer vocês entenderem que existem algumas regras mínimas para se conviver em sociedade sem parecerem uns trogloditas, vocês nunca me escutaram, a não ser quando queriam impressionar garotas, mas por Merlin, não arrotem o alfabeto na frente das garotas. – disse Remo, sorrindo.

-Ah, vamos logo... Tenho uma garota pra perseguir. – insistiu Sirius.

-E ele ainda se pergunta porque ela foge tanto dele... – disse Remo num tom irônico, no que os marotos saíram do quarto e desceram as escadas.

******

-Bom dia! – disse Ana, sorrindo amavelmente e entrando na cozinha com Lana e Alice, enquanto Charlie e Jack conversavam com outros dos seus amigos. Lily sorriu ao ver aqueles mini pessoas.

-Um pouco tarde para dar ‘bom dia’, não é senhorita? – disse Lily, em tom de brincadeira. – Podem se sentar, o almoço já tá saindo. Sarah, coloca na mesa, por favor? – pediu Lily, no que Remo revirou os olhos e fingiu ser Sarah, levando a comida até a mesa, enquanto Sarah, Rachel e Susan cuidavam das roupas e os marotos auxiliavam Lily.

A passos curtos, Penny entrou na cozinha bocejando e se sentou na mesa, sem cumprimentar ninguém e deitando sua cabeça na mesa, mal humorada. Todos encararam seus cabelos negros jogados na mesa e as crianças, que estavam ao lado dela, olharam para os marotos e para as meninas e deram em ombros, no que eles sorriram.

Ana fez um sinal e todas as crianças reuniram suas cabecinhas e começaram a cochichar, de modo que ninguém mais ouvisse.

-E a minha mãe às vezes me chama de mal humorada. – disse Lana, olhando em reprovação para Penny.

-Ela era mais legal comigo... Pelo menos na frente do Tiago. – argumentou Charlie, estranhando o comportamento da prima.

-Eu decididamente prefiro a tia Lily. – disse Ana. – Vocês acham que o Tiago gosta da Penny?

-Claro que não Ana, não seja uma ameba. – disse Alice, com um ar de superioridade, usando sua roupa com mais cara de executiva, uma blusa branca com uma jaqueta rosa por cima. – Eu não pressenti nada entre o Tiago e a Penny. Mas definitivamente havia um frisson entre o Tiago e a Lílian.

-Frisson? – perguntaram todos em uníssono, olhando Alice como se ela fosse algo de outro planeta. Ela revirou os olhos, embora achasse um pouco de graça na situação.

-Frisson! Uma atração recíproca bastante intensa, que une dois corpos mesmo à distância. Dá pra sentir entre os dois esse tipo de ligação. – disse Alice, piscando um olho marotamente.

-Ainda não entendo como o seu cérebro consegue falar búlgaro, mas tudo bem. – disse Jack, dando em ombros. – Mas o que a gente vai fazer com o seu primo e a tia ruiva legal?

-Sabe, já que existe essa coisa de frisson bem que a gente podia... – mas Charlie se calou, porque todos os marotos e as meninas os encaravam, risonhos. Charlie e seus amigos sorriram amarelo.

-O que estão tramando? – perguntou Sarah, divertida. Susan deu um sorrisinho.

-Nada, tio Remo! – respondeu Lana, com uma cara forçadamente inocente. Sarah suspirou ao lembrar a aparência que tinha.

-Assim espero. – disse ela, meio desapontada.

“Frisson! Entre eu e o Tiago! Era realmente só o que me faltava...” Pensou Lily, fazendo o almoço, no que ela foi surpreendida com as mãos de Tiago a envolvendo.

-Potter! Quer me matar de susto? – perguntou Lily, enquanto pedaços de burrito, que ela preparava para o almoço, voaram pela cozinha.

-Claro que não, ainda mais quando eu descubro que você sente frisson por mim... – disse Tiago sorrindo marotamente, no que Lily corou.

-Você não vai cair mesmo nas loucuras que essas mini pessoas falam, não é mesmo? – perguntou Lily, arqueando uma sobrancelha e encarando o moreno, que sorriu.

-Não julgue os julgue por seu tamanho... Eles podem ter uma capacidade intelectual nunca vista, além do mais vindo da Alice. – disse Tiago.

-Quem disse que eu julgo? – Lily sorriu fracamente e colocou as mãos na cintura. –Esqueceu a baixa estatura também me atinge? Por isso não ouse atravessar o meu caminho, hein? – a ruiva riu.

-Claro que sim, gosto da vida que tenho. – disse Tiago, no que ambos riram. – Costumo ter cuidado com bruxos baixos... Ainda mais do sexo feminino. – Lily gargalhou. – Estou louco? Lily Evans gargalhando das idiotices que o arrogante do Potter fala? Dá até pra pensar que você está adorando conversar comigo.

-Não se iluda Tiago, isso é só uma das muitas loucuras de sua mente insana. – disse Lily, piscando o olho marotamente, de um modo digno de Tiago Potter.

-Deve ser delírios da minha mente mesmo... – Tiago se aproximou de Lily e retirou uma mecha de seus cabelos de perto de seu ouvido, aproximando seus lábios desses. – Você, me chamando de Tiago?

Lily deu um sorrisinho e colocou o burrito que tinha preparado na mesa, no que as crianças ficaram todas: “Graças a Merlin, não agüentava mais!” e Penny levantou a cabeça com menosprezo, servindo-se de uma comida bem natureba, omelete tailandesa com tofu, que ela disse que era muito menos calórico.

Remo viu um rádio numa mesinha e o ligou. Instantaneamente, uma melodia invadiu o ambiente.

Macarena.

Dale a tu cuerpo alegria Macarena


-Ahhh NÃO! – bravejou Sirius, cobrindo os ouvidos com as mãos e praticamente afundando na cadeira enquanto as garotas cantavam animadas.

Que tu cuerpo es pa' darle alegria y cosa buena

Lana começou a dançar a coreografia num cantinho, o que as meninas acharam uma atitude fofa e continuaram a cantar, enquanto os marotos reclamavam da poluição sonora e reclamavam sobre “marotos subjugados por meninas ditadoras”.

Dale a tu cuerpo alegria, Macarena

A essa altura a dança tinha contagiado as meninas, que dançavam discretamente e Penny dançava um tipo de Y.M.C.A versão funk, que não lembrava nem de longe Macarena, mas que fazia todos rirem.

Hey Macarena! Macarena tiene un novio que se llama

Os marotos estavam começando a perder a paciência enquanto as garotas cantavam e dançavam animadas, como os próprios Los Del Rio.

Que se llama de apellido Vitorino, Que en la jura de bandera el muchacho

Quando a palavra “muchacho” foi mencionada, foi a gota d’água para Remo, que se inclinou e depois de chutes, gritos e murros, mudou a estação do rádio.

I’m too sexy

I’m too sexy for my shirt, too sexy for my shirt

-O que é isso? Especial “passeata gay”? – perguntou Sirius, no que todos riram e ele fez uma cara total de: “mudem isso ou eu vou definhar”.

So sexy it hurts

Tiago tampou os ouvidos e se aproximou do rádio, dando “leves” chutes pra que mudasse a estação, mas não estava conseguindo.

I’m too sexy for Milan, too sexy for Milan, New York and Japan

Tiago deu um chute tão forte que o rádio deu uma cambalhota e caiu ao lado dele, e quando Tiago o sacudiu a estação – milagrosamente – mudou.

Twist and shout – Beatles

Well, shake it up baby now, twist and shout

-Agora sim! – disse Remo aumentando o volume e todos começaram a cantar animadamente, inclusive as crianças, que dançaram discretamente, apoiadas na mesa.

Come on, come on, come, come on baby now, come on and work it on out

Tiago pegou Ana pela mão e a fez girar; Lily sorriu e os dois continuaram a dançar no meio da cozinha, enquanto a ruiva servia o burrito na mesa.

O volume agora estava tão alto que o vidro da janela tremia enquanto os beatles cantavam no rádio, quase chutado até a morte, de Tiago.

Well work it on out, honey, you know you look so good

Lily sorriu quando o maroto a puxou pra dançar e Sirius segurou Ana no teto para que o amigo aproveitasse a dança com a ruiva.

Ela sorriu satisfeita com um quê de vingança quando viu o brilho diabólico no olhar de Penny, que comia azeda sua comida menos calórica, e saiu da cozinha com o prato na mão.

You know you got me goin' now, just like I knew you would

Tiago girou Lily enquanto Ana e Sirius dançavam juntos e a garotinha ria sucessivamente, crente que dançava com Susan. Susan sorriu quando seu olhar encontrou com o de Sirius e Ana o chamou de Tia Su.

Sirius sorriu para Susan e Ana o puxou pra continuar com a dança, enquanto todos na mesa se levantavam e dançavam ao som da música.

You know you twist, little girl, you know you twist so fine

Lily deu um sorriso enquanto dançava com Tiago, e no momento que finalmente o maroto estava pronto pra atacar, o rádio começou a falhar. Então Tiago largou a cintura de Lily e depositou um leve beijo em sua bochecha, sentando-se, a criatura mais imbecil, o idiota-mor... Apresento-vos Tiago Potter, que largou sua ruiva e sentou-se na mesa.

Todos começaram a se servir (Pedro colocou uma quantidade bem razoável no seu prato, no que Rachel sorriu satisfeita). Lily e Tiago um de frente para o outro. Tiago comeu um pouco do burrito e fez uma careta.

-Lil... O que é que esse prato leva? – perguntou ele, tomando uma boa quantidade de suco para tirar o gosto do alimento. A garota arqueou uma sobrancelha.

-Pimentão, cebola... – a ruiva tomou um gole de água. Tiago deu mais uma garfada. – E uma boa quantidade de pimenta.

O maroto engasgou e sentiu a língua pegar fogo. Ele correu até a geladeira e despejou toda a jarra de água na sua boca, sentindo que até o seu cérebro pegava fogo. Ofegante, ele se virou para Lily.

-Lily! – ele abanou a língua como se pretendesse apagar fogo. – Você quer me matar?

-Até que não seria uma má idéia... – Lílian disse, prendendo o riso e tomando educadamente um gole de suco, enquanto todos da mesa faziam o mesmo. – Quem mandou colocar praticamente metade do prato na boca de uma vez só? Você que não sabe apreciar o alimento.

-Apreciar? Lily, eu não quero ser o bode expiatório das suas experiências culinárias! Da próxima vez você usa um porquinho-da-índia! – disse Tiago, o rosto vermelho por a língua ter ardido loucamente com a comida.

-Você está insinuando que eu cozinho mal? – disse Lily colocando as mãos na cintura e igualmente vermelha, sendo que por raiva.

-Hum... – Tiago fingiu-se de pensativo. – É, talvez eu esteja!

Lily sentiu o rosto pegar fogo por vergonha e raiva. Ela fez uma cara de poucos amigos, no que Sirius, na extremidade da mesa, gargalhou abertamente, sua risada que mais parecia um soluço exagerado.

-Eu acho que essa era uma boa oportunidade para você correr, Pontitas. – disse Sirius, no que as crianças murmuraram: “Tia Susan é demais!”.

A ruiva se levantou furiosa da mesa, e correu até onde Tiago estava, no que o maroto a imitou, saindo da cozinha e indo até a sala, no que a garota o seguiu.

Tiago corria em volta de uma mesinha da sala com Lily em seus calcanhares gritando. O garoto ia empurrando todos que se estavam à sua frente, inclusive derrubando Penny que andava pela sala com seu omelete tailandesa com tofu, e no que Lily e Tiago passaram correndo e a derrubaram, deixaram a garota com a face e a roupa completamente coberta de comida.

O maroto tropeçou enquanto dava a volta no sofá e Lílian quase o alcançou, tocando sua camisa levemente, mas sem conseguir segura-la. Ele voltou para a cozinha e a ruiva continuou a centímetros dele.

-Isso é que é reallity show gratuito. – disse Rachel e Sarah riu.

-Devíamos impedir, não acham? – perguntou Sarah, embora ela não conseguisse esconder um sorriso quando viu a ruiva berrar furiosamente por toda a cozinha atrás do moreno.

-Claro que não! – disseram Susan e Sirius juntos. – Deus sabe que eu estou precisando de um pouco de diversão, e essa é a oportunidade perfeita. – disse Susan, no que todos sorriram.

Tiago correu ao lado oposto da porta, porém viu que estava numa emboscada, porque dava direto para a um armário com vários pratos, que não ficariam nada bem quebrados. Ele voltou-se para a mesa, mas quando fez isso ergueu uma mão e vários pratos partiram-se no chão.

Vendo que Lil estava perigosamente perto, ele fez a única coisa que lhe pareceu sensata: caminhou até a mesa onde todos comiam. Achando que finalmente alcançaria Tiago, Lily se jogou por cima dele e ambos caíram em cima da mesa e deslizaram sobre ela, levando o burrito pelos ares.

Lily apoiou uma das mãos na mesa, mas como estava coberta com comida, ela escapuliu a fez debruçar por cima de Tiago, no que o maroto descansou uma de suas mãos na cintura dela.

Cobertos de comida dos pés à cabeça, Lily ficou em todos os tons possíveis de vermelho, demonstrando sua raiva, e pegou um copo de suco e derrubou na cabeça de Tiago, enquanto todos na mesa riram.

-Idiota. Idiota. Idiota!! – disse Lily, impaciente, enquanto jogava o suco nos cabelos de Tiago, e o maroto gargalhava gostosamente.

-Garanto que foi o melhor fim pra sua comida do inferno... – disse Tiago, no que todos na mesa contiveram o riso e Lily revirou os olhos. – Além do mais... – Tiago pegou uma boa quantidade de burrito e despejou na boca de Lílian, melando o seu rosto todo. – Até que as condições estão favoráveis para mim. – num gesto rápido, ele inverteu as posições e prendeu Lily em cima da mesa, enquanto a garota urrava de raiva.

Vendo a cena, as crianças começaram a atirar comida para todos os lados, crentes que aquilo era uma guerra de comida e cobrindo todos que rodeavam a mesa de burrito.

Todos, melados, saíram da cozinha rindo e xingando ao mesmo tempo, até que os únicos presentes foram Tiago e Lily, já que o moreno a impedia de sair.

-Dá pra me deixar sair ou eu vou ter que te forçar a fazer isso? – perguntou Lílian, tentando empurrar Tiago, inutilmente.

-Você, me forçar? – perguntou Tiago, incrédulo. – Sabe Lil, você é muito complexa pra minha mente. Por quê não diz logo que gosta de mim?

-Eu não costumo mentir. – disse Lily secamente. – Agora me deixa sair daqui! – a ruiva começou a dar tapinhas nos ombros de Tiago.

-Eu vou deixar, Lil... – Tiago se levantou e deixou o corpo da garota livre. – Mas só porque eu tenho todo o dia pra aproveitar. – disse Tiago numa nota enigmática.

Lily ergueu uma sobrancelha e se levantou da mesa, dando-se conta da quantidade exagerada de burrito que se encontrava no seu decote. Ela corou ao ver que o maroto olhava fixamente para o decote e deu tapinhas sobre a blusa.

-Ameaças não te convêm, Tiago Potter... E não faça nada do que possa se arrepender depois. – disse Lily, sacudindo seus cabelos rubros e fazendo voar pedacinhos de burrito pela cozinha, deixando um Tiago abobalhado sozinho.

******

Susan estava no guarda roupa de Sirius, procurando uma roupa que ela considerasse bonitinha, embora ela tivesse que admitir que todas caiam bem no maroto. Ela ouviu sua voz soar atrás dela.

-Além de você quase me fazer perder meu membro reprodutor, me dar belos foras que nem um bom tratamento terapêutico tira, me fazer usar salto alto que é algo humilhante, me ignora e afins, você ainda invade o meu guarda roupa? – disse Sirius, fingindo indignação.

-Nada que você não mereça... – disse Susan, sem encarar o garoto e dar de cara consigo mesma. – E quanto a invadir seu guarda roupa, não vou tomar banho pra prezar a sua aparência e sim porque eu sou higiênica! – disse Susan, pegando uma camisa. – Indo pra o banheiro, lugar que coincidentemente você também deveria estar.

-Opa, isso é um convite? – perguntou Sirius, num tom bastante malicioso. Susan corou.

-Claro que não! Não quis dizer o mesmo banheiro, Sirius Auguhst Black! Simplesmente você vai tomar banho, nem que eu o obrigue a fazer isso. – disse Susan.

-Sério? Eu sei uma ótima maneira de você me obrigar... – o maroto sorriu. – Podíamos tomar banho juntos, o que acha?

-Está libertando o seu lado gay? Por mais que a minha alma seja de mulher, estou no seu corpo, esquece? – perguntou Susan, colocando as mãos na cintura.

-Eu não disse que era pra fazermos o que você estava pensando... – Sirius sorriu. – Mas então você chegou a pensar nessa possibilidade? – Susan corou ainda mais, fundindo-se com o uniforme de quadribol de Sirius, que estava atrás dela.

-Óbvio que não! – o rosto de Sirius estava vermelho vivo, e Susan viu seu reflexo no espelho, constatando o quanto Sirius ficava fofo corado. – Eu só tenho que pensar em todas as possibilidades que a sua mente pervertida possa cogitar.

-Sei, sei... – disse Sirius num tom irônico, passando a mão pelos cabelos de Susan e sentindo pedacinhos de burrito no topo de sua cabeça.

-Não me venha com ironias se tiver amor à vida! – berrou Susan, com a voz que lembrava um latido de Sirius.

-Quem aqui disse que isso foi ironia? – perguntou Sirius fingindo inocência, no que Susan o empurrou e passou por ele, bufando irritada. – Fala sério, Su. Por quê fingir que não gosta de mim? Eu sei que você sabe que eu sei tudo sobre você. Então porque você não diz pro alguém que é o alguém pra você que essa pessoa simplesmente é o alguém? – disse Sirius, numa frase cheia de pensamentos confusos típicos dele.

-Quem é alguém? – Susan meneou a cabeça, confusa. – Poupe-me das suas crises de identidade, Black. Não dá mesmo pra entender você.

-Muitas vezes você tem apenas que me aceitar amor, e não me entender. – Sirius disse, dando uma piscadela marota, no que Susan fez uma expressão de nojo. O maroto sorriu e inclinou a cabeça, roubando um beijo da morena, que interrompeu o beijo.

-Um beijo tem que ser recíproco Black, as duas pessoas têm que querer beijar, e não apenas uma! – enfureceu-se Susan.

-Não se preocupe, Su... – Sirius passou as mãos levemente pelos lábios, que estavam avermelhados pelo beijo. – Eu também queria te beijar.

-Stress faz mal pro coração, amor! – disse Sirius, entre risos, enquanto a garota fazia um gesto obsceno da porta e ele gargalhava ainda mais.

Ela jogou uma blusa verde e uma saia em cima da cama, junto com uma sandália que combinava com a blusa. Sirius ficou olhando pra roupa, atônito.

-Tome banho e vista isso! – ordenou Susan. Antes que o maroto pudesse contestar, ela bateu a porta com força, de modo que Sirius achou que o vidro da janela ia rachar (um pouco de exagero da parte dele). Ele pegou a roupa que ela tinha indicado, uma toalha, e foi em direção ao banheiro.

******

“Fala sério! Como as garotas conseguem se equilibrar em cima disso? É mais do que a capacidade humana permite! Sinceramente, tendo que obedecer às ordens da Susan, eu sinto que eu sou do verdadeiro sexo frágil.” Pensou Sirius, sentado no assento da bacia sanitária, usando a sandália que Susan tinha indicado, só que ela tinha um salto que bem parecia ter uns cinqüenta centímetros, e toda vez que Sirius se levantava e tentava andar, levava um tombo, de modo que a testa dele estava vermelha e latejava.

Ele apoiou uma das mãos no balcão do banheiro e a outra na parede. Prendeu a respiração e se levantou. Ele cambaleou e aparou a queda segurando-se na porta do banheiro e mantendo-se em pé.

Voltando para a posição inicial, ele deu um passo pra frente, sendo bem sucedido. Depois de um tempo, ele arriscou outro passo. Assim foi andando até encostar a mão na maçaneta.

Justamente na hora que Susan a abriu e fez Sirius cair, metendo a cabeça no chão, no que a morena prendeu o riso e se debruçou ao lado dele.

-Black? Tudo bem? – perguntou ela, enquanto Sirius gemia de dor.

-Tudo bem? Você me dá um salto desse tamanho, espera que eu me equilibre, vê que eu caí desse jeito e pergunta se tá tudo bem? – perguntou Sirius. Susan deu um sorrisinho. – E claro, sorri da minha desgraça.

-Não seja patético. – ela estendeu a mão para o maroto. – Eu te ajudo. – ele segurou a mão dela e se ergueu. Ela colocou uma das mãos dele sobre o seu ombro, e foi andando vagarosamente pelo corredor, passo a passo, ensinando-o, até que ele pegou o jeito.

-Até que não é assim tããão difícil... – disse Sirius, andando pela sala como se estivesse andando de patins. Na verdade, lembrava muito bambi quando começou a andar, trocando as pernas e andando de um jeito muito torto... Enfim, algo completamente traumatizante de assistir. Susan riu baixinho enquanto ele andava satisfeito consigo mesmo.

-Quem aí tá afim de jogar quadribol? – perguntou Tiago, descendo com Lily (Potter, eu não sei jogar! Nem as meninas! Você não entendeu? O que acha, Rachel?), Rachel (Você não entendeu? É o AMOS, ele é o cara, simplesmente MUITO lindo, com esse jeitinho displicente e intelectual... Ele é tudo, não acha? E ele vai passar as férias aqui por perto!) e Sarah (Ele é bonito, mas não se compara ao meu Remo, como vi constatar, ele também faz mal ao coração porque não conseguimos parar de pensar no quanto ele é perfeito...), Susan (Eu já comentei que vocês tão apaixonadas demais?) e Remo (Nem vem, futura Sra. Black!) e Sirius, assim como Susan, ouviu a conversa (Sra Black? Não sabia disso...).

-Não se iluda, Black... – Susan sorriu. – Se for assim, já tô pedindo o divórcio antes do casamento. E a separação de bens, eu fico com a sua moto e a sua casa, e você pode ficar com o Monstro e sua adorada família.

-Interesseira, não? – perguntou Sirius e todos riram.

-Sirius... – Tiago começou a ter um ataque arrasador de risos. - O que é isso? – perguntou ele, apontando para a roupa que o maroto usava. Sirius revirou os olhos.

-Uma roupa, nunca viu? – perguntou Sirius, impaciente.

-Claro. – começou Remo. – Onde estão suas companheiras de pirâmide humana? Você tá parecendo uma líder de torcida. – completou Remo e todos riram.

-Muito engraçado! Garanto que você não vai ficar com esse sorriso no rosto quando eu te vencer no quadribol! – disse Sirius, inflando o peito de orgulho.

Todos sorriram e seguiram para o campo, que ficava atrás da casa de Tiago e numa área escondida, para que os trouxas não pudessem ver. Quando eles pegavam as vassouras, Penny surgiu atrás e quis jogar também (as crianças dormiam).

O time ficou divido dessa forma: Tiago, Penny, Rachel, Remo, Pedro. No outro: Sirius, Susan, Lily, Sarah. Tiago e Sirius eram muito bons, Remo e Susan eram médios e Pedro, Lily, Sarah e Penny eram péssimos, então estavam razoavelmente equilibrados.

Tiago e Lily jogavam na posição de apanhadores; Sirius e Remo de goleiros; Rachel e Sarah de batedoras e o restante de artilheiros.

O jogo deu início quando Susan arremessou a goles com força em direção as balizas que Remo protegia, mas o monitor conseguiu defender, jogando a goles para o lado oposto do campo, nas mãos de Rachel, que vazaram e Sarah conseguiu a posse da goles, lançando-a para Susan, que marcou o primeiro ponto.

-Posso saber onde aprendeu a jogar, Su? – perguntou Sirius, sorrindo para a garota.

-Desde os meus seis anos eu fugia de casa e vinha pra cá, e eu e o Tiago jogávamos escondidos, enquanto a mãe dele achava que a gente tava brincando com o gato dele, no quarto. – respondeu Susan, sorridente.

-E vocês dizem que nós marotos somos maliciosos... – disse Sirius, e num momento de distração da parte do moreno, Pedro conseguiu fazer um ponto. – Seu rato idiota, eu tava distraído! – disse Sirius, embora sorrisse.

-Rato idiota é a mãe! – respondeu Pedro, sorrindo igualmente.

-Digamos que xingamentos contra a minha família não ofendem um Black ovelhabranca... – disse Sirius, jogando a goles para o lado oposto.

A goles acidentalmente foi parar perto de Lílian. Ela tentou desviar, mas não foi bem sucedida, recebendo a goles diretamente no braço. Penny riu como uma hiena na extremidade do campo. Fula da vida, Lily apanhou a goles e lançou com toda a força no rosto de Penny, que instantaneamente parou de sorrir.

Todos desceram das vassouras e foram socorrer a morena, que gemia no chão e tinha um sangramento no nariz. Ela xingou Lílian, no que a ruiva riu com desdém e todos levaram Penny pra dentro de casa, menos Tiago, que ficou para guardar as vassouras e as bolas utilizadas no jogo e Lily, que preferia comer vidro moído do que ajudar a prima de Tiago.

-Sua priminha parece estar bem mal... – disse Lily, sem conseguir esconder o divertimento no seu tom de voz. Tiago riu.

-Você tem várias tendências sádicas, Lílian Evans... – disse Tiago, no que ambos sorriram, no que Lily sentiu o coração saltar estranhamente no peito. Ela ajudou Tiago a guardar as vassouras e as bolas.

Lily fez uma cara meio confusa, afinal estava sem ter certeza sobre o que sentia por Tiago... Afinal, por quê seu coração dava pulinhos patéticos quando ele sorria?

(N/Sirius: eu-tô-cansado-de-repetir-isso-mas-a-autora-obriga. Lily violenta = Itálico. Pontitas em momento romantismo = negrito.)

Vi que ela estava com uma expressão triste... A mesma expressão que o almofadinhas faz quando quer convencer alguém, do tipo total de: eu-estou-sozinha-com-frio-e-fome-e-ninguém-me-ama... O que não era verdade, então eu respirei fundo... Que situação, as que eu me encontro!

-Eu não consigo te ver assim, infeliz. Por algum motivo que eu não sei. – era verdade, é estranho, mas é como se eu sentisse a dor dela em mim... O que significa isso? Palpite: loucura pura por estar com pimenta até no cérebro? - Não sei como posso te ajudar também, Lil. Eu não sei, de verdade. Bem que eu gostaria de saber... Eu sou um zero à esquerda nesses assuntos. Mas eu posso fazer uma coisa que talvez te alegre por um tempo. Você confia em mim?

-Como assim? – Lily olhou pra mim confusa, embora eu tivesse visto a sombra de um sorriso passar pelos lábios dela. Me animei com esse pensamento e estendi a mão pra ela.

-Confia em mim, Lílian Elizabeth Evans? – perguntei, no que ela sorriu pelo canto dos lábios e me deu a mão, no que eu a trouxe até mais perto de mim.

-Confio? Mas o que você vai fazer...? – perguntou ela, com o corpo rente ao meu, no que uma idéia louca veio à minha cabeça.

-Sem perguntas! Apenas confie! – insisti, segurando sua mão delicada e sentindo a animação mostrar-se pelas linhas do rosto dela. Comecei a correr e a obriguei a me imitar, segurando-a pela mão
.

-Dá pra esperar? – perguntei, rindo da situação. – Você é louco, Tiago Potter! – eu disse, continuando a seguir o ritmo dele.

-Eu nunca neguei isso! – disse ele virando o rosto pra mim, no que eu vi um sorriso brotar nos lábios dele... Meu estômago revirou quando ele sorriu pra mim. Frisson? Ou o burrito que eu comi no almoço?

Ele me conduziu até um armário e o abriu, remexendo tudo dentro dele, enquanto eu sentia a mão dele ainda perto da minha, e isso me fez corar mesmo eu sem saber o por quê o toque da mão dele provocava isso em mim.

-Espera aí, Tiago! – eu fiquei surpresa ao ouvir eu o chamando de Tiago. – O que você tá fazendo?

-Dá pra ter paciência, Elizabeth? – arrrgh! Eu odeio meu nome do meio, e percebi que ele riu histericamente por nada... Acho que ele perdeu o único neurônio que na estava afetado pela sua mente insana! – Pensei que você odiasse seu nome do meio.

-E odeio! – mas era incrível como quando o Tiago chamava meu nome com sua voz doce eu me senti feliz, embora ele me chamasse pelo meu nome do meio... Eu sou caso pra internação.

Tiago retirou duas vassouras do armário... Deu pra perceber que eram lançamento, e provavelmente caríssimas, o que não é um problema pros Potter. Ela estava reluzente e tinha o cabo lustrado.

-Hoje, esse campo é só nosso! Só temos uma regra. A única e a mais importante: só podemos nos divertir. – disse ele sorrindo.

Ele entregou uma pra mim a vassoura... Eu ordenei: sobe! Mas a vassoura não se mexeu.

-Tiago... Eu não quis dizer isso porque ia parecer muito constrangedor, mas quando eu subi na vassoura na hora do jogo a Susan gritou sobe e eu pulei em cima dela... Ou seja, não sei voar. – eu disse, corando levemente, no que ele riu. Riu! Como se a situação fosse engraçada e não mortificante
.

-Lil, olha, é fácil. Você tem que se concentrar... Afinal você não foi um completo desastre hoje! – a não ser quando ela não conseguiu frear a vassoura e quase meteu a cara no chão, mas eu impedi... Ou quando ela não conseguiu fugir da goles, que a atingiu no braço... Bem, isso era bem desanimador! E eu ia ser um péssimo estímulo se dissesse isso pra ela.

-Não, imagina! – ironizou ela, sorrindo fracamente... Eu alarguei o sorriso e lancei uma vassoura pra ela. – O que eu faço com isso?

-Tsk, tsk... Que tal voa? – arrisquei, no que ela armou minha cova com o olhar e deu um leve tapa na minha cabeça. Eu ri feito um drogado/maníaco.

-Só uma coisa, esperto: eu não sei voar! Não sem uma pessoa me ajudar, e eu não vou te dar esse gostinho. – ela colocou as mãos na cintura... Ela não sabe o quanto fica linda quando faz isso.

-Vamos lá, resgate a vassoura interior que há em você! – eu disse, no que ela riu... – Minha namorada tem que saber voar querida, faz parte do currículo. – ela arqueou uma sobrancelha, no que eu ri. – Brincadeira, bobinha!

-Sobe! – gritou ela, sem sucesso... Eu me aproximei e gritei: sobe! A vassoura voou segura pra minha mão, no que eu olhei pra ela. – Aprendeu?

-Não precisa humilhar. Será que você podia me ajudar? – perguntou ela, cruzando os braços enquanto sua saia subia levemente com o vento e seus lábios estavam vermelhos de frio, no que eu dei minha jaqueta pra ela vestir. Eu ofereci minha mão, no que ela segurou. – Vamos dividir a vassoura. Vem. – ela hesitou por um momento, mas eu fiz bico, no que ela sorriu e subiu na vassoura.

-Preparada para voar com o melhor jogador de quadribol que o mundo já viu? – perguntei, no que ela revirou os olhos e eu ri ainda mais.


-Quanto ao melhor não sei, mas com certeza o mais convencido! – murmurei, no que ouvi ele gargalhar. Eu nunca fui muito chegada ao quadribol, mas talvez a excitação de ver como ela flutuar sem limites ou o perfume inebriante que vinha da jaqueta dele me fizeram me sentir uma boba, louca pra voar, como uma criança!

-1, 2, 3... JÁ! – berrou Tiago, engatando com a vassoura, no que eu senti o estômago dar acrobacias dentro de mim... Não sei se foi pelo fato de estarmos voando em alta velocidade ou por eu estar abraçada com ele para não cair da vassoura. Ou os dois.

Passou uma ventania e a vassoura virou. Mas eu me senti completamente segurada, abraçada com o Tiago, sabia que eu não ia cair... Senti muito frio quando alcançamos uma nuvem e ficamos encharcados... Vi os lábios de Tiago tremerem de frio, e eu tirei a jaqueta e coloquei sobre o corpo dele.

-Não, Lily! – ele negou, gritando, graças ao zunido nos nossos ouvidos. – Pode ficar! – ele insistiu, mas eu ia me sentir uma desalmada se concordasse, ele estava fazendo tudo isso só pra me animar.

-Dividimos! – sugeri, colocando um braço em uma das mangas e ele fez o mesmo com a outra manga, no que nos dois rimos... A vassoura virou de novo. Eu não senti nem um pouco de medo. Nem uma pontinha. Pelo contrário, me senti feliz com o vento no rosto e ouvindo as gargalhadas do Tiago.

Eu olhei pra baixo e não vi o mínimo sinal da casa de Tiago, indicando o quão alto estávamos. O Tiago começou a remexer a vassoura para os lados, no que eu não pude evitar rir
.

Senti ela gargalhar próxima ao meu ouvido... Então mergulhei com a vassoura a toda velocidade, em direção ao chão, e senti o pomo de adão pular de um lado pro outro, enquanto ela me abraçava com mais força e o frio ia passando... Talvez pelo arrepio de tê-la perto a mim.

Aterrissamos delicadamente no chão, e caímos na grama gargalhando feito bêbados. Senti os nossos lábios se aproximarem quando eu a encarei e aqueles olhos verdes perfuraram meu corpo.

Um balaço saiu do caixote e me obrigou a mudar a posição, ficando com o corpo sobre o de Lily, literalmente, enquanto nós ríamos ainda mais e nem percebíamos a posição que estávamos.

-E aí, se divertiu? – perguntei, cego pelas lágrimas de riso, enquanto a minha jaqueta rasgou ao meio.

-Claro! Sair voando por aí na companhia de um louco que bem podia ter me matado com um balaço assassino não é algo que se faça todo dia! – disse ela, no que continuamos a rir.

-Eu nunca tinha tido um vôo tão bom! – não pude evitar dizer. Porque era verdade. Ela me encarou cheia de adoração e com um sorriso doce, seu rosto corado.

Não pude evitar segurar o rosto dela com uma de minhas mãos e vi ela sorrir pra mim, segurando minha gravata e me obrigando a aproximar o rosto dela. Ela colocou a mão nos meus cabelos e os arrepiou ainda mais. Eu segurei a cintura dela por baixo da blusa, roçando minha mão na grama, e ergui o corpo dela até ficar rente ao meu e aproximei meus lábios, iniciando um beijo.

Começou tímido, mas depois eu coloquei minhas mãos por volta do corpo dela e as deixei agir livremente, enquanto minha língua abria passagem nos lábios rubros dela... Senti um arrepio atravessar meu corpo
.

Senti o prazer dos beijos daquele moreno percorrer todo o meu corpo. Minha mão começou a tirar o casaco que eu usava (além da jaqueta, eu sou excessivamente friorenta, quando estamos no inverno londrino é terrível pra mim). Concentração Lílian. Por quê se ele se oferecesse pra tirar pra mim seria o fim. Meu casaco jazeu do nosso lado e eu o beijei novamente, sentindo ele sorrir enquanto me beijava.

A vassoura caiu do nosso lado, mas não nos viramos. Estávamos entregues demais para fazermos qualquer movimento. Vi que ele segurou minha mão e sorriu pra mim. Quando ele me deu mais um beijo, me senti ainda mais confusa... Depois de que nós (finalmente) nos levantamos, eu encarei os olhos dele... Tinha algo neles, como se fossem esverdeados demais, e eu corei ao encara-los. Ele segurou minha mão e rumamos para dentro da casa.

Estou começando a gostar de voar
.

******

Noite.

-Vai Susan! Você não vai ficar chateada por causa do Black né? – perguntou Sarah, no que a amiga deu em ombros em resposta. – Eu tenho umas coisas pra te animar. – disse Sarah, tirando umas revistas de sua bolsa. – Hum... São perguntas e respostas. O que uma mulher deve fazer enquanto seu marido corre em zigue-zague no jardim? – perguntou Sarah, um pouco confusa.

-Continuar a atirar. – respondeu Susan instantaneamente, no que as meninas riram. – É a mais pura verdade, garotas.

-Mas sabe, eu tô começando a concordar com a Susan, e não é por causa de revista nenhuma. – disse Rachel, afastando a revista de si. – Parece que não existe um homem que preste, pelo menos na minha vida. Além do mais, por quê as casadas são mais gordas do que as solteiras?

-Porque a solteira chega em casa, vê o que tem na geladeira e vai pra cama, a casada vê o que tem na cama e vai pra geladeira. – respondeu Susan, arrancando mais risos das meninas.

-Su! Pára de palhaçada, eu tô falando sério... Poxa, eu não consigo ninguém que eu realmente goste! – disse Rachel, angustiada. – Garotos, sabe, sexo masculino, cromossomo Y! – Rachel fez uma feição chorosa. – E agora eu tô com o corpo do Pedro, nada pode ser mais deprimente, porque eu finalmente tenho uma chance com o Amos, vocês sabem que eu sou afim dele!

-Não conte os ovos que as galinhas não colocaram... – disse Susan. – Você sabe que o Amos dá umas olhadas secantes em você.

-Pouca adianta! É a ameba em coma do Rabicho que tá com meu corpo, lembra? – perguntou Rachel.

Enquanto Rachel continuava com suas confissões amorosas, Lily entrou no quarto e todas as meninas a olharam como se ela fosse a novidade do milênio.

-Lily, tenho que admitir, esse foi o cruzado de esquerda mais perfeito que eu já vi alguém fazer. – disse Sarah. Lily riu.

-Eu me esforço. – disse Lily piscando o olho marotamente. – Mas eu vi que o dia não foi perdido pra você, Susan. Eu senti o clima “pós-agarramento com Black”.

-E eu não senti nenhum clima de “tensão pós-incidente com Lily” da parte do Tiago, o que indica que o tempo que vocês simplesmente desapareceram enquanto a Penny sangrava feito louca, vocês divertiram bastante. – Susan sorriu.

-Hey! – Lily corou fracamente. – É o seu momento com o Black que está sendo avaliado aqui e não o meu com o Potter! Além do mais, eu não quero sair com ninguém agora.– argumentou Lily.

-Lily, você ia fazer um sucesso... Num convento.Então você teve um momento com o Potter? – perguntou Rachel, sentindo o peito explodir de excitação. Lily corou ainda mais.

-Vocês enchem, estão sabendo? – perguntou Lily, jogando almofadas nas meninas. – Isso é tão estranho... – disse Lily, observando a aparência das meninas, sentadas na cama. – Parece que eu estou pedindo conselhos pros melhores amigos do Potter.

-Você ainda não começou a pedir conselhos, mas estamos todas a ouvidos. – disse Sarah, no que as meninas sorriram.

-Primeiramente... O momento Susan X Sirius. – sugeriu Lily, no que as meninas concordaram e Susan revirou os olhos. – Pode ir contando, Su.

-Não foi nada demais, se vocês querem saber...

-Queremos. – confirmou Rachel, sorrindo.

-Ótimo. –concordou Susan, embora ela não estivesse achando nada ótimo. – Eu estava muito feliz com o meu desempenho de quadribol, quando o idiota do Black resolveu se amostrar e foi descer em queda livre da vassoura, de modo que ele não conseguiu evitar a colisão com o chão bem no lugar que eu estava. Eu fiquei irritada, lógico, e ele meramente gargalhou aquele riso estranho dele. Ele ficou todo: “E aí, já viu um pouso melhor?” No que eu fiquei tipo: “Black, até a Lucy faz melhor!” e ele respondeu todo: “Ah, mas ela não está aqui, então vai ter que se contentar comigo, né?” passando a mão pelo meu cabelo (que ele possui no presente momento, por isso não reclamei) e eu bufei, mas ele me puxou e começou a roçar os lábios dele na minha bochecha, assim, como se isso me agradasse imensamente! Ele ficou todo: “Eu bem que queria te beijar, mas prometi a uma certa morena que não o faria, mas não prometi nada sobre provocar...”.

-E você sabe muito bem que gostou. – disseram as meninas em uníssono.

-Eu, gostar? Tô sem palavras agora! Eu não ficaria menos surpresa se vocês falassem que estavam pensando em raspar a cabeça e se unirem aos Hare Krishna! Eu, gostando dos beijos do Black? Vocês tão chapadas? – perguntou Susan, com o rosto um pouco corado.

-Assim eu posso ter certeza de que antes de morrer eu vi Sirius Black corar por uma pergunto relacionada à sua vida amorosa. – disse Sarah e as meninas riram.

-Vocês são patéticas. – disse Susan, revirando os olhos. – Eu não estou gostando dele, tá? – a maçaneta girou e alguém entrou sorrateiramente no quarto. – Eu não gosto de Sirius Black.

-Falando sobre mim, Su? – perguntou Sirius, sorrindo triunfante na porta do quarto. Susan nunca sentiu tanto ódio em encarar sua própria face.

-Estávamos falando em você Black, e não sobre você. – argumentou Susan, bufando contrariada.

-Não vi muita diferença, e olhe que eu tenho habilidade em captar trocadilhos. – disse Sirius.

-E também tem cérebro de orangotango! – as meninas riram com o comentário de Susan. – Mas essa conversa é entre garotas e por mais que você tenha aparência de uma, não nasceu desse sexo.

-Mas vocês tocaram no meu nome, o que automaticamente me envolve na conversa. – insistiu Sirius, sentando-se ao lado de Susan, no que ela murmurou um audível: “Folgado!”.

-Entenda Black! Você não vai participar dessa conversa porque eu não gosto de conversar com você, não quero que você ouça as coisas que eu falo com as minhas amigas e só pra esclarecer, eu toquei no seu nome por uma mera casualidade, porque eu não perco meu tempo falando sobre você. – disse Susan.

-Entenda, Su! Você diz que não gosta de conversar comigo, porque sei que prefere fazer outras coisas. – ele sorriu marotamente. – Eu não estava ouvindo a conversa de vocês, apenas entrei no quarto que não tem uma placa na frente avisando: NÃO ENTRE, PERIGO DE VIDA, então eu apenas entrei e vi que vocês estavam conversando e tocando no meu nome, então estavam mesmo sem perceber falando sim sobre mim, e se vocês tocaram no meu amado nome essa conversa me inclui e deixa de ser entre garotas. – disse Sirius e Susan abriu e fechou a boca várias vezes.

-Essa conversa já se acabou, assim como a minha paciência com VOCÊ! – disse Susan, na verdade berrou, saindo furiosa do quarto.

-Fala sério Sirius, você torra a paciência de qualquer um! Coitada da minha amiga! – disse Lily, sorrindo fracamente e Sirius riu. – Esse é com certeza um de seus defeitos.

-Defeitos? Bem, eu não os vejo, já que sou perfeito... Se bem que a Susan já encontrou alguns pra mim. – disse Sirius e as meninas riram. – Já quanto a virtudes, posso dizer que sou o garoto mais popular, lindo, gostoso, maravilhoso, esperto, tudo de bom, atleta, doce, fiel, humilde, defensor dos pobres amigos que andam ao meu lado, engraçado, bonito, meigo, sedutor, atraente, amigo, criativo, honesto, gentil, amável, corajoso, ativo, educado, inteligente, simpático, leal, extrovertido, brincalhão, natural, agradável, nobre, sábio, veloz, perfeito, mais do que perfeito e possuo qualidades intermináveis, inclusive no quadribol. Só falta a Susan perceber isso... – disse Sirius e todos riram.

-Quanto a suas habilidades no quadribol, seu pouso fabuloso já chegou aos nossos ouvidos... – disse Sarah e Sirius fez uma careta.

-É invenção da Susan. – o maroto assegurou. – Mas enfim Lilyzinha, eu vim mesmo te chamar... Será que você podia vir comigo aqui um minuto? – pediu ele.

-Posso saber por quê? – a ruiva ergueu uma sobrancelha. – Não quero que você me use pra fazer ciúmes pra uma certa garota, Sr. Black. – disse Lily, sorrindo.

-Claro que não Lilyzinha... Agora eu tenho uma crítica ao seu futuro... Como você quer que eu acredite que você vai trabalhar no St. Mungus salvando vidas se quase acabou com uma hoje, com aquela goles? – perguntou Sirius, num tom falsamente sério.

-Ela mereceu. – respondeu Lily, no que Sirius sorriu e ofereceu o braço pra ela segurar, no que ela segurou e os dois rumaram para fora do quarto.


******

-Lilyzinha. Tem uma pessoa aí dentro querendo falar com você... – Sirius sorriu. – Acho que seria produtivo se você entrasse.

A garota encarou Sirius, no que ele deu um sorriso em aprovação e fingiu que estava fechando a boca com fecho ecler. A ruiva deu um sorrisinho e entrou na cozinha.

Um cheiro bom invadiu as narinas de Lily, que indicou que era macarrão. Ela entrou, guiando-se pelo cheiro, e encontrou um Tiago sorridente, mostrando uma mesa que parecia ter sido fotografada por uma revista, e ele puxou a cadeira para que Lily pudesse sentar-se.

Achei que como desculpa por ter xingado o seu prato hoje... – Lily prendeu o riso. – Eu resolvi fazer meus experimentos na cozinha e te fazer de cobaia. Mas pode ficar tranqüila, pode xingar à vontade que eu juro que não vou atirar macarrão na sua cabeça. – eu disse, no que Lily riu. – Sinceramente, agora que eu vejo o quanto cozinhar dá trabalho eu acho que vou arrumar umas desculpas pra almoçar a sua comida mais vezes.

-Nossa, você gostou tanto assim da minha comida? – ironizou Lily, servindo-se de uma pequena quantidade de macarrão.

-Comparada a minha, é maravilhosa. – comentei, e vi minha ruiva colocar as mãos na cintura. Linda, mesmo quando fica impaciente ou raivosa.

-Assim você me magoa, Tiago...

-Se eu magôo você, quer dizer que a minha comida está muito ruim, né? – perguntei, servindo-me do meu próprio macarrão.

-Não tire palavras da minha boca. – disse Lily. Não são bem palavras que eu quero tirar da sua boca, ruiva.

E não poderia perder a oportunidade de observá-la, é claro. Seus cabelos ruivos caíam graciosamente sobre os ombros. Eles brilhavam de uma maneira que não me permitia lhes tirar os olhos. E ela vestia uma blusa verde simples, de alça, e uma saia jeans um pouco acima do joelho. Mil e um pensamentos e desejos passavam pela minha cabeça. Não sabia quanto tempo agüentaria ficar ali, apenas observando, apenas martelando na minha cabeça sobre o que eu devia fazer para que ela entendesse que eu a amava, a amava mais que tudo... Não só a amava, como também a desejava com todas as minhas forças. Não eram apenas desejos, eu precisava, simplesmente precisava, nem que fosse de um beijo seu.

-Tiago? – ela chamou docemente, no que senti um arrepio percorrer o corpo... Merlin, me ajude.

-Senhora? – respondi, sorridente. Ela riu. Riu pra mim. Ela não sabia o quanto ficava linda desse jeito.

-Alguma coisa aconteceu? – ela perguntou, sentando-se ao meu lado. – Você está muito pensativo, e admita que o fato de você pensar demais chega a ser perigoso. – eu ri.

-Não é nada. – como eu poderia explicar o que era? Que eu estou ficando louco por ela? Hum, se liga, eu acho que ela já sabe disso.

-E se eu disser que eu não acredito? – ela cruzou os braços.

-E se eu disser que não me importo? – retruquei, sem poder evitar sorrir.

-Chato.

-Bobinha. – eu sorri. – Não é nada Lil. Sério.


Não sei... Talvez pelo jeito que ele me olhava, eu achei que ele me escondia algo. Senti um aperto no coração. Acho que eu estou perto de ter um enfarte. E tenho bons motivos para isso.

10 – Eu sou canhota. Os canhotos morrem de dez a quinze anos antes dos destros. Isso porque tudo no mundo é feito pros destros, enquanto eu tenho que escrever alguma coisa num caderno espiral, com aquele arame todo espetando meu braço.

9 – Eu sou ruiva. As ruivas têm 85% de chance de desenvolver um câncer de pele fatal do que qualquer outra pessoa na Terra.

8 – Eu tenho uma irmã que me amola. Os filhos únicos são muito mais felizes, pelo menos os que não têm uma irmã porre feito a minha pra dividir tudo, até roupas. Fala sério.

7 – Eu tenho um sério complexo de estudo e acabo sem me divertir muito. Garanto que as pessoas que vivem saindo tem uma vida muito mais divertida e muito menos chances de terem uma depressão.

6 – Eu moro em área urbana. As pessoas que moram no interior têm mais chances de ter uma vida mais longa, já que onde moram existem menos substâncias cancerígenas e menos violência.

5 – Eu não como verdura. Quase nenhuma. Sabe o grupo de pessoas que vivem mais? Os vegetarianos, coisa que eu não sou nem se nascer de novo.

4 – Eu sou incompreendida. Até por mim mesma e não tem como resolver isso, porque quando minha mãe pagou uma psicóloga, não ficou feliz com a conta tamanho família que ela enviou lá pra casa.

3 – Eu sou bruxa. Hum, que tal, feitiços e ferimentos incomuns, bruxos do lado negro e afins? Isso sim é perigo, fala sério.

2 – Estou convivendo com um gato. Eu tenho alergia a gatos. Não precisa ser muito esperto pra perceber isso.

1 – Eu estou bem na frente de um Tiago completamente fofo, com essa camisa engomadinha e esses cabelos despenteados, ainda mais com esses olhos esverdeados que estão numa tristeza de partir o coração. Pior, eu estou sentindo pena de Tiago Potter e estou achando ele FOFO. Em pensar que eu já pensei em fundar um movimento “eu odeio Tiago Potter”. Seria completamente auto-explicativo, cada um com seus motivos.

Acho que tenho dois segundos de vida.

Eu tô dramática demais, com a síndrome de Sirius Black... Você é uma daquelas pessoas um pouco tímida, mas que arruma uma coragem do além para encarar as situações mais estranhas e constrangedoras?
Você já fez coisas inusitadas, pedidos inesperados (deu a cara a tapa) para resolver uma situação e sair de vez daquele banho maria? Você tem uma espontaneidade inigualável e quando surge um problema, ou qualquer situação mais complicada, fica falando sobre isso com todos a sua volta, inclusive com pessoas com quem você nunca falou antes, pedindo opinião sobre o assunto?

Pois é pessoal... São alguns dos sintomas da síndrome de Sirius Black.

Várias pessoas têm, inclusive eu aqui.

Vi que Merlin não ia desistir da minha vida nem tão cedo, então me vi sorrindo para o Tiago. A conversa começou natural entre nós, até que chegamos no quesito Ranhoso
.

-Sério, Potter! Essa suas brigas com o sebo, com o Snape, vão acabar com o que? A morte de um dos dois? Isso é loucura! – argumentou minha ruiva... Por quê ela tem que defender ele sempre?

-Ah, sério? E o que você acha do seboso? – perguntei, erguendo uma sobrancelha.

-Ahn... Uma pessoa com problemas psicológicos e distúrbios mentais? – perguntou ela. – E isso só acontece com ele por causa das provocações e azarações que você e os seus amiguinhos lançam nele!

-Chega tá? Eu tô cansado do nariz de gancho ser o alvo das nossas brigas. – eu disse, o que era bem verdade. Por essas e outras que eu odeio aquele narigudo cofante de cabelos oleosos.

-Quem ouve pensa que você está com ciúmes. – disse Lily, brincando. Ela remexeu o macarrão e comeu um pouco.

-Quem disse que eu não estou? – perguntei, sorrindo e cruzando os braços.

-Não se preocupe, eu o divido com você. – ela deu uma piscadela marota, servindo-se de suco. Ela não sabe o quanto me provoca assim.

-Quem disse que é dele que eu estou com ciúmes? – perguntei, no que vi ela corar. Uma música tocou baixinho da casa do vizinho.


Imagine se um dia eu não acordar
Quem vai puxar assunto com você?
Quem vai mentir que você é legal?


Vi ela sorrir para mim ao tocar os primeiros acordes da música. Pelo menos a música cortou o silêncio que estava entre nós. Não era um silêncio constrangedor, mas ainda assim um silêncio.

Ela bebeu o suco, olhando-me profundamente e me prendendo naqueles orbes verdes... Ela colocou as mãos em cima da mesa.

Agarre.

Eu devia agarrar... Mas parecia tão difícil! Era como se a mão dela tivesse espinhos que me impedissem de segura-la. Tentei puxar assunto.

De repente, o papo voltou. Fiquei sabendo que quando ela era criança, tinha jogado todo o dinheiro da Petúnia no vaso sanitário, por vingança depois dela ter a chamado de anormal. Eu contei uma das minhas aventuras quando criança (eu, completamente idiota, no dia do amigo acompanhando a Lucy na escola trouxa que ela estudava antes de entrar pra Hogwarts).

Ela riu por minutos do meu dia traumatizante, no que eu fui obrigado a rir também... Imagina? Eu + uma Lucy pirralha e ainda mais pentelha do que é ultimamente? Uma tortura, porém hoje em dia alvo de muitas risadas. Imagine que ela era uma menina gorda que era obcecada por sapos de chocolate, que por acaso davam dor de barriga nela, e ela comeu exageradamente no dia do amigo, ou seja, ela passou a metade do dia do amigo sentada numa privada do banheiro feminino. Diziam que ela passava tanto tempo na privada e estava tão acostumada a isso que durante o ano letivo ela fazia suas lições de casa sentada no vaso. Além do mais, ela era uma nojenta, aposto que no meio daqueles dentes tinha peru do Natal retrasado em estado de decomposição, já acumulando mofo na boca dela!


Imagine se um dia eu morrer
Você iria se arrepender
De não ter dito tudo que eu perguntava
E eu vou morrer sem nunca saber
Se você, no fundo, me amava.


Sério, aquela música não tava me ajudando a eu controlar os meus hormônios. Nem um pouco. Minha mente insana me permitiu cogitar a imagem do Tiago tocando-a para mim e cantando... Bem que podia ser outra música, né? Tipo balão mágico? Mas não!

Eu quase chorei de rir das minhas bobeiras, mas o que eu tenho a dizer é que eu pensando nisso tudo também quase fiquei com lágrima nos olhos, mas eu não sei se foi por: a)O dia estar surpreendente; b)A música ser linda; c) eu estar completamente confusa;d) eu amar Alladin e estar sentindo falta da minha fita; e)eu estar com muito sono; f) os olhos do Tiago estarem lindos; g)eu ser chorona; h)tudo isso junto- Eu estar completamente alheia a qualquer tipo de música da atualidade, sabe qual foi a última música que eu ouvi? “Under the see” da pequena sereia! Nos meus quatro anos, provavelmente! Absolutamente nada haver!

-Lil, eu... – ele começou a falar, mas pareceu perder a fala. Eu virei minha atenção pra ele, deixando de remexer a comida, que, diga-se de passagem, estava ótima, eu não deveria subjugar os dotes culinários do Tiago.


Você choraria?
Se lamentaria?
Será que algum dia eu vou saber?


Ela sorriu, e me puxou para um abraço. Eu a abracei delicadamente, envolvendo-a em meus braços. Preciso dizer que aproveitei cada segundo em que sua cabeça repousava sobre meu peito? Deixei minhas mãos acariciarem os seus cabelos, e ficamos assim por um tempo. Depois desci minha mão até a sua cintura e a abracei um pouco mais forte. O que eu iria dizer? Que não agüentava mais o desejo de tê-la só para mim? Aproximei-me dela, colocando minhas mãos entre seus cabelos. Ela continuava a me olhar penetrantemente, sem se abalar com nossa proximidade. Talvez essa fosse a chance, a única chance que eu teria de contar tudo para ela. Fui aproximando lentamente meu rosto, minhas mãos descendo de seus cabelos até sua cintura. Eu não sabia se ela desejava que eu a beijasse, sua expressão era indecifrável, como, na verdade, tudo naquela ruiva.

E então sua expressão mudou de repente para uma feição de quem entendia o que se passava. O problema é que eu não sabia se era uma de quem compreendia e queria evitar, ou de quem compreendia e queria que eu continuasse a fazer o que pretendia. Eu deveria arriscar? Arriscar fazer o que eu queria e perder sua amizade?

Eu não queria isso, nem de longe. Afinal, podia destruir a pequena linha de amizade que temos. E isso era a última coisa que eu desejava
.

Mas eu também me arrependeria
Pois pra ti eu nunca me declarei
E agora também eu nem poderia
Declarar-me e eu nunca mais poderei


Senti que a Godofreda devia estar dançando tango na minha cabeça, entretida com um bloquinho e inventando como eu ia me casar com o Tiago, onde, a roupa das daminhas, quantos filhos eu ia ter, o sexo e o nome deles. E ela ia ser bem má comigo. Afinal, quando ela não é má? Ela passou por algum tipo de conversão religiosa e eu não tô sabendo? Acho que não.

Quando ele colocou uma de suas mãos no seu rosto, senti que as minhas células nervosas tinham parado de funcionar e meu corpo deu pane.

Eu coloquei uma de minhas mãos na nuca dele. Ele tava tão lindo com essa roupinha estilo Beatles (uma banda trouxa que eu sou alucinada)! Senti que ele estava gelado. Eu sorri e vi que ele retribuiu.


E isso faz com que eu me sinta mal
Embora nem se passe na sua cabeça
Que tudo que eu quero é ter você
Mas não creio que isso um dia aconteça


E ela ainda falou pra mim que não sentia nada por mim! Bela verdade! Mas... Acho que ela não mentiria pra mim, mentiria? Afinal, eu convido ela pra sair desde sempre (se bem que hoje não convidei com medo da reação dela). Será que hoje ela aceitaria? Droga! Tem como eu voltar no tempo? Não? Então acho melhor eu cometer suicídio.

Vi ela bocejar, morta de sono. Mas pensando bem... Morta? Acho que ela não está nem perto disso. Eu devo ter a olhada de um jeito muito malicioso, porque ela sorriu e mandou:

-Do jeito que você está me olhando coisas, é capaz de me agarrar no meio da noite. – eu sorri... Não é que ela adivinhou?

-Já falei que não sou nenhum maníaco? – perguntei, sorrindo e apoiando o cotovelo na mesa, no que puxei a toalha levemente e Lily tomou um susto, achando que eu podia ataca-la ali mesmo... Ri ao ver a expressão dela.

-Já... – ela escondeu discretamente o rosto atrás do prato de macarrão. – Mas bem que parece.

-Você acha então que eu posso te agarrar... – eu me inclinei para perto dela, tirando o prendedor de cabelos que ela usava, jogando na mesa num gesto rápido e, logo depois segurando seus braços na cadeira. - Assim do nada. – mas perto, no que Lílian se encostou ao máximo na cadeira, sem respirar direito, praticamente deitando-se.– Te beijar no meio da noite... – eu tornei a me aproximar num sorriso maroto, Lílian, a esse ponto, podia sentir o meu hálito quente.-... E fazer algo mais? – eu cheguei mais perto ainda, no que Lílian fechou os olhos e sentiu que ficamos encostados nariz a nariz.


Será que algum dia a gente poderia?
Por que eu não posso ser feliz?
Vai ver é porque eu não deva
Ter você pra mim
Pode deixar assim .


-Não nego que pensei nisso... – me levantei da cadeira sorrindo marotamente. – Mas espero que você se comporte direitinho. – Eu sou muito nova pra ir parar na cadeia, ainda não quero virar homicida.

-Eu sempre me comporto, Lil. – ele passou as mãos pelos cabelos, sorrindo. Eu revirei os olhos incrédula. Eu não pude evitar me aproximar...

... E quando meus dedos tocaram a garganta dele, eu os deslizei até a nuca de Tiago e o puxei para um beijo.


Pode deixar assim
Imagine se um dia eu não acordar
Quem vai puxar assunto com você?
Quem vai mentir que você é legal?
Imagine se um dia eu morrer
Se algum dia eu não acordar...


Tiago correspondeu o beijo da ruiva com fervor. Quando os dois terminaram o beijo, o rosto de Tiago revelou um sorriso malicioso.

-Olha que desse jeito quem vai me agarrar vai ser você. – disse Tiago, no que os dois riram.

-Você é mesmo um tarado. – Lily disse, reprimindo-o com o olhar. – Nem pense que você vai ficar fazendo suas observações quanto a minha camisola, Potter... Eu não sou objeto de exposição. – ela enfiou uma boa quantidade de macarrão nos lábios de Tiago. – E nem uma pervertida... Embora às vezes eu abra exceções quanto a esse último quesito.

Tiago abriu a boca e sentiu o queixo bater no chão com a revelação da ruiva.

-Você me persegue pela minha casa com um instinto assassino. – Tiago começou a enumerar nos dedos. – Quase mata a minha prima, me obriga a pegar vassouras do meu pai clandestinamente, joga o dinheiro da irmã na privada e quer me matar com suas tentativas de me seduzir, que são bem sucedidas. – Lily riu. – Tem algo que eu não saiba mais sobre você, Lily?

-Vamos dormir Potter... Antes que eu me prove mais assassina do que você possa imaginar. – disse Lily com um brilho maníaco no olhar, no que os dois rumaram pro quarto.

-Sei, dormir... – o maroto riu. – Mas fique tranqüila... Eu não vou deixar você virar homicida. – disse ele, e com uma piscadela marota ambos entraram no quarto. – Mas um dia você vai abrir uma exceção pra mim? – perguntou ele, no que a ruiva riu e assentiu levemente. – Isso é uma promessa?

-Considere como um delírio de uma sonâmbula... – disse Lily, bocejando e enchendo os olhos de lágrimas com isso.

Depois dessa conversa super empolgante (ironia) os dois se deitaram e em segundos, Tiago já estava ressonando como uma moto-serra.

*****

N/A: e ai? comentem! =*

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