Introdução



Farripas de cabelo negro tremiam diante dos seus olhos. Em cima da sua cabeça o céu tenebroso, de um tom cinzento ameaçador, rugia furioso como se desejasse libertar sobre ele toda a sua violência. A chuva caía, a princípio pequenas gotas, para mais tarde serem substituídas por balas gordas que caíam pesadamente no chão alagando a terra já húmida.

Harry apertou a varinha na mão, sentindo-se mais confiante à medida que as vibrações quentes se entrelaçavam pelas suas mãos. Não sabia onde estava, tudo à sua volta parecia uma imensa planície deserta e inundada pela escuridão e chuva, mas sabia que não estava sozinho, sentia no mais profundo sentimento de intuição que mais alguém o acompanhava, oculto na penumbra.

- Quem está aí? – perguntou sentindo que a voz lhe arranhava a garganta e lhe saía fraca e nervosa.

A principio pensou que não obteria resposta, apenas os trovões ecoavam no silêncio… mas foi então que ela veio… ligeira e fria, aguda e gelada como os risos de quem ri sem emoção, sem dor e sem sentimento. Uma gargalhada forte, quase sarcástica, do mais puro veneno que se embrenhou sem seu redor e o fez recuar um passo.

- O que foi, Harry Potter? Estás com medo?!

[I]Medo… medo… medooo… [/I]

Harry abriu os olhos. A luz da manhã penetrava pela cortina do quarto de motel. A planície desaparecera, bem como qualquer resto da trovoada demoníaca, no entanto a gargalhada fria ainda ecoava nos seus ouvidos, e a sua testa ardia como se nela estivessem cravadas mil agulhas em brasa. Sentira-o… sentira-o perto… ele procurava-o… ele perseguia-o na realidade e em sonhos, como se querendo apoderar-se de tudo o que lhe pertencia. Mas não iria conseguir… Harry destroi-lo-ía antes que ele se apoderasse da sua sanidade!

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