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Mais uma vez a reunião estava calma, tranqüila e sem muitas coisas caindo pelo chão. Tonks e Lupin estavam fora novamente em uma missão no mesmo bairro trouxa de Londres.

Quando eles chegaram à sede da Ordem, pois precisavam fazer os relatórios da missão, eles encontraram com Molly, Arthur e Sirius conversando na cozinha. Eles já haviam jantado e estavam apenas esperando pelos dois.

Novamente Tonks parecia aborrecida e Lupin se encontrava de muito bom humor.

- O que aconteceu dessa vez querida! – Molly perguntou carinhosamente ao ver o estado de Tonks entrando na cozinha.

- Esses homens trouxas... – ela dizia nervosa

- Não me diga que você encontrou com o mesmo rapaz de ontem! – Arthur perguntava com curiosidade.

- Não foi o mesmo. Mas o que há de errado com esse povo! Por que eles têm que ficar me cantando! – ela gesticulava enquanto falava agitada.

- É priminha, pelo jeito você anda fazendo muito sucesso! – Sirius adorava brincar com ela.

- Você não era assim nos seus vinte e poucos anos, era! – ao ouvir a pergunta de Tonks, Lupin não resistiu e começou a rir.

- Você não conhece o Sirius. Ele definitivamente não era assim. – Lupin tentava dizer em meio às gargalhadas – Ele não dava tempo para a garota responder não!

- Não era bem assim Remo.

- Quantos tapas você levou por beijar as garotas Sirius! Sem falar nas garotas que te lançavam algum feitiço.

- Sirius! – Molly estava indignada. Ela aproveitou para ir arrumar o jantar dos dois. O restante dos ouvintes apenas ria.

- Mas então Tonks... – Sirius tentava voltar novamente o assunto para os acontecimentos da noite - ...você foi assediada novamente no trem!

- Esse maldito transporte trouxa.

- Vocês pegaram o mesmo trem de ontem!

- Não, a Tonks não quis arriscar encontrar com o mesmo sujeito de ontem, então nós pegamos outro trem, um pouco mais tarde.

- Mas não adiantou nada. Acho que esses trouxas ficam revezando, cada um em um trem. – Tonks bufava de raiva – Ainda bem que acabou. Hoje foi o último dia. Não mais! Chega de ficar em missão por aquele lado.

- Haaa Tonks, estava divertido. E esse rapaz era mais interessante do que o de ontem! – Lupin falava animadamente.

- Ele realmente era mais bonito do que o de ontem, e mais interessante também, mas fala sério, né! Quem merece ficar ouvindo isso no trem!

- E o Remo não fez nada para te ajudar! – Molly perguntava, olhando feio para Lupin que continuava rindo.

- Não! Ele continuou não me ajudando. Ele apenas ria. – Tonks também olhava feio para Lupin.

- Eu estava dando ao rapaz uma chance, assim como eu fiz ontem. E também não tinha muita coisa que eu pudesse fazer. O trem estava cheio, mal dava para se mexer.

- Você podia ter pelo menos fingido que era meu namorado ou amigo, quem sabe assim ele largava do meu pé.

- Eu pensei em te ajudar, mas depois você iria brigar comigo. Ai achei melhor você resolver a situação sozinha mesmo. E no final você parecia estar até gostando da conversa.

- Como não dava para fugir do rapaz né! Acabei conversando com ele para ver se passava mais rápido.

Molly colocou o prato de comida em frente aos dois, que conversavam.

- Remo... – disse ela - ...você...

- Pode deixar Molly – disse Lupin antes dela terminar a frase – Pode deixar que eu limpo depois. Obrigado pelo jantar.

- De nada Remo. Eu vou subir então. Boa noite.

- Boa noite Molly. Obrigada!

- De nada Tonks.

E ela saiu da cozinha acompanhada do marido. Deixando os três na cozinha, como de costume. Porém dessa vez, Sirius mal falava. Ele apenas escutava a conversa de Tonks e Lupin.

- Mas você estava bem entretida na conversa dele. Estavam até rindo. – disse Lupin, retornado o assunto – Eu não quis estragar. – Tonks olhava feio para ele.

- Como eu disse, não adiantava ficar fugindo. E ele era uma pessoa muito interessante, bem divertida por sinal.

- Ta vendo. Depois você reclama. E eu te ajudei sim. Se não me engano, se eu não tivesse te arrastado comigo porta a fora, você teria ficado no trem, perdendo o ponto, e provavelmente teria ficado conversando com o rapaz.

- Eu estava prestando atenção sim. Só estava passando meu telefone para ele...

- Você deu seu telefone para ele! – Lupin parecia aborrecido, decepcionado e triste com a noticia.

- Dei, por quê! Não foi você quem me disse que estava dando uma chance ao rapaz, que eu devia dar uma chance ao rapaz! Pois então... – Tonks estava mais calma agora.

- Mas você nem conhece ele direito. Como você pode sair por ai passando seu telefone! – um tom de indignação saia de Lupin. Mas não era só indignação, ele também estava com ciúmes.

- Eu não conheço, mas posso ficar conhecendo.

- Eu não acredito que você fez isso.

- Você está com ciúmes Remo! – Tonks olhava intrigada, com um sorriso no rosto.

- Eu, com ciúmes! Por que estaria! Só fiquei preocupado. Pensei que vocês não saiam por ai passando o numero do telefone, para qualquer um.

- Mas quem disse que ele é qualquer um!

- Você o conheceu hoje. Como pode confiar assim nas pessoas!

- Olha para vocês!. – Sirius finalmente falava alguma coisa – É incrível como só vocês dois não conseguem ver o que está bem na frente do nariz de vocês.

Como nenhum dos dois falou nada, ele continuou.

- Uma hora vocês vão perceber e vão ver como tudo isso que vocês estão falando agora não passa de ciúmes um do outro. Está estampado na cara de vocês! – Sirius ria da expressão deles. Nenhum dos dois esperava por isso – Está mais do que obvio que vocês estão envolvidos emocionalmente.

E sem esperar que um dos dois pudesse responder as afirmações dele, ele se levantou da mesa e saiu da cozinha, deixado-os sozinhos. Nenhum dos dois falou nada por um tempo. Nenhum dos dois sabia o que falar. Lupin apenas levantou da mesa e foi limpar os pratos que eles haviam jantado. Por pior que fossem as afirmações de Sirius, ambos sabiam que ele estava certo. Desde o inicio eles se deram bem e os sentimentos foram aumentando, descobrindo o quanto eles se davam bem e o quanto um precisava do outro, fosse como amigos, como colegas de trabalho.

Lupin apreciava a companhia de Tonks. Ela era sempre tão divertida, alegre, descontraída, o contrario dele. Mas mesmo assim eles se davam bem, mesmo com todas as trapalhadas dela, mesmo com a diferença de idade entre eles. Ela sempre tinha algum assunto para conversar com ele, não importa onde estavam e nem o que estavam fazendo.

Tonks também apreciava a companhia de Lupin. Ele estava sempre por perto, sempre disposto a ajudar, sempre gentil, sempre a ajudando nas suas trapalhadas, se importando com ela. Ele podia ser mais velho, mas ela não se importava. Mesmo com a diferença de idade entre eles, ela adorava conversar com ele, sobre qualquer assunto. Ele sempre a escutava.

Quando Lupin voltou a mesa, ele entregou uma caneca com chá para Tonks. Eles continuavam em silêncio. Aquele silêncio constrangedor. Por pior que a situação fosse, alguém tinha que dar o primeiro passo e pedir desculpas. Como Lupin estava acostumado, foi ele quem voltou a conversa.

- Me desculpe Tonks. Eu não quis te ofender. – ele tentava se desculpar.

- Eu que tenho que pedir desculpas Remo. Acabei sendo grossa com você e você não merecia isso. – Tonks também tentava se desculpar.

- Você não foi grossa. Eu que fui insensível. Devia ter te ajudado.

- Não era sua obrigação me livrar daqueles rapazes. E eu te fiz sorrir por algumas horas, isso já me deixa feliz.

- Mas eu sou seu amigo e é isso que amigos fazem, eles ajudam um ao outro. E você sempre me faz sorrir Tonks! – Lupin sorria para ela.

- Fico feliz em saber disso! – ela retribuiu o sorriso – Mas já passou e não tem mais importância. Mas fique sabendo que se um dia isso voltar a acontecer, eu vou cobrar de você essa ajuda viu!

- Pode deixar que da próxima vez eu dou um jeito de espantar o sujeito que chegar perto de você. Embora eu ache que não vamos precisar fazer isso. – ele deu uma pausa – Você deu seu telefone de verdade para ele! – Lupin ficou vermelho com a pergunta dele.

- Não! – Tonks podia ver a alegria dele ao ouvir a resposta dela e ficou contente com isso – Eu inventei um telefone qualquer que me veio a cabeça.

- Você é realmente má, sabia Tonks! – Lupin sorria para ela.

- Eu tento, mas com um sorriso desses para mim fica praticamente impossível! – e novamente Lupin ficou vermelho, mas ele não desfez o sorriso.

- Acho melhor nós começarmos a fazer os relatórios que Dumbledore pediu. Não vamos demorar muito, já que não teve muitos acontecimentos relacionados com os comensais da morte.

- Haaa... – Tonks abaixou a cabeça na mesa, ela estava cansada e ainda tinha que fazer os relatórios - ... eu esqueci dos relatórios. Mas quanto antes nós começarmos mais cedo eu posso voltar para casa.

Lupin pegou os pergaminhos, penas e tinteiro para eles. Eles ficaram em silêncio por um tempo, concentrados no que estavam escrevendo. O único som que se ouvia era o de penas riscando os pergaminhos e batidas de canecas na mesa quando eles bebiam um pouco de chá. Depois de um tempo escrevendo, sem falar nada, Tonks não agüentou.

- Remo! – disse ela com uma voz melosa.

- Hummm – disse ele sem nem levantar a cabeça, prestando atenção no que estava escrevendo.

- Posso te perguntar uma coisa!

- Claro, pergunte.

- É... eu queria saber... se você não se importar de me falar... – Lupin olhou para ela curioso, ela normalmente não era de ficar enrolando, ela sempre falava rápido e sem medir muito as palavras – é que desde o dia que eu descobri... eu sempre quis saber... como é sua transformação na lua cheia!

- Você quer saber como é minha transformação! – ele olhava com mais interesse ainda nela.

- Você não precisa me contar se não quiser... é apenas uma curiosidade minha... sabe, eu nunca conheci um lobisomem antes... e não se acha isso com muita freqüência nos livros... mas eu compreendo perfeitamente se você não quiser falar.

- Não tem problema. Na verdade você foi uma das pouquíssimas pessoas que me perguntaram isso. – Lupin continuava observando-a, até que seus olhos se encontraram e eles ficaram se encarando, sem desviar o olhar.

Lupin contou tudo para ela. Era incrível como ele conseguia conversar abertamente com ela. Ele contava desde quando foi mordido quando criança até os dias de hoje, como ele havia sobrevivido ao ataque, como seus amigos em Hogwarts haviam mudado por ele, se transformando em animargos secretamente, como seu corpo se transformava todo mês na lua cheia, como ele viva com isso. Tonks escutava tudo com muito interesse, perguntando algumas vezes e se interessando mais ainda no assunto. Ela o admirava muito e não podia acreditar que ele tinha passado por tudo aquilo na vida.

Tonks resolveu encher sua caneca de chá pela terceira vez. Quando ela estava voltando para sua cadeira, ela sem querer tropeçou nos próprios pés e acabou indo parar no chão. Lupin sempre ria das trapalhadas dela, mas como ela não se levantava, ele correu para ajudá-la.

Tonks estava tentando se levantar do chão. Seu nariz estava sangrando, suas mãos estavam com alguns cortes, que a caneca fez ao quebrar e seu cotovelo estava ralado. Lupin a ajudou a ficar sentada no chão da cozinha, sentando de frente para ela, espantado com o tamanho do estrago que aquela queda havia feito.

- Você se superou hoje Tonks. Como você consegue fazer isso com você mesma! – Lupin estava preocupado. Ele fez o nariz dela parar de sangrar.

- Isso não é nada. Já tive tombos piores do que este. Mas é que eu não consegui me proteger na queda, e acabei quebrando a caneca na minha mão, então me machuquei toda.

- Olhe sua mão, toda cortada. – disse Lupin pegando a mão dela nas suas - Reparo. – disse ele e a caneca quebrada voltou ao normal.

Ele limpava com cuidado os cortes da mão dela, fechando-os logo em seguida com sua varinha. Mesmo depois de terminado ele não soltou a mão dela, ficando ali, apenas observando-a, com interesse e curiosidade. Tonks também não fez muita questão que ele soltasse sua mão. Ela gostava da sensação que ele a causava. Era uma sensação de conforto e segurança.

Depois de um tempo Lupin passava a mão sobre o nariz dela, observando se não estava quebrado nem nada. Ele podia sentir a pele macia e quente dela. Tonks fechou os olhos com o contato dos dedos dele em seu rosto.

- Acho que não está quebrado. Só sangrou mesmo. – Tonks continuava com os olhos fechados.

- Por que você tem que ser sempre tão gentil Remo! – ela abriu os olhos e seus olhares se encontram novamente. Aqueles olhos castanhos que a deixavam sem reação, que a faziam se sentir nas nuvens – Por que você tem que ser sempre tão educado e atencioso! Por que você tem que ser sempre tão especial! – seus olhos se enchiam de lágrimas.

- Porque eu me preocupo com você Tonks! – ele enxugava as lágrimas que começavam a escorrer no rosto dela e novamente ela fechou os olhos com o contato da mão dele em seu rosto.

Ela ficou ali, de olhos fechados, permitindo que ele a tocasse. Eles estavam muito perto um do outro. Eles podiam sentir a respiração do outro. Lupin continuava segurando a mão machucada dela, enquanto com a outra mão ele sentia a pele delicada do rosto dela. E sem que nenhum dos dois tomasse a iniciativa, seus lábios se encontraram.

No primeiro momento nenhum dos dois fez nada, mas aos poucos eles começaram a se beijar, um beijo tímido e delicado, seus lábios se acostumando com a presença do outro. Suas línguas logo estavam se encontrando, conhecendo a boca do outro. Mas logo em seguida Lupin se afastou dela, terminando com o beijo.

- Não Tonks! – sua respiração era pesada e apressada.

Tonks fingiu que não ouviu o que ele disse e se inclinou para beijá-lo novamente. Mas ele a impediu, colocando seus dedos nos lábios dela.

- Não podemos fazer isso – ele tentava dizer, enquanto ela beijava seus dedos delicadamente, dando umas mordidinhas de vez em quando, passando a beijar a palma de sua mão.

Era impossível se concentrar com ela o provocando daquele jeito.

- Tonks! – ela continuava sem prestar atenção nele, apenas beijando sua mão – Ninfadora! - ao ouvir o primeiro nome dela, ela teve que prestar atenção nele – Não podemos fazer isso, é errado! – ele tentava dizer.

- Não me chame de Ninfadora. O que tem de errado em duas pessoas que se gostam finalmente ficarem juntas! – ela o encarava.

- Isto não está certo, eu sou muito velho, tenho idade para ser seu pai.

- O que isso tem a ver! Eu não me importo! Você não é muito velho, podemos ter uma certa diferença de idade, mas com certeza eu não te vejo como um pai, de jeito nenhum.

- O que as pessoas vão dizer a respeito disso. Eu sou um lobisomem Tonks.

- As pessoas não precisam saber disso Remo e se souberem que me importa! – ela dizia a ele, encarando-o nos olhos – Eu sei que você é um lobisomem e também não me importo com isso. Por que você fica tentando colocar obstáculos entre a gente!

- Eu tenho medo que eu possa te ferir um dia, eu sou perigodo. E eu não suportaria se isso acontecesse.

- Você não vai me ferir Remo e você não é nem um pouco perigoso pra mim. Você não vê que eu sou perigosa pra mim mesma! Nem consigo parar em pé sem me machucar.

- Você merece alguém mais jovem, mais saudável, mais inteiro.

- Não tente escolher o que é melhor para mim, eu sei muito bem o que eu quero e tenho total consciência disso.

Lupin abriu a boca para responder, mas antes que ele pudesse dizer alguma coisa, ela continuou.

- Eu sei que você quer isso tanto quanto eu, mas você tem medo. Medo que esse sentimento possa ser recíproco, mas que você não seja digno de recebê-lo por ser um lobisomem. Mas você pode Remo. Você merece esse sentimento como qualquer outro homem e você têm. Você tem medo do que as pessoas vão falar e pensar e acaba se esquecendo de você mesmo. Você precisa pensar mais em você, não seja tão racional, deixe seu coração agir livremente, sem medo. Não dói.

Com isso, ela pegou o rosto dele e o beijou, um beijo calmo e suave. Quando ele começou a retribuir o beijo, ela se separou dele, ainda segurando seu rosto.

- Não dói e não é tão horrível assim, é! – ela disse olhando nos olhos dele.

Ele apenas a respondeu com um beijo. Um beijo apaixonado e intenso. Ele a segurava na cintura enquanto ela bagunçava os cabelos dele, passando a mão em sua nunca, fazendo-o sentir arrepios por todo o corpo. Ela sorria com isso entre os beijos.

Quando eles se separaram, sorridentes, Lupin se levantou do chão e esticou a mão para ela.

- Aonde você vai me levar! – disse ela ofegante ao ouvido dele quando ela ficou de pé.

- Para um lugar mais aconchegante, melhor para namorar, melhor do que o chão frio da cozinha. – ele sorriu para ela e eles saíram da cozinha de mãos dadas.

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Comentários (2)

  • CacaBlack

    Posta mais, por favor!Posta mais que eu preciso ler...Beijos 

    2013-01-27
  • aspottersfghn

    Posta o resto, posta o resto, posta o resto POR FAVOOOORR!!!

    2012-12-14
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