Make a move!



Capitulo 40- Make a Move.. and FAST!

N/a: Capitulo todo dedicado a Vivika que é um anjo e me ajudou mais que um ser humano é capaz...
Thanks, thuca..

- Italico = flashsbacks/memórias/whatever else.



O ar daquela casa poderia ter sido cortado com uma faca de tão tenso que o clima entre o casal estava. O homem, sentado numa poltrona, acompanhava com os olhos o efeito que os poucos raios solares que adentravam no local faziam contra os grãos de poeira sobre os móveis. A mulher, por sua vez, sentada numa outra poltrona, batia incansavelmente o pé contra o assoalho velho, enquanto observava o teto do escritório.
- Você sabe como sair daqui? – ela quebrou o silêncio que provavelmente durara mais de horas.
O loiro, em resposta, arqueou uma sobrancelha, enquanto colocava seus exóticos olhos cinzas sobre a figura da ruiva.
- Talvez eu saiba, mas, de qualquer maneira, você não apreciaria meus métodos. – retorquiu numa voz monótona, sem um pingo de emoção.
E Gina Weasley quase se jogou ao chão e começou a bater a cabeça contra o mesmo, assim que percebeu que se arrepiara toda só de ter toda atenção dele em si. Fingindo não se abalar, ela “disfarçadamente” desviou seus olhos para um ponto pouca acima dos cabelos dele.
- É Magia Negra? Eu não me importo. – disse tentando transparecer uma firmeza na voz que não possuía no corpo.
- Você já se importou. – comentou friamente, seus olhos ainda fixos no rosto dela.
- Eu já não me importo com muita coisa que me importei um dia. – ela disse, certa de que ele havia entendido a mensagem subliminar. – Eu mudei, Malfoy.
E pra surpresa de Gina, um sorriso de lado surgiu no rosto dele. Aquele sorriso que a ruiva sabia que só aparecia quando ele estava se divertindo com algo, ou alguém.
- Isso eu não posso negar, minha cara. Porque houve um tempo em que você conseguia mentir sem precisar desviar o olhar para sobre a cabeça das pessoas.
O sorriso permanecia intacto, e uma absurda vontade de socá-lo e/ou beijá-lo quase a dominou por completo.
- Eu não estou mentindo. – disse rápido, rápido demais. Ainda não rebatendo o olhar fixo que ele lhe direcionava a minutos.
- Eu nunca disse que estava. – comentou com displicência, fechando os olhos, se recostando mais no encosto do assento e repousando seus pés sobre a mesa. - Mas agora você se entregou.
A mulher ruiva puxou o ar, pronta pra retorquir, mas parecendo desistir no último momento, contentou-se com um grunhido irritado, rosnando algo como “Idiota”, antes de sair pisando duro e fechar a porta com uma violência desnecessária.
- Você vai destruir a casa assim, Gina. – Draco disse alto, os olhos ainda fechados, mas um sorriso brotando em seu rosto pálido.
Em resposta, ele pode claramente ouvi-la dizer que o que ela ia realmente destruir iria ser o nariz perfeitinho de uma certa doninha sonserina quicante.
O loiro riu pra si mesmo, um som que parecia até estranho vindo dele, enquanto pensava que por mais que ela tentasse, Virginia Weasley jamais mudaria seu gênio.

-&-

- Agüente as pontas aí, barbie. - resmungava Daphné, imitando a voz da irmã. – Agora, me diz, como, pelos Deuses, eu vou fazer isso?
- Vamos Daph querida. – chamou Molly, estava na hora de entrar no salão.
Por idéia extravagante de algum estilista, ela e Emmy deveriam entrar na frente da mãe na hora da cerimônia. Como o esperado, Emmy teve um “inexplicável” ataque de rebeldia e se negou veementemente a fazer algo tão idiota, em sua opinião. Porém, Daphné não era Emmy e lá estava ela, abrindo passagem para Gina, enquanto sua mente loira quase soltava fumaça à espera de uma idéia que acabasse com aquela palhaçada de uma vez por todas.
-“Certo, Daphné Anne, pense. Convivemos quase seis meses com Emmy e suas armações mirabolantes, TEMOS que ter aprendido algo que nos ajude nesse momento de dificuldade.” - a garota pensava consigo mesma, encarando seus sapatos de salto. - “ Um feitiço de explosão?” - ponderou, enquanto mordia a bochecha por dentro, pra logo fazer uma careta e balançar a cabeça, descartando a idéia. “Nhaaah, radical demais.” - levantou seus olhos azuis pra encarar o noivo que olhava, com uma falsa cara de simpatia, o caminhar quase arrastado da loira, como se dissesse “Anda logo, garota.” - Avada Kevadra? - Daphné lhe dirigiu um sorriso irônico e começou a andar mais devagar ainda. - “Nhaaaahh, esconder corpos nunca foi meu hobbie, isso é trabalho do Bernard.”
Então, como se fosse algo pesado que lhe atingira a face, um flash de memória lhe occorreu. A voz de sua avó, ecoando em algum lugar de sua mente.
- Uma dama não se altera, uma dama não levanta sua voz, age SEMPRE com classe e elegância. Passividade é o segredo, minha cara neta. Nada de berros, choros, ou ações físicas demais. E antes que pergunte, meu bem, quando algo vai contra a nossa vontade, só existe uma saída: desmaie. Ninguém, mas NINGUÉM mesmo, resiste à uma dama necessitada.
Um sorriso endiabrado enfeitou o belo rosto de porcelana da jovem, e virou-se para seu namorado, só movimentando os lábios. – Quando eu cair, você grita. - o moreno pareceu confuso, mas vendo o olhar ‘faça-o-que-eu-mando’ que ela lhe direcionava, apenas assentiu com a cabeça.
Daphné olhou para os lados e viu sua mãe ser entregue a um noivo sorridente, e como boa sonserina, ela estava pouco se importando em acabar com aquele sorriso. Curvando-se ligeiramente, ela fechou os olhos, e a próxima coisa que sentiu foi o frio do chão de mármore.
-&-

A ruiva bufou pela milionésima vez, enquanto subia a escada – que balançou e rangiu enquanto sentia alguém subi-la pela primeira vez em anos. Perdida em pensamentos sobre modos de como torturar um loiro metido, seus pés a levaram até a porta de seu antigo quarto. No passado, em um ato muito covarde, ela nunca mais entrara no local, fazendo Luna pegar suas roupas no armário e então passara a dormir com Emmy no quarto das gêmeas. Quando conseguiu dinheiro suficiente, comprou um modesto apartamento no centro de Paris e trancara aquela casa pra sempre, sem nunca ao menos cogitar a hipótese de vendê-la. Não desejava aquela casa amaldiçoada pra ninguém.
Num lapso momentâneo, porém estupidamente corajoso, ela girou a mão sobre a maçaneta, abrindo a porta e se arrependendo no segundo seguinte quando colocou os olhos sobre os cacos, empoeirados, de um porta-retrato espalhados por todo o chão. Desviou sua atenção para a cama de casal, aonde os lençóis, embolados, faziam parecer que alguém havia os chutado enquanto dormia um sono turbulento.
Lembranças dos momentos felizes que tivera ali, pareciam pular em frente aos seus olhos verdes.
Draco sorria, ali do chão, enquanto bagunçava seus cabelos ruivos numa brincadeira de casal.
Não resistindo, Gina ajoelhou-se no chão e tocou levemente seu rosto jovem e nitidamente bonito. Por um segundo ela se perdeu no cinza prateado dos olhos dele, que nitidamente expressavam uma alegria que não existia nos olhos daquele outro Draco sentado no andar debaixo. Ela sorriu, aquele Draco de 18 anos nitidamente a amava..
E ESSA FOI A MAIOR BURRADA QUE EU FIZ NA MINHA VIDA.. – a voz dele gritou, vinda de algum lugar no fundo da sua mente, e no susto Gina derrubou a foto no chão.
- Sua Weasley imunda! - a voz continuava, parecendo cada vez mais rancorosa, Gina se levantou rapidamente, assustada, olhando para os lados.
- Você não me deixou ficar com Emmy, então VOCÊ a privou de ter um pai. Você ME privou de ser um pai para duas garotas.
- Diga-me você, Vírginia. Que tipo de mãe não percebe que sua filha de 16 anos não tem o olhar inocente que todo adolescente deveria ter?
- Você que decidiu bancar a estrelinha da moda por Paris e não me contou nada. Eu não fiz nada que você não tenha feito também. NÓS DOIS MENTIMOS, WEASLEY.
- Páááára. – ela pediu, fechando os olhos e balançando a cabeça. Lágrimas escorriam de seus olhos quando ela corria corredor afora, ainda de olhos fechados, tentando fugir de lembranças que doíam demais.
Seu erro fatal? Ter esquecido que o corredor acabava diretamente na escada, a qual ela rolou todos os degraus antes de sua consciência apagar.
-&-

- DAPH! – James berrou teatralmente alto, pulando praticamente toda a distância entre ele e o corpo desfalecido da loira, perdendo o sorriso cínico que sua irmã direcionava para a cena.
No mesmo instante todos olharam para a garota, os adultos se adiantando pra dar seus ‘pitacos’ sobre o assunto, uma multidão de cabeças vermelhas formada rapidamente. Gina, também, juntar-se-ia a eles, quando sentiu uma mão em torno do seu cotovelo, segurando-a.
- Ela só está fingindo. – disse a senhora baixinha e elegante que era a mãe do noivo. – Não dê atenção.
- Não me diga o que fazer, Sra. Cotry. – a ruiva retorquiu friamente com o rosto sério.
- Isso é só um ataque de garota mimada e mes- - ia dizendo, sua voz carregada de veneno.
- Se a senhora se atrever a terminar essa frase, talvez eu me esqueça onde estamos e quem a senhora é e reaja como uma boa mãe deveria reagir. – interrompeu-a, o tom de voz carregado de ameaça fazendo a senhora piscar e adquirir uma careta de desgosto. – E se me der licença, minha filha precisa de mim. – num gesto brusco, puxou o braço das garras da senhora.
Jonathan que presenciava a cena, mas não se intrometeu, seguiu a noiva lentamente até o bolo de gente, parando alguns passos atrás, ao lado de um homem que assistia tudo com sua melhor cara de passividade e desinteresse.
- Seu amigo pode tentar usar essas garotas, mas ele NUNCA vai tomá-la de mim. – o francês disse, num sibilo que pouco lembrava sua voz pacífica e idiota.
Blaise Zabine tirou os olhos do teto, o qual lhe parecia bem interessante, e o encarou de volta, seu rosto comicamente assustado.
- E você fala isso pra mim? – perguntou, levantando as mãos em sinal de inocência. – Eu sou só o sonserino no meio de uma trupe de grifinórios e noivo da melhor-amiga.
- Acho bom mantermos assim..
-&-

Um grito aparentemente desesperado fez a cara de riso de Draco sumir. Num pulo ele correu pra fora da sala, procurando de onde o som viera, até um minuto depois quando o barulho de algo rolando escadaria abaixo lhe chamou a atenção.
-&-

- Coloque-a no sofá. – pediu Gina abrindo a porta da ante-sala aonde havia aguardado até a hora de entrar na cerimônia.
Rony assentiu com a cabeça, enquanto adentrava o local com a sobrinha nos braços e a depositava no lugar indicado. A ruiva se abaixou ao lado do corpo da filha, passando a mão por seu rosto, observando-a atentamente e, por fim, soltou um longo suspiro, balançando a cabeça, parecendo estranhamente incrédula. Alguns barulhos estranhos a fizeram levantar os olhos, e encarar uma multidão de pessoas - de todos os tipos, parentescos, e/ou cargos em sua empresa - que a olhava com expectativa.
- Vocês poderiam nos deixar a sós? – pediu o mais gentilmente que pode, um sorriso falso em seu rosto, enquanto apontava para a porta.
Imediatamente todos começaram a reclamar em voz alta, apontando e gesticulando desnecessariamente. Por fim, alguém deu um passo mais a frente depositando uma mão confortadora no ombro da noiva e a multidão se calou abruptamente.
- Nós estamos de saída, querida. – disse Molly Weasley, num tom de voz compreensivel e com um olhar bondoso direcionado a filha.
E novamente todos começaram as reclamações, mais altas e escandalosas, agora.
- Eu disse que nós estamos de saída. – a senhora baixinha repetiu, a voz perigosa e um olhar estreito direcionado a eles. E com um sorriso triunfante, ela fechou a porta atrás de si, um minuto mais tarde quando o último enxerido saiu do lugar com a cabeça baixa, meio amedrontado.
Com o local silencioso, Gina permitiu-se sentar em frente ao corpo ‘desacordado’ da filha e suspirar longamente, antes de falar:
- Agora você já pode abrir os olhos, Daphné Anne Malfoy.
Hesitando, a garota lentamente obedeceu.
- Eu estou MUITO encrencada, Mams? – perguntou num sorriso amarelo perante o olhar impassivo da mulher.
Em resposta só recebeu outro longo suspiro, antes de acompanhar a mulher fechar os olhos, parecendo alguém muito cansado com algo. E quando finalmente falou, minutos depois, sua voz era pouco mais alta que um murmuro cansado.
- Escute, filha, você e sua irmã têm que entender que não há mais nada entre seu pai e eu. Vou me casar hoje e não há nada que vá me impedir. Entendeu?! – declarou, porém sua voz não era confiante como de costume e seu dedos, inconscientemente, seguravam com firmeza as dobras da saia de seu vestido.
A adolescente abaixou os olhos, meio preocupada com a mãe e seu estranho comportamento, por fim, balançando lentamente a cabeça, em sinal afirmativo à pergunta.
- Agora, por favor, me diga que sua irmã não está em algum lugar por ai, tentando mais algum plano mirabolante. – pediu, massageando suas têmporas. Seus olhos ainda fechados, perderam o rápido sorriso formado no rosto da garota.
- Não se preocupe, Mams. – mentiu, fazendo um gesto de descaso com as mãos. – Ela e Bernard devem estar por aí se amassando em algum canto do mundo, eu tenho certeza que eles estão muito ocupados.
E isso não era de todo mentira..
Um pouco mais distante dali...
- Bem, eu acho que essa é a hora que eu digo: “Acho que ferrou.” – Bernard disse observando a espessa fumaça saindo do motor do carro, e bagunçando a parte de trás de seus cabelos com uma mão, uma expressão comicamente, não identificável, em seu rosto.
- Como assim eu “Acho que ferrou”? – o loiro disse irritado, olhando pro mesmo lugar que o moreno. – Eu DISSE que Blaise e dispostivo não combinavam numa mesma frase.
- Hey, não fala assim do meu pai, pelo menos estamos no lugar certo. – retrucou, com raiva, apontando para uma placa mais a frente que lhes apontava sua localizaçao. – Os feitiços de proteção do lugar que fizeram isso com o carro, então a culpa NÃO é do meu pai.
- Pouco me importa, AINDA estamos a 50 km do lugar onde a MERDA do casamento vai acontecer. Diga-me, Bernard, como sua brilhante mente vai nos ajudar agora? - disse extremamente irritado, apontando-lhe um dedo. Algo no fundo de sua mente tentava lhe dizer pra maneirar na raiva, por mais que parecesse assustador em muitos aspectos, Bernard continuava sendo um adolescente e não era o pai do mesmo.
- E eu que sei? – o garoto berrou, achando completamente bizarro estar brigando com seu padrinho. – Fiz a parte mais dificil e te trouxe pra outro país em menos de dois minutos, acho que chegou a SUA vez de ter as idéias..
Draco respirou fundo, fechando os olhos se controlando pra não azarar o garoto que ele pegou no colo, ajudou a dirigir uma vassoura, ensinou a ter lábia com garotas..
- .. Lábia essa que agora ele estava usando com sua pequena filha. A mesma filha em quem o atrevido tocava indevidamente.. porque era seu NAMORADO - abriu os olhos de repente, sua varinha parecendo MUITO tentadora nesse momento.
Porém antes que começasse a pôr em prática sua brilhante idéia que envolvia harmoniosamente imperdoáveis, masmorras, um alicate de unha e ácido sulfúrico, ele foi interrompido.
- Dude, como vocês gritam, parecem garotinhas. – reclamou uma terceira voz, masculina demais pra pertencer a Emmy.
Automaticamente ambos olharam por cima do capô aberto do porshe para encontrarem Brendon Shmtson, a.k.a. Fou, sorrindo-lhes maldosamente, enquanto rodava algo parecido com um chaveiro por entre seus dedos.
- O que você está fazendo aqui ? – Draco perguntou sem modos e com sua vontade de estrangular algo estranhamente mudando de alvo.
Bernard limitou-se a fechar suas expressões, enquanto cruzava os braços sobre o peito.
- Aparentemente, eu estou aqui para salvar o dia, MAIS UMA VEZ e acabar com um casamento NOVAMENTE. – foi a resposta, enquanto ele dirigia seus olhos azuis, acusadoramente, para a melhor amiga.
Emmy sorriu de lado, também o encarando. – Você adora isso.
- Não nego que essa vida de super-herói me atrae. – disse abrindo um sorriso malicioso.
- Metido. – a ruiva revirou os olhos, mas tinha traços de riso no rosto.
- Ouch, assim você machuca meus sentimentos, Pen. – retrucou num tom falsamente deprimido, gesticulando em direção ao seu peito. - Voce é uma tampinha e nem por isso eu jogo na sua cara assim. – zombou, dando um tapinha no topo de sua cabeça pra enfatizar o ‘tampinha’.
Os outros dois somente assistiam o display entre os amigos, que aparentemente haviam se esquecido de onde estavam e qual era a situação do momento, de caras fechadas. Então, antes que Emmy pudesse retrucar a ‘ofensa’ que lhe fora dirigida, Draco pigarreou como quem diz Foco na situação, por favor. e os dois acordaram pra vida, dirigindo-lhe olhares culpados.
- Ahn, bem, vou indo. – o de cabelos roxo disse, entregando o objeto-não-identificável para sua melhor amiga. – Chame caso precise de algo mais. – com essa última frase, abaixou-se e, ignorando as áureas malignas que rodeavam os dois sonserinos ali, depositou um beijo na testa da garota.
Como resposta recebeu um beliscão na barriga, acompanhado de um sorriso aberto e sincero(algo muito raro vindo de Emmy Malfoy). Nesse gesto o francês pôde entender o “Obrigada por tudo, eu te amo, Fou.”, com isso ele sorriu e apertou-lhe o nariz “Eu também te amo, Pen.”. Com um aceno de cabeça para os demais, ele finalmente desapareceu.
- E eu posso saber o que isso.. esse.. esse.. garoto fez para nos ajudar? – Draco perguntou, dois segundos mais tarde, quando sua vontade de arrancar a cabeça daquela coisa ROXA havia diminuido.
- Ele? – Emmy retrucou, puxando sua varinha e colocando o objeto que segurava no chão. – Ele fez tudo. – complementou, dizendo o feitiço que transformou a moto e seus dois respectivos capacetes em seus tamanhos originais. – Esse é o nosso transporte e eu dirijo. Pega o capacete, pai.. – com isso, ela jogou o objeto na direçao dele.
Draco agarrou-o com facilidade, mas sua face demostrava uma expressão desconfiada enquanto alternava seu olhar entre o objeto-não-confiável a sua frente e sua filha a quem ele não confiaria nada dirigível além de uma vassoura. E, por fim, decidiu-se. Se nada encantado com magia entrava naquele lugar, ele não usaria algo mágico. Também empunhando sua varinha, transfigurou a elaborada moto amarela no que queria.
- Você é tããão antiquado, pai. - a ruiva comentou, observando-o o subir no puro-sangue negro que relinchou ao ser montado.
- Antes antiquado e vivo, do que moderno e morto. – recitou solenemente, antes de empinar o cavalo, epicamente, e começar a cavalgar em máxima velocidade na direção da festa de casamento.
Emmy observou seu vulto sumir numa das curvas da estrada, enquanto sentava-se sobre o porta-malas do carro. Bernard continuava em pé de os braços cruzados sobre o peito, numa carranca um pouco pior da que adquirira quando vira Fou ali.
- Você está bravo. – não era uma pergunta.
- Estou. – não era uma resposta.
- Sem motivos. –retorquiou, enquanto olhava distraidamente para o céu que estava acizentado, sinal de uma tempestade próxima.
- Talvez. – admitiu, enquanto se sentava ao lado dela e a puxava contra seu corpo, também olhando para o céu. Aquela cor lhe lembrava Emmy e seus olhos cinzas sem brilho. Pra falar a verdade, tempestade lhe lembravam a namorada, surgiam do nada, incapazes de serem ignoradas, irritantes, odiadas pela maioria, admirada pelos loucos. – Mas eu simplesmente não consigo evitar. – admitiu com a mão passeando distraídamente por debaixo da jaqueta de couro, desenhando-lhe as cicatrizes com as pontas dos dedos.
- O que você acha? – perguntou sinalizando na direção em que Draco sumira há minutos atrás.
- Bem, se sua mãe acreditar naqueles príncipes encantados e seus cavalos ... – sugestionou com um sorriso de lado.
A namorada revirou os olhos e lhe deu um leve empurrão nos ombros, permitindo-se rir também.
-&-

Gina gemeu em dor completa, tentanto recordar o que tinha acontecido. Como num flash viu a foto, as escadas, chão, Draco e escuridão completa. Num rompante, a ruiva forçou seu corpo para a frente numa tentativa de se sentar, o que ela não percebeu foi o vulto debruçado sobre seu corpo ‘desacordado’.
- Merda! – praguejou o casal, ao mesmo tempo, enquanto massageavam suas próprias testas, local onde o baque havia acontecido.
Com o incidente, Gina realmente reuniu coragem para abrir os olhos. A primeira coisa que percebeu foi que a luz solar que deveria adentrar pelas frestas da janela, não estava mais lá e que o que salvava o cômodo da mais completa escuridão, eram pequenos pontos de luz que dançavam pelo ambiente. Magia, obviamente.
- “Merlin, quanto tempo eu apaguei?” – ela se pegou pensando, já que era manhã quando caíra da escada, ou melhor, rolara. Não pode evitar de soltar um gemido de dor, assim que tentou esticar as costas, doía lá também.
- Você está bem? – veio a voz de Draco que obviamente entendera seu gemido anterior como um péssimo sinal e voltara a se proximar dela.
- ‘tá tudo doendo. – choramingou de um jeito que acharia indigno de si mesma em qualquer outro momento, mas, Deuses, ela tinha rolado uma escada com mais de 20 degraus, dêem um desconto à pobre ruiva.
- Deixe-me ver. – ele pediu sentando-se de forma que ficassem frente a frente, mais próximos que estiveram há muitos dias. Suavemente, ele começou a correr os dedos pelos braços, ombros, costas, pescoço dela, tentando saber se doía exageradamente em algum desses lugares. Gina, por sua vez, quase se derretia toda, sentindo aqueles dedos a acariciarem novamente, e ela quase inclinou o rosto na direção deles, quando Draco começou a acariciar seu rosto.
Porém, antes que isso acontecesse, ele tocou sua testa na parte que era escondida por sua franja, mas que era muito perto de seu couro cabeludo. E entao, ela resmungou alto de dor. Se aquele era o ponto central de toda a dor, ela não queria nem imaginar como Draco a havia encontrado no chão logo após a queda.
- As poções do armário dos banheiros estão todas vencidas. – ele contou, levantando a franja dela pra revelar uma área muito arroxeada. – Você acha que consegue suportar a dor até meia-noite? - perguntou de uma maneira fofa, sua voz lotada de preocupação e seus olhos brilhavam entre azul e cinza, nunca abandonando a tarefa de mirá-la fixamente.
Parecendo incapaz de falar, a ruiva simplesmente sorriu, finalmente reconhecendo seu Draco Malfoy ali.
Vendo que a mulher parecia não odiá-lo com todas as forças de seu ser, o loiro aproveitou-se do momento para puxá-la de encontro a seu peito num abraço de quebrar ossos, completamente angustiado.
Gina o abraçou de volta, sentindo que estava quase no colo dele, culpa da diferença gritante de tamanhos. Forçou mais do que deveria suas longas unhas manicuradas nos ombros dele, queria ter certeza que ele estava ali como estivera tantas vezes no passado, a ajudando a curar suas feridas.
- Eu tive tanto medo. Você não acordava nunca, parecia que não respirava e estava cheia de feridas. – ele confessou como um garotinho amedrontado, seu rosto muito bem acomodado no pescoço dela. Podia sentir sangue correndo em seus ombros, presente das unhas dela. Mas Malfoy não se importava, ele jamais se importaria.
- As minhas piores feridas não são essas que você pode ver, e o pior é que eu as tenho há anos e você não pode curá-las. - ela soltou antes que pudesse conter sua própria língua. E como se tivesse dito uma maldiçao, os braços dele fraquejaram seu aperto ao redor dela até caírem completamente aos lados do corpo dele.
A ruiva assistiu o único homem a quem ela amou – e ainda ama, completou pra si mesma – se afastar dela lentamente com a cabeça meio baixa. O porém é que ele não parecia nem o rascunho do cara por quem ela havia se apaixonado quase 18 anos atrás.
-&-

- Mãe? Mãe? Você está me ouvindo? – chamou a loira pelo que parecia ser milionésima vez, acordando Gina de seu estado de torpor momentâneo. E com um sorriso fraco, a ruiva colocou-se de pé.
- Está na hora de voltarmos, querida. – anunciou logo após realizar um feitiço que retirara todos os amassados de suas roupas.
- Precisamos mesmo? – perguntou enquanto fazia cara de pedinte, com direito até a olhos brilhando.
Gina sorriu e lhe ajeitou o cabelo, carinhosamente.
- Precisamos, antes que minha adorável sogra comece a dizer para os convidados que eu fugi com meu jardineiro latino. – contou em tom divertido, mas percebia-se nitidamente que não gostava da outra mulher.
- Aquela megera, espero que escorregue naquele salto Louse Chairman IV da temporada passada e esborrache aquela cara exageradamente maquiada no chão. – resmungou, fazendo sua melhor cara de má. – E bem, se isso não acontecer por bem, talvez eu possa dar uma ajudinha ao destino. – completou num murmúrio.
- Daphné! – Gina exclamou, surpresa pela atitude, já que Draco sempre se gabara da ‘delicadeza’ e ‘refinamento’ que ensinara a garota.
- Que foi? – retrucou no seu melhor tom de voz inocente.
- Emmy e Kevin foram uma péssima influência pra você. – sentenciou, balançando a cabeça, completamente incrédula.
-&-

Draco Malfoy passou ambas as mãos pelo cabelos, num gesto aparentemente desesperado, fazendo todos seus fios estupidamente lisos irem para todas as direções. Num rompante, ele se levantou e caminhou até a lareira onde alcançou um porta retrato grande de madeira e removeu sua poeira suavemente.
- Eu amo tanto vocês. – ele disse, parecendo falar com as pessoas da foto, mas a ruiva sabia que aquilo era pra ela ouvir. – Não houve um só dia nesses últimos 15 anos que não sentisse a sua falta, ou não pensasse em você e, por mais Lufa-lufa que pareça, eu me peguei imginando todas as manhãs como seria se tivéssemos continuado juntos, sendo aquela família estupidamente feliz que fomos.
Gina somente o encarava, a boca meio aberta, mas sem emitir som algum. Algo dentro de seu peito parecia apertar. Aquele tom de voz. Ele estava desistindo?
- Eu realmente tive esperanças, sabe?! De ter uma foto de família sobre a mesa do meu escritório para passar inveja em todos aquele negociantes nojentos. Porque eu teria uma esposa alegre e sorridente e um bando de pirralhos que me atormentariam os dias, mas eu continuaria os amando cada vez mais. – nisso ele soltou um riso fraco, como quem zomba de sua própria estupidez.
- Mas até idiotas estupidamente apaixonados como eu tem seus limites. E eu acho que cansei de procurar em cada olhar seu alguma migalha do que eu sei que ainda existe dentro de mim. – completou, finalmente, dando-lhe as costas e caminhando novamente até a lareira, onde devolveu a moldura para seu lugar de origem.
Aproveitando que ele não a olhava, a ruiva secou as lágrimas teimosas que escorriam pelo seu rosto sem que ele percebesse. Então, ela também se pôs de pé e caminhou meio trêmula até ele, mas antes que falasse algo, o loiro retomou seu discurso.
- E sabe o que é mais estúpido em toda essa história, Virgínia?! É que talvez eu não possa curar as feridas que eu mesmo causei em você, mas eu sempre estive disposto a passar o resto da minha vida tentando. – contou com um sorriso de lado, parecendo zombar de si mesmo.
- Draco... eu... – antes que conseguisse formar uma frase decente, Gina sentiu os lábios frios dele colidirem com os dela, num beijo sofrêgo, ao qual ela correspondeu de imediato; ela jamais não corresponderia.
Lentamente, depois do que se pareceram séculos, ele separou-se dela, os olhos ainda fechados, traçando-lhe o rosto com a ponta dos dedos, saudosamente.
- E esse era o meio de sair daqui que você não ia gostar. Daphné é romântica demais para sequer imaginar algo como isso. – dizendo isso, ele aparatou bem a sua frente.
Três segundos depois, ela realmente pareceu entender tudo que aconteceu. A ruiva encarou o vazio que ele deixara e respirou longamente, caminhando até a lareira.
E...
- MERDA! - ela berrou jogando um vaso na direção que ele aparatara, como se pudesse feri-lo com aquilo. – Porquê você tem que ser sempre tão covarde? – perguntou para o objeto com o vidro rachado bem ao meio, dividindo-os. Seu rosto vermelho, e completamente tomado pelas lágrimas.
- Porquê, Draco? Porquê? – sussurrou, ajoelhando-se bem ao lado da foto. – Porquê você tinha que desistir bem quando eu me entregava? – perguntou pro nada, seus dedos sobre as feições do ex-marido. Longos minutos e muitas lágrimas depois, ela simplesmente jogou a foto no chão novamente e se colocou de pé. – Talvez você realmente não me amasse tanto assim, não é?! – comentou, sua voz meio recentida, meio raivosa.
E sem sequer uma última olhada, ela também desaparatou.
-&-

Virginia balançou a cabeça tentando espantar todos aqueles flashs de memória que a atormentaram o dia inteiro, e então, tentou formar um convincente sorriso falso em seu rosto. E engolindo em seco, ela levantou a cabeça e começou a andar novamente até o seu noivo.
Um pouco distante dali, Draco fez o cavalo acelerar seus passos, a chuva caindo torrencialmente sobre os dois, algo dentro de seu peito lhe dizia que o tempo estava quase acabando.


Hooooooooooooooooooola mi amigas..
Como andam?
Ai está(estupidamente atrasado) o capitulo, compo prometido..
Eu sei que é até falta de educaçao dizer isso, maaas..
DESCULPEM-ME pela demora, okay?!
Eu tive um punhado de coisas pra fazer, mas nada que voces deveriam se importar..
Mesmo assim, eu queria realmente me desculpar..
Eu li os comentarios e fiquei muito arrependida pela demora e por ainda estar pedindo mais comentarios..
Sintooooo muitiiiismo...
E muuuuito obrigada pelos comentarios, me insentivaram bastante pra escrever..

Prometo que o proximo capitulo vai ser melhor e ter muito mais action..
Particularmente, eu odiei o capitulo... (Só gostei da Gina rolando escadaria abaixo.. *rsts!
Sintam-se a vontade pra comentarem e dizerem o que acharam..

Beeeeeijos..
Até a proxima..

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