Assédio



Assédio


Draco entrou no local resmungando. “Que o Potter e a Granger se explodão! Perdendo um sábado para vê-los conversar amigavelmente. Se esse, amizade, fosse o caso, eu poderia ter me poupado e ter ficado no jardim do colégio vendo os primeiranistas brincando”.

Levou uns cinco minutos para ser atendido e, por fim, pediu a bebida com maior teor alcoólico que encontrou. “Que se entupa, Weasley” Pensou irritadiço.

Quando estava dirigindo-se à saída, as coisas complicaram...
Alguém o empurrou com força – e olhando para o lado, observou de relance Gina com um sorriso enviesado. - E antes que pudesse ir tirar satisfações com ela, lhe azarando até a última geração, o copo cheio da bebida que pedira voara de sua mão. Como se não bastasse, ele próprio caíra encima de uma das mesas, derrubando tudo que estava contido nela encima das pessoas, Draco percebeu segundos depois, que estavam na mesa. A confusão estava armada.

Harry e Hermione se sobressaltaram, eram ‘as pessoas’ das quais Draco se referia, que estavam na mesa. E não pareciam muito contentes. Espumando de raiva, Draco se levantou lentamente de onde estava, Harry se postou a sua frente com expressão furiosa.

-Não olha por onde anda, Imbecil!?

Draco o fitou. – Estou por aqui com você, Potter. Estou cansado dos problemas que pode e está me causando, então, vê se me erra – disse secamente.

Harry riu com ironia. – Eu causo problemas a você?! – indagou erguendo a sobrancelha. – Olhe bem para mim, Malfoy. Veja o que você, seu destrambelhado, fez – disse sem paciência.

Draco sorriu cinicamente ao ver a blusa rasgada de Harry. Era como uma linha, que ia do lado esquerdo do peito do moreno até próximo ao seu umbigo, dava ainda para ver uma grande marca vermelha na pele de Harry, também como uma linha, como se uma faca houvesse lhe cortado superficialmente. O que fez o loiro supor que algum vidro de todos que caíram sobre Harry o haviam atingido certeiramente, não pode deixar de se alegrar. O moreno ainda estava com a blusa (o que sobrou dela ao menos) muito molhada, assim como a calça que usava. – Nova moda, Potter?

Harry lançou um olhar duro para o loro antes se aproximar perigosamente do mesmo. – Não brinque comigo. Não sabe com quem está se metendo... - disse em tom baixo.

-O que vai fazer, Potter? Gritar por ajuda ao fantasma do seu padrinho?

Harry estreitou a vista. – Então preste atenção - retrucou sibilante antes de lhe enfiar um soco no estomago. – É um bom grito de ajuda, Malfoy?! – gritou asperamente.

-Harry! – Hermione se postou ao seu lado, impedindo-o de avançar novamente em Draco. – Meu Deus, controle-se! – o moreno lhe lançou um olhar vazio.

Draco aproveitando-se do momento de distração, empurrou Harry com força, fazendo-o se desequilibrar e sair de costas no chão. Draco postou um de seus joelhos em sua barriga e lhe socou o rosto com força. – O que você pensa que é para me bater?! Nem o filho da mãe do meu pai me tocava!

Harry se esquivou de mais um soco e segurando a gola da blusa de Draco, o virou, ficando por cima. Então lançou com raiva o punho na direção do nariz do loiro, acertando-o em cheio. Draco, tentando se libertar do corpo do moreno sobre si, desferiu um murro na costela de Harry, mas este não o soltou. E em retaliação, Harry deu com seu punho do queixo do loiro, que continuava a socá-lo de lado.
Hermione observava tudo em desconcerto e desespero, sem saber como agir; com a confusão, perdera sua varinha e não tinha idéia de onde se encontrava a de Harry. Para piorar as coisas, ainda que houvesse dezenas de pessoas à volta dos rapazes, ninguém parecia disposto a intervir. Ela olhou a volta a procura de alguém que pudesse lhe ajudar, avistou madame Rosmerta vindo em sua direção, ou melhor, em direção da confusão. Suspirou aliviada.

-Já basta! Já basta! – ela exclamou afastando com brusquidão as pessoas que olhavam Harry e Draco aos socos. – Vocês dois, parem agora! Querem destruir meu estabelecimento?! – ela gritou, os rapazes nem repararam nela. Bufando. Rosmerta apontou a varinha para ambos e de lá saiu um jato de água quente, Harry e Draco gritaram em protesto afastando-se de imediato. Satisfeita, ela olhou a volta. – Circulando, circulando! A apresentação acabou – quando viu as pessoas se afastarem, voltou-se para os rapazes.

Ambos estavam com cara de poucos amigos e Hermione estava a dispensar ao moreno uma de suas homéricas reprimendas, ainda que parecesse, Rosmerta reparou, estranhamente perturbada. Lançava constantes olhares para a camisa pólo que Harry estava usando.
A dona do bar ergueu a sobrancelha, ao reparar melhor em Hermione, a garota tinha todo o casaco manchado com uma bebida escura e de cheiro forte, isso significa apenas uma coisa: era como se nada ocultasse seu torso, ela não parecia notar isso enquanto ainda repreendia o rapaz ao seu lado.
Rosmerta voltou-se para Harry. Ele tinha uma marca vermelha na bochecha, cauda pelo soco que Draco lhe deve, os cabelos mais que amarrotados pingavam... Sua blusa, bege, estava imunda, abarrotada e rasgada de modo que dava para observar um longo arranhão sobre a pele do moreno – surpresa, a mulher se perguntou como aquilo acontecera. - E como se não bastasse, estava completamente molhado. Ela voltou-se para Draco, este não estava muito melhor... Parecia exausto. Na verdade, ambos ainda ofegavam.

-Acho que vocês entenderam o recado não é? – ela indagou com um sorriso, sendo observada por olhares rígidos, que apenas a fizeram ampliar mais o sorriso. – Já basta. Meus queridos... Já chamaram demasiada atenção - Draco lançou um olhar feroz a Harry antes de lhes dar as costas e sumir de vista.

Antes que Harry pudesse dizer alguma coisa, Hermione tomou a frente. – Harry, onde está sua varinha?

O rapaz tateou o bolso de sua calça por vários segundos. – Eu... Eu não sei.

-Queridos...? Tudo bem?

Hermione olhou para a mulher. – Não. Definitivamente não está nada bem – a morena disse um tanto quanto áspera. – Nossas varinhas, Rosmerta. Elas sumiram – disse enquanto Harry ainda procurava a sua. Antes que Rosmerta pudesse falar alguma coisa, alguns clientes a cercaram, procurando orientação para alguma mesa vaga, fazendo seus pedidos, querendo pagá-la ou queixando-se da demora de ser atendido. Hermione se postou entre todos. - Será que poderia nos ajudar?

-Estou meio ocupada agora, se não percebeu, senhorita... Granger.

Hermione bufou. – Por favor, Rosmerta! Veja nosso estado... Precisa nos ajudar. Se tivéssemos nossas varinhas, poderíamos organizar tudo, mas não as temos se, por acaso, você não pôde ouvir o que disse.

Rosmerta olhou para os dois por um instante. – Tudo bem, vejam bem... Há um quarto lá encima. Se me acompanharem, vocês podem usá-lo enquanto procuro suas varinhas, limpo o bar, atendo todos esses clientes... e – ela dizia de modo até sarcástico, demonstrando o quanto estava atarefada.

“Quê? Um quarto? Nós dois, sozinhos?” Os morenos indagaram mentalmente para eles mesmos enquanto se entreolhavam em pânico.

Hermione prendeu a respiração. “Ah Merlín! Não faça isso comigo. Eu... Por favor! Por favor, não... Eu não vou suportar estar presa junto ao Harry num... num quarto!”

Harry expirou com força, como se houvesse levado um soco na boca do estomago.“Eu... Eu não posso estar perto da Hermione enquanto ela estiver tão... Tão provocante assim! Não! Não! Eu não poderia me controlar!”
“Os quarto têm... Camas!” Ambos pensaram olhando de esgueira para o outro. “Não é como se eu pudesse pensar em dormir nela...” Hermione mordeu o lábio inferior e Harry arquejou desviando o olhar.

-Você não pode simplesmente nos secar? – Harry indagou interrompendo-a estando agora ao lado de Hermione, sua vista vez ou outra, sem que ele pudesse evitar, vagava pelo torso da amiga. Era um suplicio.

-Se ao menos eu tivesse minha varinha... – a garota lamentou, ainda seguindo a dona do bar.

Hermione olhou de lado para Harry que pareceria se lamentar tanto quanto ela. Ela fitou disfarçadamente seu perfil e depois sua blusa, meio rasgada, “se eu estivesse com minha varinha, poderia consertá-la...” Ponderou consigo. “Ou rasgá-la de vez” ela sorriu levemente com o pensamento. E, para seu choque, a blusa de Harry desabou de seu corpo, caindo no chão. Assim, sem mais. “Juro que não fui eu!” Hermione pensou confusa parando por um instante, seus olhos presos no peito nu de Harry. “Ah meu Merlín! A idéia do quarto não pode ser boa... Ela não pode”. Harry corou furiosamente enquanto, olhando para baixo, pegava com velocidade sua blusa.

-Eu posso o fazer! - Cormac McLaggen se prontificou com seus “luxuriosos” (segundo Harry) olhos brilhando sob a visão de Hermione, de seu torso, melhor dizendo. – Quero dizer, secá-los...

Harry lançou ao rapaz um olhar assassino, assim que voltou a se erguer. Mas, para a sorte de McLaggen, foi Hermione quem respondeu. – Ficamos com o quarto – ela disse de imediato olhando para Rosmerta. A morena se aproximou de Harry rapidamente, estando com o seu torso no dorso dele, nervosa com o olhar que Cormac lhe lançava (quase como se rasgasse suas vestes) – Agradeço o seu comprometimento, McLaggen... Mas realmente não é necessário. Preferimos acompanhar Madame Rosmerta, não é Harry?

-Definitivamente – retrucou cruzando os braços, oferecendo a Cormac um olhar de desdém.

-Então, me acompanhem, crianças... – eles o fizeram de bom grado. Afastando-se de bom grado também, já que quando se tocaram, o contato mais parecia uma brasa muito, muito quente...

Quando já estavam suficientemente longe dos ouvidos do outro rapaz, Harry indagou. – A senhora não pode mesmo nos secar?

-Mal posso respirar, senhor Potter! Não está vendo? – ela indagou exasperada, ignorando prontamente seus clientes enquanto seguia depressa para as escadas, próximas ao balcão. – Além do mais, vocês não estão correndo risco de morte, tenho certeza que podem esperar uns minutinhos – depois de subirem as escadas, eles andaram por um instante por um corredor estreito. - Devem entender que não posso perder dinheiro – Harry e Hermione assentiram resignados enquanto subiam as escadas juntamente com Rosmerta. – Dentro de alguns minutos, eu volto. E prometo que com suas varinhas em mãos! – ela disse quando pararam em frente ao quarto, e a mulher entregava nas mãos de Harry a chave do lugar. – Assim que tiver um momento mais livre, procuro as varinhas de vocês, está bem? – eles assentiram, mas Rosmerta já estava lhes dando as costas.

Harry abriu a porta e deixou que a amiga entrasse no quarto primeiro, fechou a porta atrás de si assim que entrou no local. Se pegaram se observando.

Hermione lançou um olhar investigativo pelo quarto, apartando a vista da imagem tentadora que era a figura de Harry no momento. O quarto era espaçoso e um tanto rústico, bem iluminado – havia uma grande janela do lado oposto ao da porta, também uma escrivaninha, e... Tinha uma cama. Enorme. E de casal. Ela gemeu baixinho, voltando-se para o moreno. Coisa errada a ser feita... Mordeu o lábio inferior.
****

-E minha bebida? – Gina indagou inocentemente observando Draco se aproximar a passos rígidos.

-Ora sua...!

Gina soltou uma risada divertida e leviana enquanto mostrava ao rapaz o que tinha em mãos. – Com a confusão, eles nem souberam o que lhes atingiu – ela disse, numa piscadela, enquanto guardava as varinhas de Harry e Hermione no bolso de sua calça. – Você foi vem, Malfoy – acrescentou olhando-o de lado.

O rapaz expirou. – Não faça isso outra vez – disse em tom seco.

-O quê? Improvisar? – ela indagou com sarcasmo por sua vez. Draco lhe lançou um olhar antes de voltar sua atenção à janela. Harry e Hermione ainda conversavam com Rosmerta.

-Eles estão saindo? – indagou franzindo a testa.

-Sem condições Malfoy, não está vendo como estão? – ela estreitou a vista. – Vamos, hora de segui-los mais de perto.

-O quê?! Entrar no “Três Vassouras”? Você e eu? Enlouqueceu?

-Quer perder a melhor parte? – ela indagou erguendo a sobrancelha enquanto, aproximando-se da janela, apontava a própria varinha na direção de Harry. -Diffindo! - a blusa do Harry se rompeu no mesmo instante.

-Foi você! – ele disse chocado. – Foi você quem fez aquilo na camisa do Potter!

Gina sorriu. – Sim, apesar de quase tê-lo ferido... – disse franzindo o cenho por um instante. Então, ela sorriu maliciosamente para Draco. – Vem comigo, senhor Malfoy?

Ele espiou a reação de Hermione, que parecia estar se controlando para não pular em Harry. – Não perderia isso por nada...
**
(continua)
**
Ok! Eu não gostei do capítulo... Ele ficou estranho e, ah! Sei lá. De toda forma, gostaria que comentassem, claro.
Desculpem-me os erros. Sabe como é, revisar, reler o capítulo não é muito minha praia... Acho que não demorei muito, não é?
O próximo capítulo... Acho que não tarda muito.
Até lá então.

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