Perdão?



Cap. 25_

O clima na torre da grifinória ficou, se é que era possível, pior ainda. Se antes as coisas estavam difíceis, depois do ocorrido, ficaram impossíveis. Rony era o único que não parecia realmente triste. Na verdade, ele parecia um tanto orgulhoso. Lilá, Mione e Harry, no entanto, estavam realmente de dar pena. Em um estado lastimável. Dormiam pouco, comiam pouco e não conversavam com quase ninguém.

Olhar para Harry e Mione, cada um em um canto da sala comunal tentando, miseravelmente, estudar, cortava o coração de Gina. Ela já não sabia mais o que fazer para reunir mais uma vez o trio maravilha de Hogwarts.

Gina sabia que era uma situação muito delicada. Ela via Hermione sofrer, mas não podia realmente dizer que Harry precisava perdoa-la. Ela não sabia se perdoaria Draco se estivesse no lugar de Harry.

Harry estava se consumindo pela dor e pelos esforços. Estava com uma carga maior de tensão do que qualquer outro. Estava dando conta dos deveres e vendo, todos os dias, Mione. Todos os dias que ele acordava. Todos os cafés da manhã. Todas as aulas. Todos os momentos. E era obrigado a fingir que não se importava. Era isso mesmo que ele estava fazendo. E ainda estava pesquisando sobre a caverna, o que estava dando mais trabalho do que ele imaginara. Ele passara, por exemplo, uma semana inteira procurando, na biblioteca, uma matéria que saíra, há alguns anos no profeta diário, e não a encontrara em lugar algum. Somente na semana seguinte, quando ela apareceu misteriosamente sob seu travesseiro.

Gina não se surpreendeu ao roubar a lista de empréstimos da biblioteca e ver que a revista estava no nome de Hermione Granger.

_Não conte para ele. _foi a única coisa que Mione respondeu, quando Gina perguntou-lhe sobre isso.

Hermione sentia Harry indo embora. Sentia cada vez mais forte uma dor imensa cada vez que olhava para ele. Sentia vontade de correr, se atirar de joelhos e implorar por perdão. Mas ela não tinha certeza de merece-lo. E enquanto isso, o máximo que ela podia fazer era continuar ajudando-o à distância. Mesmo sem receber seu sorriso e seu afeto de volta.

Gina também não estava muito bem. Tinha alguma coisa a incomodando. Era algo como... Um pressentimento. Ainda mais porque há muito tempo não via Draco.

E Draco... Bem, Draco estava acossado. Lucius continuava a mandar cartas e, a cada carta, ele demonstrava mais como estava na cola da garota. Ele falava de suas manias, suas roupas preferidas, onde seus parentes andavam. Draco não sabia como ele podia saber tanta coisa. E determinado. Admitia realmente que andara evitando Gina. Estava adiando ao máximo o que tinha que fazer. Aquilo doía. Doía muito. E doía ainda mais quando ele a via, mesmo que de longe.

Mas ele não tinha opções.

Quando as aulas de reforço recomeçaram ele já estava mais do que decidido. Chegou mais cedo na sala e ficou esperando Gina, perto da janela. A garota correu pelos corredores, ansiosa. Finalmente. Ela até começara a sentir falta das aulas e... Bem, de Draco.

Ela entrou na sala e o viu. Seu cabelo loiro brilhava ao sol que entrava pela janela aberta. Ela parou, sorriu e, então, correu para ele. Para seus braços. Para beija-lo.

Mas quando ela chegou perto o suficiente, Draco, que nem chegara a sorrir ao vê-la, virou o rosto.

Gina afastou-se sem entender: _O que foi?

Draco preparou seu olhar mais gelado. Um que ele nunca conseguira direcionar a ela.

Gina percebeu que algo estava errado antes mesmo que ele falasse. _Não chega tão perto... Weasley.

Gina apertou os olhos, sem entender. _O que deu em você?!

_Ah, sei lá. _ele deu de ombros de um modo displicente. Agradeceu mentalmente o fato de mentir tão bem _Você só... Perdeu a graça.

Gina cruzou os braços, séria. _Não sei do que você está falando.

_Ok. _ele respondeu e aproximou-se mais dela, com uma expressão irritada _Então abra bem seus ouvidos, porque eu vou explicar uma vez só. _e aproximou-se mais ainda. Gina deu um passo para trás. _Você não. Tem. Mais graça. Cansou, enjoou, entediou. Fim.

Gina parecia confusa. _Draco... O que deu em você? _ela perguntou sem entender, dando mais um passo para trás. _Eu achei que você... Bom, depois de ter feito aquilo no salão principal...

_Você achou que eu gostava de você? _Draco perguntou com um sorriso irônico _Como você é tolinha. _e riu, virando-se para janela. Se continuasse encarando-a, sentia que iria se denunciar _Eu só quis que você acreditasse que eu gostasse de você...

_Para quê?! _ela berrou ainda confusa _Para me jogar fora depois ou... _então ela berrou e sua voz baixou sensivelmente, como se ela se cansasse. _Draco, você fez isso para tentar dormir comigo?

Draco parou, surpreso. Nem ele pensara nisso. Ele jamais... Como ela podia chegar a essa conclusão? Mas não podia culpa-la. Ele não estava se mostrando a melhor pessoa do mundo e não podia esperar que ela confiasse mais nele.

Agradeceu o fato de ter se virado para a janela. Ou ela teria visto como seu rosto se entristecera.

Recuperou-se, restaurou sua expressão irônica e virou-se novamente para ela. Ele viu que ela estava com lágrimas nos olhos, mas estava decidido a ir até o final. Ela o agradeceria um dia. Quando ela estivesse viva, velhinha, casada com alguém legal e com filhos e netos, ela o agradeceria.

_Francamente, Weasley, por que mais seria? Eu acreditava no que todos na escola diziam. E achei que fosse mais... Fácil.

Uma única lágrima escapou dos olhos da garota. _Eu odeio você. _ela sibilou, ainda que não tivesse certeza disso. Na realidade, ela estava se odiando. Como ela podia ter sido tão idiota? Como ela podia realmente ter acreditado em Draco? E duas vezes, ainda por cima?

_Só que não foi. _ele continuou como se não tivesse ouvido _Então, tchau. Para quê eu iria mesmo querer uma namorada como... Você?

Gina não agüentou mais e avançou até ele. _EU ODEIO VOCÊ, SEU IDIOTA! _e começou a dar socos, com os pulsos fechados, no peito do garoto.

Draco não deixou que ela ficasse muito tempo nisso. Agarrou seus dois pulsos com firmeza e sacudiu-a, levemente. _Chega, ok? Foi assim que tudo isso começou, se você não se lembra. Então vê se pára, esquece que eu existo e sai da minha vida.

Gina lançou-lhe um olhar mortífero. Nunca se sentira tão humilhada. Nem mesmo quando ele a apostara. Virou-se, sacudindo os cabelos ruivos e saiu da sala batendo os pés.

Voltou segundos depois, ainda tempestuosa. _Não, não vou sair! _ela resmungou como se desse continuidade a um diálogo _Esta é a MINHA aula, eu tenho ALUNOS me esperando, e eu não vou abrir mão disso só porque você é um MALDITO CAFAJESTE. Saia você.

_Desculpe, mas eu tenho alunas também, e pretendo ficar. _ele respondeu impassível.

_ÓTIMO! _ela berrou.

_Ótimo. _ele respondeu lentamente, e virou-se para pegar material em sua mochila.

Gina ainda ficou encarando suas largas costas, esperando que ele virasse e gritasse que era brincadeira. Mas não foi o que ele fez.

Resignada, feriada, acossada, Gina contentou-se em arrumar seu próprio material para a aula. Fora de repente demais. Mas ela devia ter imaginado. Ela devia ter desconfiado.

Mas ela estava decidida. Não iria sofrer por ele. Nunca mais.

Resignado, ferido, acossado, Draco tentou se convencer de que era o melhor. Tentou não pensar mais na ruiva. Ao menos ela estava segura agora.

***

Mione estava cada dia mais abatida. Não dormia mais direito. Seus pensamentos se direcionavam, invariavelmente, para Harry. Gina estava vendo a amiga se consumir, dia após dia, noite após noite. E Harry acompanhando-a nesse ritmo melancólico. Ela mesma não saberia dizer qual dos dois estava pior.

Gina, pelo contrário, tentava não se abater. Na frente dos outros, ela sorria mais do que nunca. Sua língua estava sempre com as habituais respostas ácidas. E seu jeito voltara a ser o da alegre Gina de sempre.

Draco estava enfezado. Por que ela o esquecera tão rápido? Conseqüentemente, ele ficava cada dia mais irritante. Mais chato. Mais provocador. Seu alvo preferido era Harry. Principalmente depois de descobrir o que acontecera entre ele e Hermione.

Harry já não reagia. No lugar de ficar bravo ou com raiva, ele só se sentia ainda mais triste. Hermione, pelo contrário, já conseguira perder 30 pontos para a grifinória por enfeitiçar Malfoy no corredor do terceiro andar e pegar uma detenção por socar o nariz dele, depois de Dino e Simas conseguirem tirar a varinha dela.

Isso o fez ficar quieto. Ao menos por uns dias.

_Está prestando bem atenção, Granger? _ele voltou a provocar em uma aula de poções particularmente chata _Eu sei que no fundo, no fundo, você adora fazer poções.

Os alunos que conheciam a história – o que quer dizer, todos, considerando-se a velocidade com que a fofoca se espalhou – riram, e Harry e Mione, sentados em mesas separadas e isoladas do restante da turma, fecharam a cara.

_E tem que ser uma poção bem potente, para gostar do Potter. _Snape apurou os ouvidos e tirou os olhos do papel que lia _Ei, isso é muito triste, Potter? Saber que alguém só consegue gostar de você tomando uma poção do amor? Saber que você é tão sem sal, que ninguém consegue gostar de você de verdade?

Os alunos da sonserina riram e Mione bateu com a balança de latão na mesa. Snape chegou mais perto de Draco. _Do que você está falando, Malfoy?

_O sr não ficou sabendo, porfº? _Draco perguntou gargalhando e visivelmente se divertindo _A Granger sangue ruim bebeu uma poção do amor, que ela mesma fez, para gostar do Potter. Entendeu? _ele riu mais ainda _Ela mesma bebeu, de propósito, a poção da lua doce para conseguir gostar do Potter. Ele deve ser mesmo muito intragável. _e se inclinou para trás rindo com mais vontade. _Agora imagine que situação patética. Ele é apaixonado por ela, sabe-se lá por que, e fica sofrendo de amor. _e fez uma careta irônica. Os sonserinos riram mais _E ela está sob o efeito da poção, ainda apaixonada por ele, e cada um fica sofrendo de um lado. _e teve que deitar sobre a carteira para rir mais. Um sorrisinho irônico surgiu no rosto de Snape. Harry atingiu o máximo de sua irritação e, jogando suas coisas na mochila aberta, saiu da sala.

Mione pensou em ir atrás dele, mas o sinal bateu logo depois e todos os alunos se precipitaram para a saída. Desanimada, ela acabou ficando para trás e sozinha, na sala, com Snape. Ele mantinha o mesmo sorriso idiota quando ela passou para sair da sala.

Ela achou que não tinha que agüentar isso.

_Está rindo do quê, morcego velho?! _ela perguntou virando-se, com toda a raiva contida durante a semana, para ele. Nem isso desfez o sorriso no rosto do profº.

_Sabe que eu nunca pensei que iria ver a famosa Granger sabe tudo errar um dia. _ele respondeu em um tom brincalhão, que combinado a seu rosto, mais parecia um mau agouro.

_Do que está falando? _ela sibilou apertando os olhos, como Gina costumava fazer.

_Que a poção da lua doce, só dura uma lua. Uma noite.

Mione parou subitamente. Seu rosto se descontraiu e seus olhos se arregalaram. _O quê? _ela perguntou incrédula.

_Isso mesmo que a srta ouviu. Você pensou até agora que ainda estava sob o efeito da poção, mas essa poção só dura uma noite. Você errou.

Um sorriso bobo começou a aparecer no rosto da garota. _O... O quê?

_E 50 pontos a menos por me chamar de morcego velho.

_Só uma noite? _ela repetiu com um enorme sorriso. Isso significava uma única coisa.

_E eu poderia até expulsa-la, porque poções do amor são proibidas em Hogwarts. Mas como você foi tola o suficiente para usa-la em si mesma, vou apenas dar-lhe uma detenção.

_Só uma noite? _ela indagou mais uma vez, com o olhar vago e distante.

_A srta ouviu o que eu disse? _Snape perguntou começando a se irritar.

Então Hermione saiu do estado de torpor em que estava. Olhou para Snape como se estivesse se dando conta de que ele estava ali e, repentinamente, deu-lhe um beijo na bochecha. Snape se afastou com nojo e surpreso. _A srta está louca?!

_Obrigada, profº. _Mione respondeu vagamente, antes de sair correndo pelo corredor.

Seu coração acelerava a cada curva feita. E ela sabia que não era por causa da corrida. Seus passos batiam com força no chão de pedra e ela sorria abertamente enquanto corria. Não se importava que as pessoas a olhassem como se ela fosse desvairada. Ela só precisava encontrar Harry, para compartilhar com ele o que acabara de descobrir.

Seu coração acelerou mais. E não era por causa da corrida. Era por estar inundado do mais puro e verdadeiro amor. Puro. Real. E não efeito de uma mera poção.

Só agora ela via. Só agora ela conseguia enxergar os efeitos da poção. Só agora ela conseguia perceber que fora totalmente diferente estar com Harry na noite do baile e vê-lo no dia seguinte. A poção a deixava eufórica, loucamente apaixonada, mas, quando o efeito acabou, ela pôde se dar conta do que já existia dentro dela. Naquela manhã ela percebeu que o amava. E isso não foi como uma onda escaldante. E sim como uma calma e deliciosa brisa de verão, no final de um dia muito quente.

E isso não passou.

E nem passaria.

Ela tinha certeza.

Nem chegou em pensar em procurar o garoto no salão comunal. Ela sabia que ele não estava lá. Sabia muito bem onde ele estava. Não saberia explicar como, simplesmente sabia. Talvez ela sempre soubesse.

Sem fôlego, subiu os últimos degraus da escadaria de pedra que levava ao corujal. Não estava enganada ao pensar que ele estaria ali. Era seu refúgio. Era para lá que ele ia quando se sentia mais triste, mais magoado. Ela entrou lentamente, com medo de assustá-lo.

_Harry? _ela chamou com a voz embargada de uma contida alegria. Ela tinha certeza que tudo ia dar certo.

Ele não se virou. Edwiges acabara de entregar-lhe uma carta, que rapidamente ele escondeu no bolso. Mione não se perturbou com isso. Tinha certeza de que quando ele ouvisse o que ela tinha a dizer, ele dividiria com ela o que tinha na carta.

_Harry, _ela chamou novamente indo até ele, exultante de felicidade _a poção! Acabou o efeito da poção!

Os olhos de Harry congelaram. _E você veio até aqui para dizer que deixou de gostar de mim? _Podia até supor porque ela se sentia tão feliz. Agora ela não sofria mais por ele. Agora ela não gostava mais dele. Agora tudo acabara. Ele só não conseguia compartilhar essa felicidade _Que gentil, você. _e contornou-a para sair do lugar.

_Não! _Mione exclamou com urgência na voz, indo atrás dele _Você não entendeu, Harry. A poção acabou... Mas eu não deixei de gostar de você. _Harry parou repentinamente perto da porta, e ela parou atrás dele, esperando uma reação. Mas ele não entendia o que ela estava querendo dizer. Ele não conseguia absorver a informação, então apenas virou-se para encara-la. E ela estava muito perto. Ele podia sentir até o perfume de seu cabelo, de onde estava. _Eu amo você de verdade, Harry.

Ele não sabia o que dizer. Só de olha-la, ele já sentia uma inusitada, desesperada vontade de toma-la em seus braços e beija-la. Mas os últimos acontecimentos ainda se mantinham gravados a ferro e fogo em sua alma.

_Isso não muda o que aconteceu, Hermione. Não muda o fato de que... De que nós não vivemos uma história real. Você me entende? Eu não posso começar do zero novamente. Não mais uma vez. Não depois de todas as ilusões que eu vivi com você.

_Não foram ilusões! _ela gritou desesperada. Por que ele não estava entendendo? Por que ele teimava em não aceitar o amor que eles, ela não duvidava, sentiam um pelo outro? _Harry, a poção só durava uma noite. _ela explicou suplicante _Eu posso provar em qualquer livro. Foi a noite do baile. Tudo que aconteceu depois foi... Foi real. Foi de verdade.

Alguma coisa ainda o incomodava. Alguma coisa ainda insistia em mantê-lo firme em sua decisão. Por mais que seu coração dissesse que sim, sua razão dizia que não. Talvez fosse o fato de que ele não sabia mais quem era ela. Talvez fosse o fato de que Hermione nunca mentira de verdade para ele. Não uma mentira como essa. E se aquela Hermione mentia, ela não era a mesma Hermione. E isso era o que sua razão gritava, enquanto seu coração implorava miseravelmente para que ele parasse de ser tão teimoso.

Infelizmente, depois de tantas quedas na vida, seu coração já não tinha muitas forças, e a razão levou a melhor.

_Isso não muda o fato de que você mentiu. _ele replicou com convicção. Hermione sentiu vontade chorar. Ela nunca imaginara que isso poderia acontecer. Ela achara, em todos os momentos, que Harry se sentiria tão feliz quanto ela. Nunca passara pela sua cabeça que ele reagiria dessa maneira. _Você mentiu sobre seus sentimentos. Para mim.

Mione conteve um soluço, mas não pôde segurar as lágrimas que começaram a escapar, lentamente, junto com toda a esperança que a acompanhara desde as masmorras até o último degrau da escada. Estava conformada, apesar de tudo. Ela o entendia. Se ele não era capaz de perdoa-la, não havia nada que ela pudesse fazer.

Mas ela não estava arrependida. A poção, ela entendia agora, a fizera ver algo que ela, talvez, não tivesse enxergado sozinha. A poção a fizera ver quem era Harry. A poção a fizera ver que ele era a pessoa perfeita no momento perfeito. Que ele seria a pessoa perfeita em qualquer momento. A poção a fizera ver que o amava.

_Eu sei que eu cometi um erro, _ela concluiu serena e melancolicamente _mas esse erro se tornou o maior acerto de toda a minha vida. Só queria que você soubesse disso, Harry. _e, passando a mão pela bochecha lavada de lágrimas, saiu do corujal.

Harry tirou a carta que recebera do bolso e sentou-se novamente à janela. Desdobrou lentamente o papel e, certo de que não agüentaria mais um minuto sequer, deixou a raiva extravasar-se em forma de lágrimas. Raiva de si mesmo. Raiva de Lilá. Raiva de Rony. Raiva por tudo dar errado. Somente de Hermione ele não conseguia ter raiva.

Nem mesmo olhando para o papel, que segurava tão firmemente a ponto de amassa-lo. O cabeçalho na folha indicava uma imobiliária inglesa como remetente. O restante indicava os novos donos de uma casa na costa inglesa. Eram escrituras.

Harry Potter e Hermione Granger eram, oficialmente, os novos donos da casa da praia.

Harry olhou o céu, com os olhos vermelhos e irritados. Queria ter alguém com quem conversar. Mas Rony certamente não gostaria de ouvir. Lembrou de Sirius. O padrinho invadiu-lhe a mente, deixando um amargo gosto de nostalgia em sua garganta. Pensar no padrinho o deixava ainda mais triste. Sua vida lhe parecia horrível.

Ainda olhava o céu. Mas à toa, pois nunca o achara tão feio.

***

Durante a semana, Harry achou melhor se ocupar com algo que não estivesse tão ligado ao seu coração. Talvez com isso, esquecesse um pouco dele. O assunto principal, no momento, era horcrux.

Estava tudo pronto. Tudo, mesmo. Seria tudo muito simples. Quer dizer, talvez não tão simples, levando-se em consideração o fato de que ele teria que ir de flu até uma cidade próxima a caverna da horcrux e depois voar de vassoura até lá.

E depois entrar na caverna, sem saber exatamente que feitiços havia ali, e pegar a horcrux. De certa forma... Bom, não podia ser tão difícil... Podia?

Harry aproveitaria o domingo que se aproximava. Gina lhe daria cobertura. E ele... Bom, ele iria sozinho.

Que opção ele tinha? Rony? Envolver Mione nisso?

Era melhor ir sozinho.

Harry e Gina levantaram-se mais cedo do que os outros. Vestiram-se em silêncio, cada um em seu quarto e desceram as escadas para o salão comunal. Encontraram-se e sorriram, cúmplices. Mas, quando se viraram, viram que a sala não estava vazia. Hermione dormia sobre um livro grosso e pesado intitulado “Preparação para os NIENS”. Harry engoliu em seco e com um sinal, indicou que estava saindo da sala.

Gina fez que sim com a cabeça e Harry foi até o quadro. Hesitou por uns instantes, com o quadro aberto. Ele sinceramente se sentia melhor por ter visto Mione antes de sair. Ele não sabia se ia voltar. No fundo, ele queria ter tido uma chance de se despedir dela.

O momento de hesitação foi o suficiente para que a mulher gorda do quadro acordasse e se enfezasse com a demora do garoto.

_E então? _ela perguntou em um tom de voz pouco delicado _Vai ficar aí parado na porta?

Mione atravessou bruscamente o mundo de sonhos e voltou para a realidade. Quando abriu os olhos, abruptamente, viu Harry batendo o quadro com força atrás de si e saindo para o corredor. Olhou ao redor e deparou-se com Gina.

Não demorou muito para entender o que estava acontecendo. _Aonde ele foi? _ela perguntou levantando-se, com um tom acentuado de pânico.

_Despachar uma coruja. _Gina mentiu prontamente. Era um pedido de Harry.

_Droga. _ela respondeu pegando a varinha da bolsa _Você mente muito mal. _e saiu correndo atrás dele. Gina não teve coragem de pará-la.

Hermione correu com toda velocidade que tinha. Não tinha dúvidas de onde ele podia ter ido. Era óbvio demais para estar errada.

Correu com ainda mais vontade, porque Harry era perito em atalhos. Chegou na passagem da bruxa corcunda, quando Harry estava batendo nela com a varinha.

_Harry! _ela chamou. Ele virou-se. Ficou dividido entre pular na passagem aberta ou espera-la. Seu coração falou mais alto. Algo dentro de si mandou-o esperar. Resignado, ele fechou a passagem e virou-se para ela. _Deixa eu ir com você. _ela pediu parando a sua frente, cansada de tanto correr.

Harry não soube o que responder. Ele ainda a amava demais para expô-la ao perigo. Ele ainda estava ferido demais para voltar a aceitar sua ajuda. Hermione pareceu ler seus pensamentos.

_Eu não quero correr o risco de perder você. Eu não quero saber que eu não estive perto para ajudar em qualquer coisa que você precisasse. Nós... _ela soluçou _éramos amigos antes de qualquer coisa, Harry. Nós sempre nos preocupamos um com o outro. Nós sempre formamos uma equipe. Nós estávamos sempre perto...

_As coisas mudam, Mione... _ele respondeu martirizado. Aquele assunto doía.

_Não deixa isso mudar. _ela pediu com a voz fraca _Eu acho que... Eu preciso disso. Eu preciso de você, Harry.

Harry estava quase se deixando levar. A perspectiva de ter Hermione por perto lhe dava forças. Mas a possibilidade de feri-la as tiravam totalmente.

_Não. _ele respondeu resoluto e abriu novamente a passagem, virando-se para entrar.

Hermione não pensou duas vezes. Pulou na abertura, derrubando Harry e caindo com ele dentro do buraco.

_Por que você fez isso?! _Harry perguntou depois de cair rolando pelo escorregador. Hermione aterrissara sobre ele e se levantava rapidamente.

_Se você não me deixar ir com você, eu vou por conta própria.

_Você não tem vassoura. _ele respondeu com um sorrisinho irônico, indicando que ela não poderia voar atrás dele até a caverna.

Com um movimento rápido, Mione puxou a varinha e atraiu a vassoura para si, com um feitiço silencioso.

_Agora você não tem mais.

_Mas você não sabe voar. _ele respondeu o mesmo sorrisinho, apesar de um pouco afetado.

_Então eu empresto para você minha recém adquirida vassoura e você pilota para mim. Ótimo acordo, não acha?

Harry sabia que ela não ia desistir. E de alguma maneira isso o confortava. Por alguns dias, ele achara que estava sozinho. Achara que não tinha mais amigos, nem ninguém que se preocupasse de verdade com ele. Agora Hermione retornava a sua vida, determina a ajuda-lo e a acompanha-lo. Hermione ainda estava ali, por perto. Ela ainda era, realmente, a mesma por quem ele se apaixonara.

_Obrigada. _Harry falou, sorrindo levemente.

Mione retribuiu o sorriso e, juntos, começaram a caminhar pelo túnel de terra.

***

Gina estava sentada no sofá, lendo um livro, quando Rony desceu as escadas, de pijama, olhando desconfiado para os lados.

_Ah, bom dia, Gina. Você por aqui? _ele perguntou desinteressadamente, ainda olhando para os lados como se procurasse algo. Gina fechou o livro e ficou observando o comportamento do irmão.

Rony foi até a janela, olhou para fora, olhou para a lareira, embaixo da mesa e atrás do sofá. Só então Gina cruzou os braços, as pernas e perguntou:

_Por que você não pergunta de uma vez?

Rony encarou-a surpreso. _Não sei do que você está falando. _ele respondeu com uma expressão desinteressada.

_Você pensa que eu não sei que você, certamente, acordou, não viu o Harry, não achou sua capa da invisibilidade, sua varinha e o mapa do maroto e está doidinho para saber aonde ele foi.

_Não estou não. _ele respondeu dirigindo-lhe um olhar de dignidade _Eu não estou nem aí para onde o Harry foi.

_Você mente muito mal. _ela respondeu e voltou a abrir o livro que lia.

Rony ficou parado a sua frente, encarando-a. Gina ergueu os olhos e olhou-o intrigada.

_O que foi?

_Não vai me dizer?

_O quê?

_Aonde o Harry foi. _ele respondeu agitando os braços, como se fosse óbvio.

Gina dirigiu-lhe o melhor olhar de eu tinha razão. _Ele foi atrás da horcrux, em uma caverna, no leste do país. Ele ia até Hogsmeade para viajar de flu até as proximidades. Hermione foi atrás dele.

Gina não teve muita certeza, mas achou que Rony tinha perdido a cor. _Ah... _ele fez, e sentou-se ao lado dela no sofá.

Ficaram um minuto em silêncio, tempo em que Rony ficou torcendo nervosamente as mãos. Gina tinha certeza de que ele queria ter ido junto. De que ele queria estar perto dos amigos.

_Ainda dá tempo de você ir atrás deles. _Gina comentou casualmente. Rony fez um som de desdém com a boca.

_Por que eu iria? Harry não se preocupou comigo quando roubou Hermione de mim, se preocupou?

Gina virou-se para encara-lo. _Pára de insistir nisso, Rony. Ele não teve culpa. _ele fez novamente um som de desdém _Eu estou decepcionada com você, Rony Weasley. Como você pode jogar fora uma amizade tão valiosa quanto essa, de tanto tempo, por uma besteira.

_Não é besteira. _ele retrucou entre dentes.

_É besteira sim. Se comparado a tudo o que vocês já viveram juntos, a todas as aventuras, a todos os momentos, é besteira sim. _Rony baixou a cabeça _Quantas vezes vocês já escaparam de poucas e boas juntos? Rony, a amizade de vocês era a coisa mais fabulosa dessa escola. Era mágica. Era... Diferente. No que você quer transformar isso? Você acha que vale a pena desprezar a pessoa que esteve com você nos piores e nos melhores momentos dos últimos sete anos porque, infelizmente, ela se apaixonou pela mesma pessoa que você?

Rony fechou os olhos com força. Aquilo parecia estar penetrando e dilacerando seu coração.

_Você tem idéia do que eles podem enfrentar lá? _ela perguntou mudando o rumo da conversa _Magia negra. Seres das trevas. Qualquer coisa. Como você se sentiria, Rony, se acontecesse alguma coisa aos seus dois melhores amigos e você não estivesse perto para ajudar? Se você tivesse tido a chance de estar perto e tivesse os deixado sozinhos?

Rony não respondeu e não ficou para ouvir mais nada. Repentinamente, ele levantou-se do sofá e correu para o quarto. Gina o viu descer, momentos depois, com sua vassoura e o viu sair, rapidamente, pelo quadro da mulher gorda.

***

Harry e Mione pararam em frente ao terminal de flu. A loja ainda estava fechada e eles sentaram na calçada esperando que ela abrisse. O sol começava a despejar raios alaranjados sobre as ruelas do povoado e o silêncio que se instaurou entre os dois chegava a ser desconcertante.

Mione não sabia o que dizer. Tudo parecia fútil e idiota. Harry preferia não dizer nada.

O tempo parecia se arrastar. O sol parecia mais quente que o habitual. Harry começou a se sentir sonolento. Não dormira bem na noite anterior. Achou que não faria mal se cochilasse um pouco. Mione o acordaria quando a loja abrisse. Achou que caiu no sono rápido demais. E começou a sonhar. Um sonho muito estranho. Nele, Rony entrava na rua em que eles estavam, correndo, com sua vassoura em uma mão e a varinha na outra.

Só se deu conta de que não era sonho, quando Hermione levantou-se assustada. _Rony! _ela exclamou surpresa.

Rony parou de correr e aproximou-se lentamente deles. Não encarou Harry diretamente. _Vocês são loucos? _ele perguntou concentrando seu olhar em Hermione, apesar de se dirigir aos dois _Por que vocês iam fazer isso sem me avisar?

_Rony, você não estava falando com a gente. Por causa do que aconteceu entre Mione e eu, caso não se lembre. _Harry respondeu-lhe acidamente. Por que Mione estava olhando admirada para Rony? Só por que ele fora realmente atrás deles?

Só então Rony olhou para ele. Diretamente para ele. Imediatamente, Harry sentiu-se mal por ter tido ciúme. _Eu não posso deixar vocês irem sem mim. Acima de outras coisas... Bom, você faria o mesmo por mim, tenho certeza.

Harry sentiu o coração se aquecer. Era como se algo rompido voltasse a estabelecer uma ligação. Era uma amizade da qual ele sentira muita falta.

De repente, Hermione começou a chorar. Sem prévio aviso, ela atirou os braços em volta do pescoço de Rony e abraçou-o. Rony parecia meio assustado, meio comovido. Depois de soltá-lo, repetiu o mesmo ato com Harry, resmungando entre lágrimas que sentira muita falta disso.

Harry sabia como ela se sentia. Mas a dona da loja não. E ela ficou olhando-os desconfiada enquanto abria os portões do estabelecimento.

_Tudo bem com ela?

_Tudo bem. _Rony respondeu com um sorriso e bagunçando os cabelos da menina, que ainda abraçava Harry firmemente.

Só então Mione soltou-o, fungando e enxugando desajeitadamente as lágrimas, e entrou na loja, com passos firmes e determinados.




Agradecimentoooos......

fafa.lily, nouzaaaa se fosse meu eu tbm naum deixava sofrer assim naum óóónnn taum fofinho tadinhooooo ... Ai ai eu amo os meninos dessa fic S2 S2 rsrsrsrsrsrs, bom a história naum se resolveu ainda hehe, mas calma q tah indo rsrsrsrs... Continue lendo siiim? Bjsssss

India, brigaraaaaam... :( aaaahhh naum podia dexar eles juntos assim de cara neh hehehe tinham q descobrir da poção pra chegarem no amor verdaderio ai q lindo hehehehe.... e o Rony, neh? Eh de rir, soh assim msm rsrsrsrsrs .... Naaaaaum, naum foi o wonter naum... Hehehe vcs pensaram q eu naum ia dizer neh? rsrsrsrs olha isso pela demora eu dei uma pista... Tudo bem q naum eh akelas coisas q se diga, puxa q pista ela deu,,,, mas pelo menos eliminei um supeito rsrsrs... Continue aki, viu? bjsssssss

sy, obrigada pelos elogios ^^ E vc entendeu direitinho rsrsrs... Eles tinham msm q descobrir da poção pra descobrirem o amor verdadeiro... rsrsrsrs aaaahhh brigada pela força e pelo incentivo viu? Brigada msm .... Continue comentando, tah? bjsssssss

Kamikinha, ups, axu q eu naum cuidei mto bem deles naum hehehe O.o vc deve estar me odiando hauhauahuahuhauha... Eh o outro pekenininhu mas esse aki cresecu um poko neh? rsrsrsrs Ixi eu demorei neh, eu assumo >< rsrsrsrs.... Eh q naum deu pra ir mais rápido msm.... Espero q vc tenha gostado do cap, msm com a briga deles hehehe.... Dexe sua opiniaum viu... bjssssssss

Luara, e ae? o q vc axou do jeito q eu usei pra mostrar q ela gostava msm dele? aaaaahhh brigada pelos elogios.... nhaaa sabe q no fundo ateh fikei com doh da Lilá >_< hauhauhaua eu sei q ela foi mah e talz, mas vc viu o q o rony fez com ela? O Rony merecia um chute na canela nakela hr.... Ela se vingou na pessoa errada claaaro, burrinha coitada.... rsrsrsrs.... Coninue por aki, viu? Bjssssssss

Jack, nouzaaa mto obrigada por td viu... Pelos elogios, pela força, pelo incentivo... Vlw msm :D ... Nhaaaa eu sei q postei pokinhu da outra vez rsrsrs... Mas esse aki jah voltou ao normal ;) rsrsrsrs aaaahhh eu vou dar um jeito sim ... pode dexa ;) rsrsrs soh naum vai ser exatamente assim rsrsrs quase lah... Mas e ae, vc tinha percebido q eu precisava da poção pra ela perceber q gostava dele? E o q qchou? Eu keru saber hein? rsrsrsrs Bjsssssssssss Ps: e ah, magina, pode ficar a vontade no meu orkut rsrsrs.... sinta se em casa rsrsrs

Lilian, axu q fui mais mah ainda neh? >_< rsrsrsrs Todo mundo brigando eeeee huahauhauhauh brincadera, eu tbm naum gosto mto de briga (acredite hauhauhauhauh) ... E o Lucius? hihihihi naaaaum seeeei... huahuauah ...aaaaahhh era pra eles entrarem na caverna nesse cap mas ficou mto grante... eu como eu jah tava demorando pra postar eu parei aí e o resto fica pro próximo rsrsrs... Naum deixe de ler, tah? Bjssssssssss

JOY MALFOY, ooooiii.... Aaaaahh eu tbm adoro o rony, rsrsrs sério acreditem, juro q adoro.... Mas eu axu q eh ateh cara dele falar essas besteiras, vai? rsrsrs naum eh na maldade... ele faz... Sei lah pq ele faz rsrsrsrsrsrs.... aaah favoritei sua fic... naum deu pra eu ler dessa vez, mas eu vou ler e dexo meu coment lah, viu? e comento dela aki tbm, rsrsrsrs.... Continue por aki, viu... Bjsssssss

Ahavene, vc tinha razão... Naum vou contar ainda naum huahauhauhauh Surpresa ^^ ... aaahhh eu tbm fico com doh do Harry... eu faço essas coisas mas eu fico com doh sim rsrsrrsrs.... E o q achou do q o Draco fez? Keru sua opiniaum, hein? Bjsssssssss

Ricardo, puxa brigada pelos elogios ^^ fico feliz :D ... ah eu sei... moh triste eles assim... Vou tentar consertar rsrsrsr... Continue aki pra ver, hein... bjssssss

nani, aí estah a resposta rsrsrs... Mas e ae, me conta, o q vc achou? espero q vc tenha gostado de como aconteceu... Rsrsrsrs.... Bjsssssssss

larissa, demorei um pokinhu rsrsr, mas espero q vc tenha gostado do q aconteceu no cap ^^ Vlw pelo elogio :D e cotinue dexando sua opiniaum... Bjsssssssssss


Na2: Eu sei q eu fui mah,. eu sei q eu demorei.... Mas perdoem essa autora vai... Ela naum sabe o q faz rsrsrsrs.... Mtssss bjssssss
teh maissssssssssssssss



Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.