Onde está a taça?



Cap. 19_

Era um gramado bem cumprido. E bem tratado. E com aspecto aveludado. Rony comentou que provavelmente era naquele tipo de casa que Malfoy morava. Substituindo, é claro, a fonte no jardim por um mausoléu da família e os pássaros que cantavam por morcegos sombrios. Ele supunha.

Quando chegaram à porta, encontraram-na aberta com um mordomo parado nos degraus de entrada. Harry imaginou que ele era o dono da voz asmática. Sem dizer nada, o mordomo introduziu-os em um largo saguão de entrada e depois em uma biblioteca. Rony não se surpreendeu pela biblioteca ser pequena. Zacharias não era exatamente do tipo que gostava de livros. Mione ficou decepcionada por ver uma casa tão grande com uma biblioteca tão pequena.

O mordomo fez uma mesura depois de faze-los entrar e se retirou. Zacharias estava sentado em uma poltrona fingindo que lia. Fingindo seria exatamente a palavra certa. O livro estava de cabeça para baixo.

_Ora, ora... _ele comentou depois de uns momentos durante os quais fingiu que não os tinha visto _Quem temos aqui?

Harry ficou em dúvida sobre o que deveria responder. Achou mais educado ficar quieto e deixa-lo continuar.

_Então, o que querem aqui? _ele perguntou deixando o livro de lado e encarando-os com os braços cruzados _E não me digam que estavam passando e resolveram entrar, porque eu, sinceramente, não vou acreditar.

Harry tinha uma resposta bem educada na ponta da língua, mas não a achou adequada. Rony, aparentemente, não parecia capaz de articular algo que não fossem rosnados. Mione, para sorte dos três tomou o controle da situação.

_É uma situação bem engraçada. _e sorriu ligeiramente. As ruguinhas na testa de Zacharias indicavam que ele não estava achando a situação nem um pouco engraçada. Ela soltou os braços e suspirou cansada, visivelmente mudando de tática _Nós precisamos de sua ajuda.

Harry imaginou o quanto de tudo a amiga iria contar. Mas quando ela abriu a boca para voltar a falar, ele percebeu que não tinha com o que se preocupar. Por mais que Zacharias fosse antipático e chato, ele participara da AD contra Voldemort. E não os dedurara. E no ano seguinte fora atrás de Harry para saber se as aulas continuariam. Zacharias não era uma pessoa que oferecia ameaças.

_Smith, nós precisamos saber de uma coisa. _Harry interrompeu a amiga _E é muito importante. Você sabe se é descendente da Helga Hufflepuff? _Mione e Rony prenderam a respiração.

Zacharias não hesitou. Empertigou-se, como uma pomba com estômago cheio, e empinou o nariz.

_Claro que sei. Como não saberia de uma coisa assim? Eu sou o último descendente, viso que não tenho filhos, de Helga Hufflepuff.

O queixo de Hermione caiu. Rony ainda parecia incrédulo. Se ele era mesmo descendente de alguém tão importante e se era tão arrogante quanto sabia que ele era, por que nunca saíra por aí espalhando o fato?

_Por que você nunca contou pra ninguém? _Rony deixou escapar.

_E por que deveria contar? _ele perguntou como se a idéia fosse estúpida _Por que deveria sair por aí divulgando a qualquer um que pertenço a uma importantíssima linhagem?

O queixo de Rony acompanhou o de Mione e caiu no chão. Harry também estava surpreso. Sempre achara que o garoto era suficientemente metido para espalhar sua descendência para qualquer um que se dispusesse a ouvir. Mas nunca esperara que ele fosse metido o bastante para achar que os outros não eram importantes o bastante para saber.

Zacharias era estranho.

_E por que é que vocês querem saber? _ele perguntou desconfiado.

_Depois da próxima pergunta, nós podemos responder isso. _Mione respondeu com uma expressão séria _Nós precisamos saber tudo, qualquer coisa que você souber, sobre uma taça que pertenceu a sua família e que foi roubada há muito tempo.

O rosto de Zacharias endureceu e ele se levantou. _Como vocês sabem sobre a taça?

_O fato não é como sabemos. Mas não sabemos somente isso. _Harry continuou _Sabemos quem foi que roubou e para quê.

_Eu também sei quem roubou. _ele respondeu agressivamente _Foi uma elfa idiota que roubou e escondeu com vários feitiços, ainda que eu não saiba para quê.

_Elfos não podem fazer feitiços assim, a não ser que sejam mandados. _Mione retrucou, mas Harry sentiu o coração saltar. Ele sabia sobre feitiços?

_Não foi um elfo. Foi Voldemort. _Harry tentou explicar calma e seriamente.

Zacharias teve um sobressalto e se pôs a olhar para os lados, como se o próprio Voldemort fosse pular para fora de um livro ou algo de gênero. _Por que faria isso? _ele perguntou ainda receoso.

_Ele roubou objetos mágicos e guardou pedaços de sua própria alma dentro. _Mione explicou lentamente.

_E a sua taça foi um deles. _Rony completou.

Zacharias olhava de um para outro, esperando que alguém pulasse de repente e gritasse: “pegadinha!”, mas ninguém fez isso.

Os três esperavam sua reação, apreensivos. Então, repentinamente, Zacharias empinou novamente o nariz. _Claro. Uma taça tão valiosa não podia ter ido parar nas mãos de uma simples elfa. Ela tinha que ser importante.

Os queixos de Harry, Rony e Mione caíram novamente. Zacharias era realmente estranho. Ele parecia extremamente orgulhoso pelo fato da taça da família ter sido roubada por um poderosíssimo bruxo das trevas. Ele era, decididamente, estranho.

_Então, _ele se sentou novamente. Rony fechou a cara. Estava cansado e nem era convidado a sentar _no que posso ajuda-los?

_O que você sabe sobre a taça?

Ele inclinou a cabeça para trás e sorriu vitorioso. _Para sorte de vocês, eu passei metade da minha vida pesquisando sobre essa taça. Sentem-se.

Rony sorriu contente, Mione e Harry olharam e volta e os três sentaram-se em cadeiras próximas.

_Quando eu era pequeno, _Zacharias começou a contar com um ar saudoso _meu pai me contou a história de uma taça que pertencera à família, com o incrível poder de unir uma amizade rompida, restaurar a fé escassa e trazer pureza aos corações de quem bebesse dela. Quando eu perguntei o que tinha acontecido com a taça, meu pai respondeu que ninguém sabia. Que há muito tempo a taça tinha sido roubada e que ninguém mais a vira. Eu era novo, mas a taça ficou na minha cabeça. Era da minha família. Eu a queria de volta. Comecei a pesquisar. A perguntar, a ler. As coisas pareciam muito difíceis. Ninguém da família parecia saber alguma coisa. Mas conforme os anos passaram, conforme eu fui juntando peças, cheguei ao máximo que poderia saber. Rumores indicavam que a taça havia sido escondida em uma gruta, chamada a Gruta Negra, no Leste do país. Guardada pelos mais assustadores seres e por feitiços de Magia Negra. Eu ouvi, também, sobre vários antepassados meus que decidiram recuperar a taça e que nunca mais voltaram. Foi por isso que eu me contentei em apenas saber onde estava. _ele franziu o nariz _Quer dizer, não vou me arriscar a ir até lá, não é mesmo?

Harry e Mione se entreolharam. Rony continuava com o olhar fixo. Talvez sua atenção tivesse se dissipado e ele nem tivesse ouvido. Mas ele estava apenas chocado demais. _Eu... _Harry começou desviando os olhos de Mione _Zacharias, obrigada. _e levantou-se. Mione e Rony o imitaram. _Nós precisamos ir.

Zacharias, contrariando todas suas ações passadas, estendeu a mão e apertou a de Harry. _Não há de quê. Acompanho vocês até a saída.

Em silêncio, Zacharias levou-os até a saída e eles caminharam pelo gramado até o portão. Já na calçada, Rony virou-se para Harry. _Você vai querer ir atrás desse horcrux, também?

Eles começaram a caminhar, de volta a loja, para usar a lareira. _Com certeza. _Harry respondeu enfático. _Eu só... Não vou dizer que não quero vocês comigo, por que quero, mas será que não seria melhor se...

_Cara, não. _Rony respondeu sem deixa-lo terminar _Nós vamos com você. E dessa vez Dumbledore vai nos ajudar. Tenho certeza. Agora ele confia em você.

Alguma coisa ainda incomodava Harry. Então ele sentiu algo roçando em sua mão direita. Um leve toque na palma de sua mão. Ele olhou para baixo, a tempo de ver a mão de Mione tocando a sua, antes de seus dedos se envolverem aos do garoto e de suas mãos se entrelaçaram totalmente.

Seus olhares se cruzaram e ela sorriu. Harry esqueceu o que o incomodava.

***


Draco aproveitou que não tinha nada melhor para fazer e pensou que era melhor entregar seus relatórios das aulas de reforço. Antes em um dia tedioso do que em outro qualquer. Caminhou sem ânimo para a sala de Snape, seu coordenador no curso, mas, quando chegou, encontrou outra pessoa na sala. Aliás, outra pessoa, no singular, era pouco. Encontrou duas pessoas.

_Leia, Severo, vamos. _Marisa exclamava, balançando, exultante, um papel. Ao seu lado Gina esperava entre tímida e orgulhosa de si mesma _Isso é para você ver como MEU projeto deu resultado.

Snape não parecia muito interessado em ver coisa alguma. Entediado, ele revirava os olhos para o alto, tentando se esquivar do papel que Marisa insistia em lhe mostrar.

_Olhe esses gráficos. São as notas dos alunos que tinham dificuldades na matéria. Aumentaram espantosamente. _a profª continuava alegremente.

_Certamente o relatório do meu aluno será tão bom quanto esse. _Snape retrucou com uma certa pontada de orgulho. Draco olhou para seu próprio relatório e riu. Dois terços daquilo eram totalmente inventados. Então, ele pigarreou para mostrar que estava ali e entrou. Gina entreabriu a boca e cruzou os braços.

_Trouxe o meu relatório de aulas, profº. _e estendeu o maço de folhas ao profº de poções. Snape pegou-o sorrindo para Marisa e começou a folheá-lo. Gina mirava com raiva o sorrisinho presunçoso no rosto do loiro.

_Claro. Como imaginei. _Snape comentou sorrindo desagradavelmente _É só olhar, Marisa. Meu aluno abordou muito mais temas do que a sua aluna.

Marisa curvou-se para olhar os papéis. Gina, no entanto, estava paralisada. Draco não fazia coisa alguma nas aulas, a não ser que se leve em consideração o fato de que ele vivia se exibindo para as alunas. Seu sangue ferveu e ela encarou Draco, furiosa.

Draco retribuiu o olhar e mostrou-lhe a língua.

_Que temas? _Gina perguntou desdenhosamente e bufando _Anatomia?

_Poções, obviamente. _Snape respondeu sem se importar _Por que seria anatomia?

Marisa olhou intrigada para a garota. _o que você quer dizer, querida? _ela perguntou meigamente.

_Ele dava em cima das alunas dele. _a ruiva respondeu indignada, apontando dramaticamente para Draco.

_Ela está com inveja de mim. _Draco respondeu com toda a clama do mundo, colocando as mãos no bolso do uniforme e encostando-se a parede.

Marisa parecia pensativa e estalou os lábios. _Acho melhor investigarmos isso, Severo.

_Draco, _Snape deu um suspiro cansado e virou-se para o aluno _você fez isso?

Draco olhou para Gina, antes de responder. _Não. _e deu um pequeno sorriso irônico.

_Fez sim! _Gina exclamou começando a se irritar.

_Severo, ela está dizendo que fez! _Marisa argumentou com um toque de urgência na voz.

_E eu não vejo motivos para acreditar na sua aluna ao invés de acreditar no meu aluno. _Snape respondeu rispidamente, como se desse o assunto por encerrado.

Marisa lançou-lhe um olhar gelado, antes de sair batendo os pés. Gina parecia capaz de rosnar e morder, mas contentou-se em seguir a profª.

Snape esperou que os passos morressem ao longo do corredor. _Draco, se você continuar dando em cima de suas alunas, eu vou ser obrigado a tirar você do projeto. _ele comentou com leveza, fechando uma pasta.

Draco não estava surpreso. Snape sabia de quase tudo que ele aprontava e sempre se mostrava indulgente.

_Isso é uma promessa? _ o loiro perguntou com um falso tom de esperança na voz.

_Você sabe que gosta dessas aulas, Draco. _Snape respondeu e saiu da sala deixando Draco sozinho.

O garoto ficou intrigado com isso.

Mas no fundo sabia que adorava cada minuto naquela sala de aula, com Gina bufando feito um gato cada vez que uma aluna cantarolava melosamente seu nome.

***

Harry correu, entusiasmado, até o escritório de Dumbledore, no fim do dia. Disse a senha, subindo a escada giratória pulando dois degraus de cada vez. Bateu na porta e entrou sem esperar resposta. Mas encontrou a sala vazia.

Desanimado, desabou em uma cadeira e apoiou o braço em seu encosto de madeira. Reparou que a penseira de Dumbledore estava fora do lugar e pensou em se aproximar e dar uma olhada.

Mal pensara isso, e, com um jorro de luz, a penseira estremeceu e Dumbledore saiu de dentro dela.

Harry ficou com a boca aberta.

_Harry? _Dumbledore saudou-o ajeitando as próprias roupas _O que faz aqui?

Por alguns minutos de choque, ele esquecera o que estava fazendo ali. Depois se lembrou e seu corpo voltou a transbordar excitação.

_Profº, eu fui. _ele começou, sorrindo animado e incoerentemente _Fui na casa do Zacharias. Fui lá e entrei. E ele me recebeu. E ele falou comigo. _Dumbledore, encarando-o, sentou-se _Ele disse que era realmente descendente da Hufflepuff. _Dumbledore sorriu e uniu as pontas dos dedos, olhando Harry com um certo orgulho _E ele me contou sobre a taça, profº. Ele me disse que sabia sobre a taça. _O sorriso de Dumbledore desapareceu e ele afastou os dedos, curvando-se para frente.

_O que você quer dizer com isso, Harry? _ele perguntou e Harry não entendeu.

_Que ele sabia do paradeiro da taça. Ele me contou que vários antepassados dele já haviam morrido em busca da taça. _Harry respondeu intrigado _E que ele se interessava pelo assunto e pesquisou muito até...

_Não, Harry. Isso certamente não é possível. _Dumbledore interrompeu-o calmamente e Harry franziu as sobrancelhas.

_Mas é claro que é possível. Eu acabei de vir de lá! _ele exclamou curvando-se para frente também.

_O caso, Harry, _Dumbledore parecia bem desconcertado _é que eu já havia conversado com os pais e os avós de Zacharias.

_Conversado? _Harry não estava entendendo _Sobre o quê?

_Sobre a árvore genealógica da família. Sobre a taça.

Harry endireitou-se subitamente na cadeira. Isso não fazia sentido. Se ele já suspeitava da descendência de Zacharias e já falara com a família, por que ele o deixara fazer papel de idiota?

_Então por que é que o senhor não me falou isso antes? _ele sibilou sem conseguir esconder o começo da raiva.

_Você suspeitou sem eu dizer, Harry. Eu queria deixa-lo descobri tudo sozinho. Era uma descoberta sua.

Harry se sentiu muito burro. Estava com uma incômoda sensação de que o profº quisera dar-lhe uma glória imaginária. Como se ninguém tivesse pensado nisso antes. Quem sabe o profº não andara imaginando que Harry se sentiria contente e pararia de interferir em tudo?

_Mas pelo que vejo, Harry, Zacharias deve ter achado que seria muito engraçado fazer uma brincadeira com você. _Dumbledore continuou impassível.

_Como assim? _o som saiu todo abafado, pelos dentes de Harry. Mas ainda assim Dumbledore entendeu muito bem.

_Eu já conversei com os pais e avós de Zacharias. _Dumbledore repetiu _Eles não sabiam de nada. Há muito tempo a taça foi esquecida e ninguém mais se preocupou com ela.

_Zacharias se preocupou. _Harry contestou _Ele pesquisou. Talvez ele tenha descoberto coisas que os pais e avós dele não sabiam.

_Harry, _Dumbledore inclinou a cabeça como se falasse com uma criança _certamente isso é muito difícil de ter acontecido. Zacharias, provavelmente quis pregar uma peça em você e em seus amigos.

_Por que é muito difícil? _Harry perguntou deixando a indignação tomar conta de sua voz.

_Ele é muito jovem. Como ele poderia saber algo que ninguém mais sabia?

_Ahá. _Harry proclamou dramaticamente como se tivesse acabado de descobrir algo muito importante _o senhor não confia nele porque ele é jovem. Se qualquer outra pessoa da família tivesse dito algo assim, o senhor acreditaria.

Dumbledore deu um suspiro cansado e esfregou a testa com uma das mãos. _Ok, Harry. Se você insiste tanto, eu posso tentar conseguir uma permissão para usar uma poção da verdade nele e...

_Mas é claro que não! _Harry respondeu indignado _Eu odiaria se fizessem isso comigo. Eu acredito nele. _Dumbledore mantinha um olhar casando de quem aparentemente correra uma grande distância. Harry ficou encarando-o por uns segundo, então sacudiu a cabeça lentamente e continuou com um tom amargo _Sabe que eu sempre pensei que o senhor não confiava em mim, em especial. _e levantou-se _Mas hoje eu vi que o senhor não confiava em ninguém que não tenha, pelo menos, a metade da idade do senhor. _e virou-se para sair _Mas saiba que mentes jovens trabalham muito bem, profº. O senhor já deveria ter percebido isso. _e saiu marchando do escritório.

***

Gina estava imaginando se as pessoas achariam muita maluquice de sua parte se ela deixasse, sem querer, cair pó de fura-frunco na comida de Draco Malfoy. Talvez alguém acreditasse que tinha mesmo sido sem querer.

No entanto, ela ainda não se dava ao luxo de correr o risco de ser expulsa. Tudo bem que cada tijolinho daquele bendito castelo ecoasse o nome de Draco Malfoy para dentro de sua cabeça. Tudo bem que todos os lugares a faziam lembrar de momentos felizes que vivera com ele. Mas ainda assim ela gostava de lá.

Estava pensando em tudo isso, quando Dino surgiu na outra ponta do corredor em que ela estava.

_Gina! _ele saudou animadamente _Era você mesma quem eu estava procurando.

A garota ficou pensando se dava tempo de simular um ataque de tosse ou uma dor de barriga e fugir dali. Mas não foi suficientemente rápida. Dino a alcançou.

_Bom, eu acho que você sabe, né? Dumbledore vai dar um baile de Natal.

Ela arqueou as sobrancelhas. Não. A escola toda só falava nesse baile e, não, ela simplesmente não sabia. Como ninguém a avisara?

Mas achou melhor deixar a ironia de lado. A ironia a lembrava muito alguém que ela queria esquecer. Então ela meramente concordou com a cabeça.

_Então o que você acha de ir comigo? _ele perguntou e sorriu para ela. Gina sentiu o estômago embrulhar. Não imaginara que teria que contar para alguém, ainda mais alguém da grifinória, quem era seu par. Pelo menos não antes de a verem com ele.

_Ah, sinto muito, Dino, mas eu já tenho par. _ela respondeu tentando parecer que sentia mesmo alguma coisa.

_Quem? _ele perguntou sem se preocupar em disfarçar a raiva.

_Untr. _ela respondeu baixinho e rapidamente.

_Saúde. _ele respondeu sem entender.

Gina deu um suspiro cansado. _Eu vou com o Winter.

Dino franziu a testa. _O Winter? _ela fez que sim _Batedor? _ela fez que sim novamente _Winter da sonserina _ela fez que sim mais uma vez, desejando que ele parasse com isso. Quantos Winter tinha na escola afinal? _Você só pode estar brincando. _ele concluiu incrédulo. Dessa vez ela fez que não. _Bom, eu realmente só quero ver a cara do seu irmão quando descobrir isso. _Gina imaginou se isso era uma ameaça. Então o colega sorriu e ela se lembrou do porque de ter, um dia, saído com Dino. Ele jamais faria algo assim _Boa sorte, então, Gina. _e saiu caminhando, abatido, para o outro lado do corredor, deixando Gina parada e sozinha.

Pensando em como Rony ia reagir na noite do Natal.

***

Mione estudava quase compulsivamente, ainda que as semanas seguintes fossem de férias de Natal. Bichento já desistira de ganhar algum carinho da dona e se refugiara em baixo da poltrona de Parvati, que comia salgadinhos de pernas cruzadas, esperando algum petisco cair no chão.

Rony hesitava em interrompe-la. Da última vez que ele fizera isso, há uma meia hora, para perguntar se ela queria comer algo, ela quase explodira, dizendo que se ele não estava preocupado com os NIENS, devia, pelo menos, parar de interromper quem estava. Ele ficara emburrado durante a meia hora seguinte.

Hermione teria passado a noite toda estudando, se Harry não tivesse entrado no salão comunal batendo o quadro na parede e com uma cara péssima.

_Céus, Harry! _ela exclamou fechando imediatamente os livros e pulando do sofá _O que houve com você?

_Ah, agora os NIENS não são tão importantes? _Rony perguntou acompanhando-a com o olhar e com um tom de voz despeitado.

Mione não se deu o trabalho de responder. Segurou as duas mãos de Harry e puxou-o até o sofá. Ele sentou-se abatido.

_O que houve? _ela repetiu com uma voz doce. Rony saiu do sofá em que estava e sentou-se ao lado dos dois.

_Eu fui falar com Dumbledore. _Harry começou a contar com um tom de voz carregado de raiva. Mas conforme ele ia contando, uma profunda decepção tomava conta de sim e, quando ele terminou a história, sua voz já atingia o máximo de melancolia _ Ele achou que eu ficar contente em adivinhar sozinho alguma coisa. Como se eu fosse uma criancinha. _ele concluiu e olhou para os amigos.

Rony o encarava sem saber o que dizer. Mione estava séria e ele ficou imaginando como podia querer que ela gostasse dele. Mione era a aluna mais madura de toda a escola. Certamente Dumbledore confiaria nela. E não nele.

Então ela ergueu uma mão e colocou-a, em formato de concha, em sua bochecha. O contato com sua pelo fez Harry, instintivamente, inclinar a cabeça para mais perto de sua mão. Era como se ela o atraísse. _Ok. _ela falou em um tom calmo _Nós já fizemos isso uma vez sozinhos, nada nos impede de fazer novamente.

Harry achou que não tinha entendido direito. Ela? Hermione Granger sugerindo fugir mais uma vez da escola para ir atrás de uma horcrux?

A mão dela acariciou seu rosto e ela sorriu. Era exatamente o que ela queria dizer.

Harry não sabia explicar como estava se sentindo. Hermione o apoiava e isso significava mais do que mil exércitos. Ela o encarava vivamente e isso começou a fazer seu coração disparar. Sua mão ainda tocava seu rosto. Seus olhos ainda estavam fixando os seus. E então os olhos de Harry recaíram até sua boca. E seu coração acelerou ainda mais.

BLAM !!

Harry e Hermione se afastaram com um sobressalto e assustados. Olharam diretamente para a direção do barulho e encontraram Rony, em pé, com um enorme livro caído aberto, com a lombada para cima, no chão.

_Caiu. _ele comentou com um sorrisinho amarelo _Vou indo dormir. Não fiquem acordados até tarde. _e, dizendo isso, sumiu pelas escadas do dormitório.

Hermione parecia sem graça. Harry tossiu desconcertado. Não podia acreditar que quase acontecera novamente. Ele não se arrependeria se tivesse acontecido. Muito pelo contrário. Desde que acontecera da primeira vez, ou até antes disso, quem sabe, ele andava sonhando em abraçar novamente Hermione e beija-la. Sonhando com seus toques, com seu sorriso e com sua respiração leve batendo em seu rosto.

Mas ele não podia afirmar que era recíproco. E não podia obriga-la a lhe responder isso.

_Acho que eu vou indo, também, Mione. _ele comentou sem graça, levantando-se do sofá _Não estude muito. _ela ergueu a cabeça e seus olhos se cruzaram mais uma vez na noite. Ele inclinou-se um pouco e deu-lhe um carinhoso beijo no topo da cabeça.

Depois disso segui Rony. E Hermione perdeu a vontade de estudar.

Harry subiu as escadarias imaginando o quanto daquilo tudo Rony teria entendido e se ele estaria bravo com os dois. Quando entrou no dormitório, encontrou Rony já com o pijama, sentado em sua cama.

_O que foi? _ele perguntou vendo o ruivo olhando-o intrigado. Rony continuou encarando-o da mesma maneira por alguns minutos, depois, repentinamente, riu e segurou a cabeça entre as mãos.

_Cara, por alguns minutos eu pensei que você e a Hermione estavam tendo alguma coisa.

Harry sentiu o estômago despencar. Não de preocupação com o fato de que ele poderia ou não ficar bravo. Mas pelo fato de que a hipótese lhe fazia rir. Ele ficou imaginando se isso era mesmo tão impossível ou ridículo enquanto caminhava pelo quarto até sua cama.

_Rony, eu sei que... Bom, talvez você fique com ciúme. _Ele comentou sentando-se na cama _Mas eu vou com a Mione no baile.

Rony riu mais uma vez. _Eu imaginei que iria. E, sabe, Harry, você me tirou um grande peso. Eu estava começando a me preocupar com quem iria com ela no baile. _e subiu totalmente em sua própria cama _Sabe como é né? Ela é durona, mas, bem, eu me preocupo mesmo assim. Você ir com ela me deixa mais aliviado. _Harry ouvia tudo com o estômago e com o coração apertando cada vez mais _Todos sabem que vocês são praticamente irmãos.

_É, praticamente irmãos. _Harry repetiu tentando não parecer tão chateado _Boa noite, Rony. _e fechou o cortinado de sua cama.

Longe dos olhares indiscretos do amigo, Harry socou o travesseiro. Depois se deitou de costas na cama, com os olhos fechados.

Ele não a queria como irmã. Por Merlim, ele a amava. Ele a queria como mulher.


Na: kamikinha, aaaeee tah cehegando o baile ^^ ... eeeehhh Gina eh cara de pau neh, o vestidinho dela vai ser minusculoooo, o sr Draquinho vai ter um ataque ;) aaah q isso eh um prazer ler sua fic :D eh mto booooaaaa rsrsrsrs... Continue lendo e dexando sua opiniaum, viu? Bjssss

Lílian, rsrs demorei, mas apareci no msn rsrsrsr... aaaahhh eu keru fazer um apartamento bem lindo pra eles, perfeito pq eles mercecem rsrsrsrs ahhh q bom q vc gostou da parte q ela lembra dos pais... eu fikei um tempinho maior escrevendo pq eu queria que demonstrasse msm q ela tava mal ^^ ... Bom, continua dexando opiniões tah, q eh muuuuito importante pra mim ;) Bjsss

India, opaaa, eu tbm faria huahauhauahuauahua, mas enfim neh, ele tbm foi com a Pansy soh pra provocar, fazê o q... Entaum, e naum eh q o Zacharias ajudou? hehehehe ele eh um pokinhu menos poio do q parece. Mas soh um pokinhu... Um pokinuzinho rsrsrsrs... Sério q vc achava o Harry insensivel? Mas o Harry no geral ou o Harry da fic? Hehehe, eu quero q ele pareça bem fofinhu ^^ rsrsrsrs... Continue lendo e dexando sua opiniaum hein, ^^ bjssssssss

TheBlueMemory, opa pode cobrar, jah ateh escrevi a parte q aparece, óó ... rsrsrs, neh Gininha tah mais com vontade de fazer ciúme do q outra coisa, e queeeee Doninha neh, uma doninha dessa eu cuidava, levava pra passear, deva comidinha e td... rsrsrs... Naum deixe de ler e comentar, tah? mtsss bjssss

Na2: entaum, eh isso, mais um cap...
Gentemmm comenteeeeem q eu posto o próximo rapidinho...
bem rapidinho se tiver bastante coments huahauhauauhuah (uuh q feio... Chantagem)

Próx cap...
Enfim, Natal...

;)

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Comentários (1)

  • Isis Brito

    "Ele a queria como mulher."Owwwnnnn....Eu quero um Harry desse pra mim!! *-----------------* 

    2012-08-03
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