Viagem ao centro de Londres



Cap. 11_

Gina e Draco não se encontraram uma única vez durante a semana. Isso porque enquanto ela desviava de seus caminhos habituais para passar pelos dele, ele fazia a mesma coisa para passar pelos dela. Emma, Lucy e Colin começaram a se perguntar por que exatamente estavam encontrando tanto com o sonserino se isso, normalmente, não costumava a acontecer. Gina também não estava tendo tanto sucesso em passar despercebida. Winter já reparara que estava a encontrando pelos corredores mais vezes que o habitual, e toda vez que a via, cerrava os punhos, imaginando que ela estava atrás de Draco Malfoy.

Na quarta feira, Draco correu para a sala do plantão de dúvidas para encontrar Gina antes dos alunos chegarem, mas, assim que chegou, encontrou-a acompanhada da Granger sangue-ruim e do Longbotton miolo mole.

_E isso, o que é? _ele perguntou parando na porta, apontando para os dois e fazendo uma careta.

_Os novos monitores de Herbologia e de transfiguração, Malfoy. _Gina respondeu abrindo bem os olhos, indicando que se ele não disfarçasse bem, ela quebraria o nariz dele.

Draco retribuiu o olhar, dizendo com todas as letras que não fazia questão nenhuma de se denunciar e entrou na sala.

_Claro. _ele comentou, jogando a mochila em uma cadeira, com um tom de voz arrastado e desdenhoso, típico de Draco Malfoy _Eu devia ter imaginado que a Granger sabe-tudo não ia perder a chance de demonstrar seus conhecimentos superiores. _e disse “conhecimentos superiores” ironicamente e abanando as duas mãos. Gina apertou os olhos.

_Pelo menos eu tenho conhecimentos para demonstrar, Malfoy. _Mione respondeu sem se perturbar _Não estou aqui porque pensam que eu tenho boas notas.

_Eu tenho boas notas. _ele respondeu rispidamente.

_Ah, claro que tem. _Mione retrucou _Porque Snape as dá de graça para você. _colocou uma mão na cintura e continuou _Francamente, Malfoy, o que seria de você, se você não fosse o queridinho do Snape? _Gina sorriu. Aquilo era a mais pura verdade.

_Profº Snape, para você, roedora. _Hermione fechou a cara. Há tempos seus dentes não eram maiores do que o normal, mas Draco não perdia o costume de ofendê-la com isso. _E é de conhecimentos que você quer falar? _ele perguntou se aproximando _Que tal falarmos do conhecimento do Longbotton? Ah, desculpe, _ele completou logo, antes que ela respondesse _não podemos. Ele não tem conhecimentos.

Neville, que até então tentara passar despercebido, sentado em uma cadeira no fundo da sala, para não aturar as ofensas de Draco, corou violentamente, mas não respondeu.

Mione esperou que ele se defendesse, mas Gina, vendo que ele não seria capaz, retrucou em seu lugar:

_Se não tem conhecimentos, ele está fazendo o quê aqui?

_Respondam vocês. _ele deu de ombros como se isso pouco importasse _Eu esperava encontra-lo aqui como aluno. Ele realmente precisa. _Neville corou ainda mais _Mas como monitor? Francamente, o que ele pode ensinar? Como derreter um caldeirão em 5 segundos?

_As notas dele são excelentes em Herbologia. _Mione respondeu, já cansada da discussão e virando-se para sua mochila. Neville estava com sua cabeça baixa no fundo da sala e Gina aproveitou que ninguém olhava e virou-se para Malfoy. Com os olhos semicerrados, balançou a cabeça de um lado para o outro, em sinal de desprezo.

Draco fez uma careta e imitou o gesto com sarcasmo. Gina bufou e virou-se para seu material também.

Os alunos começaram a entrar e a ocuparem seus lugares. Draco e Gina não se encaram nem um minuto enquanto andavam pela sala fazendo seus deveres de monitores. Hermione virou-se para encarar seus alunos, quando deu de cara com um cabelo ruivo no meio deles. Suspirou cansada e foi até ele.

_O que é agora, Rony? Eu pensei que você não estava falando comigo.

_Eu não estou. _ele respondeu teimosamente _Eu vim aqui para ter aulas. _Mione inclinou a cabeça e dirigiu-lhe um olhar severo, bem parecido com o olhar que Minerva costumava dar. Ele encarou-a por um momento antes de abrir os braços e continuar: _Ok, eu admito, vim cuidar de você. _baixou os braços e pareceu zangado _Contente agora?

_Rony, eu não preciso que cuidem de mim. Que parte disso você não entendeu? Será que custa muito você olhar em volta e perceber que a maioria dos meus alunos é de meninas?

Rony a muito contragosto olhou em volta. Tirando alguns garotos que olhavam para Hermione com uma expressão bem mal intencionada, Mione tinha razão.

_Ok, você tem razão. _Hermione sorriu _Trégua? _ele estendeu a mão para ela.

_Trégua. _ela respondeu apertando sua mão.

_Vejo você depois, então. _e jogando sua mochila de volta nos ombros, saiu da sala.

Depois disse, Mione saiu-se muito bem. Era sua primeira aula, mas ela já parecia saber exatamente o que estava fazendo. Ela esta indo, realmente, tão bem, que Draco até cansou de tentar perturba-la com ocasionais espirros que pareciam muito com “sangue-ruim” e “sabe-tudo”.

Neville, entretanto, não tivera a mesma sorte. Ele, sozinho, já se sentia bem nervoso e Draco não estava ajudando nem um pouquinho, rindo escandalosamente, para todos ouvirem, cada vez que ele se atrapalhava.

Gina estava a ponto de sair correndo e enfiar um murro no meio daquela cara branquela, mas achou que não valia a pena uma detenção. Hermione, cada vez que Draco ria e fazia alguma piadinha sem graça, virava-se para Gina e a acalmava com um olhar. Neville não parecia capaz de ignora-lo, mas as duas chegaram a conclusão de que, se ele ia mesmo ser monitor, ia ter que aprender a lidar com o sonserino.

A aula acabou e Neville saiu correndo antes mesmo dos seus alunos. Gina fez um sinal para que Mione fosse atrás dele e ela, dando um tchauzinho simpático para seus alunos, seguiu-o para fora da sala. Malfoy sustentava um sorriso desagradável no rosto, enquanto os alunos saiam. Os de Mione alegres pela aula. Os de Neville resmungando e fazendo piadas.

Quando a sala ficou totalmente vazia, Gina virou-se para Draco com uma expressão furiosa.

_Você sabe que isso é culpa sua, não sabe?

Draco fingiu que não entendera do que ela estava falando, olhando-a intrigado, mas o rosto da ruiva começou a ficar intensamente vermelho e ele entendeu que era sinal de perigo.

_Ah, tenha dó, Virgínia, se ele não é capaz de dar aulas ele não deveria ter se candidatado. _e, aproximando-se dela, tentou abraça-la.

_Você estava fazendo de propósito. _ela se desvencilhou o abraço _Você sabe que estava. _ele ainda tentava abraça-la _Draco, pára! Eu estou tentando falar sério com você.

_Falar sério? Quem pode falar sério sobre o Longbotton? Ele sozinho já é uma piada. _ele respondeu indignado, parando com o que estava fazendo.

Gina estreitou os olhos novamente.

_Como é que você quer ficar comigo, se você não é capaz de se dar bem com os meus amigos? _ela perguntou e ele se aproximou dela.

_Qual o problema? Eu também não vejo você, por aí, confraternizando com o pessoal da sonserina. _eles se encaravam de perto.

_Os sonserinos não são legais. _ela respondeu veemente.

_Eu sou sonserino. _ele respondeu com igual veemência.

_Eu nunca disse que você era legal. _ela respondeu com um pequeno sorriso.

_E eu nunca disse que queria ficar com você. _ele retrucou dando de ombros.

Gina abriu a boca e seus olhos viraram fendas. Draco deu aquele sorriso irônico que ela odiava e eles ainda se encararam por alguns milésimos de segundo. Depois, sem dizer nada, Gina desviou seu olhar do dele, marchou direto para sua mochila, pegou-a e jogou-a sobre os ombros.

_Ah, qual é, Virgínia? _ele perguntou com um gesto exasperado enquanto ela ia até a porta _Eu não vou mudar meu jeito de ser só porque minha namorada quer.

Gina parou exatamente na soleira da porta e virou-se novamente.

_Você me chamou do quê? _ela perguntou e ele deu novamente aquele sorriso detestável. Ou que ela dizia ser detestável.

_É bom que você tenha ouvido. _ele respondeu em voz baixa e sedutora indo até ela e parando a sua frente _Porque eu não vou repetir. _e, agarrando-a pela nuca e amassando seus cabelos, puxou-a para si e deu-lhe um beijo forte. Depois a soltou e, sem dizer nada, saiu caminhando displicentemente pelo corredor.

Gina ficou olhando para suas costas enquanto ele ia embora. Ainda estava tão surpresa que não sabia se sorria ou corria atrás dele e lhe dava um chute. Contentou-se, no fim das contas, em encostar-se à parede com um sorrisinho nos lábios.

***

Quando a noite de sexta-feira caiu, encontrou Hermione andando de um lado para o outro perto do quadro da mulher gorda, no salão comunal da grifinória. Gina estava sentada em uma poltrona balançando um dos pés impacientemente, enquanto olhava para Harry sentado sozinho em um sofá e olhando a todo minuto para o relógio.

Nesse horário, já era para eles estarem debaixo da capa da invisibilidade, a caminho da dedosdemel. Mas Lilá estava agarrada com unhas e dentes a Rony Weasley e não parecia querer soltá-lo de jeito nenhum. Rony olhava angustiado para Harry, mas, toda vez que tentava dizer que precisava descansar e se levantava, ela choramingava que queria dar sorte a ele e o puxava com força de volta ao sofá.

Harry olhou mais uma vez para o relógio e depois para Hermione, que começara a estalar os dedos. Se eles demorassem muito, não conseguiriam voltar antes de amanhecer. Então, Harry tomou uma decisão. Olhou para Rony e com um sinal da cabeça indicou que estava indo. Desesperado, ele tentou afastar mais uma vez os braços de Lilá, mas ela os jogara em volta de seu pescoço e o apertava com força. Entendendo que ele não sairia dali tão cedo, ele fez um sinal para Gina, para que o seguisse.

Gina entendeu que aquilo significava mudança de planos. Rony ficaria de guarda e ela iria junto. Sorrindo contente, ela levantou-se e já estava indo até Harry, quando Dino a parou no meio do caminho.

_Gina, eu queria falar com você.

Por cima do ombro do garoto, Gina viu Harry dando um tapinha na própria testa.

_Hãn, _ela respondeu e olhou para ele _Sinto muito, Dino, mas eu preciso descansar para o jogo de amanhã. _e tentou passar por ele.

_É sobre o jogo que eu quero falar. _ele retrucou segurando-a pelos ombros e puxando-a de volta _Táticas de jogo. _Gina olhou mais uma vez para Harry. Ele indicou o relógio com o dedo e subiu para o dormitório. Gina fez uma cara muito feia, mas nem isso afugentou o batedor e ele se pôs a falar rapidamente sobre algo que Gina nem estava prestando atenção.

Harry entrou no quarto e constatou que estava mesmo vazio. Pegou a capa da invisibilidade em seu malão, o mapa do maroto que ele recuperara há algum tempo e a mesma mochila que usara para ir à Mansão Black. Teve o cuidado de amontoar alguns travesseiros sob seu cobertor e de fechar o cortinado de sua cama. Estava tudo pronto. Ele respirou profundamente, vestiu a capa e desceu novamente para o salão comunal.

Gina ainda ouvia Dino, entediada, e Rony ainda tentava, sem sucesso, se desvencilhar de Lilá. Hermione olhava aflita para ele e, quando Harry passou por ela, deu-lhe um cutucão para que ela abrisse o quadro.

Depois de dar um pequeno salto de surpresa, ela rapidamente abriu o quadro, esperou para que Harry saísse e saiu atrás dele. Em silêncio, eles caminharam até o quarto dela e entraram.

_Rápido, Mione. _Harry falou tirando a capa enquanto ela fechava a porta _Já perdemos tempo demais.

_Não dá pra acreditar que o Rony fez isso. _ela parecia bastante irritada com o ruivo _Quer dizer, não é tão difícil, é? Era só empurra-la para longe e pronto, acabou.

Harry não quis responder. Já era suficientemente ruim imaginar que aquilo era uma crise de ciúme, não quis dar corda e ter certeza.

Ele foi até ela e jogou a capa por cima dos dois. _Boa sorte para nós. _ela disse em voz baixa com um risinho nervoso. Harry sentiu um peso no estômago naquele momento. Sentiu medo de envolvê-la naquilo. Sentiu medo de perde-la. E de repente desejou que ela ficasse lá com os outros.

_Eu acho que é melhor eu ir sozinho. _ele sussurrou. Ela sentiu sua respiração quente em seu rosto.

_Não diga besteiras, Harry. _ela contestou franzindo as sobrancelhas _Não dá tempo pra discutir. Vamos.

E antes que ele pudesse responder o que quer que estivesse passando por sua cabeça no momento, ela começou a puxá-lo para fora do quarto. Harry achou melhor não dizer nada nos corredores. A gata de Filch podia estar por ali, em qualquer lugar.

Assim caminharam até a bruxa corcunda que dava passagem a Hogsmeade. Harry consultou o mapa e, vendo que não tinha ninguém por perto, abriu a passagem e entrou com Hermione.

Harry tirou a capa, guardou-a na mochila, desceu primeiro pelo escorregador e parou em pé no final. Mione não conseguiu parar e se chocou com ele, que a segurou nos braços antes que ela caísse de cara na terra.

_Opa. _ele exclamou enquanto ela se apoiava em seus ombros para ficar em pé. Então ela ergueu a cabeça e encontrou-se a centímetros de seu rosto.

Harry não sabia descrever o que estava sentindo. Sentiu-se leve e um calor percorreu todo seu corpo até a ponta dos cabelos rebeldes. Seu estômago pareceu desaparecer e sua mente se esvaziou. Tudo que ele queria era baixar um pouco seu rosto e beijar Hermione.

Ela, por algum motivo, não se afastava. Os olhos verdes do garoto estavam prendendo-a e ela não entendia o porquê. E isso pareceu durar séculos, mas foram apenas segundos. Ou, talvez, apenas alguns verões quentes e ensolarados. Harry foi quem se afastou primeiro, porque ele tinha certeza que algo ali não estava certo. Ele podia ter descoberto a algum tempo que gostava de Mione, mas ela era apaixonada por Rony desde que eles se conheciam.

_Então, _ele começou enquanto a punha de pé. Mione achou que fora de um jeito meio brusco _você não me contou como foi sua primeira monitoria.

_Ah, Harry, eu adorei. _ela respondeu em um tom animado. Passara os últimos dias querendo contar a ele como fora, pois ele a apoiara desde o início, mas não encontrou tempo suficiente _Mas acredita que o teimoso do Rony foi até lá para se certificar que ninguém ia me atacar? _e começaram a caminhar pelo túnel que levava até a dedosdemel.

_É mesmo? _ele respondeu sentindo que seu estômago voltara e se enchera de algo bem pesado.

_Aham. Ele é... Meio criança algumas vezes, não é? _ela perguntou franzindo a testa.

_Só algumas. _ele respondeu encarando o teto. Se Hermione não enxergava que aquilo era ciúme, não era ele quem ia dizer. Por que ele tinha que ser o espectador? Por que ele tinha que gostar da mesma garota que seu melhor amigo e, ainda por cima, não ser correspondido? Ele ficava imaginando quando e como aquilo tudo ia acabar. Rony, sem dúvida, veria que Mione gostava dele e terminaria com Lilá para ficar com ela. E ainda chamariam Harry para ser o padrinho. E ele acabaria aceitando, mesmo que por dentro estivesse desmoronando. Mesmo que aquilo significasse sua tristeza. Ou então ele poderia se recusar e Mione nunca mais falaria com ele, por perder um momento tão importante na vida dela. Harry não soube dizer o que seria mais doloroso.

_... E o Malfoy não deixou o Neville em paz, Harry... Você está me ouvindo? _só então ele se deu conta de que ela continuava falando e que ele perdera todo o miolo da conversa.

_Claro que estou. _ele mentiu _Malfoy merecia um soco no nariz.

_É, _ela concordou acreditando na mentira _merecia.

Já estavam subindo as escadas que terminavam no porão da loja de doces e continuavam a subir. Até que a cabeça de Harry bateu no alçapão e, esfregando o local da batida, ele fez um sinal para que Mione ficasse em silêncio. Abriu o alçapão lentamente e olhou para fora, viu que estava vazio e saiu, fazendo um sinal para que Mione o seguisse.

Subiram as escadas que levavam até a loja e Harry tirou a varinha do bolso para abrir a porta, mas Hermione puxou seu braço.

_O que vai fazer? _ela sussurrou em um tom urgente.

_Abrir a porta. O que parece que eu vou fazer?

_Pode ter alarmes aqui, Harry. _ela respondeu fazendo “não” com a cabeça.

_Por onde vamos sair, então? _ele perguntou com as sobrancelhas arqueadas _Pela janela?

_Se tem alarme na porta, _ela respondeu com aquela expressão de “isso é muito óbvio” _tem alarme nas janelas também.

Harry ergueu os ombros sem entender como ela pretendia sair. Então ela sorriu e apontou a lareira.

_Flu? _ele perguntou em dúvida.

_Mas é claro que não. Não sabemos aonde ir exatamente. Poderíamos nos perder. _ele continuou com um ar confuso. _Nós vamos escalar a lareira e sair no telhado.

_Você pirou? _Harry perguntou colocando a mão na testa dela, como se estivesse medindo sua temperatura.

_Claro que não. _ela afastou sua mão impaciente e puxou-o até a lareira. Entrou nela e parou Harry a sua frente. _Nós vamos nos levitar. _ela concluiu puxando sua própria varinha.

Harry não pôde conter um sorriso, surpreso com a genialidade da garota. Puxou a própria varinha e, juntos, murmuraram “Vingardium Leviosa”.

Imediatamente começaram a subir. Aquele feitiço era a especialidade de qualquer um do trio. Era o feitiço que dera início à amizade mais importante da vida deles. E olhem a coincidência: a amizade se iniciara no mesmo dia há anos atrás. Dia das bruxas. No momento, o banquete no castelo devia estar sendo servido. Hermione e Harry pensaram na mesma coisa, no mesmo instante e sorriram um para o outro, descendo no telhado e começando a caminhar sorrateiramente.

O céu estava claro e sem nuvens, o que lhes permitia enxergar bem, mesmo com as luzes apagadas na rua. Da borda do telhado, Harry pulou para um muro lateral e se equilibrou sobre ele, estendendo a mão para aparar o pulo de Hermione. Pularam, depois, para uma enorme lixeira, que ficava nos fundos da loja e, dali, para o chão. Agiam com tanta leveza que parecia ser habitual fazerem esse tipo de coisa. Não que não fosse. Mas era a primeira vez, por exemplo, que saiam pela chaminé de uma casa.

Caminharam pelas ruas desertas até a clareira em que pegaram o nôitibus da outra vez em que escaparam de Hogwarts. E, assim como da outra vez, foi Harry quem ergueu o braço para chamar o ônibus roxo.

_Harry Potter! _Lalau saudou surpreso _Você novamente! E à uma hora dessas?

_Pois é. _Harry respondeu constrangido, enquanto Hermione subia para o segundo andar do ônibus vazio. Ficou sem saber o que responder, mas, de repente, uma idéia lhe surgiu e ele achou-a convincente _Sabe o que é, Lalau, _ele começou em tom de quem confidencia um segredo _nós estamos procurando um apartamento. E, sabe como é a imprensa, esse tipo de coisa, preferimos que ninguém fique sabendo. _e piscou para ele.

_Ah, claro. _ele respondeu animado _Eu imaginei, sabia? Desde que vocês viajaram aqui da outra vez. Só não entendi o que aquele ruivinho estava fazendo com vocês...

_É meu... Agente. _Harry respondeu, com a esperança de que ele tinha realmente acreditado. _Aqui. _e ele entregou o dinheiro que pagava sua passagem e a de Mione _Vamos para o centro de Londres. Pare perto de um lugar chamado “cova e sepultura”.

_Harry Potter, você está pensando em ir morar lá?! _ele perguntou com uma careta.

_Hã... _Harry, que já estava subindo atrás de Hermione, virou-se novamente _O dinheiro anda curto. _ele respondeu sem muita certeza do que estava dizendo. Lalau não pareceu ter muita certeza disso, também. As redondezas do “cova e sepultura” não eram do tipo residenciais.

Hermione e Harry nem precisaram esperar muito para o ônibus chegar. Como eram os únicos passageiros, o nôitibus foi direto para lá. Lalau anunciou o lugar como se fosse um mau agouro. Harry agradeceu e eles desceram. E, imediatamente, Harry entendeu porque Lalau ficara tão surpreso com a possibilidade de alguém morar ali.

O ônibus parou um uma pequena ruela trouxa, escura e sem movimento, que ligava duas avenidas mais movimentadas. O lugar era cheio de lixeiras, fedia a algo que Harry não soube identificar e a tampa de um esgoto estava removida, deixando a passagem aberta para ratos passearem livremente por ali.

Hermione pareceu tão chocada com o lugar quanto Harry. Ela torcia o nariz de um modo horrorizado e mirava um rato particularmente gordo que saía do bueiro naquele momento.

_Vem. _Harry puxou-a pelo braço indo para uma das avenidas. Ela seguiu-o, ainda olhando com nojo para o rato que, agora, atacava uma das lixeiras abertas.

A vista da avenida não era nem um pouquinho mais agradável. Os esgotos continuavam abertos e o cheiro continuava seguindo a dupla, só que no lugar das lixeiras, eles viam estalagens e bares com vidros sujos e paredes descascadas e no lugar de ratos, pessoas de aparências doentias e ameaçadoras. A avenida era bem mais iluminada e inúmeros carros passavam por ali, buzinando, acelerando e mexendo com garotas de roupas curtíssimas na calçada.

_Acho que meus pais teriam um infarto se soubessem que eu estive em algum lugar como este.

Harry não respondeu. Apenas desejou com mais intensidade ainda ter deixado Hermione no castelo. Alguns homens, nas portas dos bares, começaram a mirá-la de uma maneira que incomodou Harry e ele chegou mais perto dela, colocando uma das mãos nas suas costas, acima do cós da calça.

_Como você sabe que o lugar é para cá? _ela perguntou e percebeu que Harry olhava para todos os lados desconfiado.

_Eu não sei. _ele respondeu com um toque de nervosismo.

_Bom, então vamos ter que perguntar. Mas é melhor perguntar pelo albergue. Não sabemos se o “cova e sepultura” é um lugar trouxa ou bruxo.

_Perguntar? _ele repetiu como se ela estivesse louca _Perguntar pra quem?

Hermione mirou-o como se ele estivesse dizendo sandices. _Para uma das dezenas de pessoas que passam por aqui por minuto. _e, antes que ele retrucasse, virou-se para uma garota de cabelo roxo e piercing na boca e no nariz e perguntou, com a maior naturalidade que pôde conseguir, onde ficava o albergue mais próximo. A garota começou a explicar, mas Harry não estava mais prestando atenção. Sua atenção se desviara para um garoto quase da sua idade, com os cabelos raspados, que fumava um cigarro na porta do bar e olhava para Hermione como se nunca tivesse visto nada parecido na vida. Ele, praticamente, a devorava com os olhos.

_Obrigada. _Hermione respondeu sorrindo educadamente para a garota. _Vamos. _e começou a puxar Harry pela mão. Ele parou de encarar o garoto, que nem prestara atenção nele, e começou a caminhar ao lado dela. _Pelo que ela disse, está perto, Harry. E se o lugar que procuramos é perto, não vai ser difícil.

_Ótimo. _ele resmungou rabugento _Eu não gostei nem um pouco daqui.

_Uau, gostosa desse jeito, e anda com um moleque desses. _uma voz desagradável soou atrás deles. Harry olhou para trás e viu que o garoto dos cabelos raspados estava indo atrás deles. Seu sangue ferveu, mas Hermione segurou em sua mão, murmurou “ignora, ignora” e continuou caminhando.

O garoto apertou o passo, o suficiente para chegar perto, e soprou a fumaça do cigarro para cima deles. Mione tossiu e abanou o ar com a mão. Harry sentiu ainda mais raiva.

_Sabe, cara, se fosse minha namorada, eu não estava andando com ela na rua, a essa hora. Eu estava em casa, na cama. _Harry fechou os olhos tentando controlar a raiva. Não era seguro ficar com raiva daquela maneira. Da última vez, ele mandar a tia pelos ares. _Eu “fazia miséria” com uma garota assim e... _e isso foi o suficiente. Abruptamente, Harry puxou a mão que Hermione segurava e virou-se com raiva para trás. O garoto não teve nem chances de perceber o que estava acontecendo. Harry já o acertara com um soco direto em seu nariz.

_Harry, não! _Hermione exclamou colocando-se a frente dele e segurando-o pelos dois ombros. O nariz do garoto começara a jorrar sangue e Harry tentava afastar Mione para bater nele mais uma vez. _Harry, pára! Chega!

_Franguinho! _o garoto provocava tentando atrair Harry para cima dele _A namoradinha manda em você, manda? Vem até aqui, me pegar! Tenho uma surpresinha!

Harry pensou na possibilidade de ser alguma arma, mas ao invés de ficar com medo, ficou com ainda mais raiva. Hermione estava tendo que fazer muito esforço para segura-lo.

_Harry, por favor! CHEGA! Nós estamos tentando não chamar atenção. _e conseguiu fazer o garoto encara-la. Olhando dentro dos olhos castanhos da menina, ele desistiu de se debater e ela começou a puxa-lo pelo antebraço para longe dali.

_Uh, franguinho! Covarde! _eles ainda podiam ouvir o garoto gritando, depois de virarem uma rua à esquerda. Harry mantinha uma expressão furiosa.

_Isso foi muito, muito inconseqüente da sua parte. _Mione sibilou, soltando finalmente o braço do garoto.

_Inconseqüente? _ele repetiu indignado _Ele estava sendo grosseiro, Hermione. Por acaso você ouviu as mesmas coisas que eu?

_Ouvi e ignorei. E você podia ter feito o mesmo.

Ele fez um ruído de desdém com a boca. _Parece até que você gostou.

Ela parou e virou-se para ele indignada. Ele parou dois passos à frente dela.

_Harry, você tem o quê na cabeça, para falar uma coisa dessas? _ele não respondeu, simplesmente porque não tinha resposta. Ele só falara aquilo por raiva, não por acreditar realmente _Eu estou preocupada com outras coisas mais importantes para ficar arrumando brigas de rua por aí. _e dizendo isso, passou por ele marchando.

Harry viu-a passar, mas não a deixou ir muito longe. Segurando-a pelo antebraço, virou-a e encostou-a na parede.

_Desculpa, ok? _ele murmurou com a respiração um pouco ofegante, ainda segurando um de seus braços e encostando sua testa à dela. Ela ergueu os olhos para encará-lo, sem afastá-lo de si, com uma expressão emburrada. Ele respirava profundamente tentando restabelecer o controle que perdera. Só quando retomou totalmente a calma é que se deu conta do que estava fazendo. E então o cheiro pútrido que emanava das ruas parou de incomodar tanto assim _Eu só... _ele afrouxou a mão que segurava o braço dela e pousou a outra mão carinhosamente em seu ombro _... É que você é importante demais para mim, Mione. _e afastou seu rosto do dela e ergueu um dos ombros _Eu não gostei de ouvi-lo falando daquele jeito.

Hermione fez que sim lentamente com a cabeça. _Tudo bem. _ela respondeu com uma voz fraquinha. Então olhou por cima do ombro do garoto e percebeu algo que antes não prestara atenção. Uma placa emporcalhada indicava “Cova e Sepultura – Taberna” em letras vermelho sangue. Ela apontou a placa para Harry, que a soltou e virou-se lentamente.

Os dois ficaram parados na calçada, olhando para a pequena porta do lugar. Era de ferro, meio enferrujado e tinha uma única e pequena janela suja de poeira bem no alto. Harry poderia alcança-la, apenas nas pontas dos pés. O resto da parede era totalmente de tijolos com uma tintura velha e descascada.

Harry olhou para Mione e ela fez um pequeno sim com a cabeça. Os dois venceram a curta distância até o lugar e bateram na porta.

Ficaram parados um tempão olhando um para a cara do outro. Hermione começou a estalar os dedos e Harry já estava pensando em bater de novo, quando um par de olhos escuros emoldurados por finas sobrancelhas surgiu na janelinha.

_Quem é? _uma voz fina de mulher perguntou.

_Hãn, _Mione hesitou _Charles e Lucy Brown. Estamos procurando... _e virou-se para Harry.

_Um lugar convidativo para jantar. _ele completou, imaginando porque o primeiro nome que ocorreu a Hermione fora Brown, e olhou em volta, imaginando que aquilo era o que quisessem, menos convidativo. A mulher pareceu não ligar. Os trincos atrás da porta se abriram e a porta se abriu também.

Harry deixou Hermione passar primeiro, mas continuou com a mão em suas costas, como se aquilo pudesse protege-la de algo. Antes de entrar, olhou para os dois lados da rua. Praticamente deserta.

Entraram em um saguão de entrada comprido e estreito e uma mulher os recebeu perto da porta. Ela era baixa, magra, cabelos ralos até os ombros e Harry notou que ela subira em um banquinho para chegar até a janelinha. Seu sorriso era amarelado e não atingia os olhos e ela usava um avental branco sobre um vestido de mangas compridas de com rendas.

_Mas vocês não são jovens demais para estarem aqui? _ela perguntou desconfiada _Como disseram mesmo que se chamavam?

_Charles e Lucy Brown. _Harry repetiu tentando passar confiança. Então o rosto da mulher se iluminou como se ela tivesse entendido algo que estava bem ali na frente.

_Ah, são casados. _ela constatou animada.

_Hãn, _Hermione olhou para Harry e ele sentiu vontade de rir. Segurou-se bem a tempo, quando Mione corrigiu _Não. Somos irmãos.

_Ah, entendo. Fugiram da família para casar, não é? _ela perguntou com um sorrisinho cúmplice _Mas não precisam se preocupar, eu não contou pra ninguém. _e piscou um olho para eles.

Depois dessa, Harry não pôde segurar e começou a rir descaradamente. Hermione parecia bastante sem graça. _Não. É verdade, Sra. Nós não... _mas ela não estava mais prestando atenção. Já começara a caminhar através do saguão e fez um gesto para que eles a seguissem. Harry ainda rindo, puxou Hermione que ficara parada com uma expressão meio chocada.

_E não precisam me chamar de Sra. _ela disse ainda caminhando _Podem me chamar de Helen.

Do saguão, saíram diretamente em um grande salão todo de pedra, com diversas mesas retangulares espalhadas por toda sua extensão. No fim do salão, podia ver-se uma escada, também de pedra, que levava para os andares superiores. A iluminação era feita por archotes com fogo, que pendiam do teto até bem perto das mesas. Na lateral, um grande bar, com garrafas e mais garrafas de todos os tipos e que Hermione nunca vira na vida expostas em paredes de vidro. E um barman velho e com bigodes compridos passava copos e canecas cheias para os clientes.

E clientes de todos os tipos. Ogros. Trolls. Bruxos alegres e bêbados. Bruxos mal-encarados sentados isolados em um canto. Bruxas insinuantes. Duendes apostando com qualquer um que ficasse parado tempo suficiente. Anões com machados afiados. Todos virando litros e mais litros de bebida alcoólica. E um fogo crepitante na lareira mais afastada.

Harry e Hermione jamais haviam visto nada igual. Ficaram parados olhando em volta, enquanto Helen se afastava, até que ela percebeu e sugeriu:

_Porque não se sentam um pouco e bebem alguma coisa?

_Hm... _Harry murmurou sem saber o que exatamente pedir _Duas cervejas amanteigadas, por favor.

Helen ficou encarando-o como se ele fosse insano. E depois começou a rir estrondorosamente. _Cerveja amanteigada? _ela repetiu ainda gargalhando com vontade. _Nós não servimos leite aqui, Charles. Sentem-se, eu vou servir a especialidade da casa.

Hermione arregalou os olhos, demonstrando que fosse lá o que Helen ia servir, ia direto pro vaso de plantas. Ela não beberia um gole.

Olharam em volta, começando a pensar em como iam achar Mundungus no meio de tanta gente. Harry estava pensando se era seguro perguntar à Helen, mas antes de isso ser necessário, Mione puxou a manga de sua blusa e o fez olhar para a ponta de uma das mesas no centro do salão. Um cabelo ruivo, sujo e despenteado se sobressaía a todos os outros. Era Mundungus.

Fazendo que sim para a garota, eles atravessaram o espaço até a mesa dele. Ele estava de costas e não viu quando Harry se aproximou e se curvou, até ficar a centímetros de sua orelhar. Harry, imediatamente, se arrependeu disso. O cheiro de bebida era insuportável.

_Olá Mundungus. Divertindo-se? _ele perguntou. Mundungus virou para trás sorrindo bobamente, sem reconhecer a voz de quem falara. Hermione estava parada logo atrás de Harry, e Mundungus ficou alguns segundos forçando os olhos, tentando reconhecer quem eram aqueles.

_Harry? Harry Potter? _ele perguntou incerto. Todos na mesa olharam.

_Ah, quem me dera. _Harry respondeu sorrindo _O sr está me confundindo. Sou Charles Brown e essa é minha esposa, Lucy Brown.

_Ah, na verdade eu... _Hermione ia concertar, erguendo uma mão _Ah, esquece.

_Podemos falar com o sr um instante? _Harry perguntou ainda sorrindo agradavelmente.

Mundungus parecia bem menos desconfiado bêbado do que sóbrio. Sem se opor, ele levantou-se da mesa e seguiu Harry e Hermione para perto da escada.

_É bem particular, Sr. O sr tem algum quarto que possamos usar?

_Você é auror? _ele perguntou com a voz meio pastosa. _Porque se for, eu já adianto que não tenho nada a ver com o roubo das galinhas.

Hermione ficou sem entender se aquilo era efeito das dezenas de uísques de fogo que ele tomara ou se ele andara mesmo roubando galinhas. Harry também pareceu intrigado, mas meramente respondeu:

_Não. Não sou auror. Podemos subir, por favor? É sobre negócios.

_Ah. _Mundungus pareceu bem mais feliz com essa revelação _Assim a coisa muda de figura. _e conduziu-os animadamente para cima, enquanto contava sobre uma remessa de prataria que conseguira há pouco tempo e que podia vender baratinho. Mione viu Harry espumar de raiva, mas ele conseguiu manter o controle.

_Pronto, pronto. _Mundungus disse ao chegarem no quarto, enquanto fechava a porta depois de Harry e Hermione passarem _Aqui podemos conversar tranquilamen... Ai, caramba! _ele virou-se e encontrou Harry e Hermione parados um ao lado do outro segurando suas varinhas, com as expressões sérias e tensas. Mundungus deu um pulo de susto ao ver isso.

_Você acertou, Mundungus. _Harry disse com um sorrisinho irônico _Sou Harry Potter e não fiquei nem um pouco contente ao saber que você saqueou a mansão do meu padrinho.

_Eu? _ele perguntou fingindo indignação, mas tremendo visivelmente de medo _Eu não. Como você pode provar que fui eu?

_Mione, o malão. _Harry falou sem desviar os olhos de Mundungus. Hermione, sem falar nada, foi até um malão escuro no canto do quarto e chutou-o. O malão se abriu, revelando uma enorme massa de prata.

Mundungus sorriu constrangido. _É. Acho que vocês podem provar. _depois pareceu mais temeroso ainda _E agora? Vão me denunciar?

Harry fez um sinal com a cabeça indicando a cama, para que ele se sentasse. Mundungus foi até ela e sentou-se bem na pontinha. Harry continuou apontando-lhe a varinha.

_É o seguinte. Eu deixo que você fique com todas as coisas que era da mãe do Sirius e não denuncio você para o Dumbledore. Em troca, eu quero que você devolva amanhã mesmo toda a prataria que era do meu padrinho e me devolva um medalhão que você pegou da mansão.

_Que medalhão? _ele perguntou _Eu peguei vários medalhões.

_Mostre. _Harry ordenou. Como um cãozinho obediente, Mundungus abriu um estojo cheio de jóias que estava em baixo da cama e mostrou-lhes todos os medalhões que pegara.

O estômago de Harry deu um salto assim que ele abriu o estojo. O horcrux era o primeiro de todos.

_Esse. _ele exclamou pegando o medalhão por uma corrente. Ele era bem mais pesado do que aparentava. Guardou-o no bolso e continuou: _Você entendeu, não é? Amanhã eu quero que a prataria esteja de volta da mansão Black.

_E se eu não devolver? _ele perguntou petulantemente.

_Aí eu conto para o Dumbledore e você fica sem a prataria e sem as jóias que eu deixei ficar com você. _e sorriu. Mundungus fez uma cara bem amarga.

_Foi um prazer fazer negócios com você, Mundungus. _Mione ainda alfinetou enquanto saia do quarto com Harry.

Desceram as escadas saltitando e voltaram ao salão. Localizaram Helen e, pedindo desculpas por não poderem ficar, Harry pediu que ela abrisse a porta para que saíssem.

_É que nossas famílias descobriram que nós casamos em Las Vegas e fugimos para cá. _foi a desculpa que Harry inventou com uma voz de além túmulo. Ele estava achando bem divertida essa brincadeira de ser casado com Hermione. Helen os olhou com uma expressão penalizada e Mione lançou um olhar reprovador a Harry.

Assim saíram novamente para a rua trouxa e escura, e os sons da cidade voltaram aos seus ouvidos. Uma sirene de carro de polícia e vários gritos indicavam que tinha alguma confusão por ali. Harry queria ver o que era, mas Hermione, questionando se por acaso ele estava surtando, deu sinal para o nôitibus.

_Harry! _Lalau saudou pela segunda vez na noite _Achou seu apartamento?

_Não foi dessa vez, Lalau. _respondeu enquanto Mione sentava em uma das camas de estrado _Acho que você ainda vai nos ver muito por aqui.

O ônibus estava vazio, mais uma vez, e eles foram direto para Hogsmeade. Entraram na dedosdemel pela chaminé e fizeram o caminho inverso do caminho feito algumas horas antes. Quando chegaram na escola, encontraram-na vazia e silenciosa e, cobertos pela capa e consultando o mapa ocasionalmente, não tiveram dificuldades em chegar ao quarto de Hermione.

_Uau, Harry! Conseguimos! _a garota exclamou extasiada, dando-lhe um abraço.

_É. _ele confirmou cansado _Conseguimos. _e, afastando-se dela, tirou o medalhão do bolso.

_Ah, Harry, você está cansado, não é? Acho melhor voce ir dormir e descansar para o jogo de amanhã.

_É. É melhor. _ele respondeu olhando para o medalhão. _Boa noite, Mione. _e começou a caminhar em direção a porta.

_Harry? _ela chamou novamente. Ele virou-se _Quer guardar isso no meu quarto? É mais seguro, já que eu durmo sozinha._e apontou para o medalhão chegando mais perto dele.

_Ok. _ele entregou-lhe o objeto e ela enrolou sua corrente entre os dedos _Mas tome cuidado com isso.

Mione fez que sim com a cabeça e Harry, dando-lhe um beijo na bochecha, pulou para as escadas que se transformaram em escorregador e o levaram até o salão comunal. E de lá foi para o seu quarto.



Na: Bom aí está... Eu queria pedir para os HH naum me abandonarem, eu sei que eu naum tenho sido a HH mais legal do mundo mas eu ainda vou ser... Ainda vou aprontar um pokinhu mas eles ainda vaum ter momentos felizes da vida :D


Na2: Pra agradecer coments, muito muito muito obrigada por terem comentado:
Kamikinha, Oba amei seu coment também... Continua lendo e dando sua opinião. ^^
Saulo, vlw por comentar muito obrigada mesmo. E taí atualizadissimaaaa, graças ao incentivo q vcs me dão :D Espero que você tenha gostado do cap... Me fala o q achou tah?
Melissa, brigada, brigada msm. Prometo q eu continuo logo, mas soh se prometer continuar comentando tbm, hein rsrs... aaaahhh, acho q os HH ainda vaum me xingar um pokinhu hehehe, talvez um pokinhu de nd ^^ Mas vaum ficar felizes tbm (eu acho rsrsrs)... E vc eh HH tbm, ou Dg, ou as duas coisas? Continua lendo, viu, naum me abandoneeeee


MTS Bjsssss pra tds q taum lendo e sabem como eh neh:
sejam bonzinhos deixem um recadinhu... Eh de graça, naum dói nd, e vcs fazem um pessoa feliiiiiiz .... Hehe bonzinhus e recadinhus foi podrinhu neh?
Enfim comentem aí, pq a opiniaum de vcs eh mto mto importante pra mim
Bjssssssssssss

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Comentários (1)

  • Isis Brito

    Caramba, já são quase 3 da manhã aqui e agora que eu tomei coragem pra ir dormir, rsrsr...Até aqui a fic tá maravilhosa, apesar do meu coração pular de ansiedade cada vez que o Harry deixa passar uma chance de beijar a Mione...Lerei mais "amanhã"!! xD 

    2012-08-01
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