Reaparecimento e Sumiço do Sr.



— CAPÍTULO DEZENOVE —
Reaparecimento e Sumiço do Sr. Crouch




A temperatura já estava bem mais amena na época em que as aulas recomeçaram, mas uma chuva fraca caía no primeiro dia do novo trimestre. A profa. Vector veio sentar-se ao lado de Hermione, os olhos postos na tabela numérica que ela desenhara, depois de ela ter esperado alguns instantes com a mão no ar.
— Então, srta. Granger, qual é a sua dúvida?
— Bem — Hermione disse, com o cenho franzido. — Não consigo entender exatamente o que a minha tabela quer dizer... Quero saber se a minha interpretação está correta.
A professora analisou a tabela por alguns instantes, depois leu o pergaminho em que Hermione escrevera a interpretação.
— Está ótimo, srta. Granger. Eu interpretaria da mesma forma.
— Obrigada, profa. Vector. — disse Hermione, sorrindo.
Minutos mais tarde, ela deixou a sala de aula e foi andando em direção à biblioteca, onde tinha que devolver dois livros. Surpreendeu-se ao ver sentado a uma mesa Vítor Krum. Ao vê-la, ele levantou e começou a aproximar-se.
— Olá, Hermi-ônini.
— Olá, Vítor. Tudo bem com você?
— Tudo cerrto. Estafa imaginando se focê firia aqui hoje.
— Queria conversar comigo?
— Querria.
Hermione assinou o pergaminho que Madame Pince lhe estendera e acompanhou Krum até a saída da biblioteca. Conversaram no corredor, como na noite em que ele a convidara para ser seu par no baile de inverno.
— E então, Vítor?
— Bem... Eu querria pedirr desculpas pelo jeito que agi com focê naquele dia que conferrsamos sobre Hogsmeade. Focê estafa cerrta, nunca tínhamos definido se estáfamos namorrando ou non, acho que me prrecipitei.
Hermione assentiu com a cabeça, sem saber ao certo o que deveria dizer. — É melhorr irrmos defagarr, non é? — continuou ele, tentando agir com naturalidade mas revelando ansiedade no olhar.
— Acho que sim — ela disse, balançando a cabeça sem muita convicção.
— Serrá que ainda há chance de nos verrmos de nofo? Querro dizerr... de nós...
Ele não terminou a frase. Hermione tentou empregar segurança na voz quando respondeu:
— Por que não? Nos vemos por aí... Certo?
Krum pareceu um tanto desapontado, mas aceitou com um aceno da cabeça e um sorriso forçado.
— Tudo pem... Nos femos.
— Tchau, Vítor...
— Tchau...
Ela deu as costas, hesitante, depois apertou o passo para descer ao salão principal. Por sorte encontrou Gina, com quem pôde conversar um pouco sobre Krum durante o jantar.
— É a coisa mais confusa, — disse à amiga. — porque eu sei que não gosto dele como ele gosta de mim. Mesmo assim, não consigo dizer isso a ele, não tenho vontade de dizer que simplesmente não quero mais nada com ele.
— Talvez você não queira terminar definitivamente porque quer tê-lo à disposição para quando precisar fazer ciúmes em Rony. — disse Gina, em tom trivial.
— Que crueldade! Você está praticamente dizendo que eu sou um monstro, então!
— Talvez isso seja inconsciente... Pode ser essa coisa que a impede de dar um fora nele de uma vez. Ou talvez você goste um pouquinho dele...
— Eu gosto dele! Gosto bastante dele... Ele é sensível, atencioso... Mas gosto de um jeito diferente... Eu não sei. No baile eu tive tanta certeza de que gostava de Rony... Justamente quando estava com Vítor. É confuso demais para a minha cabeça.
Num gesto de desistência, ela descansou os talheres sobre o prato e começou a beber seu copo de suco de abóbora. — Você gosta de Harry, não é? — perguntou, numa idéia súbita.
— Sim, você sabe, há anos...
— Agora imagine se um menino que você mal conhece se apaixona por você e é com você tudo aquilo que você acha que seria bom um garoto ser... Faz você pensar que deveria gostar dele. Como você se sentiria?
— Não sei, mas entendo que você está numa situação complicada...
Krum e Hermione acabaram se encontrando novamente na manhã seguinte, quando ele entrava com os colegas de Durmstrang a caminho do salão principal e ela saía dele, após ter tomado seu café.
— Pom dia — disse ele, sorrindo. — Já tomou café?
— Já — ela respondeu. — Adivinhe aonde eu estava indo.
— Biblioteca?
— Muito fácil — disse ela, sorrindo.
— Muitos estudos? Se prrecisarr de ajuda, fale comigo... Clarro que non sou ton bom quanto focê, mas pelo menos posso carregarr seus lifros.
Ela riu.
— Na verdade eu estou pesquisando sobre uma coisa. Sobre... — ela hesitou, imaginando se deveria ou não contar a ele. — Sobre métodos de ouvir conversas sem ser visto.
O sorriso dele anuviou-se.
— Acho que sei sobrre o que focê está falando.
Ela franziu o cenho; será que ele também tinha lido o Semanário das Bruxas?
— Sabe? — perguntou.
— Fiquei sapendo do que aquela jorrnalista escrrota escrreveu sobrre focê. Focê sabe, nós comemos na mesa de Sonserrina, e eles estavon lendo isso um dia. Uma garrota leu em voz alta parra mim, disse que erra parra eu verr com quem estava lidando.
Hermione boquiabriu-se.
— Pansy Parkinson... — murmurou. Lembrou-se imediatamente do convite que ele fizera depois da segunda tarefa. — Você sabe que eu não contei nada do que conversamos para ninguém, muito menos para aquela Skeeter... não sabe?
— Clarro, nunca dufidei de focê. É isso o que focê querr saberr, non? Como ela fez parra escutarr a nossa converrsa.
— Isso, — ela abriu passagem para um grupo de alunos que vinham saindo do salão principal. — e essa não foi a primeira vez que ela fez isso. Quero me vingar, não só por mim, mas por Hagrid, não sei se você o conhece.
— O guarrda-caça? Karkaroff me disse parra ficarr longe dele.
Ela apertou os olhos.
— Se me permite, é de Karkaroff que você deveria ficar longe. — disse, com veemência. — Hagrid é uma das melhores pessoas que eu já conheci na vida, eu o adoro incondicionalmente.
Krum sorriu.
— Eu sei, já disse a focê que non concorrdo com as atitudes de Karkaroff.
Foi a vez dela sorrir, mas ela sentiu o rosto corar, arrependendo-se um pouco do tom com que falara sobre o diretor de Durmstrang.
— Bem, eu vou indo então.
— Esperre, focê non querr que eu vá junto? Querro ajudá-la a se fingarr dessa Skeeterr suja.
Hermione aceitou a ajuda, e ela realmente veio em boa hora, afinal, estava mesmo ficando difícil de conciliar as pesquisas com o grande volume de tarefas escolares que estava tendo. Com o passar das semanas, Krum assumiu quase que completamente a missão, procurando com afinco na biblioteca todos os dias. Ela ainda admirou a atitude dele de não pressioná-la para voltarem a ficar juntos, e nem ao menos mencionar o assunto.
No entanto, mesmo com ajuda, Hermione tinha incontáveis possibilidades sobre o que Rita Skeeter poderia estar fazendo, mas nenhuma que pudesse sequer tentar provar. Conversou com Krum sobre sua frustração certa tarde em que se encontraram para conversar sobre as pesquisas.
— Eu devia desistir, nunca vou conseguir provar nada contra ela... Quero dizer, há quantos anos ela já vem fazendo isso e ninguém nunca descobriu nada? Talvez ela simplesmente tenha espiões aqui dentro.
Quando ela olhou para Krum, viu que ele estava com o olhar perdido. — Tudo bem com você, Vítor? — disse, fazendo-o voltar a olhá-la. — Tem alguma coisa preocupando você?
Ele soltou um suspiro.
— Karkaroff me chamou parra converrsarr esta manhã. Disse que hoje à noite temos que irr ao campo de quadrribol, parra saber sobrre a terrceirra tarrefa.
Hermione levantou-se de um salto do degrau da escada em que estava sentada.
— Será que Harry já sabe disso? — disse, vendo a expressão de Krum murchar de vez à menção do nome de Harry.
Ela abaixou-se novamente, cheia de culpa, e tomou a mão dele entre as suas. Ele encarou os próprios joelhos, visivelmente chateado, então ela tocou o rosto dele com uma das mãos, e disse: — Vai dar tudo certo.
Krum dirigiu-lhe um olhar triste, mas segurou seu rosto com as duas mãos.
— Serrá que eu posso beijá-la?
Hermione sentia o hálito dele no rosto, sentia como se estivesse se afogando no mar de tristeza dos olhos dele. Não respondeu, nem ofereceu resistência à aproximação dele.


Naquela noite, Hermione fazia os deveres com Rony na sala comunal quando Harry os deixou, rumo ao campo de quadribol.
— O que será que vão dizer a eles? — perguntou Rony, intrigado.
— Vão dizer o que disseram que diriam; o que será a última tarefa. — Hermione respondeu, sem parar de escrever em seu pergaminho.
— Claro, Mione, eu sei disso. O que quero saber é o que o campo de quadribol pode ter a ver com a última tarefa. Afinal, não vai ser uma partida de quadribol, vai?
— Não sei, Rony... Mas imagino que será algo muito mais difícil do que uma partida de quadribol.
Os dois esperaram pelo amigo, apreensivos, e começaram a se preocupar quando ele começou a demorar. A sala comunal ia ficando mais vazia com o passar do tempo.
— O que será que está acontecendo? — Hermione sussurrou para Rony. — Por que ele demora tanto?
Quando Harry finalmente voltou, Hermione assustou-se ao perceber como ele estava pálido. Ele quase correu até o canto em que ela e Rony estavam, parecia ansioso por contar alguma coisa. Rony logo perguntou:
— Qual é a tarefa?
— Isso não importa agora — disse Harry, sentando-se junto com eles. — Preciso contar uma coisa a vocês.
— O que houve? — perguntou Hermione, ansiosa.
— Vocês não vão acreditar quando eu disser quem eu vi na floresta.
Hermione e Rony trocaram um olhar tenso.
— Quem, Harry? — Rony perguntou.
— Bartô Crouch. — Harry respondeu, em voz mais baixa. — Eu estava saindo do campo de quadribol com Krum quando ele apareceu, com uma aparência horrível e fora de si, conversando com uma árvore, certo de que falava com Percy.
— Bartô Crouch? — Rony repetiu, espantado. — O que ele estava dizendo?
— Um monte de bobagens. Estava com o cabelo e a barba compridos, todo sujo e com as calças rasgadas na altura dos joelhos, que dava para ver que estavam machucados. E então de repente ele me agarrou pelos ombros e começou a dizer que Voldemort estava ficando mais forte, que Berta Jorkins estava morta e que ele, Crouch, tinha conseguido fugir. Me sacudiu pedindo para falar com Dumbledore, e eu disse que entraria no castelo para chamá-lo.
— Ele disse que Você-Sabe-Quem está ficando mais forte? — Hermione perguntou, com a voz trêmula, agarrada aos braços da poltrona.
— Disse. Eu pedi a Krum que ficasse com ele, vigiando, enquanto eu ia chamar Dumbledore. Por azar encontrei Snape primeiro, e ele ficou me atrasando, querendo saber o que eu queria com o diretor. Se Dumbledore não tivesse saído da sua sala naquele momento, eu teria demorado muito mais para conseguir levá-lo à floresta. Mas quando chegamos lá, Crouch tinha sumido e... — Harry olhou para Hermione. — Krum estava estendido no chão, inconsciente.
Ela deixou o queixo cair e o ar lhe faltou. Rony não demonstrou reação alguma, pelo menos nenhuma audível, pois ela olhava fixamente para Harry, imaginando se Krum estaria... — Vivo — Harry acrescentou, depressa, e ela relaxou. — Tinha sido estuporado, mas Dumbledore o reanimou imediatamente. Já acordado, ele pôde dizer que tinha sido atacado pelas costas, mas não tinha certeza se tinha sido Crouch. Então Dumbledore chamou Hagrid e pediu que ele avisasse Karkaroff. Depois ainda Moody apareceu, ele deve ter visto Crouch na floresta através do mapa do maroto. E depois Hagrid me trouxe de volta à escola.
Harry respirou fundo depois de terminar de falar. Hermione e Rony entreolharam-se, confusos, e ela sussurrou:
— Snuffles. Você precisa contar isso a ele, Harry!
— Não agora. Dumbledore me pediu para não sair mais da torre da Grifinória esta noite. Parecia que ele estava adivinhando que eu estava pensando em escrever para Snuffles, porque ele disse que se eu quisesse mandar uma coruja, poderia esperar até amanhã.
— Bem, então é melhor fazer o que ele disse — Hermione disse com a voz fraca. — Mas eu ainda não entendo, o que pode ter acontecido com o sr. Crouch?
Os três ficaram discutindo o assunto por longas horas, até tarde, e também acordaram muito cedo no dia seguinte para mandar Pichitinho a Sirius. Só então Harry falou sobre a terceira tarefa.
— Vai ser um labirinto — contou ele, enquanto subiam escadas e mais escadas rumo ao corujal. — Nos mostraram as plantas que estão crescendo no campo de quadribol para servir de pareces. No caminho haverá criaturas para combater e no centro estará a taça do torneio; quem chegar a ela primeiro será o vencedor. Como eu e Cedrico estamos empatados em primeiro lugar, entramos antes, depois entra Krum e por fim Fleur.
Um labirinto... Hermione pensou que o mistério envolvendo Crouch também se parecia com um labirinto, que ela ficou percorrendo durante a aula de História da Magia, mais tarde, ao mesmo tempo em que lutava para manter-se acordada por ter dormido tão pouco durante a noite.
Quando o prof. Binns liberou os alunos, Hermione seguiu Harry e Rony a caminho da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, para perguntar ao professor se ele sabia de mais alguma coisa sobre o acontecimento da noite anterior. Moody olhou cuidadosamente para os dois lados do corredor antes de deixá-los entrar. Uma vez fechada a porta, Harry perguntou:
— Encontraram o Sr. Crouch?
— Não — respondeu Moody. — Abri o mapa do maroto em minha sala e ele não estava em parte alguma.
— Será que ele desaparatou? — Rony perguntou.
— Ninguém pode desaparatar em Hogwarts, quantas vezes preciso dizer? — disse Hermione irritada, e depois dirigiu-se a Moody. — Não existe outro jeito de desaparecer, não é, professor?
— Você poderia pensar na carreira de auror — disse Moody. — Sua cabeça funciona na direção certa, Granger.
Ela sorriu, sentindo o rosto corar.
— Obrigada, professor...
— Ele não estava usando uma capa de invisibilidade, senão teria aparecido no mapa do mesmo jeito — disse Harry. — Então ele deve ter deixado a escola, não é?
— Mas com os próprios pés? — Hermione retrucou. — Ou será que alguém o levou?
— É, — disse Rony — alguém pode ter posto ele em cima de uma vassoura...
— Não se pode excluir a possibilidade de seqüestro. — disse Moody. — No entanto, não há mais nada que vocês três possam fazer por ele agora. Quanto a você, Potter, trate de se dedicar à tarefa. E não esqueçam; vigilância constante!

Hermione esperava ver Krum no salão principal na hora do almoço, mas ele não apareceu. Ela disse então a Rony e Harry que iria à biblioteca e os encontraria depois, mas na verdade saiu pelos jardins a caminho do lago. Quando se aproximou do navio de Durmstrang, viu um dos alunos no convés e tentou chamá-lo.
— Ei! Ei, você!
O garoto se aproximou para olhá-la.
— Sim?
— Você poderia chamar o Vítor? Vítor Krum?
— Ele está descansando, non pode serr incomodado. Além do mais, prof. Karkaroff disse que ele non voltasse a falarr com ninguém de Hogwarrts.
— Como? Como assim? Eu só quero saber como ele está... Sou... amiga dele.
— Eu sei quem focê é. Mas focê é de Hogwarrts.
— É claro que sim, e por acaso é em Hogwarts que você está acampado. Você pode me fazer o favor de chamar Vítor? Quando ele aparecer para dizer que não quer falar comigo, eu irei embora.
— Non posso, estou seguindo orrdens de...
— Hermi-ônini? — era a voz de Krum. Ele apareceu ao lado do colega e dirigiu-se a ele, irritado: — Eu querro vê-la, non a incomode mais!
Segundos depois ele já tinha descido do navio e se aproximava dela.
— Vítor... vim saber como você está. Harry me contou o que aconteceu na noite passada.
— Eu estou pem. Que pom que focê veio me ferr, fou melhorrarr ainda mais.
Ele abraçou-a e beijou-a demoradamente. Hermione sentiu uma sensação esquisita, como se estivesse beijando um irmão. Quando se afastaram, perguntou:
— Que história é essa de Karkaroff não querer que você veja ninguém de Hogwarts?
— Bobagem. Ele surrtou depois que fui atacado, achou que erra armaçon de Dumbledorre.
— Como ele se atreve? — exclamou Hermione, inflamada. — Armação de Dumbledore! Era o que faltava!
— Mas non se prreocupe, hoje mesmo ele já deve terr se esquecido dessa histórria.
Houve um momento de silêncio, antes de ela dizer:
— Bem, vou indo então, ainda tenho aula.
— Deixe que eu lefo focê.
— Não precisa, Vítor...
— Eu faço queston.
Krum pegou a mão dela e começaram a andar. Depois de algum silêncio, ele disse: — Converrsei com Harry sobrre focê ontem.
Hermione parou de andar abruptamente.
— Como assim?
— Eu... — ele parecia arrependido do que começara a dizer. — perrguntei a ele se focês dois non... Se nunca...
Ela soltou a mão dele bruscamente.
— Quer dizer então que você não confia em mim? Que a minha palavra não basta?
— Non é isso, Hermi-ônini, eu...
— Olhe aqui, foi muito bom você ter sido franco comigo agora, pois eu vou aproveitar e ser franca com você. Eu gosto muito de você. Mas como amigo. Não tinha coragem de dizer... Mas francamente, estou cheia. Se você quer saber, eu gosto de um garoto, sim, mas não é Harry. E também não é da sua conta. Se você quiser a minha amizade, me procure, e eu ficarei muito feliz.
Ela deu as costas e apertou o passo em direção à escola. Não viu que reação Krum teve a suas palavras depois que o abandonou, mas a expressão que ele tinha no rosto enquanto ela falava era parecida com o que ela imaginara ao pensar nele estendido no chão, estuporado. Sentiu uma pontada de culpa, mas o alívio era tão maior que a culpa foi ofuscada completamente.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.