Fênix
7º ano de Hogwarts. O temível profº de Poções estava a cada dia mais mau -humorado. Mas algo naquela aula com os alunos da Grifinória e os da Sonserina parecia estar dificultando a vida do professor. Já era normal ele tirar pontos da Grifinória, mas ultimamente estava demais. Snape tentava de todas as formas evitar o olhar atencioso e meigo da moça mais linda daquela classe. Snape olhava Hermione Granger com grande admiração e respeito, mas ele não poderia deixar transparecer, pois como ele poderia explicar a alguém o que estava acontecendo em seu coração, que até pouco tempo não tinha afeição por ninguém. Mas algo mudava na vida de Severo Snape, que parecia não querer mais sofrer e sim se entregar a algo que ele desconhecia. Enquanto Snape pensava sobre si, Hermione o observava sem saber explicar o que estava sentindo, pois há algum tempo ela não achava Snape tão mau assim e, até o achava diferente dos outros, mas não anormal.
Passaram-se os dias e em uma aula de Poções, Neville Longbottom conseguiu quebrar tudo o que possuía. Snape ficou irado, mas em vez de dar detenção para Neville, ele preferiu dá-la a Hermione.
- Mas por quê eu? Perguntou Hermione com raiva - Isso não é justo!!!
- Nada o que faço é justo Srta. - respondeu Snape com um impulso- A srta. é a Monitora-Chefe e terá que se responsabilizar pelo seu amigo da Grifinória.
A aula acabou e Hermione saiu completamente irada. Snape não entendia o porque de ter feito isso, pois Hermione estava certa, ela não tinha nada haver, mas o que está feito, está feito e não tem volta. Snape marcou a detenção e mandou o dia e o horário para ela ir.
Quando Hermione chegou na masmorra, percebeu que a porta estava aberta. Ela entrou e viu que Snape estava sentado em uma poltrona fazendo algumas anotações. Ele percebeu que a moça o olhava e disse polidamente:
- Fique a vontade Srta.Granger. Espero somente um minuto que eu já direi qual será sua detenção...
Hermione pensou que seria impossível ficar a vontade, mas fez de tudo para ficar calma. Snape terminou, levanto-se, guardou suas anotações e disse:
- A srta. pode começar me ajudando nesta poção que começaremos. Se trata da poção Wigweld. Ela serve para dar força. Sendo assim, me passe os ingredientes que estão naquela estante.
Hermione assentiu e eles começaram. Hermione dava todos os ingredientes que ele pedia e aos poucos os dois foram se soltando e conversavam sobre tudo. Snape começou a brincar (o que era muito estranho para Hermione) e ensinou passo a passo a poção. Quando a poção estava quase azulada, Snape pediu que Hermione a mexesse para não grudar. O profº foi pegar um livro e quando voltou percebeu que não adiantava Hermione mexer, pois ela não tinha tanta força. Severo correu e nem se deu conta que estava junto de Hermione e com as mãos encima das suas. Hermione ficou sem graça, mas gostou da aproximação dele. De repente Snape caiu em si, ele se desculpou e envergonhou-se, pois nunca tinha ficado tão perto de uma aluna antes. Hermione não se importou e eles passaram o resto da noite conversando. Ela percebeu o quanto ele era educado e gentil. A hora passou e Hermione teve que ir. Quando eles iam se despedir, sem querer (ou querendo) Snape beijou Hermione. Ela retribuiu o beijo e eles ficaram assim, se beijando por alguns minutos. Hermione disfarçou e sorriu. Snape sorriu também, mas se preocupou, pois não estava certo ele se enamorar de uma aluna. Hermione foi embora e Snape ficou pensando no que tinha acontecido.
A noite passou e amanheceu. Severo não tinha dormido e pensava o que ele tinha feito na noite anterior. Sua alma estava leve e feliz, tão feliz como ele nunca esteve antes. Mas ele se preocupava, pois ele era seu professor e mais velho que ela. Pensava no quanto aquele amor , aquele desejo incontrolável podia ser crucificado e descriminado por todos. Mas quem se importa com que os outros pensam? Sim, Severo se importava, e muito. Se talvez, por alguns segundos ele pudesse esquecer quem era e o que fazia, talvez assim ele poderia encontrar a felicidade, mas Severo não se importava só com o amor que sentia, ele também se importava com as pessoas em geral e no que elas iriam pensar sobre um profº chefe da casa Sonserina e uma aluna Monitora chefe da Grifinória. Enquanto Snape tentava achar uma solução, Hermione estava radiante, e ela não sabia o por que de amar alguém como ele. Mas, bem lá no fundo, ela sabia que ele tinha sentimentos e que talvez só precisasse de um empurrão para amar e ser amado.
Naquele mesmo dia, Snape mandou uma carta para Hermione que dizia o seguinte:
Srta. Granger, gostaria muito de poder conversar com a Srta. sobre ontem à noite, pois creio que a srta. tenha ficado confusa. Assim como eu. Mas gostaria muito de esclarecer os fatos, se for possível, se puder, venha a minha masmorra esta noite a mesma hora. Aguardo ansioso... Severo Snape.
Hermione lia e relia a carta com satisfação, mas na verdade não sabia o que pensar, pois tinha medo que Snape não a quisesse por ser mais nova e sua aluna.
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Viver aquele amor parecia impossível, mas mesmo com medo Hermione decidiu que iria. Ela foi para a aula com os seus amigos da Grifinória e quando terminou preferiu não ir jantar, pois alegou indisposição.
- Mione tá esquisita - disse Rony ao se sentar à mesa da Grifinória.
- É. Será que aconteceu alguma coisa? Perguntou Harry pensativo.
Os dois ficaram pensando no que poderia estar acontecendo e não chegaram a nenhuma conclusão. Enquanto isso, Hermione estava em uma sala vazia esperando o momento certo de ir para a masmorra. Ao chegar, Snape já estava esperando por ela. Ele sorriu e quando ia ao seu encontro para abraçá-la, ele recuou. Hermione não entendeu e indagou:
- O que aconteceu? Por que recuaste?
- Porque não sei se devo te abraçar e sentir a imensa alegria que senti ontem a noite.
- Mas por quê? Você não quer ser feliz?
- Quero, mas você é minha aluna e eu, bem, sou seu professor e mais velho que você querida.
Hermione pensou no que dizer e disse indignada:
- Então quer dizer que você quer abrir mão do amor que você sente por mim por diferenças mesquinhas e fúteis? Saiba, Professor Snape, que eu não me importo com que as pessoas vão pensar, porque o que elas pensam não me fará feliz da forma que eu estava até ontem.
- Hermione - disse Snape segurando suas mãos - você sabe, ninguém entenderia...
Hermione se soltou, respirou fundo e disse decidida:
- Se você quer abandonar a guerra sem ter lutado, por mim tudo bem. Mas colocar outras pessoas como empecilho para justificar o que você pensa, é o fim. É inconcebível uma pessoa amar e ser amada e não querer este amor porque existem pessoas que falam que não é certo. Então Severo Snape, fique sozinho e vê se as pessoas que você se incomoda tanto te farão feliz como eu pretendia.Talvez seja melhor você ficar assim, sozinho. Você pensa que todas as pessoas são mesquinhas e preconceituosas, não, só você é...
Hermione nem deixou Snape responder, saiu da masmorra batendo a porta. Snape sentou-se e chorou, pois depois daquelas duras palavras ele percebeu o quanto amava aquela menina e se não fosse tão burro, poderia ser feliz ao seu lado.
Severo Snape passou mais uma noite acordado e chegou a conclusão que Hermione estava certa (mas é óbvio). Ele passara a vida inteira sozinho porque se preocupava demais com as pessoas que não tinham nada haver com a sua vida. Agora, ele estava fazendo a mesma coisa, perdia a guerra sem lutar por ela. Snape só conseguia pensar nas palavras de Hermione que cortaram seu coração como uma flecha, mas ele percebeu que ela o amava demais. Snape ficou pensando e acabou se comparando com uma Fênix, tão pequena, indefesa, mas mesmo tempo tão certa de si, tão forte. Ela cresce, morre e renasce de suas cinzas. Severo se sentia assim, pois sempre fora infeliz e agora encontrara a felicidade que ele precisava para ser realmente feliz. Ele precisava mesmo renascer e esquecer as diferenças que não adiantavam de nada. Snape levantou decidido e pensou em falar com Mione, mas estava muito tarde. Então ele falaria com ela pela manhã. Mal sabia ele que Hermione também estava acordada e chorando muito, pois ela acreditava que ele fosse diferente, mas não era. Hermione tentava dormir mas não conseguia, a toda hora vinha em sua cabeça Snape e o beijo que a fez desejá-lo ainda mais, mas também se lembrava da dura conversa e o fim de amor que só estava começando. Hermione pensou tanto que adormeceu. Quando amanheceu, Hermione percebeu que havia um bilhete em sua colcha e se surpreendeu ao ler o que estava dentro...
"Hermione, por favor, me deixe explicar. Sei que fui um idiota pensando em coisas fúteis, mas eu te amo e não me importo mais com os outros. Deixe-me te convencer que te amo e que podemos ser felizes juntos..."
Hermione chorou muito, pois esperava qualquer atitude dele, menos essa. Hermione releu o bilhete e pensou que pelo menos suas palavras fizeram um bom efeito, Snape se arrependera e a amava.
Hermione foi tomar o café da manhã mais contente. Seus amigos que achavam ter algo de errado, agora estavam tranqüilos, pois ela estava bem.
Naquela manhã, eles teriam aula de Herbologia, e como Hermione precisava ver Snape e sabia que ele não daria aula naquela primeira hora, ela disse aos amigos que estava naqueles dias e não foi à aula. Os alunos foram saindo aos poucos do salão principal e Hermione ficou só observando. Quando não restava mais ninguém, ela saiu direto para a masmorra de Snape. Hermione entrou rapidamente e Snape se surpreendeu. Hermione queria beijá-lo, mas ao mesmo tempo queria matá-lo. Snape a olhou com muita alegria e eles se abraçaram muito forte.
- Por que você fez isso comigo? -perguntou Mione falando rápido - Sabia que eu cheguei a acreditar que não valia a pena te amar?
- Calma Mione - disse Snape beijando-a - quem sabe assim o nosso amor não fica ainda maior...
Mione não queria saber mais de nada, os dois se deixaram levar pela emoção e prometeram nunca mais tocar nesses assuntos bobos. Se existia amor verdadeiro, seria muito bom cultivá-lo, mas se não existia, só o tempo diria. Mas, por enquanto, eles aproveitariam o máximo para não deixar acabar um sentimento tão puro.
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