Síbaris



N/A: Vamos botar um pouco de fogo nisso! Tirem as crianças da frente do computador que esse capítulo é para maiores! XD
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- Então, Lacrima, está se divertindo? - ele afastava o silêncio.
- Muitíssimo! - ela sorria largamente. Sentia mais calor ao ar livre que dentro do salão.
- Ora, isso é mau... Se você satisfizer-se hoje, não há de encontrar necessidade de voltar...
- Mas sempre há a possibilidade de se criar um círculo vicioso.
Era a deixa que ele esperava. Sorriu com uma indescritível malícia e aproximou-se mais, falando quase aos sussurros.
- Deveras... Vou me empenhar nisso.
O torpor do vinho era nada comparado ao que ela sentia agora. Estava lânguida, não conseguiria esboçar qualquer reação contrária às ordens de seu corpo. Lucius percebeu - os gestos lentos e a respiração dela não deixavam dúvidas: a vítima estava a espera do bote e a serpente não titubeou.
Mas o que era para ser só o suficente para deixá-la encabulada e desejosa agora crescia dentro dele. Ao contato dos lábios ferventes e da leve camada de gélido suor que a recobria, daquele pequeno e macio corpo que se deixava levar como um cadáver que é apenas animado por intermitentes correntes de energia, aquele desejo frenético que pulsava nela agora penetrava em suas veias, transformando todo o seu puríssimo sangue em lava. A serpente provava de seu próprio veneno.
Encostando-a contra uma coluna jônica ele sentia um terrível buraco negro sugá-lo para a insanidade, para aquele corpo que agora emitia imperceptíveis gemidos enquanto ele, beirando o desespero, tocava cada centímetro tentando conter o impulso de rasgar o fino veludo...
Ela sentia sua vontade própria esvair-se, estava entregue à luxúria, àquelas mãos firmes, àquele belo corpo que a pressionava, cujos mínimos detalhes ela podia sentir tão próximo estava. Suas mãos instintivamente começaram a tocar o tecido que o recobria, procurando brechas na necessidade de sentir a pele nua. Tateava às cegas, guiada por impulsos aos quais ela não podia e não queria resistir. Os quais a levaram ao que poderia parecer longe demais.
Sendo surpreendido por um misto de prazer, alívio, tormento e dor, ele gemeu e por um segundo sentiu voltar a consciência.
- Vamos... para um lugar melhor... - disse num fio de voz.
Ela assentiu com a cabeça. Sentia-se distante, como se seu consciente a observasse de fora. Desaparatou num lugar escuro. Por um instante não pôde enxergar nada até que a luz avermelhada de velas tocou todo o ambiente. Em um instante viu-se num aposento revestido de madeira polida, alguns tripés com óleos aromáticos enchiam o quarto de um delicioso perfume que ela não pode identificar. Diversas peles de grandes animais jaziam aleatóriamente pelo chão e suas cabeças enfeitavam as paredes. Normalmente seria um quadro que ela não exatamente apreciaria, mas seu bom-senso não conseguia alcançar-lhe naquele momento e tudo aquilo só lhe reforçava as sensações.
Ele a olhava enquanto tirava o paletó e se dirigia a ela, agora parecendo pouco mais calmo. Aproximou-se com os olhos famintos. O corpo dela não negava a atração que sentia. Tocou-a de leve, sentindo o próprio corpo reagir junto ao dela. Subiu as mãos para acariciar-lhe a face, aproximando a sua do esguio colo de alabastro, sorvendo-lhe o leve aroma enquanto uma de suas hábeis mãos abria a fina gargantilha de prata que prendia o vestido. Não permitiu que o negro sudário caísse de uma vez, segurando-o de leve sobre o colo dela. Deixou que a destra descesse devagar, explorando, o pesado tecido seguindo-a de perto... Retirou a mão quando ela chegava à altura do ventre. O vestido caiu aos pés dela, que o colocou de lado enquanto Lucius a observava quase inerte. Vestia apenas uma liga de renda negra que prendia as finas meias de seda. Fez menção de tirar os sapatos, mas ele segurou-lhe a mão.
- Ainda não...
Manteve-a em pé e pôs-se a tocar-lhe o corpo, massageando levemente a base do pescoço, descendo as mãos devagar pelas costas e voltando-se de frente para ela. Beijou-a calorosamente na boca e voltou a acariciar-lhe o corpo não se limitando a usar as mãos: queria sentir o gosto daquela pele. Ela apoiava as mãos em seus ombros, apertando-os em reação às carícias, gemendo baixinho.
Ele ergueu o torso, voltando a encará-la enquanto suas mãos continuavam a tocá-la. Parou de súbito e olhou-a com um certo ar de superioridade calculado. Lacrima pareceu voltar a si por uma fração de segundo, seu corpo exigindo que ele continuasse, mas ele logo se pronunciou, olhando inescrupulosamente para o corpo dela:
- Você é bonita, Lacrima. - aproximou-se repousando a mão na parte inferior das costas dela. - Bem bonitinha...
Tomou-a subitamente, beijando-a com força. Ela simplesmente retribuiu o beijo com a mesma intensidade, não se sentia inclinada a continuar mantendo a pose.
- Agora... Você não quer me ajudar a tirar a roupa? - Ele dizia enquanto pegava de leve as mãos dela e levava aos botões da camisa.
Ela sorriu levemente. Se ele queria brincar...
Desabotoou-lhe a camisa passando a língua por aquele tórax inesperadamente bem definido. Despido o torso, postou-se à altura do fecho frontal da calça negra, o qual ela abriu cuidadosamente, deixando que seus dedos tocassem de leve o que lá havia oculto.
Lucius estava estático, naquele momento todo seu cérebro se dedicava às mais mínimas sensações, à cada pequeno toque, aos aromas, à visão... Assistiu assim ela afastando-lhe a última peça de roupa, tocando-lhe com delicadas e habilíssimas mãos, sentiu o calor daquela boca roçando-lhe a carne, a língua provando cada centímetro de sua intimidade. Suas mãos seguravam-lhe a cabeça. O glamouroso penteado de noite se desfazia numa onda de macios cachos escuros... Sentiu que não suportaria tal situação por muito tempo, então fê-la erguer-se e falou num tom que tentava ser indiferente.
- Calma, Lunare... Quero apreciar cada aspecto com a devida atenção... Vá, faça-me um favor, traga aquele champagne que está ali. - com um movimento rápido de varinha, conjurou uma garrafa de precioso vinho espumante e dois cálices de cristal num extremo do quarto. Sentou-se numa larga poltrona recoberta com uma espessa pelagem branca, enquanto observava cada movimento dela.
- Ótimo. - abriu a garrafa servindo-se do conteúdo - Obrigado. Agora pode tirar a roupa...
Ela tirou vagarosamente o scarpin preto exibindo-se em seus melhores ângulos. Desatou os laços que prendiam a liga rendada e, aproximando-se da poltrona, colocou um dos pés sobre o apoio de braço e tirou devagar cada uma das meias de seda. Ele passou gentilmente a mão sobre a coxa que tinha próxima a si, acariciando-a, sentindo a parte interna úmida, seguindo mais acima, detendo-se ali alguns segundos, explorando toda a região, cada reentrância, cada saliência e, então, fê-la sentar-se sobre suas pernas como uma criança. Enquanto uma de suas mãos enlaçava-a pela cintura, a outra percorria toda a extensão do corpo dela, que gemia baixinho, agarrada ao pescoço do louro, beijando-o entre lambidas e mordidinhas na orelha. Ele falava sério sobre apreciar cada aspecto...
Não era novidade para ele ter uma bela mulher em seus braços. Nem mesmo uma que não fosse Narcisa. Não que ele deixasse de apreciá-la como mulher - ela era mesmo uma de suas favoritas - mas ter outras parceiras era essencial para evitar a mesmerização... Novas idéias, novos perfumes... A questão, de fato, não era só física. Gostava de saber exatamente o que elas pensavam, de vê-las como personagens de sua ficção, a história que ele escrevia sem saber o que aconteceria depois, forçava finais inusitados, descartava personagens planas e dissecava as esféricas. O caso com Lunare ia um pouco além de sua pura vontade - fazia-o a serviço do Lorde. Havia muitos anos que ele a queria em suas mãos - na época, ela era apenas uma garota. Não sabia exatamente o porquê disto - ele a havia deixado por conta de alguns comensais italianos, que nunca abandonaram a tarefa. Sabia que ele a queria viva e, conhecendo-lhe a irmã - dona de poderes admiráveis - imaginava que ela deveria ser recrutada. Se não fosse para isso, pelo menos ele a teria em suas mãos quando Voldemort voltasse. E ele sabia que isso aconteceria.
Seria tudo extremamente simples: fazê-la contar tudo por sua própria vontade. Soubera que ela tinha uma considerável habilidade em oclumência e uma tentativa de sondar-lhe a mente poderia por tudo a perder. Seduzir jovens mulheres era-lhe a coisa mais rotineira e independia de qualquer habilidade mágica de ambos os lados... Obviamente ele não planejara tudo aquilo para a primeira noite - até mesmo receava a reação da moça no dia seguinte. A idéia consistia apenas em um beijo ardente e olhares apaixonados. Percebeu logo que os olhares não valeriam muito com esta: pela conversa, pôde perceber que ela era bem desacreditada em relação à sentimentalismos... Mesmo assim, na pior das hipótesess, o beijo a deixaria intrigada o suficiente para querer conhecê-lo - calculava. Descontrolara-se e agora estava fazendo o máximo para ao menos parecer senhor da situação, manter a posição, mas os sorrisinhos irônicos que perpassavam o semblante dela a cada ordem vinda de si deixavam óbvio que ela encarava tudo como uma brincadeira. Talvez fosse até melhor assim, encarando desse modo ela poderia muito bem não se arrepender amanhã e aceitar um futuro convite... Quem o poderia dizer? Os dados estavam lançados e ele iria apenas relaxar e esperar o resultado.
Beijou-a mais uma vez nos lábios e, segurando-a nos braços, levantou-se e pousou-a delicadamente sobre a pele que fazia as vezes de tapete. Ela ainda lembrou-se de apreciar a sensação dos longos e macios fios sob sua pele antes de entregar-se completamente aos desígnios da serpente.

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