Capítulo XVIII
Capítulo XVIII
-Harry, por favor, solte-me – ela pediu baixo, quando uma pequena multidão de fotógrafos se amontoou ao redor deles.
O moreno sorriu assentindo, era uma das poucas vezes que não se aborreceria com repórteres. – Primeiro responda-me: para que time está torcendo – Hermione abriu a boca, e tinha um ar tão impertinente que Harry acrescentou: - Lembre-se dessa resposta depende sua libertada.
-Irlanda! Estou torcendo pra Irlanda – disse entediada, virando os olhos.
**
-Neville, vem aqui – Gina o chamou, cheia de enfado. – O que pensa que estava fazendo?
O homem a encarou saindo do torpor. – O quê? – a ruiva virou os olhos e o puxou novamente para uma das poltronas.
-É melhor que fique quietinho aí – disse secamente. Neville lançou um olhar confuso a Harry que ria com ganas.
“Por que ela está tão irritada?” Ele nem percebera que, a segundos atrás, estava declarando a plenos pulmões seu amor por, não uma, mas todas as Vellas que dançavam no campo, para a entrada do time da Bulgária.
Segundos depois, os jogadores da seleção da Bulgária eram apresentados pelo locutor e por uma espécie de telão mágica que ampliava as imagens. E logo vieram as mascotes da Irlanda... E seus jogadores. O jogo estava por começar - antes, no entanto, os organizadores do evento estavam a fazer seus agradecimentos. E, é claro, depois de alguns nomes, Harry Potter fora citado por sua generosa doação ao departamento de esportes do ministério da magia inglês e à copa.
--
A disputa estava acirrada, a Bulgária estava na frente por vinte pontos, mas seu apanhador não estava em boas condições depois de um balaço que levara, “presente” de um batedor Irlandês.
Mas o telão estava mais preocupado em mostrar as pessoas. Senhores idosos de vestimentas esquisitas, crianças sorridentes com seus rostinhos sujos de doces, jovens vibrando desesperadamente – a artilheira da Irlanda acertara o aro, reduzindo a diferença para 10 pontos.
Então, o “telão” mostrara os camarotes. Expondo Harry e Hermione, ela com seu grande chapéu e ele com o rosto pintado com as cores da Irlanda.
O moreno apontou para a imagem deles, murmurando algo em seu ouvido, Hermione sorria muito e espontaneamente. Ela se voltou para beijar-lhe o rosto, mas Harry sem querer virara o rosto para lhe falar novamente e, em conseqüência, seus lábios se encontraram por um segundo.
Eles sequer coraram enquanto fingiam que nada acontecera, tornando seus olhos ao campo, aplaudindo tentativa de pontuar de um artilheiro da Irlanda. Mas era um pouco tarde... todos haviam visto.
A Bulgária pediu tempo minutos depois e, para entreter as pessoas, o “telão” começou a projetar imagens dos torcedores.
Enquanto isso, os gêmeos estavam a gabar-se das apostas que fizeram a Neville, que apenas sorria. Harry e Hermione estavam a desfrutar um momento sentados, bebendo água e Hermione tratava de judiar um pouco de Harry, comentando que a Irlanda perdia.
-Oh Merlim, que coisa linda! – Gina gritou zombeteira, Harry e Hermione a encararam. Mas foram Jorge e Fred que, sorrindo maliciosamente, apontaram para o “telão”. Intrigados, os morenos seguiram seus dedos para encontrar-se corando furiosamente.
O “telão”, agora, mostrava em câmera lenta a aproximação dos rostos deles e, como se não bastasse, vários corações coloridos piscavam a volta deles, assim como um fundo musical romântico.
-Eles podem fazer isso? – ela indagou baixinho no ouvido de Harry.
-Uhum – murmurou de volta ao ouvido dela. – Uma espécie de novo encantamento.
A platéia gritou histericamente e, só por um instante, Hermione pensou que o jogo reiniciara. Ergueu a vista de imediato, mas se deu conta que a gritaria era por conta das imagens reproduzidas no momento: de alguma forma, eles capturaram o instante em que falava no ouvido de Harry e vice-versa e de algum modo, aquilo pareceu bem romântico...
A morena mordeu o lábio inferior, Harry riu sem jeito tomando em sua mão a dela. – me desculpe...
-Oh, a culpa não é sua, Harry – ela retrucou, fingindo dar de ombros.
Eles nem imaginavam que nas manchetes da maioria dos jornais bruxos de maior circulação (e certamente despreocupados em até que ponto a notícia era verídica), no dia seguinte haveria reportagens do tipo:
“A copa de quadribol acabou por este ano, a Irlanda saiu vencedora, mas não foi o jogo que mais chamou atenção...
Harry Potter, que encontrava-se vendo a partida, foi o centro das atenções no domingo. E não só ele. Parece que o senhor Potter está de namorada nova. Acompanhado por uma morena misteriosa, o homem parecia estar se divertindo muito e nem ao menos se importou com o assédio dos repórteres. Confira mais fotos na página sete”
---
Harry deu um abraço franco em Ron, logo após a partida. – Parabéns!
O ruivo sorriu agradecido. – Bem, nós treinamos muito para conseguir essa bendita taça! – comentou passando a mão na testa, retirando o excesso de suor.
Luna surgiu minutos depois, abraçando com força o esposo. – Weasley é nosso rei - ela cantarolou beijando-o. Ron riu enlaçando-a.
Então Luna se voltou para Harry, - Onde está Hermione, Harry? – sorriu. – Depois daquela cena eu podia jurar que estariam sempre juntos...
O moreno ergueu a sobrancelha. – Ah, você viu?
-Todo mundo viu – Ron retrucou, fitando-o.
Harry suspirou, dando de ombros. – Mione foi roubada de mim por sua irmã, algo sobre comprar alguma bebida.
-Então, vocês estão saindo, como um casal? – Ron indagou.
Harry riu. Um casal? Teria sorte se, depois desse escarcéu da imprensa e até mesmo dos organizadores do evento, Hermione aceitasse sair – amigavelmente – com ele outra vez.
“Saindo” é a denominação certa. Como amigos, ele acrescentaria.
Então voltou-se para o amigo e sorriu. – Você não entenderia.
-Posso tentar – lhe incentivou.
Harry queria dizer: “Bem, cara, o ‘você não entenderia’ significa, amenamente, que não é de sua conta”. Mas simplesmente ignorara a pergunta enquanto dirigiu À Luna uma pergunta qualquer.
Hermione, apareceu instantes depois, praticamente arrastada por Gina enquanto falavam animadamente.
A ruiva a soltou para cumprimentar o irmão com um grande abraço e beijar o rosto da cunhada. A morena se dirigiu a Harry, lhe oferecendo de sua bebida.
-Hei, Ron, parabéns – Hermione comentou com um sorriso, ao retomar o copo das mãos de Harry, erguendo-o como num brinde. – A Irlanda merecia vencer – já não falava para Ron, ela olhava de lado para Harry, que sorria.
-Eu disse que venceria – murmurou em seu ouvido, apertando levemente sua cintura, ao abraçá-la de lado.
Hermione sorriu. – Bem, mas vocês perderam até metade da partida.
-O que importa é que saímos vencedores, Hermione – contrapôs de maneira arrogante, Ron.
Ela o fitou por um instante, mas decidiu não retrucar ao sentir Harry a puxando levemente para si – É isto mesmo. E mocinha, é bom por um sorriso feliz nos lábios se não quer ser tratada como um saco de batatas novamente - A morena tornou seu olhar para Harry, que lhe ofereceu uma piscadela, segurando seus ombros, agora. – Quer arriscar?
-Oh, não. Muito obrigada. Apesar de gentil de sua parte me trazer todo o caminho em seus ombros, eu realmente gosto de caminhar.
-Se mudar de idéia... – ele falou, “inocentemente”.
-Rá, eu não vou – comentou por sua vez, enlaçando seu braço no dele. – Pelo jeito, logo será hora de partir... você pode me acompanhar até o “acampamento”? Preciso chegar se não esqueci de nada.
-Outra vez? E com a ajuda de Harry? – Gina indagou zombeteira, fazendo tanto Harry quanto Hermione virarem os olhos.
-Hei Ginny – Harry chamou. - Onde está o Neville?
–Parece que os gêmeos querem ter uma “conversinha” com ele.
-Você permitiu? – Hermione perguntou franzindo o cenho.
-O que eu poderia fazer? Como se não conhece meus irmãos, além do mais. Tenho certeza que Neville se sairá bem – acrescentou sorrindo.
Hermione tinha suas dúvidas quando se tratava dos gêmeos.
--
(continua)
--
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!