Capítulo Único
O frio que estava lá fora não era sentido no interior da pequena e aconchegante casa habitada por Hermione Granger. O tom amarelo-mostarda que coloria as paredes contrastavacom os móveis escuros de aspecto antigo, e também com o grande e macio sofá vermelho-vinho, coberto de almofadas. E sobre algumas dessas almofadas, lá estava ela, deitada, com um livro sobre si há muito esquecido. Hermione dormia um sono tranqüilo, quando...
DING DONG.
Ela se mexeu no sofá e virou de lado.
DING DONG.
Abriu os olhos. Apenas ao ouvir o soar da campainha pela terceira vez, ela se levantou. "Quem pode ser?", pensou, olhando seu relógio de pulso marcar 23:42...
Hermione foi andando lentamente, as calças dos piajamas arrastando-se sobre o soalho de madeira. Bocejou antes de perguntar um "quem é?", que saiu muito sonolento. "Sou eu", ela ouviu em resposta, de uma voz há muito conhecida. Sorriu e abriu a porta.
- Boa noite, Mione - um rapaz alto, de cabelos negros e revoltos, usando óculos e com uma cicatriz em forma de raio na testa, sorria inocentemente para ela - hum... espero não ter te acordado - ele completou, ao ver Hermione de pijamas, com os cabelos desgrenhados e olhos de quem acabou de acordar. "E até assim ela consegue ser linda", pensou.
- Imagine, Harry... eu estava apenas... cochilando - ela respondeu, numa ironia divertida, fazendo-o rir - claro que eu sabia que você viria aqui, em plena quarta-feira às - ela consultou seu relógio - onze e cinqüenta e um. Agora entre, antes que você pegue um resfriado - ela o puxou para dentro pelo braço.
Harry a mirou por alguns segundos.
- Não vai perguntar por que eu estou aqui? - ele indagou, acompanhando-a até a cozinha.
- Claro que não. Eu já sei...
- Ah é, esqueci que você é a srta. sabe-tudo... perdão - ela riu.
- Está bem - ela encostou-se em pé na mesa, ficando de frente para ele - o que você quer, Harry? - ela perguntou, fitando-o - e você está péssimo, precisa de um belo descanso... - "Mas mesmo assim não perde o charme...", ela completou em pensamento. Harry se tornara um homem muito, muito charmoso, gentil, compreensivo, e vários outros atributos que Hermione poderia passar horas enumerando. "Mas", pensou ela com amargura, "ele é seu amigo, e nunca vai te ver como algo mais".
- Muito obrigado por dizer sutilmente que eu estou um bagaço... - eles riram.
- Eu não disse isso, seu bobo - ela socou o ombro dele de leve - só que você precisa de descanso... vá pra sala enquanto eu preparo algo pra você comer, Harry... - ela ia se virando quando ele a segurou pela mão - o que foi?
- Você não me deixou dizer o motivo de eu ter vindo - ele falou, um pouco mais sério.
- Ah, desculpe - ela sorriu, virou os olhos e cruzou os braços, voltando à posição anterior - pode falar.
- Vou fingir que você não fez pouco caso sobre isso, Granger - ele disse, num falso tom sério, olhando nos olhos dela. Deu um passo pra frente, encarando-a.
- Pouco caso, eu? Imagine, Potter... - ela respondeu, também encarando-o, porém não conseguia deixar de rir.
- Pois então preste atenção, pois eu só vou falar uma vez - a falsa seriedade abandonou o rosto dele - mas antes prometa que nossa amizade não vai mudar por qualquer coisa que eu disser.
- Mas o que... - ele a interrompeu.
- Prometa, Mione.
- OK, eu prometo. Agora você está me deixando preocupada... o que aconteceu, Harry?
Ele respirou fundo e começou.
- Aconteceu há algum tempo... bom, eu não sei quando aconteceu. Mas eu descobri uma coisa que venho tentando falar pra você há tempos, e nunca tive coragem. Aconteceu que eu... eu percebi que não posso, não consigo, não quero ficar longe de você nunca. Percebi que você é, sempre foi a pessoa mais importante pra mim, a pessoa que me apoiou em tudo, me ajudou, me aconselhou, ficou comigo nas piores horas da minha vida. Você sempre acreditou em mim, mesmo quando eu falava, pensava e fazia as coisas mais absurdas. Você sempre esteve do meu lado, e eu sempre me senti feliz por isso, por ter alguém comigo. E então eu finalmente percebi o que isso tudo significava. Percebi que cada troca de olhares entre nós era uma conversa sem palavras, que nós nos entendíamos sem precisar falar. E percebi o quanto ficar do seu lado, ouvir a sua voz, sentir você por perto era e é bom... - ele colocou a mão no rosto dela - eu percebi, Hermione Granger, que amo você mais do que qualquer outra coisa, mais do que minha própria vida, percebi que sua felicidade é a minha, e nunca vou deixar que nada aconteça a você, porque é só com a sua presença na minha vida que eu consigo existir. Sem você, não sou nada... - ele piscou demoradamente e a fitou. Ela estava em silêncio. Porém, quando ele foi tirar a mão do rosto dela, sentiu o toque de Hermione sobre sua mão. Ela sorriu.
- E eu amo você, Harry Potter... - ela disse, devagar - também o amo mais do que minha própria vida, e farei de tudo para que você sempre esteja feliz... porque sua felicidade também é a minha - Hermione se calou. Harry se aproximou mais ainda dela, ambos podiam sentir a respiração do outro.
- Faria qualquer coisa? - ele segurou o rosto dela com as mãos.
- Sim, qualquer coisa... - ela respondeu quase num sussuro. Seus rostos estavam ainda mais próximos.
- Então me deixe fazer o que eu anseio há tempos... - Harry cortou a distância entre os dois, colando seus lábios aos de Hermione. Ela passou os braços ao redor do pescoço de Harry, e correspondeu àquele beijo terno e intenso, cheio de amor e desejo...
Os dois se separaram quando sentiram o ar (maldito ar!) faltar. As testas estavam juntas, ambos tinham um largo sorriso iluminando suas faces.
- Sabe aquela promessa de que nossa amizade não vai mudar por nada que você dissesse? - Hermione disse, olhando nos olhos de Harry.
- Sei... que tem? - ele beijou rapidamente os lábios de Hermione.
- Acho que não vou poder cumprir... - ela sorriu e o beijou intensamente...
Comentários (1)
Aiii que fofo. Amei ♥
2011-09-25