Brigando com a Cho Chang

Brigando com a Cho Chang




A Mione tinha razão no que disse. “Sempre podemos virar o jogo!”. Mas como eu podia fazer isso? Tudo aquilo já fazia parte do passado. Será que ela quis dizer que talvez seja para eu superar tudo? Mas se foi isso que ela quis dizer, ela continua com a razão. Quer saber? Cansei de tudo isso.

No dia seguinte, era sábado e não chovia mais. Resolvi dar um passeio pelo lago, a Cho queria me acompanhar, e começou a falar, de todo o seu romance com o Harry:
- Ai! Como ele é lindo, romântico. É tudo que eu sempre sonhei. – Aquela última frase, havia feito minhas pernas estremecerem, mas continuei erguida e lhe disse:
- O que ele diz para você? – Sentando num tronco perto do lago, ela me disse:
- Que me ama. Outro dia, ele escreveu uma carta linda para mim, que depois eu lhe mostro. Na carta ele dizia que se fosse um poeta, me escreveria os mais lindos versos. – Sentada no tronco, olhei para o lago e disse:
- Não precisa.
- Não precisa o que?
- Me mostrar à carta.
- Por quê?
- Só não estou afim.
- Nossa! Está bem. E você? Nunca namorou ou gostou de alguém?
- Já tive uma rápida paixão por um garoto de minha ex-escola. Mas na verdade, nem sinto falta dele.
- E aqui? Você está gostando de alguém?
- Bem, eu não sei.
- Como assim?
- Nada! – Eu me levantei, e comecei a andar em volta do lago. Sim! Eu havia acabado de fugir daquele assunto, com medo de que eu pudesse começar a dizer besteiras. Mas a Cho continuou naquele assunto:
- Vaiii!!! Fala! Quem é?
- Eu não sei se quero falar sobre esse assunto.
- Por quê? Eu sempre falo desses assuntos com você, e você nunca me diz nada.
- Talvez porque eu não tenha muita coisa para contar.
- Ah é? Pois não parece. – A Cho se virou e caminhou de volta para a escola, e eu continuei a caminhar. Não estava a fim de me estressar.

De longe vi uma casa, de onde saia um cara muito alto. Era o professor Hagrid. Ele era um dos melhores professores da escola! Resolvi ir lá para dar um olá para ele. Corri até o seu encontro. Com um sorriso entre aquele emaranhado de barba, ele me diz:
- Bom dia, Anna! O que faz aqui?
- Nada, professor. Só vim lhe dar um olá.
- Pois bem. Você quer me ajudar a cuidar das abóboras?
- Aqui tem abóboras?
- Claro que sim! Tenho que cuidar delas até o Dia das Bruxas para enfeitar todo o colégio com grandes e belas abóboras.
- Está bem, eu lhe ajudo. – Caminhamos até o fundo da casa do professor, onde havia minúsculas abóboras, me perguntava como aquilo iria ficar tão grande, até o Dia das Bruxas.

Passei o resto da manhã, ajudando o professor, que agora eu passava a chamar de Hagrid. Ele era um gigante legal. Falei para ele sobre o Dia das Bruxas no meu antigo colégio, e até pensei em contar o motivo pelo qual fui expulsa, pois ele me contou do quanto foi injustiçado quando começou a estudar em Hogwarts. Me identifiquei com ele, mas era melhor eu continuar mantendo tudo em segredo.
Depois de almoçar, fui para o Salão Comunal da Corvinal, onde encontrei a Cho muito emburrada. Me sentei ao lado dela, que parecia não se importar comigo, enquanto fingia ler um livro. Então, perguntei logo a ela:
- Que foi? Está zangada comigo por causa do que aconteceu?
- Eu só acho injusto eu lhe contar tudo, e você ficar nessa comigo.
- Nessa qual, hein? Eu só não tenho nada a falar.
- Sim...até parece. Você gosta de alguém e não quer me contar.
- Ah é? Então, se você sabe tudo, me diz de quem eu gosto?
- Eu não sei, ora.
- Está vendo?
- Mas eu sei que você gosta de alguém.
- Ah! Quer saber? Que você ache...não me importo, mesmo. – Me levantei e saí emburrada para qualquer canto de Hogwarts. E acho que a primeira coisa que fiz para me refugiar, foi ler alguns livros. Comecei a ler e ler, até os meus olhos cansarem e eu acabar dormindo em cima de um monte de livros.

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