Capítulo Único



Capítulo único.



Bellatrix ouvia seus passos ecoando em meio à penumbra espessa, quase escuridão, que revestia permanentemente a atmosfera do local.
Não tinha certeza onde estava, se estava sozinha ou, como as vezes acontecia, se haviam outros pares de olhos indistintos ocultos em meio às sombras projetadas pela iluminação frágil e quase vaporosa que tangia seus raios em direção aos objetos antigos e empoeirados, formando formas vagamente assustadoras nas paredes.

Podia sentir os olhares alheios sobre si, sobre seu corpo bem protegido pela capa espessa que vestia, mas que sabia que não duraria muito nela. Logo o tecido fino e caro; o veludo escuro bordado em ouro que ostentava com orgulho e como marca de um berço de ouro maciço no qual nascera e no qual estaria para sempre presa enquanto durasse sua vida miserável por ali; logo as vestes caras repousariam no chão e revelariam as curvas insuspeitas de um corpo marcado pela dor e o sofrimento, porém belo.

De quem eram os olhos que brilhavam de malícia em resposta à sua volúpia contida? Bellatrix não sabia. Talvez nem existissem, e fossem apenas reflexos múltiplos de sua natureza cruel que findara por faze-la desenvolver uma certa mania de perseguição. Mas ainda que os olhares não existissem ali, naquele plano físico de espaço-tempo, ela sabia o que os outros diziam dela.

Puta - diziam - vadia, vendida.

Mas, francamente, ela não se importava. Porque somente com ele sua vida submergia da inércia na qual afundara desde que fora presa. Ainda que os toques dele fossem frios e cheio de desejo possessivo – nada mais importava além do prazer dele; ela era mero objeto, um meio de alcançar o êxtase, de provar as delícias da vida que ele tanto temia que lhe fosse tomada. E ela sentia-se feliz de poder servi-lo dessa forma que nenhuma outra poderia servi-lo.

Your cruel device
Your blood, like ice
Seu plano cruel
Seu sangue como gelo


Encontrou a porta aberta, como se ele esperasse por ela. E na verdade esperava.
A luz bruxuleante combinada com o crepitar da lenha que alimentava a fogueira quebrava um pouco o clima de sobriedade hostil do quarto. Havia somente uma cômoda, uma estante de livros... E a grande cama no centro, cercada de cortinas de linho leve verde, combinando esplendidamente com os lençóis de cetim champanhe e perfumados num odor que lembrava rosas mortas.

One look could kill
My pain, your thrill

Um olhar poderia matar
Minha dor, sua vibração


- Milorde. – Bellatrix cumprimentou.
Sua voz soou como pouco além de uma brisa esquálida; o som dela perdendo-se ao sabor dos ventos que regiam aquele clima de luxúria determinada da parte dele, e obediência servil, combinada com a excitação por parte dela.

Ele virou-se, procurando o desejo no olhar da mulher que tomaria em breve. Apesar de o objetivo daqueles encontros serem, a priori, a pura satisfação dos desejos dele, o Lorde das Trevas apreciava que sua amante estivesse tão excitada quanto ele; instigava-a e estimulava seus sentidos ao máximo, levando-a quase ao final do vértice da onda de prazer, mas abandonando os estímulos antes que ela pudesse sentir o gozo de fato. Seu prazer maior parecia estar em senti-la toda sua, toda entregue, que ela implorasse e gemesse seu nome. Como se ainda precisasse de alguma prova de que ela era sua serva mais leal. A única, dentre todos, que verdadeiramente o amava.


I wanna love you but I better not touch (don’t touch)
I wanna hold you but my senses tell me to stop

Eu quero te amar, mas é melhor não tocar (Não toque)
Eu quero te abraçar, mas meus sentidos me mandam parar


Ele buscou o desejo, e desejo encontrou no brilho que tomara os olhos dela de repente. Aquele olhar intenso era capaz de inflamar seu corpo e faze-lo arder e retorcer-se, clamando pelo contato de sua pele.

E então, num impulso, Bellatrix soltou as vestes de seu corpo, revelando-o totalmente nu. Os braços dele já entrelaçavam-se ao redor de suas costas; os dedos percorrendo um caminho reto ao longo de sua espinha arrancando suspiros e fazendo cada pêlo se arrepiar, até fazer a curva ao chegar nas nádegas e subir pela extensão do abdômen até chegar aos seios. As pontas dos dedos brincaram de traçar círculos em voltados mamilos, enrijecendo-os ao seu menor toque. Os lábios dele, até então fechados num ligeiro sorriso de escárnio, encontraram a pele macia dos seios; a língua fez o mesmo movimento circular dos dedos, que agora se insinuavam por entre suas pernas buscando o local para perderem-se dentro dela.

Ela respondia aos toques com ligeiros gemidos entrecortados de suspiros. Não atrevia-se a extravasar todo o prazer que sentia, sob risco de ele perceber o êxtase que tomava seu corpo e parar as carícias como sempre que sentia seu orgasmo próximo.

I wanna kiss you but I wanna it too much (too much)
I wanna taste you but your lips are venomous poison

Eu quero te beijar, mas eu quero demais (demais)
Eu quero te provar, mas seus lábios são venenosos


Mas de alguma forma - ou talvez fosse culpa dela – ele percebeu que estava quase atingindo o ápice, e então parou. Ela sentia a umidade entre as pernas, e mesmo longe de seus toques, sua respiração não voltou ao normal, como se o desejo nela desperto não fosse se apagar tão cedo.

Foi a vez dele de deixar as vestes de lado, facilitado pelas mãos ansiosas dela, que buscavam o contato morno do outro para saciar a ânsia. Ele riu baixinho e deixou que ela trabalhasse com aquilo.

Lentamente, embora sôfrega, então, ela retirou as vestes que ele vestia por cima da calça, expondo o peito nu. Foi a sua vez de sorrir quando seus dedos alcançaram a fivela do cinto apertado sobre as calças (ela se perguntava se ele aumentara a quantidade de roupa só para provoca-la) e sentiu o membro rígido implorando por saída. Antes que o despisse totalmente, correu as mãos pelo peito nu dele, e foi a sua vez de sentir os pêlos se arrepiarem sob o toque.


Your poison running trough my veins
Your poison
I don’t wanna brake theses chains

Seu veneno correndo pelas minhas veias
Seu veneno
Eu não quero quebrar essa corrente


Os lençóis de cetim champanhe acariciavam sua pele nua e o cheiro de rosas mortas impregnava seu corpo também, junto com o suor e os fluidos de seus corpos misturados.
Foi quando decidiu que teria, naquela noite, seu prêmio, sua recompensa: Queria vê-lo implorar, queria vê-lo gemer seu nome, ofegar como ela fazia sempre.

Ainda percorrendo o peito nu dele, suas mãos desceram até a calça já meio aberta que parecia querer explodir tamanha a excitação, e libertaram o membro rígido. Pousou a mão ao redor, envolvendo-o e iniciando movimentos ritmados e lentos. Podia vê-lo fechar os olhos e respirar com sofreguidão, mas ele ainda não murmurava seu nome nem gemia. Aumentou o ritmo e ele reagiu com movimentos inconscientes de vai-e-vem dos quadris. Ele entreabriu de leve os lábios, deixando escapar um suspiro baixo, e com isso, ela parou. Ele abriu os olhos, encarando os seus, e ela achou que, lá no fundo, havia algo do que procurava, mas ao fazer uma busca mais profunda, descobriu que era diversão que fazia os olhos dele brilharem.

Your mouth so hot
Your web, I’m caught

Sua boca tão quente
Sua teia, eu estou pego


Desceu os lábios úmidos pela extensão do membro, concentrando-se na ponta, passando a língua lentamente ao redor e em seguida fazendo-o entrar e sair rapidamente de sua boca. Observou os dedos dele apertando os lençóis. Sua cabeça estava jogada para trás; era quase possível ver a pulsação acelerada sob a pele pálida, e ele ofegava. Ele estendeu os braços e a pressionou mais contra o membro, obrigando-a a ir mais depressa. Sorrindo, e antes que o sentisse explodir, parou. Ele já não sorria, e implorava, ainda que com o olhar, para que ela continuasse.

Your skin, so wet
Black lace, on sweat


Parou novamente, para observar o resultado de seu trabalho. Sorriu satisfeita ao constatar que ele estava quase totalmente entregue; seu corpo implorava pela conclusão do ato, e um sorriso malicioso tornara a se formar em seus lábios.

- Que serva dedicada você é, Bella... – ele disse baixinho. – Mas está na hora de você aprender quem é que manda aqui.

Ele virou-se e a fez deitar na cama de barriga para cima. De repente, Bellatrix se viu vendada, e um escuro repentino tomava suas vistas. Excitada e temerosa, ela aguardou. Até sentir os beijos úmidos, o toque macio dos lábios dele nos seus e o gosto agridoce que os beijos dele tinham. Ela abriu a boca, permitindo a passagem da língua que passeava pela sua boca, intrusiva, autoritária. Os beijos desceram... E agora concentravam-se no pescoço, logo abaixo da orelha; mordicando, lambendo, sugando; ela sentia a respiração incrivelmente controlada dele contra sua pele. E então os lábios desceram mais, envolvendo os mamilos rígidos de seus seios, fazendo-a pressionar a face dele contra o peito, tentando prolongar o prazer arrebatador que arrancava gemidos e urros de dentro dela, parecendo brotar lá do fundo de sua alma.

I hear your calling and it’s needles and pins
I wanna hurt you just to hear you screaming my name

Eu escuto seu chamado e isto são agulhas e alfinetes (e alfinetes)
Eu quero te machucar só para ouvir você gritar meu nome


Quando ela ergueu os braços para envolve-lo num abraço e traze-lo para dentro de si, sentiu a venda desaparecer, e no lugar desta, teve os pulsos atados delicada mas firmemente aos lados da cama. Ele parecia ter retirado a venda somente para encara-la, e ela sabia que ele estava revistando cada mínimo pensamento, investigando sua com minúcia em busca de algum pensamento ou sensação que não fosse inteiramente dedicado a ele, ao corpo dele, e às sensações que ele provocava nela. Ela gemeu, implorando.

- Ainda não – ele sussurrou com a boca colada a seu ouvido.

Ele continuou o jogo de vontades e desejos, de estímulos torturantes, fazendo-a urrar, gritar, sussurrar seu nome, quando ele tornou a percorrer seu corpo com os lábios, detendo-se no vértice entre suas pernas e acariciando a região com a língua; penetrando, sugando... E Bella achou que fosse explodir, quando, no nanosegundo que antecedia o gozo; como se ele soubesse o instante exato, parou.

- Bella, você não pode me dominar. – ele sussurrou ainda mais próximo de seu rosto, e tomou sua boca num novo beijo, profundo e explícito; as línguas encontrando-se e fugindo; atraídas e repelidas...

Don´t want to touch you but you´re under my skin (Deep in)
I want to kiss you but your lips are venomous poison

Não quero te tocar, mas você está sob minha pele (no fundo)
Eu quero te provar, mas seus lábios são venenosos


Ela viu-se vendada novamente, e agora a consciência de estar amarrada e cega para o mundo exterior atingiu-a com força, e a excitação, se possível, aumentou ainda mais, misturada com um ligeiro temor do que ele poderia lhe infligir.

E então sentiu seu corpo sendo definitivamente tomado, sendo penetrada com força; os movimentos ritmados seguiam-se, alucinantes, hipnotizantes... Seu maior desejo – e ela agora entendia – era poder toma-los nos braços, poder aliviar um pouco aquela tensão absurda, aquele prazer tão intenso que chegava quase a ser dolorido; abraça-lo, sentir o corpo largo e pesado entre seus braços e aproxima-lo mais ainda, fundindo-os num só ser... Mas tudo o que pôde fazer foi envolver a cintura dele com as pernas, forçando o membro mais para dentro de si; urrava, gritava, e era acompanhada pelos gemidos e suspiros de seu amante.

You’re poison running through my veins
You’re poison, I don’t want to break these chains
Poison…

Seu veneno correndo pelas minhas veias
Eu não quero quebrar essa corrente
Veneno...


E mais uma vez Bella perdia aquele constante jogo de desejos e vontades infinitas, o clima de luxúria e volúpia que se insinuava entre eles. Era capaz de ter o corpo aceso por um mero olhar dele, e um toque era o paraíso. Os beijos... Poderia passar a eternidade pendurada em seus beijos, nutrindo cada célula somente com o veneno que escapava deles. Um veneno viciante, no entanto, que a fazia querer mais e mais, e sempre mais... Não sabia se era toda a aura de proibido e cruel, todo aquele poder que transbordava dele e parecia impregnar um pouco de sua alma, nem que por um instante, quando se uniam daquela maneira... Louca, ela era, e sabia disso. No entanto, loucura maior seria permanecer inerte quando ele a olhava daquela maneira tão imoral, tão insinuante, tão sensual... Um dia podia ter sido mera ilusão de ótica, quando seus olhares se cruzaram uma vez na ida, e tornaram a se cruzar outra vez na volta; talvez tivesse sido coincidência, mas agora... Se não dispusesse de seu corpo para dar a ele, e se ele não estivesse satisfeito apenas com ele, não poderia sequer oferecer sua alma, porque sua alma, sua alma já era dele havia muito tempo.

Ele movia-se num frenesi quase histérico dentro dela. Ele disfarçava bem, mas a verdade é que todo aquele jogo também suscitava a lascívia brutal nele também, e ele seria incapaz de continuar a disfarçar quando chegava a hora de possuí-la de fato.

One look could kill
My pain, your thrill

Um olhar poderia matar
Minha dor, sua vibração


Ele então a libertou, não mais agüentando não ser envolvido pelos braços dela, e foi trazido ainda mais fundo dentro dela, fundindo os corpos completamente. O ritmo tornava-se ainda mais rápido e decidido, enquanto os lençóis torciam-se com o apertar firme dos dedos dele, embriagado de prazer como estava. Ela, as pernas cruzadas com força ao redor da cintura dele, e os braços passados pelas costas dele, cravou as unhas contra a pele pálida e macia, abrindo vergões avermelhados em sua superfície e desenhando meias-luas traçadas a força. Percorreu novamente os dedos pelas costas dele até deter-se no pescoço, e parando para acaricia-lo com delicadeza, provocando arrepios. Ele, ainda movendo-se dentro dela, afundou a cabeça no monte macio que eram os seios e beijou-os novamente, fazendo-a afundar os dedos nos cabelos castanhos dele e puxando-o mais para baixo até seus tornarem a envolverem os mamilos. Ela podia, nos intervalos entre um suspirar seu e um gemido dos que brotavam involuntariamente de sua garganta, ouvi-lo murmurar coisas desconexas e gemer... gemer seu nome. Bella sorriu, sentindo-se vitoriosa finalmente. Fechou os olhos, que ainda estavam vendados, entregando-se somente às sensações e desistindo de tentar enxergar algo na escuridão de sua venda. Poderia viver somente das sensações arrancadas por seus outros sentidos, que pareciam ainda mais aguçados devido à falta da visão.

I wanna love you, but I better not touch (Don´t touch)
I wanna hold you but my senses tell me to stop

Eu quero te amar, mas é melhor não tocar (Não toque)
Eu quero te abraçar, mas meus sentidos me mandam parar


Ele virou-se, fazendo-a vir junto, e inverteram as posições. As mãos seguras no peito nu, ela moveu-se num vai-e-vem igualmente frenético, montada com as pernas ao redor, cavalgando no membro dele. Podia ver o suor que manchava o lençol claro, e podia ver também o Lorde das Trevas jogando a cabeça para trás e implorando por mais daquilo que ela tentava retirar o máximo, e era essa a maior visão que poderia ter dele; rendido aos seus instintos mais baixos...

Bella não lembrava de uma noite tão intensa quanto aquela, e certamente nunca havia sentido tanto prazer na vida, e nem sequer nutria esperanças de uma outra noite como aquela. No entanto, era exatamente isso que pensava no fim de todas as noites, e algo que sempre a deixava um tanto frustrada, para, na noite seguinte, ter outro momento de prazer ilimitado; êxtase infinito, ainda que ele tentasse lhe negar isso ao máximo.
E então ela sentiu que o momento, o fim se aproximava. Ouviu-o urrar e segurar sua cintura com força; a cabeça jogada para trás, e logo um jato de liquido a inundava.

I want to kiss you but I want it too much (Too much)
I want to taste you but your lips are venomous poison, yeah

Eu quero te beijar, mas eu quero muito isso
Eu quero te provar, mas seus lábios são venenosos


Procurando, como sempre, deixar bem claro que só que importava naquele jogo era o prazer dele, e ele era quem, mais uma vez, saía vencedor, Voldemort afastou-se, soltando-se dela. Respirava com alguma dificuldade, seu peito subia e descia rapidamente.

Bella o observou; um sorriso de malicioso desdém acabara de brotar nas faces de seu mestre e ela o acompanhou com um olhar divertido. Ela também ofegava, e seu corpo começava a experimentar um relaxamento dormente que sempre precedia o sexo.
Ele permitiu ser contemplado pelo olhar ávido dela, que parecia querer guardar cada milímetro de seu rosto em cuja superfície se destacava uma expressão de cansaço exultante.

Ainda analisando a expressão arrebatada, que, por sua vez, tomava o rosto de Bella, ele pensou se valeria a pena continuar a nutrir esperanças de que ela um dia entendesse que seu negócio com ela era somente sexo. Concluiu, então, que deveria ser mais rígido com ela e não permitir que ela tivesse tanto prazer. O que estava se tornando uma tarefa das mais difíceis, porque boa parte do seu prazer vinha de excita-la e provoca-la e faze-la precisar dele. Sua mente, acompanhando o corpo, entrou num torpor que logo o levou a um sono convenientemente sem sonhos.

I don´t want to break these chains Poison, oh no
Runnin´deep inside my veins, Burnin´deep inside my veins
It´s poison I don´t want to break these chains

Eu não quero quebrar essas correntes, veneno...
Correndo fundo em minhas veias, queimando fundo em minhas veias
É veneno, eu não quero quebrar essas correntes


Bella, então quase entregue ao mesmo torpor sonolento, forçava-se a se manter acordada. Não sabia quanto tempo aquilo duraria. Um dia, poderia simplesmente encontrar a porta fechada, e eles não mais trocariam olhares, gestos, palavras, toques, e ela então morreria por dentro. Não por fora; por fora vivia apenas para servi-lo nas batalhas, mas por dentro, onde seu coração o servia para amá-lo, e onde seu corpo, guardião da alma que já não lhe pertencia, era entregue a ele para que satisfizesse seus desejos.

Fechou os olhos, desejando poder sonhar com alguma coisa, mas sua mente em geral estava cansada e pesada demais depois daquelas noites para ainda trabalhar, e ela entregou-se aos braços de outro amante: Morfeu. Flutuando em seu universo onírico, poderia esquecer o medo de que tudo aquilo não passasse de um sonho. Se perdesse aquele veneno, ah...!



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