De volta ao presente





De volta ao presente

Distinguir cores e formas com o tempo foi se tornando mais fácil, eu ainda tinha o relicário firme e seguro em minhas mãos, como fui reaparecer enrolada apenas em uma enorme capa negra no meio do hall da mansão Malfoy ainda é um mistério que nem me atrevo a tentar desvendar, da tal viagem que eu fiz só tenho três provas; a capa que impediu que eu reaparecesse nua, o que às vezes eu penso que teria sido menos problemático considerando-se o fato de que a dita cuja tinha o emblema da família Bayrom bordado em prata dando a entender uma porção de coisas das quais eu não me lembrava,o relicário que eu ainda temo abrir e uma angustia que me coroe o peito, a alma e se torna mais dolorida pois não sei sequer o motivo de me sentir assim, talvez eu saiba, apenas não me lembro.Meu grande problema esta em agora lidar com as conseqüências da minha escolha, se Draco foi compreensivo ao me ver partir a coisa mudou de figura ao me ver retornar daquela maneira, não era necessário saber o que realmente aconteceu para que suposições fossem feitas por outros, principalmente por Draco...
______________________________________________________________
Hermione um pouco zonza ao levantar-se sentiu um tecido delicado e ao mesmo tempo grosso escorregar pelo peito até que suas mãos tremulas, impediram que o mesmo descesse mais até deixá-la completamente nua, assustada a jovem encarou Minerva e Draco, os únicos que permaneceram no local desde seu desaparecimento.

__Céus criança!O que houve?!
__Eu não...
__Oh me desculpe!Esqueci-me dos efeitos desse feitiço, relaxe querida...

Draco nada dissera depois de dar-se conta de como a amada havia retornado, a olhava confuso, magoado e foi tirando suas próprias conclusões quando reconheceu a capa como sendo a mesma que o jovem da foto usava, orgulhoso como era Malfoy deixou o ciúme cegar os belos orbes azuis, o ego ferido era o que mais doía e ao mesmo tempo a menor de suas dores, ele a amava tanto...
__Draco...__clamou Hermione esperando que ele saísse do transe em que se encontrava.
__Como você pode?!Eu te amei tanto!!!Como Hermione?!
__Por Merlin senhor Malfoy, não a questione, ela não será capaz de se lembrar, pense nas circunstancias!
__Calada sua velha maluca!!!Isso também é culpa sua!!__o rosto pálido estava agora vermelho, os olhos azuis transbordando fúria e desgosto, nada o faria parar, ele não iria ouvir, não iria voltar atrás, aquele era seu momento de fúria.

__Fala Hermione!!Eu sou o culpado por isso também?!Quanto eu ainda vou ter que mudar pra me tornar digno de você?!!!Eu me arrependi, me sacrifiquei!!Eu entreguei minha alma a você!!!!E pra que?!Isso é tudo?!É desse jeito que acaba?!??

Draco gritava e todos os que agora habitavam a mansão Malfoy assistiam horrorizados o ataque de fúria do loiro, em poucos minutos o elegante hall de entrada fora destruído por tremulas e pálidas mãos, Minerva correra para junto de Hermione, a jovem apenas endireitou-se se cobrindo com cuidado com a capa.Altiva ela pediu silenciosamente que todos saíssem, apenas a ela cabia assistir a aquele espetáculo.


Hoje eu acordei
Dentro de um trem de sonhos
A chuva forte caía em preto e branco
Eu parei e olhei fixamente
O resto do que sobrou
Meu próprio mundo se desmoronando

Eu prendi minhas lágrimas
um dia vem após outro


A vontade da mulher era chorar e gritar junto com o loiro, sentia medo do futuro que os aguardava, medo da fúria momentânea se tornar ódio eterno, mas ela ia deixá-lo gritar e quebrar tudo aquilo que sentisse vontade, talvez pudesse sair dali, mas não, teria que assisti-lo até que caísse exausto como aconteceu com ela mesma num passado distante.


A chuva que caiu
acariciou minha pele novamente
Só deixe-a fluir para eliminar
O tempo que passou
Sentindo negado por muito tempo
Meu coração amarrado em dor




__Por queeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!??!!?!!?!!_Estilhaços de vidro voaram por todas as partes, Draco havia socado um enorme espelho com as duas mãos repetidas vezes, fazendo gotas de sangue mancharem o chão de mármore branco, exausto o homen caiu de joelhos no chão, as mãos cortadas sobre o colo, suor molhando o camisa branca, os lindos cabelos loiros caindo sobre o rosto vermelho...Foi nessa hora que Hermione agiu, correu firme até ele, apertou a capa contra o corpo e abaixou-se diante do jovem.


A chuva que caiu
acariciou minha pele novamente
Só deixe-a fluir para eliminar
O tempo que passou
Sentindo negado por muito tempo
Meu coração está amarrado em dor

E agora está claro
Um dia segue o outro
Eu sequei minhas lágrimas
Há tanto para se descobrir em outro lugar


Nenhuma palavra foi dita...Hermione retirou a varinha de Draco do bolso interno do paletó, sem pronunciar uma palavra apontou a varinha para os ferimentos que pararam de sangrar, sobre eles surgiu uma camada grossa de ataduras, Draco nada fez para afastar-se ou mesmo impedi-la, apenas se deixou sob os cuidados da castanha.
Depois de cuidar das mãos do rapaz Hermione sentou-se ao lado dele e esperou, eternos segundos se passaram até que Draco levantasse o rosto na direção dela, avançou com fúria sobre a jovem cobrindo-a de beijos raivosos, nada foi feito para impedi-lo, nenhuma palavra foi pronunciada quando a capa que a cobria foi rasgada com violência, foi intenso e rápido, quando estava tudo acabado nenhum dos dois sorria, aquilo não havia sido uma reconciliação, foi impulso, foi um ataque apaixonado, foi uma despedida...



****************Semanas depois*******************


__Eu quero grupos nessa área e mais adiante.__Harry apontava para um mapa onde se podiam ver pontos negros movendo-se lentamente.
__Temos que estar em sincronia com os outros grupos, Mione ficou de resolver isso, você conseguiu?
__O que?A sim, a sincronia... É bem simples só precisamos de uns trezentos ou quatrocentos relógios digitais de pulso, posso sincronizá-los e distribuir pelos grupos, não acho que teremos problemas com o manuseio, consegui um lote bem simples deles no mundo trouxa.
__Certo, preciso de você ao meu lado esta bem?Não sabemos como a profecia irá se cumprir, melhor que esteja próxima da batalha contra Voldemort.

__Tonks, já tem a lista de lideres?_a jovem acenou com a cabeça e retirou um pergaminho do bolso.
__Bem, temos três equipes no ataque frontal, Harry e Hermione na primeira fileira, o segundo grupo Gina e Rony e liderando o Terceiro irei eu e o...._Tonks olhou preocupada para Hermione.
__E o...E o Malfoy, ele é o melhor agente na inteligência do ministério tê-lo conosco pode salvar a vida dos outros combatentes.

Um burburinho foi ouvido entre os lideres da guerra contra Voldemort, Draco não aparecia nas reuniões que eram feitas no subsolo da destruída Hogwarts, apenas mandava bilhetes e recados através de algum membro para contarem com sua colaboração.A reunião continuou ruidosa, todos falavam e se organizavam para o dia da batalha final.

Eu ouço o som
de mil vozes
Eu perdi minha inocência
Eu estou no meu caminho
Através do deserto
Para resgatar o que eu enviei
Fora do meu coração e meu caminho


Hermione não estava calada, apesar de não se ver mais brilho nos olhos da jovem ela continuava a ter idéias maravilhosas, planos de ataque e defesa que com certeza deixariam muitos estrategistas trouxas e bruxos boquiabertos.

E agora está claro
Um dia segue o outro
Nós lutaremos com nossos medos
Achar o caminho de volta para cada um.


Quando a reunião finalmente acabou a lua já estava alta no céu, Harry e os Weasley aparataram para a toca, mas Hermione quis ficar e andar pelas ruínas do castelo, a antiga torre da Grifinória ainda despontava decadente no céu, boa parte das paredes havia ruído e o salão comunal jazia a céu aberto como uma ferida não cicatrizada, as figuras dos quadros haviam fugido há alguns anos e apenas paisagens desertas podiam ser contempladas, as masmorras ainda permaneciam intactas e foi até a casa de Salazar Sonserina que Hermione sentiu vontade de ir, numa volta ao passado ela se viu novamente uniformizada, livros e mais livros dentro da mochila e debaixo dos braços, viu Harry e Rony jogando quadribol no que restava do campo, Pirraça e Murta brigando, as mesas das casas repletas de alunos barulhentos sorrindo e gritando, Albus e Minerva na mesa dos professores conversando calmamente e viu Draco, um adolescente frio e charmoso, sofrendo pressões invisíveis para todos na época.Mal sabia Hermione que o agora homem Draco Malfoy também rondava as ruínas com a cabeça fervendo, perdoá-la era muito fácil para sua lógica, mas era quase impossível para o seu orgulho, ele caminhava pelas torres da Grifinória e ela pelas masmorras da Sonserina não se encontrariam...Antes da meia noite Hermione aparatou na toca e logo depois disso Draco já estava enfrentando mais uma noite de insônia no mansão Malfoy.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.