Silêncio



Capítulo 2: Silêncio

O ainda nascia no horizonte azul de Portsmouth, quando uma linda jovem ruiva acorda abruptamente no interior de um trem:

- Oh, senhorita Evans. - dizia a senhora idosa que lhe sacudia levemente o braço – Nós estamos quase chegando a Portsmouth, você deveria se aprontar querida.

- Oh, sim. Obrigado. - respondeu Lily, mesmo sem entender de pronto o conselho da senhora. Após um reprimido bocejo porém, ela lembrou-se de que não deveria estar nada apresentável. Havia dormido por cerca de 2 horas na cabine que dividia com a Senhora DeLouressian, uma francesa que vivia viajando pelo mundo e agora iria visitar sua irmã Laura, que estava doente.

Com um breve aceno de mão Lily se retirou da cabine e foi em direção ao banheiro.

Porém, logo que cruzou a porta da cabine uma luz bruxuleante lhe atingiu os olhos. Já era dia, porém a Sra. DeLouressian tinha fechado as cortinas da cabine e Lily acordou em um leve breu. Agora, no entanto, seus olhos se acostumaram da pior forma possível com a claridade da cidade lá fora, que ainda acordava.

Lily entrou no banheiro esfregando os olhos e agradecendo por não ter ninguém presente no cômodo. Ela deveria estar simplesmente horrível. Mesmo assim ela se aproximou do espelho e se surpreendeu com o que viu: a boa e jovem Lily, suas pupilas ainda estavam um pouco retraídas e ela via formas retangulares brilhantes a cada piscadela, mas isso iria melhorar. Sorrindo aliviada, ela passou água no rosto e voltou ao corredor.

Já acostumada à luz solar, ela olhou pela janela e viu a sua esquerda o oceano azul-marinho e a forma arredondada do sol acima dele. Uma visão magnífica!

Recém ela havia se sentado na cabine ela ouviu o apito do trem, indicando que eles estavam próximos da estação.

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O dia em Kingston, ao contrário de Portsmouth, estava nublado, o que sempre é um fator a mais para se ficar até mais tarde na cama. E era exatamente isso que dois garotos morenos faziam em seu respectivos quartos na mansão alva que despontava na colina da propriedade dos Potter.

Assim como em muitos lugares importantes no mundo bruxo, as terras dos Potter eram protegidas por diversos feitiços e cercada por um imenso rio, onde qualquer ponte ruía, qualquer barco afundava e era impossível nadar. A única ponte era protegida por uma magia de Reconhecimento, fazendo com que somente bruxos pudessem vê-la e cruzá-la. Porém nenhum trouxa chegava perto do rio, pois aproximadamente 600 metros antes dele havia um feitiço de confusão, que fazia os trouxas lembrarem de compromissos inadiáveis(e inexistentes).

Em meio toda essa proteção, dois jovens perambulavam em torno do rio, ambos segurando um pequeno pergaminho na mão, totalmente invulneráveis aos feitiços de proteção.

A garota tinha olhos azuis escuros, cheios de emoção, envoltos por mechas de um cabelo negro, longo. Já o garoto tinha olhos castanhos e cabelos curtos no mesmo tom. Ambos andavam na mesma direção, e a colisão foi inevitável.

- Oh! Me desculpe, eu... - ele esticou a mão para ajudar a quem quer que fosse, porém enrubesceu rapidamente ao sentir o toque macio em sua mão. Levantou os olhos para encarar a ela e se surpreendeu novamente pela beleza da jovem parada a sua frente, desamarrotando a capa de viagem.

- Tudo bem, não foi nada – interrompeu ela, tirando-o de seus devaneios – Prazer, Susannah Dean-Walker. Eu tenho a impressão de que conheço você de algum lugar...

- Talvez, eu sou Remus Lupin, muito praz...

- AH! Lembrei, você é de Hogwarts – O rosto dele mostrou surpresa, não havia percebido que ela era bruxa – você é amigo daquele James Potter e do Sirius Black...

- É, sou eu. Mas o que você esta fazendo por aqui mesmo? - perguntou ele notando que ela carregava um pergaminho idêntico ao dele na mão

- Eu estou justamente indo passar um tempo na casa do Potter e acho que você também – disse ela sorrindo e apontando para o pergaminho dele, o que fez o Maroto corar novamente – É a primeira vez que você vem aqui?

Ele assentiu com a cabeça.

- Então venha – ela agarrou sua mão e puxou-o de leve – vamos procurar a ponte.

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Quando Lily desceu do trem em que estava para a Estação Ferroviária de Portsmouth, já estava por volta das 10 horas da manhã e um sol impiedoso brilhava imponente no céu sem nuvens.

Alice havia lhe dito que esperasse por ela na estação, que ela a levaria até sua casa de campo. Entretanto meia hora após o desembarque Lily ainda estava sentada no mesmo banco simples de madeira, diante da entrada/saída da estação. Lily lembrou-se da péssima memória da amiga e quase entrou em desespero pensando no que faria caso Alice a esquecesse ali.

Seus pais e sua irmã haviam ido passar 3 semanas em uma cidadezinha litorânea perto de Dublin deixando-a a mercê da memória de Alice. O que não é exatamente uma boa situação.

Lily estava se levantando, decidida a achar um telefone e ligar para alguém, quando um gritinho estridente lhe aliviou as tensões.

- Lily! - Alice vinha correndo em sua direção, com uma roupa trouxa um tanto quanto “cheguei”: uma baby look laranja com um grande Smile sorridente no meio e calças jeans rosa e sándalias pretas.

Quando se aproximou de Lily, Alice a envolveu em um abraço apertado, porém antes mesmo de Lily notar ela havia lhe soltado e guiava-a pelos corredores de um prédio muito antigo, com a aparência de uma antiga estação.

- O quê é qu..? - Lily tentou dizer porém Alice simplesmente lhe virou o rosto e murmurou rapidamente “Flu”, e continuou a guia-lá, até chegarem a uma saleta minúscula onde se fazia presente um lareira que, antigamente, era espetacular.

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Finalmente, na última metade da nona hora da manhã, um ser vivo se mexe na Mansão Potter.

- Jovem mestre Potter tem que acordar! Jovem metre! - Gritava exasperado o elfo domestico Eddie, tentando em vão acordar James Potter - Tem gente batendo na porta, chamando pelo senhor!

Como que desperto pela última colocação do elfo, James levantou-se de um pulo e começou a se vestir rapidamente, como se não tivesse acordado segundos atrás.

- Eddie, vá la embaixo e peça para entrarem e esperarem por mim na sala de estar. Depois vá a cozinha e peça para Mia preparar um chá com biscoitos para eles. Depois vá acordar o Sirius e mande-o se arrumar para descer.

James falou tudo em um fôlego só, enquanto vestia a calça e procurava seus sapatos. Mia, a elfo da casa, estava com os Potter desde antes de James nascer, quando Eddie só foi comprado após ele entrar em Hogwarts. James era como um filho para Mia, que sempre o tratava como uma criança de 6 anos. Eddie porém era um elfo maroto e sempre inocentava James quando o mesmo aprontava em casa. Quando Sirius foi pela primeira vez na casa de James, ele simpatizou muito com Eddie, que acabara tomando um gosto imenso por Sirius.

Eddie já ia saindo do quarto quando James o parou:

- A propósito, quem foi que chegou Eddie?

- O senhor Remus Lupin e a Srta. Dean-Walker – James sorriu internamente, pensando que ainda poderia se arrumar melhor para sua ruivinha.

- Ótimo, diga isto para o Sirius!- e se dirigiu ao banheiro.

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Depois de muito penarem, Remus e Susannah finalmente acharam a tal ponte, que por sinal, como tudo na propriedade dos Potter, era belíssima, num estilo do Japão feudal.(N/A aquelas que são em meia lua pra cima)

Da ponte até a porte havia um pequeno caminho, intermediado por um muro branco com algumas plantas no topo e um portão de grades que se abriu quando os dois se aproximaram. Visivelmente o portão delimitava o espaço da “casa” do resto dos terrenos, que Remus já começava a chamar de fazenda.

O espaço entre os muros e a porta da Mansão era ocupado por um caminho de mosaicos que com certeza não poderia ser vistos por trouxas. Os mosaicos eram dos mais variados tipos e mostravam desde partidas e jogadores de Quadribol quanto dragões e centauros. Os dois lados do caminho eram delimitados por sebes de aproximadamente 3 metros e meio, nos cálculos de Remus e ele tinha certeza de que formavam um labirinto, já que lá pelo meio do caminho ele avistou duas entradas, uma de cada lado do caminho que levava a Mansão.

Tão logo eles tocaram a campainha, um estampido se fez presente e a porta foi aberta por um ser pequenino de orelhas grandes que se identificou como Eddie e pediu para que eles entrassem e ele desaparatou novamente, indo avisar James e quando voltou conduziu-os até a sala de estar e disse-lhes que James estava se preparando para recebe-los e que não tardaria a descer.

-E então... - Susannah tentou começar uma conversa – linda a casa não é?

- Ãhn...sim...nã...é verdade – atrapalhou-se Remus, assustado pelo barulho repentina da doce voz da menina ecoando pelo cômodo, que viva um incômodo silêncio antes da garota se pronunciar. - Eu gostaria muito de conhecer o resto da casa – respondeu ele, já mais calma

- É...deve ser impressionante, será que o Potter tem uma biblioteca aqui – a garota falou num tom suave, como se não tivesse percebido o atrapalho dele quando ela dirigiu-lhe a palavra

- Oh! Porque não disse antes! - Remus sorriu aliviado, tinham interesses em comum, afinal, e abrindo mais o sorriso, puxou sua mochila – Eu sempre trago alguns comigo em viagens, sobre que assunto você procura?

- Na verdade eu estava procurando um livro de Stephen King, sabe, aquele escritor de terror americano?

- Sim, eu já li vários livros dele, - e torceu intimamente para ter trago algum. - Aqui, achei! “Salem's Lot”, ele é muito bom, mas é meio pesado. Tem certeza que vai ler?

- Sim! Eu já li diversos livros dele. Você leu “Christine”?

- Claro, é um dos melhores dele...

Mais um estampido. Desta vez um elfo doméstico de aparência mais velha e provavelmente feminina apareceu, carregando uma bandeja de chá acima da cabecinha envergada.

- Os jovens senhores aceitam chá? - Mia ofereceu, sua cabeça semi oculta pela bandeja

Os dois assentiram e Mia lhe estendeu a bandeja, deixando a mostra cabelos relativamente espessos para os padrões dos elfos.

- Bem...onde eu estava – Lupin retomou a conversa, agora que os dois estavam servidos e a elfa já os havia deixado – Ah, sim. Eu li “Christ...

Lupin, mais uma vez foi interrompido, desta vez por um clarão verde na lareira até antes calma e um tornado de cabelos castanhos tomou o chão e sem dar tempo de explicações, uma cabeleira ruiva já adentrava o cômodo, quando Lupin ouviu a voz mais (in)apropriada para a situação

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James abriu a porta de seu quarto e andou até a porta no fim do corredor do segundo andar. Ele vestia com esmero, porém nada demasiado formal para um simples dia em que ele encontraria a Evans(!). Tinha colocado uma camisa Vermelho-vinho, com as mangas puxadas e uma calça marrom-tijolo e tênis na mesma cor.

Bateu na porta uma vez. Nada. Duas vezes. Nada. Quando ele se aprontava para bater pela terceira vez, a porta puxou-se rápido para trás e ele olhou estupefato à cena que se desenrolava na sua frente.

Tão logo a porta se abrira, Sirius já havia recuado e lançado um olhar 43 para James, que estava imobilizado de surpresa, não conseguindo nem mesmo rir. Sirius deu dois passos para trás e executou um giro tem torno de si mesmo, como o de modelos quando mostram uma roupa. No entanto, o giro se Sirius fora mais rápido, fazendo esvoaçar os seus cabelos negros, brilhantes.

- E então? - ele perguntou finalmente, exibindo um grande sorriso nos lábios, embora não desse para saber se ele estava falando sério.

- É...você está muito bem – James falou, acordando de seus devaneios – mas eu quero a Lily, certo?

Sirius amarrou a cara de imediato e sem falar mais nada, atravessou o quarto e partiu pelo corredor. Quando James o alcançou, já perto da escada principal, Sirius voltara a exibir um de seus famosos sorrisos.

No meio do caminho, uma agitação no andar de baixo fez eles apressarem o passo para ver o que estava acontecendo. Quando entraram no espaço da sala de estar, foi a vez de James abrir um sorriso.

Em frente a lareira, ainda retomando a postura e limpando as cinzas, estavam duas garotas, quase iguais em estatura, porém diferentes esteticamente.

A da esquerda tinha cabelos castanhos presos num coque frouxo, que deixava algumas mechas invadirem seu rosto redondo. Ela tinha as bochechas rosadas e vestia um blusa de renda cor-de-rosa e uma saia branca. Alice Hond.

Já a da direita era uma garota das que arrancam suspiros nos corredores. Seus longos cabelos ruivos contornavam-lhe o rosto paravam no meio das costas. A face bonita era pontuada por pequenas sardas e os olhos tinham um verde claro, num tom de garrafa, que derretia corações. A garota porém, namorava seus livros. No 5º ano, ela tentara sair com uma garoto, porém este lhe fora uma definição, quando ela o pegou com uma de suas colegas de quarto. Ali estava Lily Evans.

- Lice! Onde nós estamos? Você convidou o Remus também? - começou ela, estranhando a presença de outras pessoas na sala da casa de verão “de sua amiga” - E quem é você? - Lily terminou nada educada, apontando para Susannah.

- Prazer, Susannah Dean-Walker, você também é amiga do James ou do Sirius? - Susannah perguntou num tom casual, de quem quer se aproximar da outra pessoa. Logo ela entendeu, vista aos olhares mortíferos que recebia de Remus e da outra garota, que não deveria ter dito aquilo.

- O que o Pot-ter tem a ver com isto? - apesar de aparentar calma Lily poderia explodir a qualquer momento...

- LILY! O que ach...- James começou, chegando na sala, com Sirius em seu encalço.

... e explodiu.

- ALICE DEBN HOND! - ao contrário do que pensou James, o alvo “principal”, não era ele... - O QUE SIGNIFICA ISTO?

- Calma Lily, é qu...

- EU TÔ CALMA!

- Lily, espera um pouco, ela vai explicar – desta vez James é quem tenta acalmá-la

- CALA A BOCA POTTER! E É EVANS PARA VOCÊ!

- Lily, é o seguinte: eu havia te convidado para ir a minha casa lembra... - neste momento Alice fez uma cara de quem fala com uma criança, mas desistiu ante ao olhar da amiga, que dizia claramente “eu LEMBRO que eu PENSEI que iria para sua casa, NÃO É?” - Bem, logo depois chegou uma carta do James, me convidando para vir passar um mês aqui, aí eu pensei: “Porque não trazer a Lily junto?”, aí e...

- QUEM SABE PORQUE EU NÃO SUPORTO O POTTER?

- Se é assim, resumindo: nós vamos ficar um mês aqui na casa do James... - Alice terminou a frase temerosa, esperando mais um ataque da amiga, esta porém parecia ter acordado de um pesadelo onde era perseguida eternamente para um mundo onde estava derrotada.

- Onde fica meu quarto Potter? - Lily perguntou num suspiro a James, que estendeu a varinha em direção à escada e várias setas surgiram brilhantes no chão, certamente guiando Lily até seu quarto.

O resto da manhã se passou sem nenhum grande acontecimento, foram feitas as apresentações e Sirius passou a disparar suas cantadas silenciosas para Susannah, por vezes seguidas de muxoxos de impaciência de Remus.

Perto do meio-dia James chamou Alice para conversar.

- Ei, Hond...

- Pode me chamar de Alice – cortou ela

- Certo Alice. Será que você poderia ir chamar a Lily lá em cima, eu falei com o Eddie, nosso elfo, e ele disse que o almoço já será servido.

- Certo... - Alice respondeu hesitante, não saberia se a amiga desceria mesmo, ou se a deixaria entrar no quarto, depois de ter sido enganada.

Relutante, Alice subiu devagar as escadas em mármore branco da casa. Era impressionante, toda a casa era em tons de branco e chumbo, contrastando com o tons vermelhos e quentes das tapeçarias e móveis. Preparada para tudo, ela bateu na porta do quarto de Lily, que estava, estrategicamente em frente ao de James, que ficava ao lado do quarto do Sirius que fazia frente com o quarto em que ficaria Susannah ou Alice. Como ninguém respondia, Alice tomou liberdade de abrir a porta e avançou até a cama, onde Lily “dormia”.

- Vamos Lily, eu sei que você está acordada

Decidida a parar de fingir, Lily levanta da cama e olha nos olhos da amiga.

- Por quê? - Lily perguntou com notável magoa no olhar, o que atingiu Alice demais para ela dizer que achava que ela e James deveriam namorar. Ao contrário, Alice somente murmurou o aviso sobre o almoço e desceu para a sala de jantar, deixando Lily no quarto, se arrumando, física e mentalmente para o almoço com James. James Potter!

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A garota desceu a escada. Apesar de ter lavado o rosto, penteado o cabelo e outros cuidados básicos, Lily não se esforçou em cuidados consigo mesma. Pelo contrário. Ela parecia uma Irmã. Cabelos presos em um rabo de cavalo rígido, blusa preta sem decote, coberta por um casaco de manga longa e uma calça jeans básica. Não passara perfume, nem qualquer outro tipo de produto cosmético. Não iria dar gosto ao Potter

Achou a sala de jantar guiada pelo maravilhoso cheiro de comida, e foi atingida por uma imensa fome. Surpresa por ter sido enganada pelo própria amiga, Lily nem percebera, mas ficara mais de 4 horas sem comer. Quando finalmente adentrou a sala de jantar, se surpreendeu. O banquete só perdia para Hogwarts por quantidade. Havia tanta variedade de comida, tanto bruxa como trouxa, o que fez Lily tropeçar em seu plano e esboçar um sorriso. Apesar de seu sorriso, Potter não havia dado sinais de vida, o que fez o sorriso de Lily dobrar de tamanho no momento em que ela sentou-se entre Alice e Susannah, que aparentemente haviam guardado-lhe um lugar que a “protegesse” do Potter e seus amigos. O almoço transcorreu em um silêncio monótono, quebrado somente uma vez por Sirius, que tentara contar a piada do Hipogrifo e do aborto. Ele parou, porém, assim que sentiu os olhares de todos, com exceção de Lily, censurando-o.

Lily, a primeira a terminar de comer, levantou-se e se dirigiu ao seu quarto. James ficou a ponto de se levantar, mas um simples toque de Remus em suas costas o fez parar.

- Alice. - James chamou a garota em um canto, quando todos, exceto Lily, estavam na sala de estar novamente, sob o mesmo silêncio do almoço. - Você acha...ahn...será que a Lily gostaria de conversar comigo? Sabe, assim...para esclarecermos algumas coisa...

- Bem James...sinceramente, eu acho que neste momento ela não gostaria de falar com você... - o rosto do maroto praticamente murchou - ...mas eu pretende subir para tentar falar com ela daqui a pouco e se você quiser eu posso tentar “preparar o terreno” para você...

- Você faria isso? - totalmente recuperado, o garoto agora sorria abertamente, fazendo uma cara de “pidão”

- Claro! - “Claro...” pensou Alice. “... eu vou te ajudar, mas só porque eu estarei ajudando a Lily também!”

- 'Brigado! - James se aproximou e lhe deu um beijo estalado na bochecha e correu para falar com Remus, que estava absorto na leitura de um volume grosso e só despertava casualmente para observar Susannah e Sirius, sentados em um sofá no outro extremo da sala.

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Se você perguntasse aos Evans, à seus vizinhos, aos professores de Hogwarts – principalmente Slughorn – todos concordariam que Lily Evans era a perfeita mistura de inteligência e beleza. Mas o que se via no quarto em frente ao de James Potter ia de encontro a tudo isso.

Em roupas amaçadas, deitada por cima dos cobertores, Lily Evans dormia um sono nervoso em sua nova cama. Mesmo transtornada, o travesseiro não iria sentir o gosto de suas lágrimas. ELE não ia sentir. Durante o sono ela murmurava palavra para o nada “POTTER...James...n-não...”.

Abruptamente, porém, Lily foi arrancada do sono por batidas na porta. Ela achou que fosse o arrogante do Potter, tentando lhe torrar a paciência e desejou que aquela porta tivesse um olho mágico, porém lembrou que os bruxos não costumavam usar olhos mágicos e anotou mentalmente que quando estivesse melhor, iria rir desta ironia. Ainda indecidida se abria a porta ou não, quando um grito a fez pular da cama.

- LILY! - a voz de Alice inundou o corredor - ABRE A PORTA!

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- Ei Aluado. Aluado! ALUADO! - dessa vez James gritou, sacudindo Remus.

- Calma cara! - revoltou-se Remus. Odiava ser interrompido em suas leituras – O que você quer? - James nada disse, simplesmente mostrou um sorriso cheio de significados

- Lily! - Remus deixou escapar, quando James assentiu e sentou-se ao seu lado.

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Já era fim de tarde quando Alice desceu novamente para a sala de estar e encontrou lá James, que era só sorrisos ao lado de um Remus que revezava olhares de descrença a James e olhares indescritíveis a Sirius e Susannah, agora conversando animadamente no mesmo extremo da sala em que se encontravam desde o almoço.

Logo Sirius propôs um jogo de quadribol, no qual os times ficaram com James e Alice contra Sirius e Susannah, com um não muito aimado Remus observando e servindo de juiz, parecendo extremamente desconfortável na vassoura antiga de James.

Aquele dia, completamente silencioso, na sempre agitada Mansão Potter, acabou cedo para os padrões dos Marotos, que foram dormir logo após o jantar, aproximadamente às onze horas da noite.

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