Aula de Youkais
Naquela manhã, Marina não queria sair do quarto. Tivera mais pesadelos com sua época de filhote... A raiva e o medo haviam renascido e ela se sentia mal e com medo de todos os bruxos dali. Até de Lupin...
Alena porem sentia a raiva de volta, mas também tinha medo...
Agora, TB era o ódio em pessoa... Não era pra menos, os bruxos haviam arruinado a infância delas... Porem, quando Marina (que era a mais novinha) reclamou que não queria ir e que estava com medo até de Lupin, Alena começou a consola-la e explicar que isso era tolice, que Lupin gostara dela e aquele beijinho não poderia ser encenação... Para surpresa de todas, TB a senhorita Pedra de Gelo também a consolou...
-Se eles tentarem tocar na gente, nós os matamos! Simples, não?- Disse TB. As outras riram. TB era assim, se ela se via entre inimigos, era na base das garras e dentes... Nada de mais. E com um sorriso maroto digno de Sirius ela murmurou- E depois, quem poderia nos atacar? Os meninos que não, pelo menos hoje não... Venham comigo.
As duas foram ao quarto de TB e a moça abriu um armário feito de pedra negra e lisa, que parecia um espelho com maçanetas de pedras de jade. Nada surpreendente, dado o fato de que TB adorava luxo... Alias, a menina já estava fazendo uma lista do que queria pegar de lembrança...
Havia roupas finíssimas no armário de TB... Muitos vestidos mas também saias, jeans e camisetas que fariam qualquer garota babar. Em uma gaveta, havia munhequeiras, bonés, anéis, braceletes e até jóias.
TB vestiu-se como uma roqueira Heavy Metall misturada com gótica. Munhequeiras, uma camiseta rasgada na barra onde estava escrito Scorpions (viram, eu dou meu bom gosto pra elas tmb), Usava também uma saia negra e longa, botas e uma corrente no pescoço.
Alena, que ainda não tirara Sirius da cabeça vestiu uma coisa que raramente vestia: Uma regata simples com um senhor decote no busto e jeans.
Marina, pra variar, foi simples. Vestiu uma saia de jeans com um bordado na barra e uma camiseta verde clara.
Não se pode negar, deu certo. Não havia alguém que não as observasse quando elas sentaram-se a mesa da grifinoria. Lílian inclinou-se e começou a falar com TB.
-Você vai aprontar alguma coisa hoje ou vai bancar a santa?- TB riu e explicou que sua meta era enlouquecer Voldemort, ela não tinha outros alvos... TB não contou mas ela tinha um planozinho para Bela e Narcisa.
-Vai sonhando... Sabe, o prof. De Trato das Criaturas Mágicas, Raincourt, ele sempre quis dar uma aula sobre youkais com exemplos vivos e lamento informar, mas ele diria que vocês são os exemplares perfeitos.
TB olhou. Da mesa um homem de cabelos negros e lisos, que chegavam-lhe aos ombros mantinha seu olhar nela. TB sentiu um arrepio... Onde já sentira aquele olhar interesseiro? Onde já vira aqueles olhos negros, que a faziam se sentir acorrentada? Uma lembrança, vaga e infantil veio-lhe a mente... Olhos estudiosos, mas maléficos que a observavam como se não lhe desejasse nada alem de uma vida bem sofrida...
A garota se voltou e comunicou rapidamente isso as outras. Marina perdeu toda a cor e Alena parecia querer rosnar, mas descobriu outro modo de desabafar sua raiva.
Quando Bela vinha vindo pelo salão com um sorriso arrogante, Alena no ultimo momento esticou a cauda negra e fez Bela cair de cara no chão. Todos riram e Bela fuzilou as youkais que riam mais que ninguém, TB fazia questão de rir exibindo as presas.
-Porque vocês não põe uma coleira nessa cachorra?- Perguntou Bela, furiosa. Novamente, o olhar de Alena se tornou lilás e a pupila fina como a de um gato. Ela rosnou e fincou as garras na mesa. Marina porem também tinha os olhos azuis clareados. Nada bom...
-E porque você não faz um favor a humanidade, se enrosca num canto bem quietinha e morre de uma vez, humana? Não consegue perceber a diferença entre um cão e um lobo?
Novamente, todos riram. Bela sussurrou ‘Vocês me pagaram, a mim e a minha irmã’... Mas TB já tinha planos para aprontar com ela, mas não sabia o que poderia fazer.
No caminho para a aula de Raincourt, Lucio, Diego e Snape vieram falar com as meninas. Alena notou logo que estava um certo clima da parte de Lucio... Ela sorriu, Lucio era perfeito para TB, seria um casal do mal bem interessante.
Quando Sirius veio tentar acabar com a conversa, humilhando Snape como sempre, Alena sentiu-se mal... Porque Sirius tinha que ser tão cruel? Ele não dava uma folga! Desta vez, para a surpresa de todos, foi a garota que gostava de Sirius que o expulsou de perto delas.
-Nossa, a sua vida é chata ou o que? Dá o fora, Black!
Foi chocante isso, mas Sirius deu um jeito de escapar da zombaria de Tiago. Ele encarou isso como um ponto de informação para conquistar a garota, naturalmente, ele estava cogitando também de que modo a dispensaria depois... Lupin balançava a cabeça, achava isso uma maldade...
Agora, Lílian os parou antes de chegarem a parte do jardim que usavam para a aula. Queria falar com eles.
-Ora, Lily, resolveu aceitar meu convite para sair?- Sorriu Tiago, mas a frieza dela era algo impressionante. Isso porque Lílian era esperta. Ficara amiga de TB e estava simpatizando com as outras duas garotas e não achava justo eles ferirem os sentimentos delas. Tiago explicou que só queria ser amigo de TB, sem compromisso. Mas Lílian era o sarcasmo em pessoa.
-Oh, claro! Vai ficar amigo dela, Potter? Duvido, aposto que vai é tentar fazer ela gostar de você para quando ela falar isso, você possa humilha-la e Black, se você magoar a Alena, nem que seja um pouco, vai se arrepender.
-Ai, estou tremendo de medo de você, Evans.
-Não deve ter medo de mim, Black... Mas delas. Só porque são youkais mansas não quer dizer que elas não tenham sentimentos, se você magoa-la ela vai se vingar...
De mais a mais, a aula foi um pesadelo... O sr. Raincourt queria mesmo usar as garotas de objeto de estudo... Foi humilhante demais.
-Claro que devíamos terminar e aprofundar o estudo de criaturas das trevas que tivemos, mas não tivemos a oportunidade, porem agora com nossas hospedes, temos. Gostariam de ajudar meninas?- Perguntou ele com um sorriso como se as desafiasse a negar a ajuda. Mas foi o que elas fizeram. Marina o olhou com um desprezo que era normal nela, TB fechou as mãos com tanta força que chegou a ferir a palma com as garras, Alena disse num rosnado frio e cruel, que deixou até Sirius com receio da menina.
-Não somos objetos de estudo...
-Lamento, mas estão aqui e precisam ajudar. Incarceras- Disse ele, Marina ia dizer que o correto era ‘Incarcerous’, mas viu que ela que estava errada. Ao invés de cordas, uma corrente grossa e pesada apareceu, prendendo-se no pescoço de Alena, onde apareceu uma pesada coleira de ferro. Alguns alunos riram do terror que apareceu no rosto das meninas... Estavam revivendo momentos que elas queriam esquecer... Alena fincou as garras no chão e uivou como um animal ferido. Marina e TB estavam fulas e TB tentava quebrar a corrente, ao passo que Marina saltou, enfurecida, para o professor.
-Solta ela! Isso não é um laboratório bruxo de pesquisa!!! Não é um projeto de domar youkais! Largue ela!- E antes que alguém falasse algo, Marina deu um tapa na mão do professor arrancando a varinha dele. A garota parecia a beira das lagrimas e foi ajudar Alena. A corrente sumira, mas ela passava as mãos no pescoço, chorava e murmurava, enquanto lanhava o pescoço sem querer.
-De novo não, de novo não... Deixem-me ir, deixem-me ir...- Ela parecia ter regredido, parecia uma criança, os olhos brilhavam com lagrimas e ela continuava arranhando o pescoço, ou abraçando as pernas e deitando no chão, desesperada. Alguns alunos se preocuparam, outros riam. Mas o horror na face de Alena instigou o medo e a pena em quase todos.
TB abraçou a amiga. O pescoço estava sangrando muito, a roupa suja também rasgara um pouco e revelava uma coisa. Algo que parecia uma cicatriz... Na parte de trás do pescoço, uma cicatriz horizontal, bem onde o pescoço se une as costas. A garota, sentada, abraçava as pernas e chorava.
Marina sentou ao lado da amiga e TB sussurrou na orelha dela.
-Eles não podiam, eu sei... Venha Alen, você precisa de ajuda...
-NÃO!!!- Gritou ela, agarrando as vestes de TB, que nem ligou pro sangue- Eles também são bruxos!!! Não vê? Não podemos ficar aqui, não podemos!
-E quem disse que vai pra enfermaria? –Resmungou TB. Alguns alunos quiseram se aproximar, mas Marina, movida pelo ódio que sentia dentro de si, ficou entre as amigas e os alunos (principalmente o professor). Eles viram seus olhos claros como diamante. A garota escancarou a boca mais do que era normal para um humano. E urrou, exibindo as presas. Urrou como um leão enfurecido. Os pêlos eriçados e as costas meio levantadas. Seria ridículo se não desse tanto medo.
-Não ousem se aproximar dela... Não ousem tocar nela!!!
-Nenhum humano vai cuidar de você. Eu faço isso, vem Marina... A Alena ta sangrando muito...- Chamou TB. As listras do rosto dela estavam espetadas e o olhar era um gelo só. Marina olhou pro professor.
-Você vai pagar por isso... Você provavelmente sabia que Alena tem fobia com coleira e correntes... Você vai se arrepender!
No fim do dia, o prof. Raincourt foi obrigado a pedir desculpas diante de todos. Mas Alena não estava presente, tampouco TB ou Marina. Alena arranhara o pescoço com tanta força que ferira uma das veias. Estava com o pescoço todo enfaixado e dormia na enfermaria. TB e Marina só haviam permitido que ela dormisse lá, não deixavam nem a enfermeira chegar perto.
Mas Dumbledore, após conversar um pouco com os alunos deixou claro que aquelas garotas só tinham uma a outra. E nem precisava, pois aquela cena era uma coisa que eles iriam querer esquecer... Os que eram contra elas (Bela e Narcisa) jamais falariam sobre isso... Não após ver Marina e TB com tanto ódio... Apavorante.
Os que as respeitavam queriam esquecer o pavor no rosto de Alena e o sangue... Queriam esquecer o sentimento de culpa. Parecia que no passado, algum bruxo havia dado a elas momentos de terror.
Alena passou uma semana na ala hospitalar. Sirius ia visita-la, mas Lucio, Diego e Snape também. Snape se revelara diferente dos livros. O cabelo não era ensebado e ele não tinha a pele oleosa. Ele logo contou que aquilo que elas tinham visto da primeira vez era uma azaração que Sirius fazia questão de fazer com ele.
Na noite em que Alena foi liberada, TB, num ataque de instinto materno que era muito raro nela, cuidou da menina e de Marina... E tarde. Bem tarde da noite, a mais velha youkai retirou a camiseta e voltou a cabeça para trás, observando no espelho, as próprias costas.
Era um mar de cicatrizes... Uma, seguia a espinha dorsal como se alguém houvesse passado uma faca sobre ela... Enquanto TB olhava, uma das cicatrizes, uma pequena, abriu... O sangue escorreu juntamente com uma lagrima da youkai...
E ela sabia que as costas de suas amigas continham as mesmas cicatrizes... Lembranças do passado...
Naquela noite, nenhuma delas dormiu...
N/A: Ok, eu sei que esse capitulo não foi comedia e sim tragédia. Eu queria mostrar como as nossas amigas tem problemas com o passado... Não vou contar o que é, apenas adianto que foi muito triste...
Ah, daqui a pouco: Capitulo 12, parte 2! O Lobo e a Raposa.
E quero agradecer muito a ~*Isah*~ Black Malfoy Macedo, carlapiks e Mih Black...
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