Recordações Momentâneas
Caminhando, ele olhava ao redor das árvores procurando-a. Sabia que lhe encontraria em algum lugar, mas ela não poderia estar...Ele a perdera. Realmente ele não admitia, não admitia que a perdera para sempre, mas uma coisa ele não queria...Esquecê-la. Não queria perdê-la de seus pensamentos, queria lembrar de seu belo rosto, de seu sorriso, de seus olhos. Não queria esquecer-se de sua amada, sua única e eterna amada.
Lembrava-se do momento em que a conheceu. Era em um jardim. Ela estava encostada em uma árvore, olhando para o céu incrivelmente azul, com nuvens estrategicamente posicionadas.
-Posso me sentar aqui com você – perguntou inseguro.
Ela o olhou assustada, mas não disse nada apenas lhe deu um lugar para sentar.
-Lindo esse lugar, não? – continuou olhando também para o céu, tentando descobrir o que ela olhava com tanta atenção, e seus olhos voltaram para olha-la.
-Eh! – respondeu sorrindo – é lindo mesmo!
-Eu vinha aqui quando era criança – olhando ao redor das árvores – Não mudou nada – Murmurava para si mesmo.
-Gosto daqui - olhando agora para ele – me faz sentir bem. Gosto da natureza.
Ele sorri.
Ele estende a mão para ela. Ela olha para a mão dele e depois estende sua mão também. Ambos se cumprimentam sorrindo.
Era aquele sorriso que doía seu peito. Ele não podia pensar assim daquele sorriso angelical que ela projetava, mas o que ele poderia fazer? Doía muito lembrar disso.Mas ele tinha que lembrar tinha que recordar seu passado, recordar de sua vida com ela, sempre queria se lembrar dela.
- Agora...- começou ele - estou aqui sem você meu amor. Sem você...
Sentando-se no mesmo local onde a conhecera, olha para o céu hipnotizado.
-Por que? Por que você partiu sem mim? Por que me deixou aqui? Sozinho...
Ele fecha os olhos e lembra dos momentos que estiveram juntos, os melhores momentos naquele jardim.
Encostados na mesma árvore, ela sentada entre as pernas do rapaz e ele envolvendo-a pela cintura,olham novamente o céu.
-Ah! Venha! – ele levanta e a puxa pelo braço – Vamos!Venha!
-O que foi? – disse curiosa enquanto era arrastada por ele.
-Quero te mostrar uma coisa.
-Que coisa? – começando a ficar assustada.
-Você vai ver.
Ele corre entre as árvores e em alguns momentos a olha com um sorriso no lábios vendo-a olhar para ele com uma certa desconfiança mas não deixando de sorrir.
Parando, ele vira para observa-la:
-Quero que você feche os olhos.
Ela um tanto quanto desconfiada o olha, mas então concorda. Fechando os olhos ela espera.
Ele sorri, com as mãos fecha os olhos dela para tem certeza de que ela não enxergava nada ao redor.
-Quando eu contar até três – continuava a andar puxando-a com uma das mãos – Um...Dois...- parando delicadamente e posicionando-a para observar mais atentamente o local - Três...
E tirando a mão que bloqueava a claridade de seus olhos, ela observa admirada no topo de uma montanha, onde podia ver montanhas do lado das outras, com uma quantidade de arvores incalculável.
-É...incrivel!- disse perplexa com o que observava.
Ele que estava atrás da jovem, tira do bolso uma caixinha, vendo que ela estava distraída, e coloca bem próximo ao rosto de sua amada.
-O que é isso? – pergunta assustada com a caixinha bem em seu rosto.
Ele com meio sorriso, abre a caixinha com o dedo e revela seu conteúdo.
-Meu Deus – olha admirada – Uma aliança! – pegando a aliança na mão.
-Casa comigo.
Ela vira para olha-lo.
-Casa comigo – ele repetiu.
Com um simples e delicado beijo, ela responde:
-É tudo o que eu mais quero.
Com um largo sorriso de felicidade, ele retribui o beijo.
-Eu amo você – indaga ela entre sussurros após se separarem – Amo muito você...Muito!
Ele a olha. Sem deixar de sorrir, ele a levanta no alto dando um simples giro com ela em seus braços.
-Sempre amarei você – responde colocando-a no chão – Você será minha...Será minha esposa...Para todo o sempre...
Desconsertada com as palavras tão belas que o jovem rapaz dizia, ela desvencilha seu rosto para não observar o rosto dele. Percebendo a timidez da garota, ele, com as mãos, toca o rosto da jovem e vira sua face delicadamente para que ela o olhasse. Sem trocar nenhuma palavra, olhando-a nos olhos, ele se aproxima do rosto dela, seus lábios a centímetros, milímetros de distância, um sentindo a respiração do outro, notando o rubor de ambas as faces, sentindo a pele quente em seus rostos tão próximos, sentindo o coração bater aceleradamente quando se aproximavam, e com os lábios tão perto um do outro, quase tocando-se, ele se beijam intensamente.
Droga de pensamento!Tinha que pensar nos momentos felizes que tiveram juntos? Tinha? Deveria esquecê-la. Pelo menos para amenizar a sua dor, o sofrimento de tê-la perdido.Esquecer os momentos de alegria, tentar não se lembrar das recordações maravilhosas que tivera com ela.
Não podia esquecer. Não deveria esquecer aquelas recordações, pois esqueceria dela também. Esqueceria o jeito encabulado dela quando ele a elogiava ou fazia juras de amor, esqueceria o rubor que seu rosto projetava quando ele a tocava delicadamente sua face para que o olhasse nos olhos.
-Não!...Não posso...- dizia pa si mesmo – Não quero fazer isso...Não posso fazer isso com ela! Quero...Quero preservar a memória dela em meus pensamentos, sua recordação...Em minha vida...Minha amargurada vida!
Vagando sem rumo, prossegue o seu discurso, relembrando seu passado, sua vida.
- Era aqui...- ele olha para o chão e, agachando- se, toca com uma das mãos a grama fofa, com um olhar distante, vago.Uma lágrima surge despercebida de seus olhos e cai lentamente em seu rosto jovial. – Era aqui que eu pedi você em casamento, não é mesmo? – perguntou para o nada, olhando tristemente para o céu azul celeste, pensando que haveria alguma resposta, ou melhor, algum sinal de resposta.
Ele escuta passos entre as árvores.
Levantando-se desconfiado, em passos lentos, se aproxima do local que escutara o som.
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