E o cérebro emperra
Se houvesse um termômetro que medisse o nível das burradas que o ser humano comete, o meu termômetro com certeza teria estourado e aquele negócio vermelho tinha voado pra todo lado. Porque aqueles cientistas trouxas e os curandeiros não explicam momentos em que os cérebros das pessoas simplesmente emperram? Saem do ar? Dizem que as pessoas utilizam apenas 10% do cérebro. Nesse momento, acho que só
Usei 1%. E mal.
Depois que July se afastou, Lilly veio pelo corredor. Parecia estar a procura de alguém. Ao avistar Tiago, ela pergunta:
- Tiago, você viu a July?
Pára tudo. Essa cena é absolutamente normal, e não levaria ninguém a fazer algo impensado, certo? Estaria certo se Lílian não estivesse tão linda. Aqueles olhos verdes dela até hoje me enfeitiçam, e ela ficava linda de uniforme. Eu sou um cara movido a amor. Pessoas movidas a amor fazem coisas despropositadas. Mas, deixa eu parar de enrolar e contar logo o que aconteceu.
Sem pensar nas conseqüências, Tiago dá um passo à frente e...
Será que você precisa mesmo saber disso, Harry? Hein?
... beija Lílian. Ela parece surpresa por um momento, mas depois cede. Depois de um tempo, eles se separam. Ela olha nos olhos deles e sai correndo, e deixa ele lá, ainda sem acreditar no que tinha feito.
- Você é louco? - pergunta Sirius após Tiago contar a ele. – Você sabe que a garota gosta de você, sabe que você não gosta dela, e daí vai lá e BEIJA a garota? Você é um neanderthal mesmo.
- Foi totalmente impensado, Sirius. – tentou argumentar Tiago. – Ela veio me perguntar da July, daí eu simplesmente... fiz.
- Sabe o que tem que fazer agora, não sabe? – perguntou Remo.
- Sei. Me trancar aqui em cima e nunca mais sair. – respondeu Tiago.
- Deixa de ser tapado! Claro que não! – falou Remo. – Tem que ir lá, e conversar com ela.
- Mas o que eu vou dizer? Livros não ensinam essas coisas, ensinam? – perguntou Tiago. – Eu vou chegar pra ela e dizer: “olha Lilly, aquele beijo hoje, foi mal tá? Sinto muito. Eu não gosto de você e não quero te iludir, por isso eu vim aqui e te falei logo, tá? Tchau.” Não se faz esse tipo de coisa. Não se faz!
- Então só tem um jeito cara. – disse Sirius. – bate logo a cabeça na parede e morre de uma vez.
- Mas vai doer! – falou Tiago.
- Claro que vai né? Se fosse de chiclete ela ia grudar. Mas melhor passar por um pequeno sofrimento agora, do que perder a amizade de uma garota super legal depois. – filosofou Sirius.
- Será que vocês dois não podem pensar nada útil de vez em quanto? – perguntou Remo. – Tiago, nada de bater a cabeça na parede. Pensa hoje e conversa com ela amanhã. Sirius, você é mais útil calado, tá?
- É isso. É isso! – gritou Tiago. – Remo meu caro, vou seguir o seu conselho. Você é um expert!
- Não se pode ser expert em tudo Remo Lupin. – falou Sirius.
- Poder mesmo, pode não. Mas eu tento. – disse Remo.
Depois da conversa, reina a bagunça.
{e no quarto feminino}*
- Ô July, que deu em você? – perguntou Amanda. – A Lilly toda feliz porque o Tiago beijou ela e você com essa cara de preocupada. Ela pode pensar mal.
- Mandy, vou ser sincera com você. – disse July. – Estou preocupadésima sim. Eu conheço o Tiago, e na parte amorosa da vida dele, a minha opinião não é boa.
- Desenvolve July. – pediu Amanda.
- O Tiago, é desses que não se contenta apenas com uma. Quer dizer, ele até se contenta, mas por um curtíssimo espaço de tempo. Depois ele descarta ela que nem um pergaminho usado, e nem se importa com os sentimentos dela. Eu já conversei com a Lilly, já falei isso todo pra ela, mas entrou por um ouvido e saiu por outro. Ela se apaixonou pelo garoto errado. Erradésimo. E não tá se tocando disso. – falou July. – Eu me preocupo com ela, ela é muito legal e não merece isso.
- Então a agente tem que cortar logo essa história, antes que ela piore e o estrago seja bem maior. E eu já sei como. – disse Amanda.
- Como Mandy? Eu não consegui pensar em nada nos últimos 15 minuitos. Quer dizer, eu não consegui pensar em nada que não envolva tortura. – falou July.
- Vamos falar com o Sirius. Ele pode ser cabeça – oca, mas tem mais juízo que o Tiago. E talvez falar o Remo também seja bom. A gente pede pra eles falarem com o Tiago. Ele pode não ter cérebro mas tem coração. – disse Amanda.
- É, talvez isso dê certo, mas temos que fazer isso logo, antes que essa história avance mais alguma coisa e seja tarde demais pra consertar a burrada. – disse July.
- Mas... Sei não July. - falou Amanda. – Será que ele é tão ruim assim mesmo como você diz? Ele parece ser tão gente boa. É aprontador, convencido e meio cabeça – oca, mas é gente boa. Será que dessa vez não vai ser diferente? Será que ele não está mesmo gostando dela de verdade? Será que ele vai mesmo destroçar o coração dela? – perguntou Mandy.
- Mandy, eu conheço o Tiago desde os meus dois anos e meio de idade, eu sei a peça boa, ou ruim, que ele é. Dessa vez não vai ser diferente, ele não está gostando dela e ele vai destroçar o coração dela se essa história continuar. – respondeu July. – Se ele estivesse mesmo gostando dela, todo mundo saberia. Ele é galinha, mas quando gosta mesmo de alguém...
- Ai ai ai! Essa história não vai acabar bem, não vai, não vai! Ela cheira mal e eu posso sentir. – disse Amanda.
- Calma Mandy. Amanhã a gente fala com o Sirius. Ele tem um pouco de juízo e vai colocar um fim nessa história. Mas mesmo assim a Lilly vai sofrer. Ela gosta daquele traste. Mas quem mandou ter um coração bobo e apaixonável? Eu é que não fui. – falou July.
{e no dia seguinte}
Amanda e July já estavam sentadas à mesa, quando Remo, Sirius e Tiago chegam para tomar café. Antes que eles se sentem, July levanta e leva Sirius para longe, já Amanda, fica para falar com Tiago.
- Você não tem nada na cabeça não, hein? Suas orelhas são presas por um feitiço, ou o que? Como é que alguém é tão débil a ponto de fazer o que você fez? Será que você não percebeu que está prestes a causar uma catástrofe maior do que aquele debilóide do Voldemort? Qual é a sua, hein garoto? Fica por aí desfilando pela escola, se achando o maioral com esse ninho de pombo preso no seu couro cabeludo, achando que pode fazer as coisas sem se importar com os sentimentos dos outros, fica achando que as suas atitudes não têm nenhuma conseqüência. O mundo não é azul - bebê Tiago Potter, e as coisas que você faz podem sim atingir as outras pessoas, caso você não saiba. – ralhou Amanda.
- Eu sei, tá certo? Eu sei. Quer me fazer sentir pior do que eu já estou me sentindo? – perguntou Tiago.
- Não. – respondeu ela. – Estou querendo te conscientizar do mal que você fez à Lilly. Ela não merece isso Ti.
- Eu sei que não. Ela é uma garota maravilhosa. – disse ele. – Mas, eu não sei o que deu em mim, e vou falar com ela ainda hoje pra consertar tudo isso. Não se preocupa, certo Mandynha?
- É meio difícil. – falou ela. – Mas quando você conversar com ela eu não vou ter mais motivo pra me preocupar, certo?
- Assim pretendo. – respondeu ele.
- Mas, por falar em Lílian, cadê ela? – perguntou Remo.
- Ela tava muito “distraída” ontem à noite e não fez o trabalho de Transfiguração. Tá na Biblioteca tentando terminar antes do almoço. – respondeu ela. E acrescentou: - É melhor assim mesmo.
É, você pode não estar achando que eu fiz tanto mal assim. Mas fiz. Esse pequeno “incidente” foi apenas o primeiro de vários “incidentes” que iam ocorrer gerando o que o Remo chama de: efeito – bola – de – neve – descendo – montanha. Eu nunca pensei que seria capaz de machucar tanto alguém como eu machuquei a Lilly. Me arrependo disso até hoje. Se eu fosse mais esperto, a gente poderia ter tido muito mais tempo. Mas, como nem todos os seres são abençoados com uma inteligência grande, tive que me contentar com a subcapacidade do meu cérebro.
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N/A: * todas as conversas femininas são fruto da imaginação do Tiago, tá?
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