Amigos e inimigos
Capítulo 2: Amigos e inimigos
Na manhã seguinte, os três garotos acordaram juntos, Pettigrew ainda estava dormindo, então desceram para olhar seus horários na Sala Comunal.
- Poções. Por que será que estou tendo um mau pressentimento? – perguntou Tiago.
- Não é só você... – disse Sirius desanimado.
E desceram para tomar café da manhã. Entraram no Salão Principal e viram as quatro mesas fartas em gostosuras matinais.
- Que beleza, heim? – disse Tiago.
- Pois é, nem sei por onde começar. – disse Lupin com cara de faminto.
Os três se sentaram e encheram seus pratos. Alguns minutos depois chegaram as correspondências pelas corujas. Cada um deles recebeu uma carta e Lupin também recebeu o Profeta Diário, o jornal bruxo mais famoso.
- Parace que mandaram cartas à nossos pais avisando a casa em que estramos, meus pais estão todos felizes. – disse Tiago.
Sirius abriu sua carta e começou a rir.
- O que foi? – perguntou Lupin.
- Minha mãe não acredita que fui para a Grifinória! Disse que sou a vergonha da família! – e riu mais.
- Isso é engraçado? – perguntou Tiago.
- Claro! Não ligo para o que ela acha e me divirto irritando-a, minha mãe só pensa em representar bem nossa família pelo lance de ser puro-sangue e etc... Mas afinal, por que você recebeu este jornal, Lupin?
- Eu assino “este jornal”.
- Por que...?? – Tiago tinha uma cara de incompreensão.
- Ué, por causa das notícias, é bom saber o que está havendo já que estamos isolados neste castelo.
- Nossa, que emocionante... – debochou Sirius – E quais são as notícias? – disse fingindo entusiasmo.
- Uma bruxa foi presa por contrabando ilegal de pólvora de galinha e Nicolau Flamel ganhou seu segundo prêmio, desta vez por inventar a essência da paradoxia.
- Parado o quê? – perguntou Sirius enquanto comia pudim.
- Alguma coisa que dá o poder à pessoa ficar miúda. Serve apenas para estudos científicos.
- Ham... – disse Tiago.
Terminaram de comer e seguiram para a aula de poções.
A sala ficava nas masmorras, era escura e fria. O professor estava em pé diante de sua mesa, no centro da classe. Tinha uma aparência um tanto engraçada, lembrava vagamente um leão marinho.
- Bom dia alunos do primeiro ano. – Disse o Professor enquanto todos tomavam seus lugares nas mesas de dois em dois. – De hoje em diante serei seu Mestre em Poções. Podem me chamar de Sr. Slughorn, ou simplesmente Professor.
Alguns fizeram breves comentários e outros apenas continuaram a prestar atenção. Tiago escrevia algo num papel.
- Hoje, prepararemos uma poção, mas não se assustem! Ela é tão fácil que até trouxas podem fazê-la. - Então ele alisou o bigode. – Peguem os caldeirões, abram na página 294 e podem começar!
Tiago dobrara o papel e no momento em que o professor se virou, jogou para Sirius na mesa ao lado pois Lupin, que sentava-se com ele recusara-se a passar o pequeno bilhete.
Sirius abriu o bilhete e começou a rir. Sua colega de carteira cutucou-lhe e mandou que parasse. Era a menina ruiva da seleção, Lílian Evans.
Ouviam-se barulhos de páginas virando e frascos sendo depositados nas mesas. Evans levantou a mão cinco minutos depois.
.
- Sim, senhorita...
- Evans, Lílian Evans.
- Senhorita Evans, sim, você tem uma pergunta? – Slughorn se levantou e deu uma boa olhada na poção da menina.
- Acho que terminei a poção, senhor.
- Oh ho! Sim, sim, explêndido! Em menos de 10 minutos! Merece 10 pontos para Grifinória!
Lílian corou um pouquinho, todos os olhares se viraram para ela.
- Isso me lembra uma vez que... – E Slughorn deu inicio à uma história que seguiu até o resto da aula.
- Como ela conseguiu?- Perguntou Tiago ao saírem da sala.
- Ela quem, conseguiu o que?
- Como assim ela quem, Sirius? A Lílian Evans, a garota que terminou a poção em 5 minutos! Eu não tinha nem aberto meu livro ainda, e ela já estava com todos os ingredientes na mão, abrindo os frascos e fazendo anotações!
- Pare de pensar nela Tiago. – Lupin entrou no assunto. – Você acha que não percebi o quanto olhou para ela no caminho para aula? Você não tinha pegado o livro ainda porque estava concentrado em desenhar o professor...
- Falndo nisso, o leão marinho estava ótimo, Tiago!
E os dois riram. Lupin revirou os olhos. Mas neste momento o menino dentuço que dividia o dormitório com eles passou correndo e derrubou Sirius.
- Desculpe. – disse Pettigrew meio sem jeito.
- Como assim desculpe? – disse Sirius levantando-se – Você me derrubou no meio do corredor e terá de pagar por isso! – ele acabara de pegar sua varinha.
- Que isso, Sirius? Coitado do garoto, ele é desajeitado, só isso... Além disso, teremos de ficar no mesmo dormitório que ele. – Lupin tentava convencer o amigo
- Estou atrasado para a aula de feitiço! Já disse, desculpe! Esses corredores são muito confusos. – e saiu correndo.
Sirius baixou a varinha, irritado.
Chegando a sala de aula, conheceram o Prof. Filus Flitwick, um homem de aparência engraçada, muito baixinho com barba e cabelos longos e uma voz bastante esganiçada. Para dar aula, o professor precisava ficar sob uma pilha de livros, o que atraia risadinhas de seus alunos.
- Por favor, sentem-se e abram o livro padrão de feitiços na pagina 59.
Após 10 minutos de aula, ouve-se uma batida na porta:
- P-professor, me desculpe, eu me atrasei...
Mas antes que o menino pudesse terminar de se explicar, Flitwick o interrompeu:
- Claro meu jovem, sente-se, estamos estudando a teoria da levitação, queira abrir seu livro na página 59, por favor.
- Sim senhor. – Respondeu o menino, era Pedro Pettigrew. Ele entrava com vergonha na sala.
Sirius, Tiago e Lupin não puderam acreditar. Eles haviam chegado antes do menino!
Na hora do almoço os estudantes se dirigiram ao salão principal e sentaram nas devidas mesas de suas casas para apreciar a deliciosa variedade comestível de Hogwarts.
- Que coxinha mais maravilhosa! – Tiago estava com duas coxinhas, uma em cada mão, alternando as mordidas.
- Pare de agir como um animal, Tiago! – Sirius parecia sentir nojo de seu amigo e ao ouvir o comentário, Lupin se afundou na cadeira como se aquilo o tivesse incomodado e perdeu novamente o olhar.
- Não se meta, Sr. Black. – Respondeu Tiago debochando. – Estou com uma fome terrível e nenhuma das aulas que tivemos me pareceu interessante.
- Pelo que sei, você nem tentou ver se poções era interessante, a única coisa que via era a Srta. Evans preparando sua brilhante poção.
- Cale a boca!
E assim foi até o fim do dia. Apresentação de professores, aulas desinteressantes e discussões sobre Lílian.
Na manhã seguinte Lupin levantou cedo e foi caminhar pelo castelo. Descobriu diversos caminhos mais rápidos e chegou a ala das escadas que mudam. Já ouvira falar dessas escadas, mas nunca dessa forma. Você vai subindo e de repente elas viram e você tem que correr para pegar outra que volte para onde queira ir. Foi difícil, mas conseguiu achar o café da manhã.
Lá estava Tiago, que acenou para ele.
- Onde você estava? Acordei e não estava mais lá.
- Fui dar uma volta pelo castelo.
- Saquei.
- Descobri as escadas mudam, da medo, quase me perdi no caminho de volta.
- Escadas que mudam? O que?
- Nunca ouviu falar?
- Não.
- Elas se movem do nada e te deixam em outro lugar.
- Mas hein?
- Posso te mostrar se quiser. A propósito, cadê o Sirius?
- Ah, ele quase me matou quando tentei acordá-lo, então deixei-o lá.
Lupin riu. Os dois viraram o corredor quando deram de cara com Pettigrew que vinha direção contraria.
- Ei garoto, olha por onde anda! – disse Tiago.
- Sai de cima de mim, está machucando minha perna! – Disse Lupin aflito.
- Ah...é...me desculpem, me desculpem, é que ele quer me pegar! – Disse Pettigrew levantando-se rapidamente. – Ele está vindo me pegar! – E apontou para um menino que vinha correndo com vestes da Sonserina e cabelos negros. – Me protejam, rápido, me protejam!
- Arranjou amiguinhos, Pettigrew?
- Por favor, Snape, não me machuque, foi apenas uma brincadeirinha! – Disse escondendo-se atrás de Lupin.
- Não é apropriado jogar feitiços nos outros, não acha?
- Mas é claro, concordo com você!
- Vamos ver se gosta! – E Snape sacou a varinha de dentro das vestes.
- Seja lá quem for não vai atingir esse menino!
- Hum, vejo que terei de passar por cima de vocês também, não é? Não será muito difícil...
- É o que você pensa! – Disse Tiago também tirando a varinha das vestes. – Snape, não é?
Snape se preparou para falar alguma coisa, mas a professora McGonagall veio correndo do fim do corredor.
- Parem com isso já! Essa escola não permite uso da varinha contra seus colegas, vamos senhores guardem isso já!
E com um olhar perverso, Snape guardou a varinha e disse:
- Nos vemos mais tarde, Pettigrew.
- E vocês andem! Não quero mais confusões por aqui! – E a professora se virou deixando-os lá.
- Obrigado, muito obrigado! – Dizia Pettigrew abraçando os dois com muita força. – Quais são seus nomes?
- Remo Lupin e Tiago Potter.
- Pedro Pettigrew. – O menino apertou a mão de cada um com muita força e as sacudiram como se não soubesse cumprimentar. – Então vocês são os meus colegas de quarto, não são? Vocês e um garoto chamado Sirius Black.
- É, é... Mas me diz uma coisa, o que estava aprontando para deixar Snape tão irritado?
- Estava treinando um feitiço que meu irmão me mostrou que pode mudar a cor dos objetos, mas acabei acertando Snape e suas vestes ficaram rosa choque.
Tiago e Lupin riram, imaginando a cena.
-Mas onde vocês estavam? – Perguntou Sirius chegando de repente e ignorando o fato de Pedro estar ali. – E por que me deixaram lá sozinho?
- Não se lembra? Tentei te acordar porque Lupin já havia levantado e ai você me empurrou.
- Entendi...e o que ele está fazendo aqui?
Enquanto contavam tudo a Sirius foram andando guiados por Lupin para conhecer as escadas que se movem. Os quatro pareciam estar se dando bem neste momento.
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