A briga



As duas horas da manhã apenas um menino da rua dos Alfeneiros estava acordado. Harry, um menino alto e magricela, cabelos pretos e óculos fundo-de-garrafa, tinha uma estanha cicatriz na testa em forma de raio. Sentado no parapeito, a sua cicatriz doera. Já era tarde, e ele não sabia o que fazer. No começo do verão, já estava pensando em quando iria a Toca, dali a três semanas, não esperava a hora de ver seus amigos. Não agüentava mais ler só cartas. Trancado no quarto, lamentando-se, queria muito ser da família de Rony, ou quem sabe de uma família trouxa normal? Não teria seus problemas com Voldemort. Mas no fundo, o garoto gostava de lutar. Vingança. Era a palavra que lhe vinha na cabeça a cada hora que lhe doía a cicatriz. Sem se controlar, pegou um pedaço de pergamino, velho e amarelado, uma pluma preta e o tinteiro. Começou a escrever para Percy:

Percy:

Preciso de você. Quero sair daqui, me ajude. Não agüento mais, todos os dias gritos!
Eu já pedi para ir á Toca, mais os meus tios não deixam. Por favor, me ajude!

Harry.

Sem querer Harry derrubou o tinteiro, que manchou o tapete vermelho e verde de seu quarto. Gemeu, mas nem fez caso. Deu a carta para Edwiges e falou:

-Edwiges, encontre Percy! Quero que entregue a carta e volte sem paradas, Ok?

Edwiges respondeu com um carinhoso arranhão nos dedos de Harry. Logo, o menino abriu a janela e deixou a coruja voar. Pensava agora em Sirius. Queria muito lhe pedir conselhos. Mas estava morto e não podia fazer nada. Harry levantou-se e pegou alguns papéis que estavam em seu criado-mudo. Deixou caírem no chão. No meio deles havia uma carta antiga de Sirius. Não deu tempo de Harry responder, o seu padrinho tinha morrido. Começou q chorar. Suas lágrimas molhavam o papel. Ele pegou outro pergamino, este, já mais novo e bem mais limpo. Sacudiu a poeira e começou a escrever:

Sírus,

Por quê? Porque você??Há tanta gente no mundo, e logo você me deixa aqui, largado. Sirius estou com muita saudade, você não poderia ter morrido.

No pergamino havia marcas de gotas de lágrimas. Não podia ser. Harry ainda não acreditava. O menino deitou-se na cama e se cobriu com os cobertores azul e branco. Sua cicatriz ainda doía. Eram seis e meia, o relógio despertou. Harry deu um grande pulo. Vestiu rapidamente uma camisa vermelho-amarelada, um jeans surrado e um tênis preto e branco. Desceu as escadas porque seu tio já estava gritando;

-Menino, Menino, cadê o meu café matinal?? - gritava o tio-

-Já estou indo - Dizia Harry, com uma mão no cabo da frigideira e a outra na espátula que virava o bacon.

-Pois, eu já pedi o meu café a cinco minutos!-Dizia vermelho o homem-

Harry ia falar mais um berro veio do quarto do segundo andar a esquerda. Era Duda:

-Mããããããããããããããããããe!!

-Sim, filinho, o que esse horrendo monstro já lhe fez?-Dizia correndo para o quarto e apontando para Harry.

-Meu café?-gritava o gordo menino, Duda

-Está aqui.-Disse Harry mostrando a bandeja de prata escrito “Duda” em ouro, com um prato cheio de bacon, carne e um ovo frito. No lado esquerdo um copo de leite com chocolate e uma barra de chocolate branco, e no outro lado vários doces e balas coloridas.

Na mesa estava outros dois pratos, o de tia Petúnia e tio Valter. Harry sentou. Aquela era à hora. Estavam, calmos, e comendo, nada poderia atrapalhar o momento. Disse:

-Tios! Sabem... O meu amigo...-

O tio não deixou ele continuar...

-Sim!, Um amigo? Você não vai receber ninguém em esta casa, nem irá á casa de ninguém!!! Cale-se e vá para seu quarto.- disse ele, vermelho.

Harry foi para o quarto. Resmungou e subiu batendo a perna.

-Sim claro!!Sei que sou um ninguém! Não me importo, vou fugir!!! Sei, vocês vão falar que me acolheram, mais não!! Preferia ser de rua do que ter vivido aqui!!- gritpou o menino.

Tio Válter ficou vermelho de raiva, parecia que ia sair fogo pelas orelhas.

-Vá para fora! Não volte, seu... Seu... Safado!! Veja o que faria sem nós??-Gritava por toa a casa.

Harry estava arrumando as coisas para fugir, mas Válter pegou as roupas e seus objetos e jogou pela janela. Arrastou o menino para o quarto debaixo da janela e o trancou lá.
No mesmo dia, Harry ouvia umas vozes. Sabia que as conhecia, mas não podia se lembrar de quem era. De repente o dono da voz arrancou a porta do quartinho. Eram Lupin e Tonks. Dessa vez, Tonks, mais calma do que o normal. Em um passe suas coisas jogadas pela janela já estavam ali, na sua frente.

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