O confronto final



34 – O confronto final


Nas semanas seguintes os treinamentos continuaram com a mesma intensidade. Os integrantes da Ordem sempre que podiam os auxiliavam a aperfeiçoar os feitiços e encantamentos o que ajudou muito, principalmente aos cinco novos amigos que se uniram aos garotos.

Em meados de maio, Harry avisou os amigos que havia marcado o encontro com Lord Voldemort para o dia 10 do junho, a partir daí era visível nos rostos de cada um a ansiedade.

--Como foi que vc fez isso Harry? – Quis saber Arthur.

--Ele deixou de pratica oclumência. Passei o recado para ele.

--E ai? – O curioso de Neville perguntou.

--E ai nada. Ele apenas sorriu satisfeito. – Contou Harry com uma cara de poucos amigos, não gostara nada da atitude do Lord. – Ele é ardiloso. – Comentou alto e saiu da sala.

Gina se menção de segui-lo.

--Não Gina. – Pediu Lupin. – Ele precisa desse tempo para pensar. Deixá-lo sozinho agora é o melhor que você poderá fazer para ajudá-lo.

Gina, não se deu bola para a opinião do ex-professor. Simplesmente seguiu o namorado com a firme intenção de dar-lhe todo apoio possível. Encontrou-o descendo as escadas do dormitório com a firebolt nas mãos.

--Posso ir junto com você? – Perguntou calmamente pronta aceitar uma possível negativa.

--Claro. Pegue a sua vassoura. – Respondeu feliz por Gina tê-lo seguido. Apesar da pressão que estava sentindo no peito, ter a companhia da namorada era a melhor coisa que podia acontecer. Ela o acalmava.

Harry queira fazer o que mais gostava – Voar, e aceitou de boa vontade a companhia da namorada já que ela também gostava da atividade. Voar o fazia se esquecer das preocupações e no momento era o que ele precisa: clarear a mente para pode focalizá-la com determinação depois. Voaram de mãos dadas, trocaram beijos ardentes em cima da torre onde ficava a sala comunal de Grifinória, apostaram corrida, se divertiram como dois jovens que eram.

Assim ele passou um bom tempo lá no alto, com o vento arrendo os cabelos e deixando o rosto gelado. Contemplaram o castelo, os vales, o lago, a floresta, gravando tudo na mente para não se esquecer de nenhum detalhe. Ali era a sua casa, definitivamente a sua casa.

Quando desceram, Harry se sentou com as costas apoiadas embaixo da árvore onde os Marotos costumavam passar as tardes ensolaradas e onde armavam suas estripulias. Gina recostou-se em seu peito tendo os braços do namorado em volta de si. Estavam felizes por estarem juntos numa tarde tão agradável como aquela. Não queriam mais companhia, eles se bastavam naquele momento.

--Harry, você está bem? – Perguntou preocupada.

--Mais ou menos. Não da para estar bem sabendo o que vem. – Respondeu sem olhar para Gina.

--Me responde uma coisa. Como você vai se encontrar com ‘ele’ se ainda não descobriu qual é a Horcrux que falta.

--Simplesmente indo. Agora não tem jeito, tenho que arriscar. Mas tem uma coisa, naquela tarde no cemitério quando Voldemort voltou, ele disse uma coisa interessante. Ele disse que ‘aparentemente’ uma ou mais das ‘providencias’ que havia tomado deram certo.

--Então você está apostando que uma delas deu errado?

--É... Mas vamos mudar de assunto. Não resolver ficar pensando nisso agora, ok?

E ali eles ficaram namorando por um bom tempo, quando escureceu voltaram para o Salão Principal corados e de bem com a vida.

No meio da noite Harry acordou. Perdera completamente o sono por causa de uma idéia maluca na cabeça, ousada demais para por em execução. Mas valeria a pena tentar? “Bom, se eu não tentar não saberei se dará certo”. Pensou com seus botões enquanto se levantava.

--Aonde você vai? – Perguntou Rony que ouvira o amigo afastar as cortinas vermelhas da cama.

Harry pulou.

--Que me matar de susto seu doido?

--Ouvi você se levantar. Aonde vai?

Harry não estava com a mínima disposição em responder, e resolveu mentir.

--Vou ao banheiro. – Respondeu sem encarar Rony.

Rony sentiu na hora que Harry mentira e tomou uma decisão...

--Vou com você, também quero ir ao banheiro. – Respondeu já com os pés para fora da cama.

Sem ter com o que argumentar, e não podendo fugir do amigo, achou melhor contar a Rony a idéia estapafúrdia que tivera afinal duas cabeças pensavam melhor do que uma.

--Você ta louco! Acho que você está pensando errado, pode não dar certo. – E parou de falar coçando a cabeça. – Mas como você mesmo diz não saberá se da certo se não tentar. Você tem cada idéia! – Comentou enquanto se vestia. - Vai... Vamos logo então... Mas não vai ser fácil.

--E desde quando minha vida foi fácil! – Respondeu Harry pegando a capa da invisibilidade.

Não era hora de ficar dando explicações para quem por acaso encontrasse na sala comunal ou mesmo nos corredores da escola.

***

Harry Potter de costas para as escadarias de entrada do castelo esperava pacientemente por Lord Voldemort. A conversa fora marcada para as sete horas da noite. Os integrantes da Ordem e a turma da AD estavam espalhados pelos gramados perto das escadarias cochichavam entre si. Os amigos o ladeavam, Gina postada a seu lado direito segurava a varinha apontada para baixo, mostrava uma calma que muito dificilmente se via numa garota tão jovem, Neville ao lado dela com os gêmeos ao seu lado. Rony, Hermione, Luna e Lino do seu lado esquerdo. Gui, Carlinhos e Lupin, perto o suficiente perto para qualquer eventualidade. Lupin, muito discretamente mantinha os olhos em Harry, para protegê-lo.

O Ministro da Magia, apesar de Harry dizer que não o queria presente ao encontro, estava em pé no alto do último degrau da escadaria, de sua posição tinha uma visão ampla de tudo que acontecia. Perto dele alguns aurores e seu assessor Cornélio Fudge, com o rosto parecendo pastel, mantinha a varinha tremendo na mão. Porém Quim e Tonks, para seu desgosto do Ministro, não estavam ao seu lado, mas sim junto com os companheiros da Ordem. Rufo havia discutido fortemente com os dois aurores por terem escondido dele as atividades que faziam as escondidas. O que não adiantou muito, pois Tonks e Quim lhe responderam que poderiam demiti-los se fosse isso que ele desejava, mas não abandonariam a Ordem nem por decreto.

Uma ‘dorzinha’ tomou conta da cabeça do menino que sobreviveu.

--Ele chegou. – Disse Harry levando involuntariamente a mão na cicatriz.

Mas a incomoda dor agora não era ‘inha’ em nada. Sem que percebesse seus joelhos involuntariamente se dobraram e ele caiu ali ajoelhado no gramado esperando que a dor passasse.

--Harry? – Chamou Lupin preocupado já ao seu lado.

--Estou bem. – Respondeu ofegante. – É sempre assim quando ele está por perto. Daqui a pouco passa, se não ficar pior. – Respondeu sem emoção.

Hagrid, já plenamente recuperado recebera permissão de Minerva McGonagall para fazer a magia que fosse necessária e, com o guarda-chuva cor-de-rosa na mão estava parado bem na frente da junção dos portões de Hogwarts que eram ladeados pelos dois javalis alados. Observava fixamente o grupo que andava a passos lentos em direção a escola.

--Abra os portões velhaco. – Mandou uma voz imperativa.

--Não escutei a palavrinha mágica, e sem ela não tem portão aberto. – Respondeu o meio gigante com voz forte.

--Fui convidado, portanto é melhor abrir esse portão. – Retalhou Voldemort agora com voz mais suave. - Sentindo-se revoltado em ser obrigado a pedir permissão para entrar, mas não pronunciou a palavrinha mágica.

Hagrid abriu o portão de par em par e se afastou dando passagem para os seres do mal. Voldemort bateu com o braço no peito de Hagrid que não se moveu um centímetro sequer.

--Assim está bem melhor.

Finamente ele entrou. Vestido de preto das cabeças aos pés, com o capuz da capa cobrindo-lhe as feições e com varinha na mão; acompanhado por seus fiéis Comensais da Morte, todos mascarados. Seu séqüito de mais ou menos 15 comensais seguia atrás dele; cabeças levantadas como se fossem os seres mais soberbos do universo.

No momento em que se viu no jardim de Hogwarts e notou que Harry Potter e os amigos estavam esperando por eles perto das escadarias de entrada da escola, Voldemort ficou possesso de raiva. Em sua megalomania, Lord Voldemort sendo o único descendente vivo de Salazar Slytherin, um dos quatro fundadores de Hogwarts, exigia em seu modo de pensar, ser tratado com as mesmas mensuras com que seu antepassado receberia se adentrasse os terrenos da imponente propriedade. Isso era o mínimo que ele esperava ser merecedor.

Mas o atrevido Harry Potter o esperava no gramado e não no Salão Principal profusamente iluminado como deveria de ser, com o melhor vinho dos elfos e as iguarias mais sofisticadas e exóticas.

O encontro, na verdade era mais uma das artimanhas que Tom Riddle sedento de vingança e morto de raiva por ter seus planos sempre frustrados pelo garoto que sobreviveu. Tom deseja agora mais do que nunca derrotar o maldito Harry Potter e a Ordem da Fênix com um só golpe de varinha.

--Porque rostos mascarados? – Comentou Harry alto para os amigos enquanto observava a comitiva do mal adentrar os gramados. – Vou acabar com isso agora. É assim que tem que ser. – Disse fazendo um movimento pra baixo muito rápido com a varinha e derrubando todas as máscaras dos comensais da morte no chão.

Os Comensais desesperados tentaram pegar as máscaras, mas elas estavam tão quentes que sequer conseguiram pegá-las quanto mais repô-las. E ali estavam eles, de rostos descobertos frente ao primeiro escalão do Ministério.

Voldemort olhou as máscaras no chão.

--Não era essa a recepção que eu esperava. Quero ser recebido dentro da escola como é meu direito. – Comentou para seus fiéis comensais. – Peguem todos, estarei no salão principal. Quanto a Harry Potter o quero em pé na minha frente e ileso.

Harry sentiu num atino se segundo a ordem comanda pelo Lord das Trevas e só teve tempo de gritar:

--CORRAM!

E assim começou mais um combate.

No momento em que viram os comensais correndo em direção as escadarias, os gêmeos estouraram uma boa quantidade de pequenas bolinhas repletas de Pó-Escurecedor e entraram na escola se espalhando por todas as dependências.

O pó-escurecedor causou uma grande dificuldade para os seguidores do lado do mal, tropeçavam e trombavam nas escadas, com a névoa escura perderam a referência de onde estavam. Eles mesmos já haviam usado o pó-escurecedor quando invadiram a escola pelo armário sumidouro que fora consertado por Draco Malfoy, mas não esperavam serem recebidos com a mesma artimanha.

Ousado Lino gritou enquanto corria: – “O QUE SERVE PARA UM SERVE PARA O OUTRO”.

Luzes coloridas brilharam em todas as direções. Gritos de azarações cada vez mais fortes escutavam-se em todos os lugares.

Através da névoa Gui foi acertado com um dos raios estuporantes e caiu de barriga para baixo, reanimado imediatamente pelo irmão que saiu arrastando-o pelo braço.

E todos entraram correndo para dentro do castelo que estava na penumbra. Harry e os amigos entraram voando para a câmara que ficava logo atrás da mesa dos professores no salão principal.
--Por aqui. – Comandou Harry.

Os integrantes da Ordem e a AD se dividiram ao pares se espalhando pelas dependências da escola. Havia começado o grande combate.

--Cacem todos eles. Quero Harry Potter em pé na minha frente. – Urrou mais uma vez Tom Riddle para seus comandados.

Os comensais da morte correram atrás deles como gatos esfomeados que correm atrás de um bando de ratos que se enfiavam em pequenos buracos sumindo no nada da presença maligna.

Pedro Pettigrew se transformou em rato e correu pelo corredor na sua frente.

Dividido em pares como os amigos do bem, os comensais entraram no castelo arrebentando portas por onde passavam, olhavam para dentro a fim de ver se tinha alguém escondidos e seguiam seu caminho deixando por onde passavam portas escancaradas, paredes arrebentadas.

Molly e Arthur usando o feitiço da desilusão pegaram de surpresa Avery, mas não foi tão fácil dar cabo ‘do coisa’ ruim do comensal que revidava a altura. Azarou Arthur que ficou estendido no chão totalmente sem ação. Ao ver o marido subjugado por Avery, Molly sentiu o corpo estremecer de raiva, apontando a varinha para o comensal simplesmente acabou com ele. Lançou mão de todos feitiços que lhe vieram à mente deixando o maldito como um farrapo humano desmaiado no num canto da sala. Reanimou o marido, amarraram Avery com as cordas invisíveis e o deixaram ali caído no chão desiludido. O casal Weasley trocou um beijo feliz.

Mulciber olhou para trás e não vendo o companheiro continuou seu caminho, andava com cuidado redobrado. De repente ele viu cabelos loiros balançando na virada de um corredor, seguiu atrás a passos silenciosos. Luna que vigiava o outro lado do corredor não soube o que aconteceu, caiu de cara no chão totalmente inconsciente. Neville correu em socorro da namorada, recebendo um feitiço estuporante que foi rebatido pelo chapéu e voltou para seu agressor dando-lhe um tempo precioso para estuporar o malvado e azará-lo suficiente para ficar fora de combate por um longo tempo. Despertou Luna e ainda mandou que ficasse mais atenta.

--Presta atenção no que você faz! – Reclamou.

--Meu chapéu não funcionou. – Reclamou Luna inconformada.

--Também... Olhe só! Tem um buraco enorme nele! – Respondeu Neville tirando o chapéu da cabeça da namorada e enfiou o dedo no furo no mostrando o tamanho do buraco. – Vem, vamos esconder esse traste.

Neville amarrou o comensal, enfiou em sua boca um trapo de Luna conjurou e o dependuraram literalmente atrás da porta. Sorriram satisfeitos.

Nos gramados a coisa estava ficando feia, dementadores estavam chegando e causando frio e tristeza. Os integrantes da Ordem sentiram os efeitos devastadores que essas criaturas causavam, mas não podiam dar atenção ao que acontecia nos gramados ou seriam abatidos pela distração no combate que estavam travando.

“Expecto Patrono”. Ouviram o chamado do feitiço que espanta para longe as criaturas do mal. Mas quem estava conjurando? A pergunta ficou na cabeça de cada um sem resposta.

E aqueles seres que mais pareciam gigantescos marimbondos foram combatidos de forma espetacular. Uma quantidade imensa de Patronos saiu voando de varinhas e mais varinhas espantando as malignas criaturas que faziam vôos rasantes para atacar pelas janelas circulando cada vez mais alto em volta das torres do castelo.

Num outro canto do gramado um lobisomem tentava entrar sorrateiramente na escola. Uma flecha com ponta de prata riscou o ar cravando exatamente no centro do peito do lobisomem que com um grito altíssimo tombou morto. Ronan e Firenze trocaram sorrisos satisfeitos escondidos na floresta.

--Eu tinha certeza que esses sugadores de sangue tentariam entrar sorrateiros no castelo por ordem do Voldemort.

--Esse não será o único. Venha vamos nos posicionar melhor. – Pediu Firenze.

Já dentro do castelo, Voldemort depois de anos de ausência...

--Aqui reinarei. – Disse Voldemort alto para as paredes dos corredores cobertas de quadros por onde seguia em direção ao salão principal. Sentia prazer nas palavras que pronunciava.

Os bruxos dos quadros revoltados exclamavam indignados que se isso acontecesse, eles abandonariam o castelo deixando só as molduras vazias dependuradas nas paredes.

“Vamos nos mudar para nossos outros quadros seu traste”. – Revoltou-se um bruxo que fora retratado sentado num grande poltrona com flores cor-de-rosa.

“Criatura do mal, você não nunca terá nossa colaboração nunca”. – Gritou outro retrato de um bruxo barbudo.

Tom Riddle não deu atenção às exclamações, isso era muito pouco para ele no seu entender. Seguiu lentamente para o salão principal. Fazia como por instinto o mesmo caminho de Harry.

--Ah! Afinal uma recepção que se pode dizer razoável! – Reclamou com seus botões quando viu uma bela cadeira colocada na frente de um grande espelho com molduras entalhadas. E sentou-se confortavelmente como se aquela cadeira fosse um trono. – Daqui poderei vigiar por onde esse moleque dos diabos vai entrar. – E olhou para a porta de entrada no grande salão, e para a porta atrás da mesa dos professores. – Prefeito!

***

Por todos os lados gritos de feitiços eram ouvidos. Os gritos eram tantos que não se entendia com perfeição os feitiços lançados. Luzes coloridas eram vistas das frestas por debaixo das portas, estrondos ouvidos seguidos de gritos de dor.

Os centauros olhavam as luzes coloridas que passavam pelas vidraças das janelas da orla da floresta.

--Temos que ficar atentos, alguém pode sair correndo e precisaremos ajudar. – Comentou Ronan com a cabeça erguida para o alto do castelo.

--Quem são esses? – Perguntou Firenze apontando para uma leva de bruxos com capas coloridas que corriam pelos gramados da propriedade com as varinhas apontadas para o céu. Uma bruxa de aparência desleixada com capa roxa corria na frente de todos.

--Não faço a mínima idéia. – Respondeu Ronan.

--Foram eles que conjuraram o feitiço que mandou embora os dementadores. – Exclamou Firense cheio de espanto. – Nunca pensei que fosse viver para ver uma atitude dessas, depois de tudo que já aconteceu. – Disse para si mesmo.

Lupin travava um duelo com Rodolfo Lestrange, cada um deles atacava e contra acatava com a maior ferocidade. Enquanto o comensal lançava mão das maldições imperdoáveis, Lupin o azarava cada vez mais com feitiços que o deixavam atordoado.

--Lute descentemente lobisomem. – Rosnou Rodolfo. – Não com feitiços de criança.

--Faça melhor que isso, Rodolfo. – Respondeu Lupin jogando o feitiço do crescimento das unhas nos pés do comensal. Agoniado arrancou as botas. Fora se distraindo por um instante valioso que Lupin aproveitou para inutilizá-lo com as novas maldições.

No corredor ali perto...

--Não tem ninguém aqui. – Disse Crabbe.

--Eles estão atrás de nós. Ataque gritou Macnair com um olhar perverso em direção aos garotos que saíram correndo atrás deles.

Os jatos de feitiços, vermelhos, azuis, roxos, foram todos em direção a Harry, que protegido pelo chapéu e pelo ‘impedimenta’ que Rony projetou na frente deles os protegeu de receber as azarações lançadas com maldade.

Macnair com os olhos brilhando de ruindade apontou a varinha para Hermione para comandá-la com a maldição Império. Por um momento Hermione se virou com os olhos vazios e varinha apontada em direção a Harry, mas Rony, atento ao que estava acontecendo:

--Finite Incantatem – Disse apontando a varinha para a namorada enquanto Harry duelava com comensal.

--‘To bem. – Respondeu a garota chacoalhando a cabeça.

--Sua criatura do mal! Como ousa querer me usar para fazer mal ao meu amigo. – Berrou apontando a varinha para o comensal, que sem saber perderá todos seus poderes.

--Onde foram parar os outros. – Perguntou Harry.

--Colin e Denis saíram correndo por ali. – Respondeu Gina apontando um corredor à esquerda.

--Ai meu Merlin! Que idéia desses dois! – Reclamou Rony. – Porque não ficaram perto de nós.

--Vamos logo.

Encontraram os irmãos Creevey sendo torturados por Nott com a maldição cruciatus. Harry não acertou o comensal que rápido com um raio se mandou pelo corredor gargalhando dos garotos.

--Tem que melhor sua técnica Harry. Você não é páreo para mim.

Harry não teve tempo nem de correr atrás de Nott. Estancou onde estava.

--CHEGA. – Foi o grito que ecoou pelo castelo. – ME ENCONTRE NO SALÃO PRINCIPAL HARRY.

--SEI! O QUE VOCÊ QUER COMIGO? – Respondeu Harry com a voz tão alta quanto à de Voldemort.

Quim veio correndo ao encontro de Harry.

--Que aconteceu com eles? – Perguntou vendo os dois garotos ofegando no chão.

--Foram torturados por Nott. – Contou Gina que os reanimava.

--Estou bem. – Disse Colin já em pé.

Quando Harry se voltou para chamar Colin, ele e o irmão não estavam mais por perto.

--Esses dois vão dar mais trabalho do que ajudar. – Reclamou Rony.

--Eles foram treinados, vamos acreditar neles, ok? – Pediu Harry, que não tinha tempo de ficar prestando atenção no que os outros faziam.

E de fato os irmãos Colin não deram sossego para nenhum comensal que passou pelo caminho deles. Não que de fato tivessem travado algum duelo, mas atraiam os comensais para onde sabiam que estava algum membro da Ordem da Fênix. Os dois rapazes miudinhos aprontavam armadilhas para os seres maldosos.

Harry e os amigos acompanhados por Quim encontraram Lupin que ria das borboletinhas que Rodolfo soltava no ar.

--Acabou Rodolfo. Esqueça! Pode sacudir esse graveto o quanto quiser que mais nada você conseguirá conjurar. Sua varinha não presta para mais nada! Seu grande ser idiota. – Lupin sentia uma grande satisfação. O casal Lestrange estava acabado.

Quim amarrou o comensal, amordaçou-o e deixou-o escondido embaixo de uma cama dentro de uma sala de aula que pelo visto fora utilizada como um grande dormitório recentemente.

Lino vinha correndo pelo corredor encontro o grupo e foi contando sem meias palavras...

--Fred está ferido. Blás Zabini o pegou pelas costas. Não consegui reanimá-lo de jeito nenhum. – Contou sem fôlego. – Jorge está com ele. Fred e Jorge travavam uma briga feroz com Blás Zabini. Mas o comensal levou a melhor, jogando um feitiço não verbal colocou Fred fora de combate num segundo. Eu estava fazendo dupla com Héstia quando ouviu o grito e corremos para socorrer os gêmeos. Héstia foi atrás de Blás.

--Onde? – Perguntou Lupin se referindo a Fred.

--Lá em cima. – Respondeu e tomou a direção que indicava sendo seguido por Lupin.

--Volte para junto de Héstia, Lino e preste atenção no que estiver fazendo. – Alertou o jovem amigo.

--Vamos. Não podemos fazer nada por agora. – Disse Quim sabiamente.

Com cuidado, caminhavam pelos corredores sombrios. Perto de onde eles estavam ouviram vozes ofegantes. ‘Anda logo, quebra de uma vez essa maldita varinha’ – Uma voz feminina mandou. ‘Track’ - Ouviram na seqüência. Quim empurrou a porta com cuidado. A cena era no mínimo hilariante. Alícia, totalmente descabelada, com as vestes toda torta em volta do corpo estava sentada nas costas do pai de Crabbe, e Angelina nas pernas; ambas sem os chapéus-escudo. Crabbe desacordado sob as duas, à volta deles uma boa quantidade de fragmentos de madeira espalhados. Angelina com os restos na mão do que fora uma cadeira.

--Que aconteceu aqui? – Perguntou Harry.

--Crabbe conjurou um tornado e levantou um monte de poeira, os chapéus voaram e nossos olhos ficaram cheios de pó, me segurei na cadeira para me equilibrar e quando vi estava arrebentando a cadeira na cara dele. – Contou Angelina. – Alícia já tinha estuporado ele. – Idiota... Tal pai tal filho. – Disse revoltada.

--Bom trabalho. – Elogiou Quim, que sorria da atitude das duas.

--Legal! – Comentou Rony risonho.

--A gente não enxergava um palmo à frente do nariz. – Respondeu Angelina apontando para uma cena tão obvia; a sala parecia ter virado do avesso. – Aí lembramos do que Harry nos contou que chutou os joelhos do comensal e Neville enviou a varinha de Hermione nos olhos do outro no Ministério. – Contou achando graça do que haviam feito com o pai do colega de escola. – Então apelamos para o que tínhamos na mão.

Lupin voltou contando que mandará Fred para o hospital pela lareira da diretoria, pois parecia não estava realmente bem. Juntou-se ao grupo que continuava com toda precaução pelos corredores do castelo.

--VOCÊ NÃO VAI APARECER PARA CONVERSARMOS HARRY. – Voltou a perguntar Lord Voldemort. – ESTÁ COM MUITO MEDO? – E riu da própria piada.

--VÁ SONHANDO! – Respondeu o garoto com voz igualmente alta.

Tanto a voz de Harry como a de Voldemort era ouvida em toda extensão da propriedade. Os bruxos que estavam no gramado se arrepiaram. O tão esperado encontro ia acontecer a qualquer momento agora.

--Vamos entrar no salão por onde? Pela porta da frente ou pela da câmara? – Perguntou Gina.

--Pela porta da câmara. – Raciocinou Hermione. – Eles estarão vigiando o corredor com comensais escondidos, tenho certeza.

--Então vamos.

Mas a chegada pela câmara não foi tão sossegada assim. Hermione estava certa quanto ao corredor, mas estava errada em relação à câmara.

Jugson, Rasbatan e Rookwood, os três comensais estavam ali bem escondidos e os pegaram de tocaia. No momento em que entraram na salinha foram recebidos com chuvas de luzes coloridas dos feitiços e azarações de todos os tipos.

Gina e Hermione não deixaram por menos, usaram todo tipo de feitiços que causavam agonia física, furúnculos, oppugno, tarantallegra, densaugeo, sobrancelhas que cresciam tão rápido que não dava nem tempo de afastá-las dos olhos. Elas foram infernais literalmente.

Harry usou e abusou do Estupore e Estupefaça Plenus que sem saber o jogava cada vez com mais força. Rasbatan foi jogado com uma força sobrenatural contra a parede e caiu totalmente desmaiado no chão. Rony se apressou a mantê-lo preso e bem amordaçado.

Rookwood conseguiu prender Harry com cordas invisíveis arrastando-o em direção a porta de comunicação. Harry ficou com o braço e face esquerda toda esfolada. Porém, o comensal não conseguiu chegar até a porta, Jorge e Lino acabaram com a intenção do comensal com uma azaração ferreteante muito bem aplicada que o deixou com as costas que era um vergão só. Com a dor o comensal se descuidou de Harry que junto com os amigos conseguiu escapar. Rookwood ficou estirado no chão.

Jugson travava um combate difícil com Neville e Luna, os dois jovens não davam sossego.

--Vocês são crianças, e não podem comigo. – Ria dos dois.

--É? Veja se pode com isso... – E Neville inverteu as pernas e braços com o feitiço da troca, o que impossibilitou o comensal de poder agir. Jugson sofreou seus piores pesadelos nas mãos do casal de namorados que apesar de ficarem bem machucados causaram tantos danos quanto receberam. Luna conjurou um bando de pássaros que por pouco não o desfiguraram.

Arthur e Molly entraram na sala com varinhas levantadas. Como toda mãe notou na hora a falta de Fred - assustou-se.

--Calma Molly. Ele está em St. Mungus. Achei melhor levá-lo para receber tratamento adequado. Minerva foi junto.

Nos gramados de Hogwarts o combate esquentou, lobisomens saiam das sombras tentando entrar no castelo com a clara intenção de morder quem pudesse. Os Centauros e Hagrid com sua besta atiravam flechas e mais flechas abatendo as criaturas do mal, que caiam com frutas podres no chão. Enquanto os outros bruxos os estuporavam deixando-os caídos no chão.

Alguns aurores se juntaram com aos bruxos da comunidade que resolveram finalmente tomar uma posição junto à frente do bem, que correram para ajudar o pessoal da Ordem em Hogwarts. Como os bruxos da comunidade ficaram sabendo da ‘reunião’, ninguém sabia dizer, pois com certeza o encontro em Harry e o Lord das Trevas não havia sido divulgado.

Os Dementadores voltaram e tentavam ‘beijar’ os combatentes desavisados.

--Vamos gente. O feitiço do Patrono. – Comandou a mãe de Angelina junto com Doris Crockford que incansável, lutava ferozmente. Todos que conseguiam conjuraram o patrono, espantando de vez os terríveis dementadores.

Agouro observava toda a confusão escondido às sombras de uma grande árvore, tentava se decidir se entrava na briga que os irmãos de rebanho estavam engajados. Por fim, acabou recebendo uma mordida feia de um lobisomem que revoltado por não conseguir presa melhor o atacou. Agouro ficou ali, deitado impossibilitado de se levantar.

Gui, Carlinhos e Fleur seguiam pelo corredor que dava acesso a porta principal do grande salão quando foram emboscados por Dolohov, Goyle e Blás Zabini que estavam escondidos atrás da grande porta. Receberam ferimentos com as azarações de tudo quanto é tipo, até o cruciatus chegou até Gui, que tremeu no chão.

--Sofra meio-lobisomem! Já não basta ser traidor do próprio sangue é também meio-lobisomem? Nem para isto você presta. – Gritou Blás.

Os cabelos de Fleur como tomado por vida própria abriram-se em leque nas suas costas vendo o sofrimento do marido. Possuída por uma força que dificilmente usava mandou Blás Zabini metros de distância que caiu, totalmente inconsciente, de borco aos pés de Voldemort que estava parado no meio do salão. Foi reanimado de favor pelo seu mestre.

Dolohov também se divertia machucando Carlinhos com a maldição cruciatus quando foi azarado pelo Ministro que corria com um pouco de dificuldade para ajudar os jovens combatentes.

--SUA PRAGA! – Vinha gritando e usando o feitiço Conjunctivitus e Paralisante colocou fora de combate o maldoso Dolohav. Amarrou bem amarrado e deixou deitado onde estava com os olhos que mais parecia uma bola de golfe vermelha.

Quim e Harry viram ao mesmo tempo a barra de uma capa preta que desapareceu de vista na virada de um corredor. Trocando um olhar cúmplice os dois integrantes da Ordem da Fênix correram no encalço da desconhecida pessoa.

Escondido entre uma porta meio fechada Lucius Malfoy estava de tocaia esperando Gina e Hermione que haviam se separado do grupo para procurarem Severo Snape que não tinha aparecido na batalha.

Harry não pensou, agiu. Estendeu a varinha para a costa do comensal e usando o feitiço não verbal jogou nele as novas maldições. Virou-se para Quim e disse num sussurro:

--Vem, vamos deixar que ele se vire com seu mestre quando mostrar os feitiços que sabe fazer.

Na confusão que se instalou antes de chegar ao salão principal os amigos foram separados. Harry olhou para os lados, não viu nenhum amigo, estava só ele e Quim.

--Você vai entrar assim mesmo Harry? – Perguntou o auror, que observava os olhares que o garoto dava ao redor.

--Não da para esperar não é mesmo? Vou ter que entrar. – Respondeu com o coração batendo tão forte que a impressão que tinha era que ele ira escapulir pela boca.

--Você está bem? – Perguntou o preocupado Quim.

--Não. Mas também não tem jeito. – Disse sincero e sem pensar muito no que respondia. Seu estomago era um nó só. – Encostou-se na parede com os olhos fechados.

--Lembre-se - “A coragem diante do desconhecido é uma qualidade importante para um bruxo”. E você é um bruxo de primeira. Entro com você. Acalme-se. – Responde com firmeza o auror.

Quim estava plantando em Harry Potter o desafio. Ele como auror conhecia bem demais as características da personalidade do garoto quando desafiado, sua determinação, sua coragem aflorava e marcara para sempre suas atitudes.

--Eu sei que tenho que manter a calma, mas é muito difícil, Quim. Nós sabemos que hoje eu posso... você sabe. – Disse Harry sentindo que podia ser seu último dia de vida, não havia como negar, naquele dia seria ele ou Voldemort. – Por causa dele é que eu vivo de sobressalto em sobressalto, tem sempre alguém machucado por causa da obsessão dele em me matar. Estou cansado disso. Mas te digo uma coisa, se eu morrer hoje, ele não sobreviverá para contar vitória. Eu juro! – Disse Harry mais que determinado. – Bem, essa é a hora, não é mesmo? Vamos lá.

Quim colocou a enorme mão no ombro de Harry.

--Acredito em você. – Disse sincero.

Harry se sentiu muito agradecido pela disposição do amigo. Suspirou profundamente e empurrou a porta.

Tom Riddle estava sentado imponentemente na cadeira no centro do salão principal de costa para o espelho exatamente com Harry esperava.

Harry e Voldemort estavam finalmente frente a frente, varinhas baixadas, estranhamente calmos. Calmos? Harry fitou Lord Voldemort longamente, sua cicatriz voltou a arder violentamente, mas ele não se deixou dominar pela dor. E ele estava ali, sentado bem no meio do salão, o bruxo que tinha lhe causado dor durante toda sua vida.

--AVADA KEDRAVA. – Berrou Lord Voldemort minutos depois de trocar um olhar raivoso com Harry quando ele entrou no grande salão.

Um clarão verde inundou o lugar. Harry não pensava, estava com a varinha apontada para baixo sem reação nenhuma. Viu apenas uma imensa luz verde brilhante envolvendo o ambiente. Mas o raio não chegou a seu peito, uma forma marrom e peluda de materializou no exato momento em que Harry levou as mãos no peito. No minuto seguinte que a luz se dissipou, um homenzinho jazia deitado aos seus pés.

Pedro Pettigrew, o Rabicho acabava de saldar sua dívida com Harry Potter. Recebera a pior das maldições imperdoáveis do lugar do filho de Thiago, a quem traíra de forma abominável.

Novamente Lord Voldemort levantou a varinha.

Sem saber muito bem o que fazia Harry berrou.

--PÁRA AGORA! – E uma luz vermelha estalou de encontro à varinha do Lord das Trevas.

--Que você fez? – Perguntou Quim num murmúrio.

--Não sei. – Respondeu espanto.

E lord Voldemort baixou a varinha.

--Finalmente Harry Potter. Pensei que não fossemos conversar nunca. – Respondeu como se nada tivesse acontecido.

--É, parece que vamos ter nossa conversa. – Respondeu Harry seco. – Se você não tiver outra atitude covarde em me atacar, não é mesmo? Se você me se lembra, foi você que pediu o encontro, então... – O coração do menino que sobreviveu era um alvoroço só.

Harry e Quim empurram com o pé o corpo sem vida do traidor de sua família que rolou até perto de Tom Riddle. Voldemort olhou para aquele que fora seu seguidor.

--Só para você saber, ele tinha uma dívida de vida comigo. Salvei a vida dele. – Contou Harry.

Tom Riddle não expressou palavra; era novidade para ele a divida que Rabicho tinha para com Harry. Mas era claro que não gostara nenhum pouco de ter perdido um dos seus comensais. Podia ser um inútil, mas era mais um seguidor.

--Não imaginei que você fosse mandar aquela aberração de ser humano me receber, Harry Potter. Esperava uma recepção a minha altura.

--Você foi recepcionado por um dos meus melhores amigos, portanto considero a altura.

--Mas eu não gostei.

--Mas eu sim, e é o que basta.

Aos poucos Harry viu que alguns comensais começavam a entrar e se postarem ao lado de seu mestre. Lucius, Nott, Macnair, Goyle, Blás Zabini, e Severo Snape. Nenhum deles se atrevia a fazer qualquer coisa sem a ordem expressa de Voldemort.

Tom Riddle calado passou os olhos pelo estado que seus fieis comensais. Ele se sentiu gratificado, afinal ele tinha seis seguidores e Harry só Quim. Com certeza os outros comensais haviam dado cabo do restante dos amigos de Harry Potter. Mas o Lord das Trevas, mestre em ser dissimulado, não demonstrou sua satisfação, continuou a conversa com Harry como se nada tivesse acontecido.

--Arrogante. Arrogante como sempre. Seus pais também o eram.

--Isso você não pode tirar de mim. Sinto-me orgulhoso por ter as mesmas características deles. O que você quer comigo Tom Riddle? Veio conversar ou o que?

--Sou Lord Voldemort, esse nome que você pronunciou não existe há muito tempo. Em resposta a sua tão educada pergunta, respondo que vim primeiro conversar, depois...

--Você é Tom Servolo Riddle e sempre será e é assim que vou tratá-lo. Se não estiver satisfeito é só dar meia volta e sair por onde entrou.

Quim olhou para Harry, não era hora de dar respostas agressivas. Nesse mesmo instante Arthur entrou arrastando pelas costas das vestes o comensal que Molly dera conta. Não demorou muito Angelina e Alicia fizeram o mesmo.

Lord Voldemort tremeu de raiva por dentro, suas pupilas verticais e vermelhas cintilaram. Dois de seus comensais jaziam no chão a mercê dos amigos da Ordem.

O Ministro da Magia que entrava cutucando com a varinha o atordoado Dolohov para que andasse mais depressa murmurava espantado: Severo Snape, Lucius, Nott, Macnair, Goyle, Blás Zabini, e Pedro Pettigrew morto?! Quando disse esse último nome se lembrou imediatamente das fotografias que foram enviadas anonimamente ao Ministério pedindo a absolvição de Sirius Black. Seja lá quem as havia mandado não mentira, tinha que rever o caso tão logo regressasse ao Ministério.

Aos poucos o coração de Harry foi se enchendo de alegria, os amigos entravam aos pares arrastando, puxando e entregando aos aurores, Williamson e Dawlish. Os comensais vencidos, eram mantidos imóveis com o feitiço do corpo preso além dos outros que já sofridos. Ali, totalmente fora de combate estavam: Jugson, (pernas e braços trocados), Crabbe, Avery, Mulciber, Rasbatan amarrados por cordas invisíveis, Dolohov, não enxergava nada por causa dos olhos inchado, Rookwood, deitado gemia de dor.

--Vocês não deviam ter feito isso. – Disse vibrando de raiva Voldemort.

--Mas você pode fazer não é mesmo? Sabe... Às vezes a gente faz as coisas erradas pelos motivos certos, em outras as faz as coisas certas pelos motivos errados. Não sei em que ponto está à verdade ou onde está o certo.

--Você é muito inteligente, não é, Potter? – Falou com sua voz sibilante.

--Não, nem de longe me acho tão inteligente como você diz que sou. – Disse tranqüilo.

--Porque não me recebeu sozinho?

--Porque você não veio sozinho?

--Sempre ando acompanhado.

--Sempre estou acompanhado.

Voldemort riu baixinho uma risada fria sem graça.

--É verdade. Você sempre está acompanhado. Sempre. Harry... Mas vamos parar com esses trocadilhos, pois não tenho tempo a perder. Desde aquele nosso encontro no cemitério há três anos, tenho recuperado a cada dia mais minhas forças, estou com todos meus poderes agora. – E fitou todos que estavam ali parados.

--Sim... Nosso encontro no cemitério. É, eu tinha só quatorze anos e hoje tenho dezessete. De lá para cá muitas coisas mudaram.

--Mudaram sim... Eu sou aquele que detém o poder! – Disse Voldemort olhando para Harry com olhos faiscantes.

--É mesmo? Não estou falando disso. Estou falando que eu não sou mais criança e que não sou um jogo para você Tom...

--Não... Você é meu principal troféu. Depois dessa noite você não existirá mais. Aí banirei do mundo bruxo dos sangues ruins e trouxas. – Disse olhando com olhos raivosos para Hermione que sentiu um arrepio gelado percorrer-lhes as costas.

--Talvez você faça isso mesmo, mas se conseguir me liquidar não irei sozinho. Mas sinceramente não acredito que consiga. Então você veio aqui para me matar, se entendi sua insinuação?

--Como eu disse você é inteligente. Entendeu perfeitamente. Mas você não pode me matar, Harry Potter, sou imortal.

Harry estava começando a suar tremendamente e sua cicatriz ardia mais que nunca, porém ele não daria o braço a torcer, agüentaria firme até a hora exata.

--Acho que não é bem assim. – Esforçou-se para responder.

--Harry Potter, eu tomei providencias para nunca morrer. Você é muito inocente para saber dessas coisas. O lado que vocês chamam de bem não conhece nem metade do poder que eu tenho. Você não pode me matar, pois sempre retornarei. Sempre... – Disse triunfante.

--Ah! Sim, me lembro daquela conversa que você teve com seus companheiros no cemitério sobre as “providências” que tinha tomado para se proteger da morte. Tom, como você subestima o lado do bem! O bem é tudo.

Tom Riddle deu uma gargalhada sem precedentes diante do que Harry falou.

--Engana-se! Aliás, você é um grande embuste.

--Vou te dar uns ‘presentes preciosos’. Tome... Guarde com você de lembrança.

Harry enfiou a mão no bolso interno da longa capa verde que usava e tirou vários fragmentos e jogou aos pés de Tom os restos do que fora um dia o Medalhão de Salazar Slytherin e da Taça de uma das fundadoras de Hogwarts, Helga Hufflepuff.

--NÃOOO!!! – Berrou Voldemort alucinado. – Maldito... Como você descobriu? Como você conseguiu? COMO VOCÊ OUSOU DESTRUIR MEUS PRECIOSOS PERTENCES?

--Mas você ousou destruir meus pais! – Exclamou Harry sentindo mais do que nunca a falta dos pais que nunca tivera ao seu lado. – Por que não destruiria seus objetos encantados? É o toma lá da cá!

Enquanto o Lord se ardia de raiva e indignação pelo atrevimento do menino que por mais de uma vez frustrava seus planos, Alastor Moody entrou trazendo consigo pelas orelhas um revoltado Draco Malfoy que esperneava para desgrudar a mão do ex-auror de sua orelha. Mas não tinha o que fizesse para libertar as orelhas.

--Escondido na antiga sala de Filch usando o feitiço da desilusão. Que desilusão! Não sabe fazer nada certo a não ser se esconder. Deu um trabalho dos diabos conseguir apanhá-lo, é escorregadio como uma enguia. – E continuava a arrastar Draco pelas orelhas que a está altura era um vermelhão só. – É assim que devem ser tratados meninos rebeldes que não recebem dos pais a educação devida. Aliás, os pais desse moleque não sabem o que ensinar. Covardes, é isso que os Malfoy são.

Lucius Malfoy fuzilou Alastor Moody, o que não resolveu muito, pois Alastor sem se amedrontar empurrou o morto de medo Draco Malfoy para a guarda dos aurores que já cuidava do outros comensais.

--Como você descobriu? Como você conseguiu? – Voltou a perguntar Voldemort como se a pergunta tivesse sido feita há poucos segundos.

--Como? Não interessa como não descobri. Mas você não acredita que eu vá te contar, mesmo por que não importa. Não vai te servir de nada.

--Mas isso não é tudo. Existem mais delas, as quais você não conhece. – Disse se regozijando de seus feitos.

--Ah! Sim... O Diário. Esse já foi destruído quando nos encontramos na Câmara Secreta não se lembra? Depois de destruí-lo o devolvi para Lucius. Claro que você sabe disso, pois você o castigou um bocado por causa disso. Com o Diário são três Horcruxes destruídas. – E olhou para Lucius Malfoy. – Você sofreu pra caramba não Lucius? – Disse com um olhar de gozação.

--Do que é que eles estão falando? Que negócio é esse de Horcruxes? – Perguntou o Ministro que não entendia o assunto do diálogo por mais esforço que fizesse.

--Fica quieto chefe. Não é hora e nem o momento de receber resposta. – Respondeu Quim.

--Você não sabe o que está falando. Esquece-se de mais, muitas mais. – Rebateu Voldemort. – Ainda assim...

--Claro... Nagini. Rony e Neville tragam o bichinho de estimação do Tom Riddle. – Pediu Harry.

Rony e Neville saíram por uns momentos do salão e voltaram trazendo um grande negócio que parecia em pedaço de vidro com a cabeça da cobra dentro que rolou até aos pés de Voldemort.

Voldemort olhou espantado para a cabeça cortada de sua estimada cobra. Ela, que tanto o tinha ajudado a recuperar um corpo, rudimentar é verdade, mas mesmo assim um corpo que era só seu. Sufocou um grito para não demonstrar mais uma vez sua ira e resolveu jogar com Harry.

--Errou Potter, Nagini era apenas meu animal de estimação. Você não conseguiu, eu ainda sou imortal. Eu não usaria animal para guardar um segredo tão precioso. Ela poderia se voltar contra mim. Não, usei outra coisa que está longe de seu alcance. Você não pode me matar continuo imortal.

--Pára de blefar, não sou o idiota que você pensa que sou. É claro que Nagine era outra Horcruxes. Quando a matamos o sangue negro que saiu de sua cabeça se transformou numa pedra com um estranho formato de rosto. E sabe o que era isso? Mais um pedacinho da sua alma rasgada que se foi.

Voldemort cerrou os dentes numa clara atitude de revolta, sua mão que segurava a farinha tremeu e aos poucos foi erguendo-a, lançava a Harry um olhar furioso e cheio de ódio mortal.

Harry balançou a varinha e o capuz que cobria a cabeça do Lord caiu pelas costas deixando a mostra seu rosto ofídico de pele macilenta, nariz em fendas, pupilas verticais e completamente careca. Os presentes soltaram exclamações de horror ao conhecer no que se transformará o garoto bonitão.

--Isso não foi digno Harry Potter. Você não tinha o direito de expor meu mestre assim. – Retalhou Lucius dando um passo em direção a Harry.

--Fique onde está Malfoy. – Mandou Gina com a varinha apontada para os pés do comensal. Lucius sentiu seus pés colados no chão sem possibilidade de movimentar-se.

--Potter, chegou o seu fim. – Disse Severo Snape.

--Travalíngua! – Gritou Neville com a varinha apontada para o rosto Snape e a língua de Severo colou no céu da boca imediatamente. – Nem mais uma palavra seu nojento!

--Nem pense. – Disse Rony para Lucius quando ele fez menção de desfazer o feitiço do colega.

--Harry, Harry. Acalme seus amigos. Ainda é cedo demais.

--Tom, Tom. Acalme seus comensais. Ainda é cedo demais.

Blás Zabini estava se movendo muito lentamente a varinha se levantando, parecia que ninguém notava.

Hermione deu um passo à frente:

--Estupore. – Falou entre dentes. E o comensal caiu ali ao lado de seu querido mestre que dessa vez não tomou nenhuma atitude complacente.

O clima estava se tornando tenso. A habilidade de Harry de virar as ameaças recebidas para o próprio agressor estava chegando a ponto alto e Lord Voldemort percebeu isso e não estava gostando nada do rumo que as coisas estavam tomando.

--Chega, menino, vamos ao que interessa. Eu sou Lord Voldemort, o maior bruxo da face da Terra, o Imortal. Eu, Lord Voldemort me dou o direito de me eleger o assim.

Tom Riddle voltou a levantar a varinha, Harry instintivamente levantou a mão novamente. O raio vermelho que saiu da varinha de Tom foi dirigido ao teto enfeitiçado, arrebentando-o e não ferindo ninguém.

--Ah! Não se esqueça Tom, que quando me lançou a maldição da morte, você transferiu alguns poderes para mim. Você não sabia disso? Nossa, vejo isso claramente em seu rosto.

Tom Riddle ficou sem palavras por uns minutos.

--Me esqueci que isso podia ter acontecido. Mas não importa, não importa... – Disse Voldemort.

--Pelo jeito, na sua ânsia de fazer o mal você se esquece de coisas importantíssimas para um bruxo. Primeiro na Câmara Secreta se esqueceu que lágrimas de Fênix têm poderes curativos, e no cemitério se esqueceu da magia antiga. Você se esquece de muitas coisas.

--Mesmo assim, ainda tenho chances. Ahhh! Eu estou vivo não é? Então ainda tenho outras chances. E tenho certeza que você não as tem.

--A quê você esta se referindo? Ao Anel? Realmente não o tenho, estava com o professor Dumbledore.

Tom Riddle estava cada vez mais pasmo. Não tinha conhecimento que o anel havia sido encontrado e assim, destruída mais uma das Horcruxes. Ao todo cinco de suas Horcruxes estavam irremediavelmente destruídas. Via diante de si todo esforço de uma vida dedicada a alcançar a imortalidade, jogadas aos pedaços aos seus pés. Nunca imaginava que um adolescente de apenas dezessete anos pudesse em seis anos de prática de bruxaria, descobrir e acabar com a meta de sua vida. Todo seu trabalho em rasgar a alma em sete partes e escondê-las para garantir a imortalidade estava sendo desfeito. Harry desvendava para ele e todos ali presentes seus segredos até então guardado a sete chaves.

Nott totalmente fora da mira dos amigos da Ordem estuporou Harry Potter. A confusão tomou conta do local. Os amigos da Ordem da Fênix reagiram com tal ferocidade que só em pensar que aquela conversa pudesse chegar ao final era um pensamento muito vago.

O lindo salão principal tinha virado um campo de batalha, raios coloridos, gritos de dor, feitiços, era o que se via. Ninguém sabia quem estava sendo atacado e nem quem estava se defendendo. A poeira, resultado das paredes desmoronadas inundava tudo. As mesas das casas sempre tão bem polidas e limpas eram agora pedaços de madeira caídos aos montes no chão.

De repente sem que soubesse o porquê todos foram parando de atacar com cada grupo se dividindo.

Depois de minutos de extrema tensão e com a poeira dissipando observava-se bruxos caídos aqui e ali, sangrando, outros ainda enfeitiçados. Mas havia comensais também caídos.

Severo Snape fora o que mais sofrera nas mãos de Rony, Hermione e Gina; concentrando forças em cima do odiado ex-professor infringiram-lhe as piores azarações que podiam causar dores físicas. O resultado foi que Severo ficou desmaiado no chão, com dentes enormes, nariz sem narinas e olhos inchados; respirado ofegante pela boca.

Lord Voldemort olhava para o bando de borboletinhas coloridas que invadiram o salão, porém não desgrudava os olhos do menino que sobreviveu que fora ocultado atrás do corpo Moody, era reanimado por Quim.

--Mas uma artimanha Harry Potter? Usar borboletinhas para distrair meus Comensais?

--É. Pode-se dizer assim. – Respondeu com um meio sorriso, pela primeira vez naquele ambiente tenso, ainda sentado no chão.

Harry estava longe de sentir o meio sorriso que deu, seus nervos estavam retesados, ele não sabia até quando ia conseguir manter o ritmo da conversa. Mas ainda não chegara a hora. Tenho que esperar mais um pouco pensava. Porém não sabia por que tinha que esperar.

--Mais um movimento de um dos seus comensais, eu acabo com eles. – Ameaçou o Ministro e Moody numa só voz com as varinhas apontadas para os comensais. – Já que daqui vocês só sairão para irem à Askaban!

Voldemort percebeu que seu contingente já não era tão grande assim. Sentiu que estavam sendo subjugados não só pela Ordem da Fênix, mas também pelos representantes do Ministério que apontavam as varinhas com firmeza em sua direção. Mas ainda um dos seus comensais não havia aparecido. Rodolfo, com certeza estava na espreita defendendo-o de um possível ataque.

--Você se acha bem protegido, não Harry? Não imaginei que você pudesse ter aliciado tanta gente. Mas eu ainda tenho um servo fiel que está escondido à espera de meu sinal. – Vangloriou-se Tom Riddle.

Mal acabou de falar e...

--Tome Harry. Achamos essa coisa amarrada e escondida embaixo de uma cama. – Disse Colin que entrou no grande salão fazendo um esforço descomunal junto com o irmão para arrastar o grande comensal.

Um dos aurores se adiantou para tirar das mãos dos garotos o comensal. Harry sorriu intimamente e continuou a conversa.

--Não aliciei. Apenas juntamos forças para combater o mal que você vem impondo à comunidade bruxa. Somos todos unidos por um único objetivo: Contra você! Você não sabe que os tiranos são ameaçados e derrubados pelo povo que massacrou? Você não estudou história? – Harry falava tão rápido, fazia tantas perguntas ao mesmo tempo, que Tom apelou.

--Estão com dó de você, tudo por que aquela sangue-ruim da sua mãe morreu para te proteger. Mas a minha também morreu.

--É verdade, eu sei. Mas tem uma grande diferença. A minha mãe deu a vida para me salvar, e me protegeu com magia antiga. E a sua não. A sua mãe mesmo sendo uma bruxa de sangue puro, preferiu morrer a cuidar de você. Ela não te deu amor, coisa que você nunca teve. – Disse com desprezo na voz.

--Mas tenho o seu sangue. Esqueceu-se? Por conseguinte tenho o amor de sua mãe também.

Harry deu uma gargalhada tão sonora que deixou Tom Riddle desorientado.

--Por que, menino infernal está rindo desse jeito? – Perguntou.

--Isso só serviu para você poder me tocar. O amor não é matéria Tom, é um sentimento, ele está entranhado em mim. O amor se conquista, não se arranca a força do outro como você fez comigo naquele lugar funesto ao mandar me sangrar como um porco no matadouro por aquele ali. – E apontou para o corpo sem vida de Rabicho. – Você realmente tem a memória bem fraca. Você não conseguiu me possuir no Ministério, foi só eu sentir a emoção de poder rever Sirius mesmo após a morte, que você saiu rapidinho do meu corpo. Pelo jeito você não pode comigo. Esperava mais de você, sabe. Sempre ouvi falar que você era tão inteligente! Estou decepcionado. – Harry estava sendo sarcástico de propósito.

--Eu sou inteligente! Eu sou o MAIOR BRUXO DO MUNDO e estou aqui em pé na tua frente. – Gritou Lord Voldemort, como se com a força do grito pudesse incutir em todos que ele era o maioral.

--Não. ALVO DUMBLEDORE esse sim, foi e sempre será o maior bruxo de todos os tempos. – Gritou Harry vigor.

Uma nota melodiosa foi ouvida por todos que estavam no grande salão.

--Dumbledore está morto! – Afirmou Tom Riddle – MORTO! E não há magia capaz de trazer os mortos de volta a vida. Até parece que não lhe ensinaram isso, Potter!

--Ele nunca morrerá em nossos corações. Com isso nós o mantemos vivo. – Disse Harry com uma calma que estava longe de sentir.

--Você tem razão Tom, não existe magia que possa ressuscitar os mortos, a não ser é obvio que eles não tenham morrido de fato.

Essas últimas palavras foram ditas por uma voz conhecida, calma e baixa. Uma figura alta, toda coberta de azul escuro estava parada emoldurada pelo batente da porta atrás da mesa dos professores, com movimentos lentos despiu a longa capa largando-a no chão de qualquer jeito.

Dumbledore com veste de um azul profundo, salpicadas de estrelas e sois dourados e prateados, entrava lentamente no que fora o suntuoso salão em carne e osso. Dentro de toda sua personalidade ele estava vestido de poder. Um poder tão intenso que era quase possível tocar, tal a vibração que dele emanava. Caminhava tranqüilamente abrindo caminho com sua presença imponente e muito respeitada por entre os integrantes da Ordem da Fênix e amigos do Ministério. Não sorria, sua expressão era séria. Porém tinha consciência da presença de todos que estavam presentes.

Como um combinado tácito, os amigos e integrantes da Ordem que acompanhavam Harry naquele encontro olharam entre si com olhos brilhantes. Sorrisos carregados de emoção e amor tomaram conta do ambiente. Por um instante o salão pareceu se iluminar por si só.

Rufo, o Ministro da Magia não acreditava nos próprios olhos. Os aurores inclinavam a cabeça em respeito ao honorável bruxo.

Em sua mão ainda machucada e mais enegrecida do que nunca, segurava a varinha firmemente apontada para o chão. Parou ao lado de Harry e presenteou-o com um belo sorriso tocando o ombro do garoto a mão esquerda.

Harry sentiu uma onda de amor e felicidade tão grande como nunca sentirá na vida invadir seu corpo. O querido professor estava ali, parado a seu lado e sorria para ele. Ele ficou por uns instantes, perdido naquele olhar azul claro penetrante que durante toda sua juventude lhe acompanhara.

Lord Voldemort olhava para o que queria que fosse uma miragem, uma ilusão. Mas não! Dumbledore estava ali em pé, calmo, com sua usual postura, com a segurança com que ficara conhecido e respeitado dentro de toda comunidade mágica.

--Sim Tom. Eu! – Disse com um sorriso sincero nos lábios e olhando por cima dos oclinhos em meia lua. – Quer me tocar para ver se sou mesmo de carne e osso ainda? Não... Acho que você não se atreveria a chegar perto tão de mim, não é mesmo? Então vamos conversar. Depois combateremos. Depois. – Salientou Dumbledore movendo a varinha sutilmente.

--Como? Como é possível? – Perguntou Tom Riddle com olhos arregalados de espanto. Como podia alguém voltar à vida sem ter realizado as Hocruxes? Dumbledore não conhecia os feitiços para rasgar a alma.

--Tom, não vá tão longe em suas conjecturas, é tão simples. Apenas encenei minha morte. Não faria nada do que você fez. Esperava obter alguns resultados com a... digamos... mentira, e deu certo. Há coisas piores que a morte Tom, já lhe disse isso muitas vezes. E confesso que esse ano longe dos meus amigos foi o pior que já vivi em toda minha longa vida. Sentir a falta do afeto deles e principalmente em dar meu afeto foi minha grande provação como ser humano.

--Dumbledore, e eu já te disse que não existe o bem nem o mal, só existe o Poder. – E apontou a varinha.

--Sim, sim, já ouvi isso inúmeras vezes de você. Se eu te conheço, você deve ter saboreado com todas as letras a vitória com minha morte. Eu entendo. Se sentir livre do medo que toma conta da gente, que nos invadia sem nossa permissão, é gratificante. É... Deve ter sido muito agradável! Concordo com você, é horrível sentir medo, e é isso que você está sentindo nesse momento, de novo.

--Você morreu. Severo o matou!

--Acho que ele tentou. – E olho para o moribundo professor agora sentado no chão com dentes que parecia de castor. Sacudiu a varinha e desfez o feitiço jogado por Hermione, num gesto de piedade. – Não... Realmente ele pensou que tivesse me matado, mas como pode constatar, não conseguiu. Estava preso comigo pelo juramento que fez, por causa da palavra dada na sua absolvição. Ah! Você não sabia disso. Mais uma decepção. Assim é para os tiranos, enganados pelos próprios aliados. Instantes antes de a maldição me atingir eu já não estava mais na torre, aparatei para o jardim. Conjurei um duplo meu e desapareci dando início ao plano traçado.

--NÃO SE APARATA NEM DESAPARATA DE HOGWARTS. – Berrou Tom Riddle alucinado.

--Realmente não. Mas como você mesmo sabe que quem coloca os feitiços sou eu... Não vou subestimar sua inteligência. Mas vamos volta ao coitado do Severo. Ele acreditou que tinha realmente me atingido. Sabe... – Foi cortado por Voldemort.

--Severo sempre foi leal a mim. – Voldemort levantava a varinha levemente.

--É. É verdade. E não vou negar que ele me contou muitas mentiras, em algumas acreditei piamente, e outras me foram úteis. Sim, me ajudaram a descobrir seus possíveis planos, me induziram ao pensamento certo. E mesmo ele lhe sendo fiel você o maltratou muito nesses meses. Abaixe a varinha Tom. – Disse num tom tão imperativo que o Lord das Trevas não teve como desobedecer. Nunca ouvira Dumbledore usar o mesmo tom imperativo que ele.

--Ele falhou comigo vezes sem conta. – Sibilou Voldemort. – Mas não importa, ele aprendeu a lição.

--Claro que você ainda tem esses comensais da morte que estão ai parados ao seu lado, não por lealdade, mas por desejo de serem recompensados. Ah! A ambição! Incrível como o medo e a ambição move a pessoas a fazer coisas que não estão dispostas realmente a fazer. Ainda falta muito para a humanidade aprender a não se deixar ser dominada por esses sentimentos. Mas tenho esperanças que esse dia chegue.

Voldemort gargalhou.

--Antes que isso aconteça acabarei com os trouxas e sangues ruins. E meus comensais jamais me abandonaram. Lutarão comigo até o fim e serão regiamente recompensados.

--Sou obrigado a te contrariar mais uma vez, e sinto muito, não lamento por isso.

--Você está insinuando que não conseguirei o que desejo? – E riu novamente com uma risada mais alta e debochada.

--Claro! Você já está destruído. Você não percebeu?

--Estou acabado Dumbledore? Só na sua imaginação! Como você pode ver estou em pé e com a varinha apontada para Harry Potter, o garoto infernal que teve sorte até agora em frustrar meus planos. Mas hoje não será igual às outras vezes, estou em posição de vantagem. Que pode esses bruxos medíocres contra mim e meus leais aliados? Tenho poderes que ninguém conhece, posso acabar com vocês agora.

--Olhe ao redor de Harry. O que você vê? Você vê pessoas que estão com ele acima de qualquer circunstância por que querem estar, por que querem o ‘bem’. Está é a grande diferença. Ele não ameaçou, não chantageou, não pediu nada e recebeu muito mais do que poderia pedir.

--Estou rodeado pelos meus fieis comensais Dumbledore, que tem mais capacidade que esse bando medíocre de funcionários do Ministério e essas crianças que mal saíram das fraldas?

--Será mesmo? Por que será que não acredito. Metade em pé, e a outra metade nas mãos dos aurores. É... Claro que eu acredito que existam pessoas más e egoístas. Vocês são o exemplo vivo do que digo e você mais que os outros.

-- Dumbledore... Vocês ainda não me vencerão. Ainda tenho armas escondidas. Harry Potter com toda a esperteza que acha que tem, até agora só cantou vitória. Mas ainda sou imortal. Vocês podem tentar me matar, mas como já disse... – E disse dando um risinho debochado arrematou. - Como uma Fênix, ressurgirei das cinzas. Ainda tenho outra escondida.

O canto melodioso que invadira o salão principal se materializou. Fawkes, a fênix de Dumbledore sobrevoou o salão e pousou delicadamente no ombro de Harry, e ali ficou olhando para Tom Riddle com seus olhos negros e brilhantes. Dumbledore sorriu.

--Que esse pássaro maldito faz aqui? Mande-a embora, agora. – Ordenou no seu mais imperativo tom de ordem na voz.

Harry pareceu não ter ouvido o comando, acariciou as lindas penas da ave, sorriu para ela.

--Tom, mas que modos indelicados de tratar a fênix que cedeu uma de suas penas para o cerne de sua varinha. Que coisa mais feia! Obrigado Fawkes por ceder uma de suas pena para minha varinha. É Tom, parece que hoje é o dia das novidades para você.

--Minha varinha não tem o cerne dessa ave! – Exclamou indignado.

--Tem sim. Não é verdade Fawkes?

Com entendendo a conversa entre os dois inimigos mortais, Fawkes soltou mais uma bela nota e alçou vôo indo pousar no parapeito da lareira.

--Chega dessa ladainha de cerne de varinha. Não fuja do assunto Harry Potter. – E Voldemort olhou de forma comprometedora para Gina. – Você está sem saída Harry. Ainda tenho mais chances.

Mas dessa vez quem respondeu foi o temido professor.

--É, tem, falta uma delas e a outra e última parte é você mesmo. Quanto ao que você está se referindo, sinto muito, mas você não teve tempo em transformar Gina em Horcrux. Harry não lhe deu essa oportunidade. Claro, ele não sabia disso. Além do mais, Gina está tão impregnada de amor que você não teria conseguido colocar um pedacinho de sua alma dentro dela mesmo se quisesse. Acontece que era só a sua ‘alma’ que apareceu na Câmara Secreta. Você não sabe, mais Gina ama Harry desde antes saber o que é amar. Gina. – Chamou Dumbledore. – Aproxime-se. Rony, Hermione, Neville, vocês também.

Os amigos deram um passo à frente, rodeando Harry e Dumbledore sem medo de estarem tão perto de Tom Riddle. Olharam para ele com desprezo. Gina deu a mão a Harry que a segurou com força trocando uma corrente de forte emoção.

--Você está certo dessa vez Dumbledore. Realmente não a transformei em Horcrux, mais um dos tantos momentos de sorte do maldito Harry. Estou me referindo à outra ‘coisa’. Mas tenho que admitir, Harry Potter foi esperto em descobrir a maioria delas, mas ainda me resta uma. Uma única, porém capaz de me manter vivo, e com ela posso fazer mais, quantas mais eu queira. Ela, que só eu sei o que é, e está guardada aqui mesmo, bem perto de mim. Sim, fui audacioso, a escondi aqui em Hogwarts.

Por um momento Dumbledore ponderou, seria verdade o que Tom Riddle estava falando, ou seria mais um blefe, como ele já fizera tantas vezes? Porém se manteve impassível.

Tanto Dumbledore quanto Lord Voldemort eram exímios oclumentes e um procurava esconder do outro seus mais profundos pensamentos.

--Acho que não é bem assim Tom. – Disse Harry enfiando mais uma vez a mão no bolso interno da capa. – Você acha realmente que eu não faria de tudo para atingir meu objetivo? Você não me conhece mesmo. Veja. – A abriu a mão mostrando o Escudo, o prêmio recebido com tanto orgulho por ter culpado alguém para se livrar da culpa.

Lord Voldemort estava enfurecido. Reluzindo na mão de Harry mostrava o Escudo, tomado pela fúria gritou:

--AVADA KEDAVRA. – Berrou ensandecido.

O raio de luz verde saiu da varinha de Tom foi tão intenso que ofuscou literalmente a visão dos presentes, todos cobriram os olhos com os braços se protegendo da súbita claridade.

Que teria acontecido? Que grito era aquele que ensurdeceu todos que estavam presentes?

Harry no mesmo instante que Lord Voldemort jogara o Avada kedavra jogara o Escudo em direção à luz verde. O raio atingiu bem o centro do Medalhão. Como mergulhado em ácido corrosivo o Escudo perdeu a forma quando foi envolvido pela luz.

Gritos agourentos invadiram o ouvido de todos, porém esses gritos não eram só o emitido pelo Escudo, era também o grito de desespero do próprio Tom que se via agora sem as “providências” que havia tomado para garantir a imortalidade. Seu olhar vagou por todo recinto, olhou um a um direto nos olhos e não viu medo, viu indiferença.

Os Comensais da Morte reagiram na hora tentando vingar a honra de seu amado Lord, começaram a lançar feitiços em todos, que foi revidado imediatamente pelos presentes. Um grito reverberou no salão.

--QUIETOS. – Todos os presentes gritaram a mesma palavra ao mesmo tempo com as varinhas apontadas para os comensais.

--É Harry, você foi realmente mais longe do que eu imaginava.

--Você acreditaria Tom se eu te dissesse que até agora nem imaginava que o Escudo era uma das Horcruxes? Foi no seu pensamento que li.

Harry teve um ataque de risos.

--Porque está rindo agora?

--Porque parece que você não consegue nunca acabar comigo. Você faz planos em cima de planos e não consegue o que quer. Acredito que é frustrante.

--Posso fazer outras.

--Pode, mas não fará.

--Acredito que agora você e essa corja amante de trouxas e sangue ruins vão me matar não é mesmo?

--Não. Não vou te matar Tom Riddle. – Respondeu Harry. – Você não merece tanto e eu mão sujaria minhas mãos com a sua morte, não me igualarei a você nem mesmo num momento de desespero. Agora, se você deseja saber se vou te destruir a resposta é sim, vou de destruir de uma maneira irreversível.

E Harry falou alto, com as mãos fechadas em punhos cerrados, os olhos brilhando como nunca brilhara na vida.

--‘Eu desejo que sua morada eterna seja o espelho de Osejed’. – Falou pausadamente.

--Que pensamento original! – Zombou Voldemort de Harry.

--AVADA KEDAVRA. – Alguém berrou.

Macnair tomado pela ira contra o famoso Harry Potter tentou matá-lo, porém uma grande quantidade de borboletinhas voou em todas as direções e ouviram soluços.

--Ficou louco Macnair? Borboletinhas? E não perdoou! – E ali mesmo na frente de todos os presentes executou o fiel serviçal com a maldição da morte.

--E agora Dumbledore, que novidade é essa?

Dumbledore não respondeu era Harry que deveria tomar as providências necessárias para acabar de vez com aquele combate agora verbal.

Ao invés de responder, Harry, Gina, Rony e Hermione apontaram a varinha na direção de Tom Riddle e falaram numa só voz:

--PERPETUAM PAPILIO - AETERNUS FLERE. – Gritaram numa velocidade vertiginosa.

--Podem abaixar as varinhas todos vocês, não há mais nenhum perigo dentro deste salão. – Disse Dumbledore com a voz mais calma do que estivera há anos.

Voldemort gargalhou mais do que nunca em sua vida. Mostrando toda sua altura na mais imponente das poses sacudiu a varinha. Foi imediato, borboletas invadiram o salão principal e lágrimas escorriam de seu rosto contorcido pelo esforço em lançar os feitiços mais fortes que conhecia.

--Eu sou o Lord Voldemort. Eu posso tudo. – Dizia entre soluços.

--Mais uma vez você está enganado. Agora você é mais do que nunca o que sempre foi, Tom Servolo Riddle, e mais nada, o garoto mestiço que foi criado num orfanato sem afeto e sem ninguém.

Voldemort tentou num gesto de desespero matar o professor Dumbledore que não se deu ao trabalho de se mover; a varinha continuou abaixada. Borboletinhas saíram de sua varinha e ele chorava.

--Que ilusão é essa agora Dumbledore. – Perguntou limpando o rosto com as mangas das vestes. – O que feitiço é esse?

Harry estava no auge de suas emoções, sentia o corpo tenso como as cordas de um violino. Com um grito deu vazão a toda dor que sentirá na vida, deixou que ela abandonasse seu intimo, libertando sua mente de tudo que passara na vida.

Chegara a hora. E sem usar a varinha, flexionando e impulsionando os braços para frente num claro movimento de quem empurrava alguém para longe, gritou com todas as forças que tinha e desta vez sozinho.

--ESTUPORE.

Como a força que saiu da suas mãos foi forte demais, Harry desmoronou no chão e imediatamente acudido pelos amigos. Porém, estava consciente e seu pensamento estava focado na atitude que tivera. Rezava para o que tinha planejado funcionasse. E funcionou.

Tom Riddle, não se sabe como fora parar dentro do espelho, todos viam espalmadas as mãos no cristal do espelho. Pelo tamanho da abertura da boca com certeza estava berrando, mas seus gritos não eram ouvidos pelos presentes.

--Por favor, não se atrevam. Não quero ferir ninguém, e muito menos ficar mais ferido do que já estou. – Disse Dumbledore mais para Severo que estavam prontos para vingar seu Mestre.

--Vou acabar com você agora Dumbledore. Vou fazer o que sempre quis fazer: acabar com você.

Lucius levantou a varinha em direção a Dumbledore, mas não chegou a fazer nenhum anel de cabala. O senhor Olivaras saiu de onde estivera escondido vendo tudo que acontecia, atravessou com passos largos o salão, arrancou a varinha da mão do comensal e com um movimento brusco partiu a varinha em pequenos pedaços.

Dumbledore continuou parado.

--Não, acho que você não vai fazer mais nada. – Respondeu Olivaras no lugar do amigo, se dirigindo calmamente para perto de Arthur e Moody.

--O que é isso Dumbledore? – Perguntou Severo se referindo aos insetos que já haviam desaparecido.

--Isso Severo, é uma maldição, não imperdoável, pois não causa danos físicos, apenas danos mágicos. A partir de agora vocês, ditos puro-sangue com tanto orgulho são tão ou mais trouxas que os próprios trouxas que tanto odeiam. Sim Lucius, você é um grande trouxa.

Lucius não acreditou, arrancou a varinha das mãos de Severo e sacudiu de todos os modos que conhecia, executou todos os anéis cabalísticos e nada. A única coisa que conseguia era provocar risos nos presentes e chorar por causa da maldição e de raiva.

Severo Snape não sabia o que pensar, o medo tomou conta dele. Será que ele também perdera seus poderes mágicos?

--Tente Severo Snape. Tente seu covardão. – Mandou Harry jogando uma varinha que apanhou do chão em direção ao odiado ser.

E Severo novamente obedecendo às ordens de Harry sacudiu a varinha. Surpreso olhou para os insetos coloridos que sobrevoavam sua cabeça.

--Porque será que você sempre me obedece, hein? seu projeto de ser humano? – Perguntou Harry ao ex-professor.

--Ele responde, Harry, por que está enfeitiçado para responder a todas suas perguntas. Uma maldadezinha que fiz quando finalmente entendi que você sempre estivera certo em relação às suas desconfianças. – Explicou Dumbledore. – Achei que... Bom, achei que seria muito educativo ele se submeter às suas vontades. – Completou com um tranquilamente.

--Você não fez isso comigo! – Exclamou Snape para o diretor. – Nunca dei motivos!

--Deu muito mais do que você pensa. E vê se cala essa boca trouxa. – Mandou Harry.

--Você está morto Potter. – Bradou Lucius.

--Estou é? Por que será que me sinto tão vivo. – Respondeu sentindo um alivio que nunca sentira na vida.

Dumbledore se voltou para o espelho de Ojesed.

--Ola Tom, gostou de sua nova casa? – Perguntou Dumbledore para o ‘espelhado’ Tom Riddle. - Sim, você irá morar eternamente nessa limitada dimensão. Se bem entendi o feitiço que Harry fez. Não morrerá, e com isso dou à mão a palmatória, você se tornou imortal, mas também não comerá, não beberá, não terá amigos e muito menos seguidores, e o mais importante não fará mais nenhuma mágica.

‘Confesso que estou mais uma vez surpreendido com a coragem e imaginação de Harry. Desde que o conheci, não houve um só ano sem que ele me surpreendesse. E dessa vez foi a mais fantástica’.

‘Não se estresse, não posso ouvi-lo, ninguém pode, mas sei que você pode me ouvir. Tanto é verdade que estou lendo nos seus lábios que sou amante de trouxa e essas coisas que você costuma dizer a meu respeito. Sabe, acho que é justo você saber que esse seu cárcere é o melhor que Harry pude te arrumar, ele não se arriscaria deixa-lo em Askaban. Nunca iria imaginar que esse menino que sobreviveu fosse aprimorar de forma tão esplendida o feitiço com que fiz para guardar a Pedra Filosofal. É, foi a melhor idéia que já vi em toda minha existência. Askaban é muito vulnerável para te abrigar. Se não estou enganado, pouquíssimas pessoas poderão te ver. Por quê? Por que para que isso aconteça à vontade deverá estar entranhada no mais profundo desejo, e não acredito que alguém na comunidade bruxa terá esse desejo. Posso estar enganado é claro’. – Completou Dumbledore movendo a cabeça de um lado para o outro.

Os comensais da morte olharam um para o outro em busca de instruções, pela primeira vez não sabiam o que fazer, alguém precisa comandá-los.

--Williamson, por favor, pode levar esses comensais para Askaban. Não se preocupe, eles não podem fazer qualquer tipo de magia. – Pediu Rufo.

Dumbledore olhou a redor.

--Temos muito que fazer para deixar este castelo habitável novamente, mas, tudo isso pode ficar para depois, não há nenhuma pressa. A única pressa agora é me reunir com meus queridos amigos. Acho, e tenho certeza que não estou enganado, temos muito a conversar. Molly, querida, não dispensaria os quitutes que você sabe preparar com tanto amor com uma boa xícara de chá ou quem sabe um bom conhaque.

Fred entrou afobado pela porta no salão mostrando através da camisa mal vestida uma larga bandagem tinta de púrpura que envolvia seu peito, nas mãos, arrastando pelo chão trazia a capa que estava vestindo quando fora atacado.

--Que aconteceu, o que foi que eu perdi? – E olhou para a pessoa imponente que estava olhando de volta para ele com um grande sorriso. – Eu morri? – Perguntou atordoado.

--Não! Você está vivo e bem vivo, assim como o professor Dumbledore. – Disse Molly que correu para abraçar o filho aliviada.

Minerva McGonagall entrou correndo pela porta mesma porta atrás de Fred sacudindo as mãos no ar.

--Venha cá seu menino louco, você ainda não teve alta do hospital! – Parou de falar pondo a mão na boca e só conseguiu exclamar:

--Nossa! Alvo! Você não morreu?

Ambos foram presenteados com uma sonora gargalhada do professor.

--Eu sabia que iria causar espanto com meu aparecimento, mas nunca pensei que alguém fosse pensar que tivesse morrido.

Nos gramados...

Um lobisomem jazia com uma flecha de prata lançada por Firenze. Ao seu lado, agonizante, o centauro Agouro estava caído com uma grande mordida no pescoço dado pela criatura, falando com dificuldade disse:

--Você tinha razão Firenze, não interpretei corretamente a mensagem dos planetas.

--Fique quieto. Vou chamar alguém para te ajudar.

--É tarde...

--Será tarde se você continuar falando como uma velha comadre.

Nisso uma bruxinha miúda acompanhada por Arabela Fig passou perto dos centauros e notando a agonia de Agouro e se ajoelha.

--Cala essa boca sua mula velha e me deixe estancar o sangue dessa ferida, até que Papoula chegue até aqui.

--Não sou uma mula sua bruxa enrugada! – Respondeu atrevido.

--Não é mesmo, é uma jumenta das mais empacadas! – E com um olhar feroz fez com que o centauro se calasse permitindo que fosse socorrido.

***

Dumbledore foi até os gramados conferir o que havia acontecido. Parou no alto da escadaria. Enquanto estava ali parado olhando ao redor, todos que estava no salão passaram por ele, desceram as escadarias e sem combinarem começaram a aplaudir, e aplaudir. Foi a maior ovação que o professor recebeu na vida. Seus olhos claros ficaram marejados de lágrimas.

--Obrigado, obrigado. Mas não é a mim, que vocês devem aplaudir e sim a vocês mesmos. – E ele sozinho bateu palmas e se reclinou numa reverencia para todos da comunidade mágica que ali estavam. – Que Merlin, abençoe a todos vocês. A coragem que vocês demonstraram hoje ficará gravada na história bruxa e será contada de geração em geração. Muito bem, agora acho que você merecem a comemoração que está sendo esperada há tantos anos. Vão se divertir e espalhem a noticia. ‘Voldemort é um espelhado’.

E aos poucos os bruxos foram se dispersando, combinando irem ao Três Vassouras para comemorarem. E essa comemoração duraria horas, Dumbledore tinha certeza.

--Venha professor, hora de tomar chá. – E Molly sorridente, pegando na mão do professor e muito delicadamente o conduziu até o Portal.

A cozinha da Sede de repente pareceu pequena demais, foi necessário de Gui junto com Carlinhos conjurasse cadeiras para que todos pudessem ficar acomodados. Só Hagrid ocupava o lugar de três!

Foi um alvoroço. Um fala, fala, onde ninguém conseguia entender ninguém. Todos queriam contar para o amado professor o que tinham acontecido durante os meses em que ele esteve ausente.

Com muita delicadeza para não ofender ninguém Dumbledore ergue a mão esquerda e falou:

--Mas eu sei de tudo que aconteceu. – O silêncio imperou na apertada cozinha.

--Como pode ser professor? – Perguntou Harry.

--Ora, simplesmente estive presente em todos os acontecimentos. Estive colado em você desde o dia que você abandou a Rua dos Alfeneiros. Estava lá parado te observando quando você me confundiu com um comensal. – Ele riu. – Acho que a capa preta que usava confundiu você. Depois te vi indo para A’Toca e depois indo conhecer sua casa em Godric Hollow e tudo mais.

--Mas o senhor conversou comigo no pelo retrato na sua sala? – Exclamou Harry.

--Ah! Aquele dia foi realmente interessante. Tive que usar toda minha astúcia para encenar aquela conversa. Estava meio sonolento sabe. E tive que agir rápido. – E voltou a rir. – Depois azarei Snape, através dos braços de Moody, quando ele estava tentava entrar escondido em Hogwarts. E quando vocês estavam organizando reunir a AD; você Harry quase me viu. Foi um descuido meu, aliás, foram duas vezes que você quase deu de cara comigo.

--Mas pelas barbas de Merlin! Onde você estava? – Perguntou Moody.

--Aqui mesmo. Está é minha casa.

--Onde? – Quis saber Harry.

--Ali. – E o professor abriu uma porta da cozinha que se abria para um pequeno hall onde havia uma porta que ia exatamente para a diretoria e consequentemente para os aposentos do professor. - Na realidade está moradia pertence aos professores que se tornam diretores. Só tive que dar um jeitinho para que vocês pudessem ir e vir através do Portal, como vocês apelidaram a passagem. Então sempre estive perto o tempo todo, mas muito triste, pois não podia me revelar. É muito triste. – Disse balançando a cabeça.

--Professor, e quanto a Voldemort? Ele se foi dessa vez para sempre? – Perguntou Harry mudando de assunto uma vez que já tinha as respostas para as perguntas mais imediatas.

--Harry, uma pergunta intrigante. Seu desejo foi muito forte, na verdade foi intenso. Foi mais ou menos pensando como você foi que eu escondi a Pedra Filosofal no espelho. Porém, desejei que a pedra fosse localizada por alguém que não quisesse utilizá-la, Nicolau precisava dela. Com você o desejo foi mais além. Você desejou que o espelho fosse a moradia eterna de Tom.

--E como fiz o estupore sem a varinha?

--Isso já aconteceu outras vezes, sabe. – Acrescentou Moody. Era um enigma a atitude que às vezes Harry tinha.

--Quando? – Perguntou Harry. – Como eu não percebi!

--Da mesma forma como transformou em balão, sua, digamos conhecida tia Guida. Deixando o amor tomar conta de todo seu ser no desejo de proteger os que lhe são caros. Quando você ama, Harry, você por inteiro.

--E o que será do espelho? – Perguntou mais uma vez Harry.

--Ah! Se não estou enganado, Rufo o colocará numa das salas do Departamento dos Mistérios no Ministério. Acredito que ele pedirá para conversar com você sobre isso Harry.

Harry só olhou para o professor.

E a reunião foi noite a dentro...

***

--E foi assim que tudo terminou há cinco anos. Harry Potter sem sujar as mãos derrotou o pior bruxo das trevas de todos os tempos. – Contava Minerva McGonagall sentada na cadeira da diretora no Salão Principal para a nova turma de alunos do primeiro ano da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, enquanto os alunos mais velhos se divertiam nos gramados da propriedade no dia em que se comemorava a libertação da Comunidade Mágica. Dia 10 de junho.

--Mas ele morreu mesmo professora? – Perguntou uma garotinha que mostrava nos olhos o terror de que Voldemort pudesse voltar.

--Ah! Essa é uma pergunta intrigante...

FIM
***

23/06/2007 – 09hh30’

Bom, agora que terminei a fic, vou me dedicar mais a ler as fics que acompanho. Esses escritores são ótimos e só tenho boas palavras para falar deles. Não posso dizer que há uma fic preferida, pois estaria sendo completamente injusta, gosto de todas sem exceção.

As fic que leio são:
1. O Grande pode de Harry Potter.
2. Quase um conto de fadas.
3. Harry Potter e a magia do amor.
4. Harry Potter e o fiel do Alvo Dumbledore
5. A herdeira do mal
6. A ressurreição da Fênix.
7. Harry Potter e a batalha perdida.
8. Harry Potter e a herança secreta.
9. Harry Potter e a magia branca.
10. Harry Potter e o enviado da luz.
11. Harry Potter e o espelho real.
12. Harry Potter e o livro perdido.
13. Harry Potter e o príncipe mestiço.
14. Novo tempo.
15. O encantamento das almas.
16. A fênix e o dragão.

Quanto aos leitores e aqui só para citar alguns: MarciaM, Sô, Molly, Lily, Amanda, Vivi, Expert, Marcelo, Gina, Potter, Tadeu, Solange, Eline, Lola, Zoey, Manu, Victor, Thiago ,Paulo, Adriana e tantos outros, anonimos ou não que me brindaram acompanhando a história me estimulando, elogiando e criticando.

Bem... Só me resta agora agradecer de coração.
Obrigada pela paciência e atenção.
Abraços e beijos.
McGonagall.

ps.: talvez haja uma segunda história, não bem uma continuação, mas uma aventura. Caso eu a publique, colocarei o link aqui.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.