No hospital




17 – No hospital

Apesar de estar mortificado por mais uma vez ter perdido a oportunidade de pôr as mãos em cima de Harry Potter e assim dar fim de uma vez por todas na maldita profecia, Voldemort estava satisfeito com as notícias que Bellatriz lhe dera.

-Então o garoto está machucado. Bom, muito bom. Ele não pode fazer nada. Que ótimo! – Lord Voldemort estava realmente satisfeito em saber Harry Potter doente.

-É, Mestre, mas o garoto sumiu. Quando olhei em volta, ele não estava mais lá.

-Mas claro... Devem ter usado o Feitiço da Desilusão. Com certeza ele deve estar em St. Mungus, é pra lá que levam os doentes que sofreram danos por qualquer tipo magia. – Disse, com um sorriso no rasgo que tinha no lugar da boca. – Lord Voldemort pensava com lógica.

Os Comensais da Morte estavam reunidos na grande sala do quartel-general de Lord Voldemort e vangloriavam-se do ataque em Hogwarts.

-Vocês fugiram, seus idiotas! Todos vocês são uns covardes. Foi só os aurores chegarem que vocês fugiram com o rabinho entre as pernas.

-Mestre, foi Bellatriz que mandou que nos retirássemos. Nós teríamos ficado e dado cabo deles com certeza. Mas ela mandou que viéssemos embora. – Respondeu educadamente Nott, com olhos baixos em sinal de respeito.

Lord Voldemort não deu atenção à explicação de Nott. Seus pensamentos já estavam buscando outra forma de conseguir capturar o menino que sobreviveu.

-Bella, como Draco se saiu?

-Atacou muito bem, Mestre. Até que leva jeito, essa miniatura de Lucius. – Respondeu sarcástica.

Draco estava em pé afastado o bastante de Voldemort, mantinha seus olhos quase cobertos pelo capuz da capa negra, olhava para o chão. Se o Mestre pudesse ver seu rosto inteiro notaria que o novo membro não mostrava expressão nenhuma. Era como se não tivesse sentimento nenhum. Snape estava a seu lado, mas eles não conversavam.

-Ótimo! Draco, a partir de agora você participará de todos os ataques. Seja esperto e não faça besteira como o atrevido e idiota de seu pai, não se deixe pegar e não me decepcione, menino.

-Sim senhor, Mestre. – Respondeu com os olhos baixos sem encarar o Lord.

-Ataquem o Ministério e deixem os aurores no chão e depois o hospital. – Mandou. – Bella, entre no hospital sem ser notada e me traga o garoto. Não faça mais besteiras. Você ouviu o que eu disse?

Voldemort tinha certeza que dessa vez não teria como Harry Potter escapar. Qual doente fugiria estando entravado em cima de uma cama?

-Sim, Mestre. – Respondeu obediente. – Dessa vez a captura é certa. – Arrematou com o característico sorriso maquiavélico.

Bellatriz ainda olhava cheia de ressentimento para Rabicho. “O rato traidor”, como passara a chamá-lo desde o dia em que fora castigada. Sempre que se lembrava do que tinha sofrido por causa dele pensava – “Você ainda vai me pagar caro”.

Pedro tinha se saído bem avisando o Mestre que Harry Potter estava em Hogwarts. Um golpe de pura sorte apenas. Mas isso não iria ficar assim. Ela armaria uma para que ela e só ela ficasse em evidencia e nas boas graças com o Voldemort. Ela não aceitava de jeito nenhum ser passada para trás.

-Draco. – chamou Snape.

-Que foi? - Respondeu seco.

-Precisamos conversar. Você precisa intensificar seus ataques.

-Certamente. – Respondeu e virou as costas para o antigo professor se dirigindo para o interior do quartel general de Voldemort.

***

11 de setembro

-Saiam todos... Vamos... Todos para fora do quarto. – Disse tocando-os do quarto. - Temos muito que fazer por esse menino. – Colocou a mão na testa de Harry. - A temperatura não está boa, ele vai acordar a qualquer momento. – Madame Pomfrey falava e agia rápido. - Vamos examiná-lo, temos muito que fazer. E não queremos ninguém aqui dentro, entendeu, mocinha? – Falou olhando para Gina.

Papoula Pomfrey, a enfermeira de Hogwarts, estava na casa dos familiares e quando avisada por Minerva sobre o estado de saúde de Harry, não pensou duas vezes, reuniu seu material particular e se dirigiu para o hospital. Não que não confiasse nas competências dos profissionais de St. Mungus, mas preferia estar perto do aluno de quem já cuidara tantas vezes. Conhecia o garoto e sabia lidar com ele. Além disso, era sempre bom ter alguém da Ordem dentro do hospital numa situação dessa.

-Não tem problema, fico no corredor mesmo. Mas daqui não saio. E estou avisando, vou estar bem aqui quando ele acordar, quero e vou falar com ele. – Informou Gina, olhando profundamente para Madame Pomfrey, apontando para dentro do quarto.

-Eu também. Vou ficar com Gina. – Disse Hermione, solidária.

-Tá. Então agora vão para fora.

As medibruxas se entreolharam. As meninas eram realmente determinadas e não arredariam o pé dali enquanto não conseguissem falar com Harry.

Enquanto as meninas se dirigiam para o corredor, Madame Pomfrey examinava Rony e informava que ele já podia deixar o hospital, porém continuaria com o braço enfaixado até o dia seguinte por precaução e deveria continuar a tomar a poção por mais dois dias.

Perto do meio-dia Harry acordou com um gemido longo e doloroso, levando as mãos no rosto e ficou agitado.

-Que é isso nos meus olhos? Tira... Tira isso daqui. – Sentou-se e começou a tentar arrancar as bandagens, mas quando relou nos olhos sentiu dor e parou.

Ansioso e nervoso, quis saber onde estava e por quê. Madame Pomfrey segurou as mãos dele com paciência, identificou-se e informou-o que ele estava no hospital.

-Não, senhor Potter. Não faça isso... Seus olhos estão muito machucados. – Madame Pomfrey foi rápida em segurar as mãos dele. – Acalme-se, sim? Já vamos tirar as bandagens da sua cabeça. Fique quieto um instante.

As curandeiras removeram as bandagens já sujas da secreção que não parava de escorrer, mas não esperavam o grito que Harry deu, um grito de desespero.

-Por que não estou enxergando? Que aconteceu comigo? Remo, cadê você? – Falava num fôlego só. Ele não se lembrava do que havia acontecido.

As curandeiras e Lupin num atino trocaram um olhar que significava “o que está acontecendo?”. Mas não falariam nada na frente de Harry, afinal nem eles sabiam o que estava acontecendo.

-Senhor Harry Potter, o senhor sofreu um grave acidente. Deixe-nos lhe ajudar, está bem? O senhor não está bem.

-Estou aqui, Harry... Acalme-se... – Disse Lupin firme, segurando nos ombros do garoto, forçando-o a permanecer deitado, impedindo que se mexesse demais. – Harry... Estamos todos com você. A professora Minerva, toda a família Weasley, os professores e Hermione estão esperando lá fora para te ver. Agora fique quieto para receber os tratamentos. Logo os curandeiros farão um exame mais apurado e aí sim saberemos o que aconteceu, está bem?

Informar ao garoto que ele não estava sozinho e que todos estavam esperando para vê-lo surtiu resultado imediato, ele aquietou-se.

-Quero falar com eles. – Disse com a voz sumida. A dor não lhe dava trégua. – Ai... Meus olhos estão doendo.

Uma das medibruxas deixou o quarto em perfeito silêncio. Não demorou e voltou acompanhada por um medibruxo de idade avançada, cuja aparência impunha respeito. Silenciosamente ele presenciou a angústia do garoto.

-Claro que estão! Beba isso... Logo vai passar a dor. – Harry bebeu sem reclamar, a dor era muito grande.

-Bem, bem. Calma, menino... Vamos ver o que está acontecendo com seus olhos. Por favor, fique quieto enquanto te examino. – Manifestou-se o respeitável medibruxo.

Harry estranhando a autoridade da voz obedeceu sem questionar.

Depois do exame o medibruxo mandou que as curandeiras fizessem o curativo e fez um sinal para Lupin informando que conversariam fora do quarto. Lupin confirmou com a cabeça.

-Quero falar com meus amigos. – A voz de Harry era um murmúrio.

-Depois que fizermos os curativos eu os chamo. Agora nos deixe fazer nosso trabalho para que o senhor melhore rápido.

O garoto ficou quieto enquanto as medibruxas cuidavam delicadamente de seus olhos, mas não parou de conversar com Lupin com palavras enroladas.

-Já venho, Harry. Vou avisar os outros que você já acordou. Eu já volto. – Foi a desculpa que Lupin deu para poder sair do quarto sem levantar suspeitas, já que iria conversar com o medibruxo.

-Bom, senhor Lupin. Harry Potter está cego. Mas é claro que vamos fazer tudo o que for possível para que ele recupere a visão. Não vai ser fácil. – Informou o medibruxo. – Pode voltar para o quarto, é essencial que o menino não fique agitado, ele terá dores.

Lupin entrou no quarto já conversando com Harry, atendendo às primeiras instruções do respeitável senhor.

-Remo, o que aconteceu? Não consigo me lembrar muito bem das coisas.

-Harry, quando você destruiu o Escudo saiu uma fumaça que envolveu a todos nós e afetou seus olhos. Não sabemos por que você não esta enxergando.

Como Harry não perguntara nada do ataque, deliberadamente Lupin omitiu tudo, para evitar que ele ficasse agitado demais.

-Quê? Mas vou voltar a enxergar, não é? – Perguntou ansioso. – Quando vou sair daqui e ir pra casa?

-Não sei, Harry. Entenda, só sabemos que seu estado não é muito fácil. Você vai continuar aqui, sinto muito.

Harry gemeu alto de desespero e de dor.

-Por quanto tempo vou ter que ficar aqui? Não quero ficar sozinho! Quero ir embora. – Algumas palavras que pronunciava saiam meio enroladas.

-Não sei quanto tempo ficará internado, mas vou ficar com você o tempo que for necessário. Não se preocupe.

Quando as medibruxas terminaram de fazer os devidos curativos, madame Pomfrey colocou um copo na mão dele e mandou que tomasse.

-O que é isso?

-Uma poção para dormir com remédio para febre.

-Não. Primeiro vou conversar com meus amigos. Depois tomo.

-Tome agora. – Insistiu a curandeira. – O senhor está com febre alta e precisa descansar, nem falando direito o senhor está.

-Não. Depois. Se eu tomar agora caio no sono e quero falar com meus amigos.

-Deixe ele conversar com os amigos primeiro. Do contrário ele não vai sossegar. – Disse Lupin, conciliador.

-Ahhh! Está bem. – Respondeu a curandeira, inconformada. – Mas ele vai tomar esta poção daqui a pouquinho. – Retalhou firme. – Senhor Potter, o senhor só vai conversar por alguns minutos. Entendeu?

Gina, colada na porta do quarto, ouviu Lupin dizer que iria ficar no hospital com Harry. Empurrando a porta entrou no quarto sem autorização, dizendo:

-Eu também vou ficar com você.

-Gina? – Perguntou, mas sua voz não mostrava emoção.

-Estou aqui. – Disse ela, segurando sua mão.

-Cadê o Rony e Neville? Eles estão bem?

Rony, que permanecia no quarto, tinha recebido ordem de ficar de boca fechada, estava quieto sentado em sua cama e respondeu antes de Gina.

-Estou aqui, cara. Estou bem. Neville esta lá fora. Tá tudo bem com ele.

Harry sossegou um pouco ao saber que os amigos estavam bem.

Os outros que estavam esperando do lado de fora do quarto foram autorizados a entrar, porém por pouquíssimo tempo. A preocupação com o amigo era grande demais e já sabiam que o quadro de saúde dele era dos mais delicados, pois tinham ouvido, em silêncio, a conversa de Remo e o distinto medibruxo. Mas a visita não demorou muito. As curandeiras logo expulsaram todos para fora do quarto alegando, com razão, que o garoto precisava de sono para poder se recuperar bem. Porém não conseguiram tirar Gina, Rony, Hermione e Neville. Eles eram teimosos demais para ceder facilmente. Lupin interferiu novamente, dizendo que era melhor deixá-los ficar um pouco mais, assim Harry ficaria mais calmo. Muito contra a vontade, a curandeira e Madame Pomfrey acabaram concordando, já que ele ficaria mais tranqüilo. Na verdade Lupin queria ver o amigo feliz, e iria continuar interferindo até que Harry ficasse mais calmo. Todo o acontecido já era triste demais para o garoto.

-Hora de tomar a poção. Tome sem reclamar, Harry. Agora. – Mandou Madame Pomfrey, com um tom de voz que não admitia contestação.

Harry primeiro se sentou na cama, mesmo contra a vontade de Madame Pomfrey e, segurando o copo que ela lhe colocava nas mãos, engoliu a poção sabendo que iria dormir muito rápido.

Apesar de seu estado ser grave e das dores que sentia, ele queria porque queria ficar acordado, mas foi vencido pela poção. Finalmente adormeceu.

Lupin aproveitou a oportunidade para levar os garotos para casa, todos precisavam descansar, principalmente Rony. Prometeu que os traria de volta tão logo fosse possível. Madame Pomfrey se ofereceu para ficar com Harry no quarto, dessa forma Lupin também poderia ir embora e repousar. O antigo professor estava um caco. Ela garantiu que o garoto só acordaria depois de pelo menos 15 horas, a poção era muito concentrada. Vencidos pelos argumentos, acabaram aceitando a sugestão do professor, não sem antes garantirem que realmente voltariam para o hospital no dia seguinte.

Foram embora via flu. Chegando na antiga casa de Dumbledore, cada um deles se fechou no seu mundinho particular e logo depois do jantar foram deitar. Não estavam com muita vontade de conversar. Sentiam-se desolados pelo estado do amigo.

De madrugada Hermione acordou ansiosa. Sentia seu coração apertado por causa do estado de Harry, a quem amava como a um irmão. Andava pra lá e pra cá dentro do pequeno quarto. Gina acordou com o barulho que a amiga fazia e perguntou o que estava acontecendo.

-Gina. Não dá para ficar parada. Precisamos ajudar Harry. Quando estava no primeiro ano de Hogwarts li e estudei num livro as descobertas do Professor Dumbledore sobre o Sangue de Dragão, ele tem muitas utilidades e aplicações e tenho certeza absoluta que pode ajudar Harry. Mais que droga não ter decorado todas as informações e não saber como preparar as poções de cor! Preciso desse livro novamente, mas ele está em Hogwarts. – Hermione estava indignada consigo mesma. Como podia não saber as poções de cor?

-É mesmo! Também estudei. Então vamos tratar de consegui-lo rápido. – Disse, sentando-se na cama completamente desperta. – E como vamos fazer para conseguir o livro?

-Não sei. Mas vou dar um jeito. – Respondeu espremendo os olhos. Numa atitude impulsiva saiu do quarto. Gina foi atrás ver o que a amiga iria aprontar.

Hermione foi para a sala de estar, pegou pena e pergaminho na escrivaninha e começou a escrever freneticamente, não dando atenção às perguntas que Gina fazia.

-Gina, volte para o quarto, prometo te contar tudo daqui a pouco, ok?

Não queria que as encontrassem na sala e ficassem fazendo perguntas. Gina atendeu. Demorou um bocado, quando voltou mostrava um ar de satisfeita.

-Para quem você estava escrevendo?

-Escrevi uma carta para a Professora McGonagall. Expliquei para ela a situação e pedi para que ela mandasse o Dobby trazer o livro para mim.

-Você a acordou?

-Não! Claro que não. Escrevi a carta e a coloquei por debaixo da porta. Assim, ela a lerá logo que acordar e pode providenciar o que pedi.

O dia amanheceu e com ele os garotos ansiosos, cobrando de Lupin a ida para o hospital.

-Vocês só vão para o hospital depois que estiverem bem alimentados. Já chega de doentes na casa. Não quero saber de desculpas. – Falou Molly, muito brava, vendo a ansiedade que demonstravam para irem para o hospital. – E você, Rony, pode tratar de engolir toda a poção. – Finalizou, colocando um copo com o medicamento nas mãos do filho.

E ficou plantada em frente aos quatro com as mãos nos quadris até que se deu por satisfeita. Eles estavam alimentados.

Rápido demais para o gosto da Senhora Weasley, os garotos vestiram as capas e ficaram esperando por Lupin impacientemente em frente à lareira. Gina perguntou para Hermione.

-Dobby já chegou?

-Não, acho que ainda não deu tempo de achar o livro. A professora McGonagall deve ter ido só hoje muito cedo para Hogwarts, pois não a vi na mesa do café, e olhe que estou acordada desde muito cedo.

-Por que está esperando por Dobby? – Quis saber Rony.

Enquanto as meninas o colocavam a par do assunto, notaram que o Professor vestia capa para saírem. Não demoraram a chegar ao quarto de Harry, que ainda dormia.

Nesse meio tempo, Remo se inteirou sobre o estado de garoto. As notícias não eram nada animadoras. Harry tinha piorado muito durante a madrugada. Gina teve um ataque de nervos ao saber do real estado de saúde do namorado. Foi necessário Lupin dar um basta, ameaçando-a mandá-la para casa, pois no estado em que estava não ajudaria em nada.

Lupin e os amigos ficaram até a noite junto a Harry, que dormia e gemia. Acordou apenas por breves momentos e Lupin duvidava que ele estivesse consciente para notar quem estava no quarto.

Quando chegaram à Sede ficaram em volta da mesa da cozinha, conversando sobre Harry enquanto tomavam um breve lanche antes de se recolherem.

Dobby chegou tarde da noite com as orelhas murchas e com grossas lágrimas escorrendo de seus grandes olhos verdes.

-Que demora, Dobby, me dê o livro. – Disse Hermione, ansiosa.

-Dobby não achou o livro senhorita Hermione. Professora McGonagall mandou esse bilhete. – E começou a bater a cabeça na parede, se punindo pela falha.

-Pára Dobby, pára! - Disse a garota, segurando o elfo pela parte de trás da gravata, impedindo que se auto castigasse enquanto lia a carta que a professora havia mandado.

Hermione leu o bilhete.

“ Cara Hermione.
Sinto muito, mas não encontramos o livro, sumiram todos eles”.
Chego amanhã à tarde.
Profª. Minerva McGonagall.

-Mas eu lembro que havia vários exemplares na biblioteca. – Disse Hermione, respondendo para o bilhete como se ele entendesse.

-Me conte o que aconteceu, Dobby.

-Dobby e professora Mcgonagall procurou em toda biblioteca. Dobby viu todos os livros e na sala do diretor também. Num tá lá. – Respondeu, balançando a cabeça, as orelhas se movimentando como duas grandes ventarolas. - Dobby mau, não atendeu a amiga do senhor Harry Potter.

-Atendeu sim, você não tem culpa de o livro não estar em Hogwarts.

-Que livro é esse, Hermione? – Perguntou Senhor Weasley.

Hermione explicou tudo o que sabia e o que não sabia sobre o uso do sangue de dragão.

Depois dos breves momentos do dia anterior em que dera sinais de ter despertado, Harry não acordou mais, seu estado apresentava uma piora acentuada. Temperatura alta, se debatia muito na cama. Constantemente levava as mãos aos olhos, eles deviam estar doendo muito, a contar pela atitude involuntária. Murmurava palavras soltas e frases sem nexo. Em volta de seus olhos começaram a aparecer, aqui e ali, manchas esverdeadas, sinais nítidos de que o veneno da fumaça estava se alastrando e impregnando seu corpo.

Harry já estava inconsciente há três dias e, apesar de todo tratamento que estava recebendo, não apresentava melhora, ao contrário.

O medibruxo chefe do hospital, aquele respeitável senhor, pediu uma reunião com os principais profissionais para discutirem soluções que seriam mais viáveis no caso de Harry. Chegou à conclusão que o melhor seria fazerem tratamento à base de Sangue de Dragão. O problema era que Sangue de Dragão além de muito difícil de se encontrar, era caríssimo. O hospital não tinha em estoque e muito menos verba disponível para comprar.

Os medibruxos expuseram a situação para o amigo do menino que sobreviveu. Lupin, muito sensatamente disse que dinheiro não seria problema, uma vez que Harry tinha recursos suficientes para arcar com as despesas que fossem necessárias. O problema era onde encontra o bendito medicamento. Se Harry acordasse e soubesse que não haviam comprado o remédio por falta de dinheiro, iria ficar bravo por não terem tomado a decisão de usarem todos galeões necessários para a sua cura.

Remo Lupin chegou em casa bem desanimado e pensativo. Sentando-se no confortável sofá da sala de estar da Sede contou para os amigos a conversa tivera com os medibruxos responsáveis por Harry.

-Pois é. Não estou preocupado com quantos galeões gastaremos, Harry tem uma boa situação financeira e tenho como entrar no cofre para pegar a quantia que for necessária. O problema é como conseguir o medicamento para preparar a poção. Segundo os medibruxos é a última alternativa para Harry.

-Bom... Ficarmos aqui parados é que não podemos, não é mesmo? Vou procurar uns amigos e ver se consigo o medicamento, ou pelo menos alguma indicação de onde posso conseguir. Já vou indo, espero não demorar. – Moody vestindo a capa pronto para desaparatar, parou olhando espantado para o que Hermione falava.

-Talvez Carlinhos consiga Sangue de Dragão na Romênia com os amigos. Vou perguntar quando ele chegar em casa. – Falou Molly ao mesmo tempo em que Hermione.

-Eu sei onde conseguir o Sangue de Dragão – Falou Hermione sem pensar com o olhar perdido.

A menina que até então escutava tudo calada piscou para Rony.

Todos olharam para ela com olhares espantados.

-Eu escutei direito Hermione? Você disse que sabe onde conseguir o remédio? – Perguntou Arthur mais duvidando que acreditando na garota. – Veja bem, Hermione, sangue de dragão não se consegue em qualquer esquina, é raríssimo.

-Eu sei. E sei também onde pode consegui-lo muito facilmente. – Afirmou.

Rony estava branco. Ele não acreditava que Hermione iria contar que entrara escondida na masmorra do professor Snape para roubar ingredientes para a poção polissuco quando estavam no segundo ano da escola.

-Onde? – Quis saber Alastor.

-Na masmorra de Snape.

-Onde? – Perguntaram todos numa só voz.

-Francamente... Vocês escutaram bem que eu sei. Eu... disse... na... masmorra... de... Snape. – Falou acentuando cada uma das palavras.

-Hermione olhe para mim. Explique-se. – Mandou Moody sentando bem perto da menina, segurando seu queixo para que olhasse nos olhos dele.

Ela suspirou afastando a mão do professor Moody de seu rosto num gesto de impaciência.

-Vi o sangue de dragão quando cumpri uma detenção; Snape me mandou catalogar todos os ingredientes que tinha nas prateleiras. Ele tinha várias garrafinhas. – E dando um tapinha na testa continuou. – Eu sabia que Sangue de Dragão ia ajudar Harry, pedi para professora McGonagall pedir para Dobby me trazer o livro que estava Hogwarts, mas ele não encontrou. Sumiram todos os livros que fala do Sangue de Dragão. Todos! – E continuou rapidamente. – Conseguiremos o medicamento na masmorra do Professor Snape, com certeza. – Descaradamente Hermione mentiu. Claro, ela não contaria como tinha entrado escondida na sala do professor. Se contasse com certeza seria censurada.

-Então é lá que vamos buscar. – concluiu Arthur. E vou já. – Arrematou se pondo em pé.

-Arthur pode ser perigoso, você tem consciência disso?

-Ahhh! Tenho sim. Mas somos os únicos amigos que ele tem, não é mesmo Lupin?

-Não. Você fica, eu vou. Vocês voltem para o hospital. – Disse apontando para Arthur e Remo. – Me encontro com vocês lá tão logo eu volte de Hogwarts. – Orientou Alastor. – Se conheço Snape, ele deve ter trancado a porta com feitiço. – Avisem Hagrid que estou indo.

-Vou junto. - Disse Hermione já em pé.

-Ta. Vamos, pegue sua capa. – Ela arregalou os olhos... Nossa ele não negou seu pedido! Num piscar de olhos ela ficou pronta.

E sem falarem mais nada, aparataram para Hogsmead.

-Hagrid. – Chamou adentrando pelos gramados da escola manquetolando acompanhado por Hermione.

-Professor Moody, já estava te esperando, vamos. Hermione?! Que bom te ver menina! Com ele está?

-Nada bem Hagrid, nada bem...

-Vou visitá-lo assim que for possível. Vocês sabem... Não da para deixar a professora sozinha aqui no castelo. Aquele aborto imprestável do Filch não ajuda em nada. Não sei o que ele ainda faz aqui... – disse bufando. – Se escutar um barulho estranho é o primeiro a se esconder, aquele aborto inútil! E estou fazendo um favor para Harry também. No momento não posso ir... Estou ocupado.

-O que você esta fazendo para Harry? – Quis saber Hermione.

-Depois conto para todos. Agora não. – Respondeu enquanto caminhavam apressados pelos gramados da propriedade.

Entraram no castelo. O clima do castelo era aterrador sem a alegria e alarido dos alunos. Escola era para ter alunos e não ficar vazia do jeito que estava. Desceram para a masmorra de Snape; como previa a sala estava devidamente lacrada. Foi necessário usar uma enxurrada de feitiços para conseguir abrir a porta. Severo era extremamente rabugento e ciumento com seus ingredientes e poções. Na verdade ele se achava o máximo em poções. Demoraram um bocado para conseguir abrir a porta. Hagrid já estava com vontade que colocar a porta abaixo com a força dos braços, que não era pouca, como se fosse possível.

Olho-Tonto, Hagrid e Hermione entraram na sinistra masmorra meio ressabiados, afinal não sabiam o que poderiam encontrar por lá. Moody passou as estantes em revista com o olhar analisando-as. Elas apresentavam uma lógica na arrumação que só mesmo o dono dela é que entenderia.

-Ele mudou a organização! – Exclamou a menina. – Ta tudo muito diferente. Não era assim que estava quando estive aqui.

Hermione andava pela masmorra olhando todas as prateleiras. Eles não conseguiam identificar a lógica organização, algumas estantes estavam arrumadas por cores, outras em ordem alfabética, e outras ainda por tamanho de frascos, indo menor para o maior e vise e versa. Vai entender a
cabeça do professor que tinha de presente a aversão da maioria dos alunos da escola. Era sem dúvida nenhuma o professor mais odiado e ele não movia uma palha para tentar ao menos reverter esse sentimento. Parecia gostar de ser odiado.

Com paciência Hagrid e Moody passaram em revista todas as prateleiras mais altas da estante do antigo professor, enquanto Hermione, agachada procurava nas partes mais baixas. Depois de algum tempo, conseguiram localizaram o medicamento numa das prateleiras mais altas e na segunda fila. Realmente vários frascos, porém cada um deles tinha um rótulo diferente.

-Está aqui! – Informou Hagrid.

Hermione, rapidamente arrastou uma escadinha e subiu para ver onde Hagrid apontava.

-Deixe-me ver. – Pediu Alastor.

-Você tem idéia de qual desses frascos é o indicado para Harry, Hermione?

-Não, professor... No livro não constavam essas explicações, informava para que servia e como preparar algumas poções.

Qual seria o indicado para o caso de Harry e principalmente, seria um daqueles? Não sabendo qual dos vidrinhos escolher decidiu que levaria todos. O problema foi conseguir tirar os frasquinhos das prateleiras sem quebra-los, estavam colados. Alastor bufou exasperado. “Maldito Snape e seu medo em ter o depósito assaltado”.

Hagrid queria que o professor levasse o medicamento com prateleira e tudo.

-Eu a arranco daí professor. – Disse se referindo a prateleira onde os medicamento estava colado.

-Eu não vou levar porcaria de prateleira nenhuma, Hagrid...

Mais uma enxurrada de feitiços foi lançada até conseguir soltar os benditos da prateleira, depois dos vidrinhos descolados, acondicionou todos eles numa sacola conjurada para levá-los a salvo para o hospital.

Quando ia saindo da sala, Olho-Tonto notou numa das estantes, umas garrafinhas com um líquido absolutamente transparente. Olhou-os com cuidado, abriu um deles e cheirou. Nada... Não tinha cheiro nenhum. Com um sorriso pegou todos os pequenos frascos e guardou junto com o sangue de dragão.

-Nossa Alastor! Pensei que você não viesse mais hoje. Porque tanta demora?

-Porque o maldito do Snape literalmente lacrou a masmorra. Tive que usar uma quantidade absurda de feitiços para conseguir entrar e outros tantos para desgrudar os recipientes das prateleiras. Esse cara é doido, isso sim... Hagrid queria botar a porta a baixo aos murros. – Contou passando as mãos pelos cabelos já despenteados. – Segurar Hagrid não é tão fácil como vocês pensam. Hagrid tem cada uma...

Chamaram o medibruxo chefe e mostraram as garrafinhas.

-É está. – Disse pegando uma garrafinha específica animado. – Mas não vamos precisar de tudo. Depois devolvo o restante. Não precisam esperar. Eu aviso quando estiver pronta. Podem ir embora.

-Não. Vamos ficar aqui mesmo até que a poção esteja pronta, não se preocupe conosco. – Respondeu Arthur para o medibruxo que já andava apressado em direção a uma porta não identificada no final do corredor com um guarda postado na porta.

-Tome Hermione. Leve-os com você para a Sede, isso custa peso Galeões. – Pedir Arthur entregando a sacola para a garota que foi mandada embora do hospital.

-Como será que Snape conseguiu tanto sangue de dragão? Isso é muito caro! Ele não é rico pelo que sei. É muito esquisito ele ter toda essa quantidade guardada. E ele se precaveu colando-as nas prateleiras.

-Ele é muito traiçoeiro, não é mesmo? Depois de tudo que ele fez em retribuição a Dumbledore. – Retalhou Lupin amargurado se lembrando do que o professor havia feito.

Os lideres da Ordem de Fênix continuaram no hospital até que o medibruxo que pegou a garrafinha com o sangue de dragão saísse da dita cuja porta sem identificação por onde havia entrado, o que não foi tão rápido com estavam esperando. Algumas horas havia se passaram.

-Pronto. Está aqui a poção necessária para ministramos em Harry. Sorte que ela não é demorada para ser preparada. Não precisa de maturação... Graças a Merlin... – Já foi informando tão logo encontrou os três amigos que estava de plantão perto da porta do quarto de Harry. – As curandeiras especializadas estão preparando a pasta para os olhos, ela demora um pouco mais, mas ficará pronta ainda hoje.

Harry ainda inconsciente nem desconfiava que tomava a poção por meio de conta-gotas que as enfermeiras pacientemente pingavam em sua boca entreaberta.

Lupin decidiu ficar no hospital sozinho e fez pé firme em não mais levar nenhum dos garotos com ele alegando que não adiantava eles irem, pois Harry estava inconsciente. Molly agradeceu a atitude do amigo.

Quando Lupin chegou no final do dia do dia seguinte, informou que tinham dado a poção de sangue de dragão a Harry. Agora é uma questão de tempo. Não temos mais nada a fazer. Está nas mãos de Merlin.

***

06/08/2006

Espero que gostem o cap. 17...

Obrigada pelos recadinhos e votos... Vcs realmente são uns amores.

Meus bjosss e braços para:
Adi Potter, Pablo, Angelica Riddle, Molly, MarciaM, Malu Riddle, Eline Garcia, Tulio Henrique, Alessandro André, Renta Soares, Samara Ribeiro, Nikamaluk, Marvin Grinffindor, I Krika Evans I.

Esqueci alguém? Se esqueci podem me chamar atenção que incluo o nome, ok?

Até o próximo capítulo.

[]s+{}s

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