Uma encomenda especial



Uma encomenda especial


- O Senhor tem certeza que é só isso? – perguntei para um bruxo atarracado que tomava conta do Correio.

- Você viu quando chegou não viu? – respondeu ele irritado enquanto tentava atender outras cinco pessoas ao mesmo tempo.

- Sim, mas... mas... não pode ser isso! Estou esperando uma encomenda... uma encomenda maior... – continuei gesticulando para que ele me entendesse que uma caixinha pequena não exatamente o que eu esperava.

- Menina, se a correspondência que você estava esperando vem dos Black de Londres é isso que está ai. Agora saia antes que eu perca minha paciência!

Abri a caixinha na esperança de que fosse algo que realmente valesse a pena. Um brinco... um pequeno brinco de pérolas, era isso a preciosa encomenda de Bellatrix. Exatamente como outros tantos que ela possuía, eu poderia jurar que esses não fariam a menor diferença, já que ela raramente usava pérolas, Narcisa era quem adorava.


- O-olá Srta. Black. – disse uma voz vacilante despertando-me.

- Ah... oi Augusto. – no fim da rua encontrava-se um grupo de estudantes saindo da Zonko’s, não foi difícil reconhecer o pessoal do grupo de estudos.

- A senhorita está bem? – continuou.

- Não. – murmurei canalizando a raiva que sentia de Bellatrix em apertar os brincos até senti-los machucar minha mão. Creio que ele não escutou, pois permaneceu em silêncio, ainda na minha frente bloqueando a visão dos meus amigos mais ao longe...

- Um tanto frio não acha mesmo Srta. Black?

- Deixe de formalismo Augusto... nos conhecemos desde crianças!

- E-eu sei... – riu ele nervosamente.

- Desde quando você me chama de Srta. Black? – coloquei os brincos no bolso para evitar que eu os jogasse fora. Brincos de pérola... que piada! Eu poderia estar me divertindo e aproveitando o último dia antes de voltar para casa.

- Preciso falar com a senhorita, digo, com você. – embora a voz parecesse mais firme ele não me encarou, ao invés disso ficou olhando para o chão, olhei para baixo para ver se o assunto estava aos nossos pés, mas não havia nada de interessante lá... somente resquícios de neve.

- Ora Augusto... não faça cerimônia! – as palavras saíram antes que pudesse ser um pouco mais educada...

- Poderia me acompanhar? – falou apontando para um canto mais afastado dos inúmeros alunos que passavam por nós.

Ele puxou a varinha para secar o gelo do banco antes de sentarmos. O pessoal do grupo de estudos parecia estar realmente se divertindo, faziam barulho por onde passavam e junto com eles alguns fogos explodiam comemorando o término das aulas.

- Não sei se v-você tem notado que... bem... algumas coisas estão um tanto diferentes... As pessoas, não, pegue seu Etoniano como exemplo... ele é um ser humano...

- Não, ele é um cavalo-alado. – a conversa estava começando a ficar meio confusa, como é que um cavalo-alado pode ser um ser humano?

- Sim, eu sei... mas eu quero dizer que ele é um animal, e como nós eles tem... hum, digamos que... sentimentos...

- Concordo plenamente! Nossa, eu pensava que era a única pessoa no mundo que pensasse assim, você acredita que...

- Andrômeda, por favor, eu estou tentado falar uma coisa importante... – interrompeu-me fechando os olhos com força. – Como eu ia dizendo, as pessoas são como os Etonianos em certos aspectos, não só como os Etonianos, mas como tudo no mundo...

Cavalos-alados, pessoas... A conversa estava ficando muito, mas muito confusa.

- Augusto, vá direto ao assunto, por favor! – foi a minha vez de interrompê-lo, talvez mais abrupta do que deveria.

- O que eu estou querendo dizer é que... sua irmã está namorando um Lestrange, e sua família não se opôs certo? – disse levantando-se e olhando para o horizonte.

- Sim... – respondi levantando-me também, não estava gostando nada do rumo que a conversa estava tomando. Tinha uma leve sensação de que estava prestes a descobrir o que o brinco, Bella e Rodolfo e essa conversa tinham em comum.

- Eu também sou de uma família tradicional, tanto quanto a sua... ou os Lestrange. Andrômeda, você é bonita, inteligente, digna... – dizia enquanto pegava as minhas mãos e me olhava de maneira muito séria, como se o futuro da humanidade dependesse daquela conversa.

Imagino que eu estava tão vermelha quanto ele, pois a única coisa que eu sentia no momento era que, apesar das rajadas de vento cortantes, meu rosto era capaz de ser identificado em meio a uma multidão. Meu desespero ficou ainda maior quando percebi que o pessoal do grupo de estudos havia me notado, estavam se aproximando muito... mas muito rápido... eu queria interromper Augusto mas não conseguia.

- O que eu estou querendo dizer Andrômeda, é que as pessoas que possuem um sangue tão... refinado quanto o nosso devem se unir. Essa união representa o futuro da comunidade bruxa...

- Augusto... por favor... – pensei que o desespero fosse perceptível na minha voz, mas aparentemente nada do que eu falasse importava... nada mesmo...

- Você gostaria de...

- Josephine - gritei antes que ele terminasse de falar. Joey deveria ter escutado o último trecho da conversa visto que estava a menos de um metro quando eu a anunciei...

Augusto virou-se rapidamente e largou minhas mãos com tanta rapidez como havia pegado-as. Infelizmente Joey não vinha sozinha, poucos metros atrás estavam Daphne, Kingsley e... sim... Sr. Tonks

- Interrompo? – perguntou cinicamente enquanto encarava um Augusto extremamente constrangido.

- Sim! – respondeu ele violentamente.

- Engraçado... eu não acho que a Srta. Black concorde com você. – continuou ela colocando as mãos na cintura e elevando a postura, e embora exibisse um sorriso percebia-se que a situação estava ficando um pouco tensa.

- Afaste traidora... – sibilou o menino empunhando a varinha.

- Tente... – respondeu ela em um tom que eu nunca havia imaginado escutar de uma pessoa tão calma.

Agora todo o grupo se aproximava, Ted ,que estava mais próximo, puxou a sua também e Amos correu para o centro da confusão com Kingsley em seus calcanhares.

- Vamos Andrômeda... – murmurou Augusto agarrando a minha mão e puxando-me para longe pronto para dar as costas aos 3 rapazes também armados com suas varinhas.

- Pare. – interrompeu Ted com voz forte enquanto os outros estavam baixando suas varinha. Ele era o único que permanecia com ela em riste.

Augusto soltou-me surpreso e voltou-se para ele com um sorriso de escárnio.

- Abaixe a varinha sangue-ruim...

- Não o chame assim! – avançou Joey juntamente com Kingsley e Amos.

- Deixem... – sussurrou Ted também sorrindo. – Eu me entendo com isso...

Todos se afastaram deixando um grande espaço para os dois enquanto eles se mediam. Finalmente, depois de recompor-me parcialmente e assimilar a situação fiz-me presente.

- Impedim.. - começou Augusto, mas puxei-o antes que concluísse a azaração.

- Vamos embora! – e puxei para longe. Detenção era a última coisa que eu gostaria naquele momento.

- Você deveria ter deixado... eu iria a-c-a-b-a-r com aquele verme! – disse quando já estávamos a alguns passos da confusão.

- Não seja idiota... – esbravejei... meu ânimo definitivamente tinha ido por água a baixo.

- Eu não tive a chance de falar com você direito... – recomeçou o garoto.

- Nossa, olha a hora... já está ficando tarde, talvez eu devesse encontrar meus pais no Três Vassouras. Faz muito tempo que eu não vejo Narcisa... ela deve estar... e-enorme... crianças crescem muito rápido! Terminamos essa conversa depois, pode ser? – e dei as costas andando rapidamente para longe daquele lugar.


- Andrômeda, por favor, junte-se a nós! – disse Rodolfo animadamente, a situação não lembrava em nada o jantar do primeiro namorado de Bella.

Sentei-me em frente à Bellatrix e vi a cor subitamente sumir do seu rosto enquanto olhava para a porta, como se estivesse esperando que alguém surgisse ali, alguém com o sobrenome Rockwood.

- Está tudo bem Andy? – sussurrou Narcisa baixinho enquanto os quatro retomaram o assunto.

- Sim Narcisa, tudo está ótimo. – respondi trincando os dentes sem desviar os olhos de Bella. Ela abaixou a cabeça e começou a mexer os olhos rapidamente. Eu sabia o que estava fazendo, tendo passando tanto tempo com ela entendia de como parte de sua mente funcionava... estava se preparando, arrumando desculpas e inventando histórias....

- Aconteceu al... – continuou Cisa

- Não!



- Então... – começou Bellatrix abrindo o dossel da minha cama. Olhei para as Ann’s que prestavam atenção em todos os seus movimentos no que ela percebeu. – Isso é um assunto de irmãs... saiam!

E assim elas fizeram, notei um sorrisinho de satisfação no seu rosto antes de voltar-se para mim.

- Você, ahn... pegou a minha encomenda?

- Quer dizer, os brincos de pérola? Exatamente iguais aos 10 outros que você tem? Sim... aqui estão! – e puxei-os do meu bolso para entregá-los a ela.

- Quem diria, a velha “Burga” não tem jeito mesmo... – respondeu sem graça. – Mas você não deveria ter...

- Eu não deveria o que Bellatrix? – sustentei seu olhar quando me levantei da cama com raiva.

- Ter aberto a correspondência, estava endereçada a mim. – contestou levantando-se também.

- Você deve se achar muito esperta não é? Pensa que eu não sei o que você fez? O que pretendia fazer? Eu não sou tão idiota como suas “amiguinhas” Bella... eu cresci com você! – ela desviou o olhar, mas logo os volto para mim, mas não como antes, não como estava acostumada a fazê-lo.

- Do que você está falando? – passos vacilantes e deu as costas. Com raiva eu a virei e coloquei-a de frente para mim.

- Do começo do namoro com Johann, da sua súbita amizade com Rockwood, do lenço que eu tenho certeza que não foi entregue por qualquer um dos Lestrange...

- Andrômeda, você não esta nada bem, deve ser porque vive metida na biblioteca e com as fuças nos livros. Está procurando conspiração onde não existe! – estava novamente se esquivando, andando para trás em direção à porta.

- Acho que você sabe com quem eu estava antes de chegar ao Três Vassouras. AUGUSTO ROCKWOOD! – continuei investindo para cima dela. Estava tão absurdamente claro que não sei como não havia percebido antes!

- Eu na...

- MENTIRA!

- Andrômeda, pare já com isso! Eu não tenho culpa que o menino tem uma quedinha por você! – zombou segurando uma risadinha que eu posso apostar ter sido ensaiada.

- SÓ VOLTE A FALAR COMIGO QUANDO ESTIVER PRONTA PARA PEDIR DESCULPAS E CONCERTAR TUDO ISSO! - e bati a porta na sua cara murmurando um ”Colloportus”.

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N/A: não.. não tem desculpa o que eu fiz..
hehe
na verdade tem sim.. como eu ja havia avisado às Srtas Passageiras eu estava com alguns probleminhas...
poise, acontece que a minha vida virou de cabeça para baixo nessas ultimas semanas... de verdade mesmo!
desculpa mil vezes... ja estou voltando a ativa e prometo atualizar mais e ler as fics (Aleeeexm carissimaaaaa, peeeeeerdaaaaaao... vou comentar todos os dias na sua fic) que estava lendo, ler as de que deixou endereço... etc etc etc...
obrigada as novas leitora!

bjuuss e desculpa a demora novamenteeeeeeeeeee!

"A autora agradece os comentarios e deseja às Srtas Passageiras uma boa leitura"

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