Sala 22



Sala 22

Andando a passos largos e rápidos, cheguei até a sala vinte e dois. Os raios do fim da tarde teciam finos no horizonte denunciando em breve a chegada da noite. Não entrei de imediato, fiquei alguns minutos do lado de fora da porta, tomando coragem.

Sim... coragem. Eu nunca tinha tido contanto com outras pessoas, nunca tive necessidade de ser simpática nem criar laços de amizade, além das minhas irmãs, Sirius e agora Joey eu nunca tinha tido amigos...

Minha família me criou para ser uma nobre, educada, centrada... mas não sociável. Nunca havia me preocupado em parecer agradável aos olhos alheios, porque não precisava, nunca precisei disso. E pela primeira vez eu enfrentei o medo e ansiedade que aquela nova situação determinava.

Fiquei alguns minutos escutando vozes difusas, por vezes gritadas, e resolvi que já era hora de entrar... 16:00... em ponto. Dei três batidas leves na porta e a abri.

- Gente... essa é... – começou Joey que parecia estranhamente afobada, com o rosto corado e trejeitos agitados, como que tivesse se recuperando.

- Andrômeda Black... claro – disse uma menina de cabelos escuros e olhos castanhos com o uniforme da Corvinal, não gostei do tom de deboche que ela usou ao pronunciar meu nome, como se eu fosse algum tipo de doença contagiosa.

- E você? É quem? – perguntei em tom de desafio. Fechei a porta às minhas costas com um baque surdo. Minha barriga tremeu, eu não imaginava uma recepção tão... diferente como aquela.

- Daphne Turpin, segundo ano da Corvinal... mas eu não esperava que me reconhecesse, apesar de nos encontrarmos sempre nas aulas de Transfiguração e Astronomia desde o ano passado. – continuou ela irônica olhando o batucar seus dedos na mesa. Como se eu não fosse digna da sua atenção.

- Daphne, isso não é necessário! – murmurou Ted Tonks reprimindo-a com um olhar preocupado. Tive a ligeira sensação de que eu não demoraria muito para saber o motivo das vozes difusas de pouco antes.

- Não, por favor Sr. Tonks, eu ficaria encantada em ouvir um pouco mais sobre o que a Srta. Turpin pensa a meu respeito. – disse sentando na cadeira como se ela fosse um trono, uma pose que Bellatrix costumava fazer quando ia tomar parte em alguma discussão, e eu sabia exatamente o efeito irritante que ela causava. Não ia perder minha calma com ela...

- Você? Uma menininha mimada, que acha que o mundo gira em torno do seu umbigo e do seu sangue puríssimo. Você faz parte de uma corja, que costuma chamar de família, que desprezam qualquer tipo de ser porque se sentem superiores. Gente como você não vale o chão que pisa. – gritava, completamente descontrolada.

Todo o grupo a olhava apreensivo. Eu apesar de estar queimando de ódio por dentro não iria dar o gostinho de ela me ver histérica, ou de agredi-la. Repetia para mim mesma, como um mantra, as palavras de Sirius nunca perca o controle, nunca perca o controle, nunca perca o controle... , nunca elas me soaram tão sabias. Mas a minha vontade era de pular no pescoço da garota e fazê-la engolir tudo o que tinha dito sobre minha família.

- Daphne! – disseram Joey e Ted ao mesmo tempo... olhando dela para mim e vice-versa. Os dois fizeram menção de levantar, mas eu fiz um sinal coma mão que eles entenderam.

- Então... é isso que a senhorita pensa a respeito da minha pessoa? Muito bem... devo alertá-la de que não me incomoda de maneira alguma que pense assim de mim. Por quê? Simplesmente porque o simples fato de você estar pensado já é um grande avanço. Mas não vou deixar que fale mal da minha família... você que não passa de um serzinho desprezível não tem moral nenhuma para falar de algo que desconhece completamente. Eu não vou nunca me envergonhar de ter o “sangue puro” como você diz. E mesmo que minha família seja – para você – algo tão abominável, não lhe dou o direito de ofendê-la dessa maneira tão baixa. Mas eu não poderia espera nada melhor de gente da sua estirpe. Porque para mim você não passa de um saco de lixo orgânico animado, que vai chafurdar na lama da inveja o resto dos seus malfadados dias.

Ela se levantou, veio em minha direção e apontou a varinha para mim e disse:

- Você e eu... agora.

- Eu não recebo ordens de um inseto nojento como você. – continuei ainda sentada e olhando-a com o maior desprezo que consegui. A verdade era que eu estava louca, possessa e com muita, mas muita, vontade de brigar.

- Ninguém vai brigar... nós não viemos aqui pra isso. – disse um rapaz mais alto com o uniforme da Grifinória.

- Não se meta Longbottom! – bradou a garota ainda em minha frente.

- Daphne, ele está certo... isso não é nem um pouco racional e coerente. – interrompeu Ted Tonks puxando-a para trás no que ela nem se mexeu.

- Srta. Turpin, receio que esteja na hora de se sentar. Não acha que já conseguiu seus 15 minutos de fama? – continuei com a voz calma.

- Não me provoque! Eu poderia azará-la agora mesmo se quisesse...

- Estou esperando... ansiosamente...

- Eu estou avisando... – persistiu com a varinha a quinze centímetros do meu nariz.

- DAPHNE! – gritou Ted na vã tentativa de chamar a garota a realidade.

- Não, não está... você está em tentando me ameaçar, e sinto dizer que fracassou admiravelmente. – e aqui eu tive que levantar e avançar para cima dela. – Agora sugiro que pegue seu resquício de dignidade e sente-se na maldita cadeira antes que EU perca a minha paciência e minha educação.

Ela me olhou de maneira pateticamente amedrontada, e fez o que eu disse embora lívida de raiva e com os olhos úmidos.

- Isso não terminou. – escutei-a dizer bem baixinho para Ted que estava com uma expressão indecifrável.

- Eu... ahn... acho melhor apresentar as outras pessoas... – recomeçou Joey ainda extasiada enquanto eu me sentava calmamente na cadeira e depositava meus livros em cima da mesa.

- Frank Longbottom, quarto ano. – disse o rapaz alto, cara arredondada e moreno da Grifinória.

- Alice Berkeley, quarto ano .– uma garota também da Grifinória, cabelos lisos e olhos simpáticos.

- Kingsley Shacklebolt, sexto ano. – um garoto negro e alto, extremamente elegante e bonito, que eu logo reconheci como o capitão do time de quadribol da Corvinal.

- Victória Shacklebolt, quarto ano – a irmã de Kingsley, muito popular e tida como uma das meninas mais belas e inteligentes de Hogwarts.

- Berta Jorkins, primeiro ano – uma menina da Lufa-lufa, com cara de assutada, mais baixa que eu e com os cabelos enroladinhos.

- Amos Diggory, quarto ano – um dos galãs da escola que, assim como Rodolfo, arrastava uma legião de fãs (com razão), artilheiro da Lufa-lufa foi o último a se apresentar.

- Bom... o resto de nós não precisamos de apresentação não é? – disse Joey com um sorrisinho irônico bailando no canto dos lábios. – Eu, Ted e... bem, Daphne que você conheceu a pouco. Tenho o prazer de dizer que você é a única Sonserina que nos honra com sua presença.

E só aquela eu tinha me dado conta que era verdade. “Ok... mais uma coisa que Bella não pode saber.”

- Bom... acho que deveríamos retomar de onde paramos, Herbologia. O visgo-do-diabo... – começou Alice ainda meio sem jeito.

- Eu sinto muito... – sussurrou Joey ao meu lado.

- Não tem problema... – respondi com a minha voz um pouco tremida.

- Espero que você não tenha mais problemas com a sua irmã. Já avisei para ninguém aqui falar nada para ela... – continuou ainda no mesmo tom.

- Obrigada...



- Mas que surra você deu na Turpin, eu não queria estar na pele dela... ” Agora sugiro que pegue seu resquício de dignidade e sente-se na maldita cadeira antes que EU perca a minha paciência e minha educação “ - disse fazendo uma imitação um tanto aguda da minha voz. Estávamos andando pelo castelo em direção a biblioteca, a reunião havia acabado a pouco e eu tinha que devolver alguns livros e Joey me acompanhou.

- Acho que fui meio... grossa... – eu estava recordando a cena e estava com a sensação incomoda de que eu tinha sido injusta, e ainda pior, de que eu estava parafraseando Bellatrix.

- Não, essa menina precisava escutar algumas verdades. Eu nunca vi uma pessoa ofender outra com tanta...

- Crueldade?

- Classe... – continuou ela sorrindo – ahh, você pode ter certeza que essa cena vai ficar gravada na minha memória para sempre.

- Ela vai contar para Bellatrix...

- Ela? Imagina... já tremeu quando você falou com ela, e sem ofensa mas Bellatrix é dez vezes mais assustadora que você...

Bella? Assustadora? Tudo bem que ela não era exatamente uma pessoa agradável, mas assustadora era demais. Mas eu não queria entrar outra vez no assunto “Bellatrix”, visto que da última vez isso não acabou muito bem.

- Onde vai passar as festas? - perguntou

- Provavelmente em alguma festa chata de alguém rico e influente... como sempre. – respondi cansada.

- Pena... eu vou passar aqui. Eu, Frank, Alice, Kingsley, Amos...

- E Daphne... – completei.

- É... bem... o mundo não é perfeito. Mas Ted também estará aqui então... O que você tem contra ele? – adiantou-se ao perceber minha careta.

- Nada...

- Tudo bem que vocês quase se matam nas aulas, mas eu não imaginava que você não gostava dele de verdade, quer dizer, eu pensei que era uma competição saudável...

Competição saudável , o que ela esperava que eu respondesse?! Dei um sorrisinho amarelo e continuamos o caminho até a biblioteca. Ao entregar os livros eu pude constatar que Daphne Turpin não era a única pessoa que me detestava em Hogwarts... Mme. Pince também não era minha fã.

- Ela não gosta de ninguém... – sibilou Joey quando nos voltamos para uma estante mais afastada, mas eu senti os olhos felinos de Mme Pince na minha nuca.

Precisava pegar um novo livro de Feitiços para praticar e Joey se ofereceu para me ajudar, estávamos revirando a biblioteca quando uma cena em particular me chamou atenção. Em um canto escuro e deserto da biblioteca estava um casal, digamos assim, nada discreto. Reconheci-os de imediato...

Lúcio Malfoy e Danielle Bernhardt, uma menina de cabelos loiro-avermelhados do terceiro ano também sonserina.

- Nossa... parece que eles estão se engolindo não é? – murmurou Joey baixinho ao meu lado fazendo uma careta.

Senti um pesar no coração ao lembrar de Cisa e desviei o olhar, minha irmãzinha não teria boas notícias no Natal e tinha certeza que Bellatrix se encarregaria de contá-las.

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N/A: Voltei! =D
Poise, a respeito do cap.. bem.. eu acho que vai ser mais importante um poquinho mais pra frente e tals..
povo.. no stress.. o Ted vai aparecer mais a partir d agora... PROMETO!
hahaha

>Charlotte: moça quanta alegria em ve-la por aqui! hehehehehe ei.. eu juro q vou ler sua fic... mas espera um pouquinho.. to quaaaaase entrando d ferias dae vai dar pra atualizar tudim! Eu dei uma olhadela rapidinha mas nem pude ler tudo.. pode deixar q eu leio.. demoro mas leio!
>Lourena: thank's pelo comentario! Eu tb gosto d casais.. hunn... estranhinhos digamos... hehehehe
>Alex: bem.. quem eh q com a idade dela nao fica toooda derretida por um sorriso besta?! hehehe... Outra cousa... eu faço pra vc a mesma promessa q fiz a Srta Charlotte... lerei sua fic, mas eh q to mmto atarefada... ahh ferias, a melhor coisa q inventaraum depois d dormir!
>Carol: fofolete... ainda nao creio q vc ja terminou a sua fic e q nao pretende escrever mais... ainda espero q mude d ideia... entendi o motivo... mas esperança, sabe como eh neh... ela tem o costume d nunca morrer muito cedo!
>Sally: eu to acompanhando sua fic... SHOOOOW.. serio mesmo! Mas agora vou ter q dar uma parada... mtos trabalhos etc etc etc... e o proximo cap vai ter mais, mto mais d ted e andy... juro!
> Chaos: se vc fosse menina entenderia! hunf...
>Morgana: nao vai demorar muito mais pra rolar mais uma ceninhas deles.. serio mesmo... hehehehehe
aliaaaaaaaaaaaaaaas... ja q terminastes "O Pais das Fadas" (a proposito, espero continuaçao.. mas isso ja eh ouutra historia), sem querer sar mto chata... mas e a Shooting?!? To esperaaaaaandooo
hehehe
>Hannah: "Danke"... agradeço novamente a "fofoletica" Carol! Tens fics? Pq (nao fica brava comigo) eu tenho a ligeira impressao d q amopanhei alguma fic sua mas nao comentei... ;D
sabe, a gente soh aprende o valor comentario depois q começa a escrever!
hehehehe

bjuuusss

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