Capítulo I



Já havia alguns meses que acontecera a guerra do mundo bruxo. O mundo dos trouxas também foi seriamente afetado, e para desfazer a bagunça que o mundo havia se tornado, o Ministério da Magia estava tendo muito trabalho.
Harry Potter finalmente derrotara Lord Voldemort. Foi uma batalha difícil, mas com a ajuda dos amigos e aurores, ele conseguira. E por causa disso, ele estava ainda mais famoso, conhecido como o-homem-que-o-derrotou. Por conta dessa fama repentina, e dos freqüentes assédios que ele sofria quando estava em público, Harry resolveu morar no número 12 do Grimmald Place.
Nem n’A Toca ele tinha paz, e seus amigos, Rony e Hermione, e até Neville, Luna e Gina também eram vítimas dos repórteres e pessoas. Todos achavam incrível que bruxos de 17 anos sobrevivessem a um ataque d’aquele-que-não-deve-ser-nomeado. Os únicos que pareciam satisfeitos de terem tantos “fãs” era a avó de Neville e, é claro, Rony, que adorava isso. Já os outros não gostavam nada de serem perseguidos nas ruas e até em sua própria casa, como era o caso de Hermione...

- Não dá! Será que eles nunca vão me deixar em paz? – Hermione passara pela porta do no. 12, Grimmald Place, carregando uma sacola, assim que Harry a abriu. Ele não esperava a visita da amiga, mas ficou muito contente quando viu quem tocava a campainha.
- Francamente Harry, não sei como você agüenta... e me desculpe por aparecer assim – ela o cumprimentou com um rápido beijo no rosto – foi só que...
- Eles conseguiram te irritar – completou a frase – bom, ainda bem pra mim, né? Não agüento mais ficar aqui, não posso colocar o pé fora daqui que...
- Ah Harry, nem vem. Eu tenho vindo te visitar sempre, e a sra. Weasley até te convidou para passar uns tempos na casa dela. Deixou você aparatar lá... – ela se sentou no sofá e puxou Harry pela mão, que sentou-se ao lado dela.
- Mas agora eles saíram de viagem outra vez, né? Nem a Gina ficou...
Hermione riu.
- Falando na Gina, quando vocês vão contar para os Weasley que estão juntos?
- Não sei, Mione... bom, acho que quando eles voltarem... eles vão estar felizes, aí pode ser uma boa hora pra contar...
- É, o quanto antes vocês falarem, melhor... ah, veja – ela tirou uma caixa de sapos de chocolate e alguns Feijõezinhos de Todos os Sabores e deu para Harry – achei que você ia gostar.
- Nossa, valeu Mione! – ele sorriu – sabe, acho que estou tendo uma idéia...
- Lá vem... qual é a sua idéia, sr. Potter?
- Será que você não poderia ficar um tempo aqui comigo? – Hermione corou de repente – só pra mim não ficar sozinho, sabe? Aí você também vai se livrar dos olhares curiosos...
- Que idéia, hein Harry – ela falava devagar, Harry estranhou um pouco a atitude da amiga, afinal, que mal fazia ela passar alguns dias com Harry? Seria quase como em Hogwarts, só que sem o Rony para fazê-los rir...
Ele lhe lançou um olhar forçado de piedade, o que fez Hermione rir.
- Ah, tá bom, tá bom – dizia ela, entre risos – mas não vá se aproveitar da situação, hein!
- Quê!? Hermione, eu jamais faria isso... – e, sem ela esperar, as mãos de Harry voaram para a cintura e barriga da amiga, e ele começou a lhe fazer cócegas.
- Para com isso, Harry! – ela falava com dificuldade entre as gargalhadas – se você não parar, não volto mais aqui!
- Ok, ok – ele também ria – mas só se você prometer vir amanhã cedo...
- Tá... bom, agora eu vou pra casa... tenho que arrumar minhas coisas e avisar meus pais... amanhã estarei aqui, Harry...
- Vou esperar por você.
E com uma pirueta graciosa, seguida de um estalo, Hermione se foi.

“Vou passar uns dias com Harry”, Hermione pensava, deitada na cama.
- Eis a sua chance. – falava uma vozinha no interior do cérebro de Hermione.
- Que chance? – pensava Hermione.
- Ora, não se faça de idiota! – a voz se mostrou impaciente.
- Não sou idiota, e só vou passar uns dias com Harry porque ele é meu amigo, e me pediu.
- E também porque você quer ficar perto dele, claro.
- Agora é você que está sendo idiota.
- Não estou não, você sabe que é verdade – dizia a voz, presunçosa – você não pode mudar seus sentimentos.
- Não, e nem quero. Harry é meu amigo e sinto um grande carinho por ele, assim como sinto por Rony.
- Ah, não esse sentimento. Estou falando daquele que você sente a mais por Harry, mas tem medo de admitir.
- Claro que não! E pare de pensar em coisas sem sentido...
- Isso faz perfeito sentido, é só a verdade. Você o ama e ponto final. Sabe disso. Que explicação teria você se sentir esquisita perto dele agora? E não preciso nem dizer quando ele e a Gina estão juntos... só falta você gritar...
- Ele é namorado da Gina, e a Gina e minha amiga! Isso que você está dizendo é absurdo.
- Absurdo é você não admitir seus sentimentos.
Hermione adormeceu, cutucada por aquela vozinha que insistia em perturbá-la com mentiras. Pelo menos ela pensava que era.

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