Capítulo 1



Draco Thomas Malfoy


Draco acordou, espreguiçou-se ainda deitado, sentou-se na cama, colocou os pés no chão, os cotovelos sobre as pernas e passou a mão em seu cabelo louro-platinado. Levantou-se e foi até o espelho do quarto admirar aquela perfeição da natureza: ele.
Como seu pai, Draco tinha aqueles olhos azuis cinzentos, malévolos e dominadores. Ele tinha do que se gabar, era um loiro escultural, resultado dos treinos pesados de quadribol. O que no terceiro ano era um magricela, agora era um tórax muito bem definido, de dar inveja a todos daquela espelunca de ensino chamada Hogwarts, ainda dirigida por aquele patético do Dumbledore.
Voltando seus pensamentos para si, Draco virou e começou a se admirar. Aquela costa musculosa já tinha sido a perdição de muitas garotas daquela escola, como ele todo. Não podia negar, Lúcio e Narcisa Malfoy tinham feito um ótimo trabalho. E assim, começava todos os dias de Draco Malfoy.
Depois de admirar-se o bastante, colocou suas vestes negras, deu o laço na gravata verde e prateada e foi para o Salão Principal, tomar café.
O dia só estaria perfeito quando ele encontra-se ou aquele babaca do Potter, "eu sou o salvador de vocês, todos, portanto, venerem-me", pensando isso Draco fez uma cara de nojo; ou a sangue- ruim, da Granger, "eu sou a mais inteligente", dessa vez teve vontade de vomitar; ou alguns daquela ralé, pobretões dos Weasley. Sobre eles, ele nem pensava, poderia afetar suas lindas mechas louras.
Sentou-se na mesa da Sonserina. Estava concentrado, olhando para um ponto qualquer por trás das grandes janelas abobadadas, quando alguma coisa tirou sua concentração. Era sua coruja Louise, que lhe entregava uma correspondência. Draco pegou e logo reconheceu os garranchos analfabetos da gorda insuportável Pansy Parkson. O bilhete dizia o seguinte:

“Querido Draco,
Estou lhe esperando na biblioteca depois das aulas, para nós repetimos a noite de ontem.
P.S. foi maravilhosa.
Com amor, Pansy Parkinson.”

Draco que bebia seu suco de abóbora enquanto lia, engasgou-se e se rasgou de tanto rir da otária da Parkinson, que achava que era algo importante na vida dele, enquanto, na verdade, era apenas um passatempo. Ele era cruel e sabia disso, ela iria esperar a noite toda, porque tinha uns assuntos pendentes com Zabini, que não poderiam ser adiados, e mesmo que fossem ele não iria vê-la. Como se Draco Malfoy fosse atrás das mulheres. As coisas eram ao contrário, todo mundo sabia disso.
Encaminhando-se para as masmorras, para assistir as aulas de poções, avistou a sua primeira vítima do dia, Hermione Granger.
- Sangue- ruim, que bom te encontrar - disse com um sorriso maléfico - O que você procura? O seu belo namoradinho Potter? Ou será o seu ex-namoradinho, o pobretão do Weasley? Olha, quem diria a sangue-ruim, conquistando corações. - disse dando uma risada irritante.
- Cala boca, Malfoy. - Disse Hermione, tirando a varinha e apontando no meio da testa do loiro.
- Ai! Tá nervosinha tá? Que medo!- disse, virando de costas para a garota, tentando demonstrar medo. Quando viu, Hermione tinha desaparecido.

Seguiu para as masmorras, e no caminho observava os olhares que as meninas lançavam para ele, que era o maior sucesso de Hogwarts, elas suspiravam, secavam, algumas mais atiradas gritavam o quanto ele era belo, nos corredores por onde passava. Isso só aumentava o grandioso ego Malfoy.
Durante a aula tediante de Snape, Draco se divertia lançando um crucius em uma pequena aranha, que contorcia as 8 pernas. No seu interior, soltava uma risada.
Olhou para o lado e deparou com um par de olhos puxados lhe observando, deu uma piscada debochante para a dona dos olhos. Ela virou rapidamente, fingindo não ter visto nada. Tratava-se de mais uma menina que fazia parte do seu pequenino “fan clube”. Mas aqueles olhos lembraram-no de quando ele começou a “sair” com uma certa Oriental, Cho Chang. Draco riu mentalmente quando lembrou da noite que passou com ela. Sinceramente, fora a pior da sua vida. Mas o melhor não foi ter ficado com ela (porque isso realmente foi péssimo), e sim contar para o babaca do Potter no dia seguinte.
Ele lembrava perfeitamente daquele dia: sexto ano, encaminhava-se para aula de transformações e o Potter para o caminho oposto. Propositadamente, Malfoy esbarrou no Potter e chegou aonde queria.
- Ora, ora, Potter, sua cabaça doeu ontem? Se doeu, não foi por causa dessa cicatriz, e sim pelo chifre que eu fiz a Chang botar em você, ontem a noite. - parou para a ver a reação do “cabeça-rachada”, mas logo retornou. - Sinceramente, ela é bem fraquinha. Tem até um corpinho bonito, um rostinho legal, mas na hora do vamo vê ela é uma porcaria.- deu uma risada debochada, dando as costas e indo embora.
Mas logo sentiu uma mão em seu ombro e depois um soco no meio daquela cara pálida, quebrando pela milésima vez seu nariz perfeito. Caído no chão falou acidamente:
- Nada do que você faça agora, vai mudar a minha noite com sua namoradinha escrota.
Perdeu sua linha de pensamento, quando Snape chamou se nome
- Senhor Malfoy qual é a função da poção Visium?
Draco respondeu:
- Provoca alucinações na pessoa que a ingere, deixando-a fraca a qualquer tipo de interrogatório,. É muito usada por aurores.
- Excelente! 50 pontos para a Sonserina.

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No final das aulas, já à noite, Draco foi resolver o seu assunto pendente com Zabini, em vez de ir perder seu tempo com a idiota da Parkson. Tempo era algo precioso para Malfoy.
Quando entrou na sala comunal da sonserina, Zabini já o esperava sentado na poltrona preta de frente para a lareira.
- E aí, está tudo combinado? - falou sentando-se ao lado de Zabini.
- O principal está concluído, agora só falta um pequeno detalhe...
- Qual? - perguntou Draco confuso. Eles não haviam esquecido de nada. O que poderia faltar?
- Quem vai entregar a mercadoria? - falou Zabini, virando-se e olhando para Draco, esperando uma resposta.

Naquela noite, Draco não conseguiu dormir, aquela questão era crucial como havia esquecido? Ele não admitia aquela falha, afinal, ele era um Malfoy.
Desistindo de dormir, Draco resolveu acabar com o problema de uma vez por todas. Vestindo suas roupas, foi saindo do seu quarto de monitor-chefe, dando uma olhada para ver se ninguém estava acordado.
Depois que saiu da sala comunal, foi andando cauteloso pelos corredores, tentando se lembrar do caminho que levava ao seu destino. Após alguns erros, finalmente chegou onde queria, e ficou observando para tentar ter alguma idéia de como poderia agir, na hora de acabar com a sua "missão".
De repente, Draco ouviu passos apressados vindo em sua direção, e antes que pensasse em se esconder, já era tarde, tinha sido visto. Quem viu o deixou surpreso. "Cabelo vermelho, sardas e cara de pobre, só pode ser a Weasley" pensou enquanto analisava a menina parada em sua frente.
- O que você esta fazendo fora de seu dormitório, Weasley?


Virgínia Molly Weasley


Gina abriu os olhos lentamente, enquanto tentava procurar seu relógio. "Lindo, mais uma vez atrasada" pensou quando finalmente viu que horas eram. Levantou correndo, colocou suas vestes e fez um coque apressado em seu longo cabelo vermelho. E assim, começava todos os dias de Virgínia Weasley, sempre atrasada.
Quando chegou ao salão principal, já não havia quase nenhum aluno tomando café. Engoliu tudo rapidamente, pois ainda tinha esperança de não chegar atrasada na sua primeira aula do dia. Antes de sair do salão, viu uma coruja vindo em sua direção. Esta, largou uma carta em suas mãos e saiu voando em direção a janela mais próxima.

"Virgínia,
Não se atrase! Espero você no mesmo lugar que ontem. Até hoje à noite.
C.C.”

"Ah não! De novo não! O que eu não faço pelos meus amigos??" pensou enquanto ia para sua aula de História da Magia.
A aula não era uma das mais interessantes, "Como sempre..." pensou. Professor Binns falava alguma coisa sobre mais uma das inúmeras guerras de duendes. "Os duendes não sabem fazer outra coisa a não ser guerras e administrar dinheiro?" Gina pensou em perguntar, mas achou que era algo muito grosseiro.
Na Hora do almoço, no salão principal, Gina se sentou ao lado de seu irmão, que estava com uma cara péssima, resultado de mais uma noite mal dormida. Com certeza, estava pensando, mais uma vez, no fim de seu namoro com Hermione e na crise de sua amizade com Harry.
- Rony? Tudo bem? - perguntou Gina, com o intuito de começar uma conversa com o irmão.
- Tudo... - respondeu o menino depois de muito tempo em silêncio.
- Ahh, não faz essa cara, maninho. Vem cá e dá um abraço! - falou estendendo os braços para ele.
- Gina, corta essa! Por Merlin! Já virei situação para pena? - disse revirando os olhos.
- É, você está bem mesmo. Depois não vai se queixar comigo não, Ok?
- Gina! Você tá aí! Credo, como você consegue sumir assim? - falou Melissa, sua melhor amiga.
- E quem disse que eu sumi? - falou Gina, esquecendo-se do irmão ao seu lado.
- Olha, o Colin tá procurando você. - perguntou Melissa, sentando-se ao lado de Gina.
- É? Depois eu falo com ele.
- Hum.... É melhor você começar a ter cuidado quando você voltar sozinha pro dormitório à noite.
- O que você quer dizer com isso?
- Como "o que você quer dizer com isso?" Gina, querida, pensa um pouquinho: você, andando sozinha no meio da noite pelos corredores de Hogwarts, alguém pode te ver! E se esse alguém for o Filch?? Você vai acabar pegando uma bela detenção. Sem tirar no que os outros vão pensar.
- Mel, não se preocupa, eu sei me cuidar. Ninguém vai me ver não. E se lembra que você também tem que tomar cuidado. Afinal, você vai também!
- Ta certo! Você é quem sabe, Gina. Não tá mais aqui quem falou.
- Podemos ir para a aula de Feitiços agora?? Tchau Rony, se cuida, viu? -falou, dirigindo-se para o irmão novamente.

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Após as aulas, Gina e Melissa foram atrás de Colin, que não tinha assistido as duas ultimas aulas.
- O que você acha que o Colin tá fazendo, Gina? - perguntou Mel, iniciando uma conversa.
- Não sei não. Ele me falou alguma coisa de um tal concurso. Não sei. Você já viu como ficou a sua seção?
- Ainda não. To até curiosa. Mas ainda não acabou a minha não.
- Como não? O que vocês ficaram fazendo a semana inteira, afinal?
- Gina, por Merlin! Essas coisas demoram. - disse Mel, desconversando.
- Agora, por que ele tinha que escolher logo a gente? - Gina perguntou.
- Talvez porque nós somos amigas dele?
- Ah, você me entendeu.
- Gina, não estressa! Ninguém vai ver mesmo. Só nós três.
- Aí é que tá o problema, o Colin é louco, você sabe disso. Vai ver que ele se empolga e começa a fazer propaganda do serviço?
- Gina! Já te falei, não te ESTRESSA! Olha lá ele!
Colin estava na biblioteca, lendo um livro sobre tecnologia trouxa. Nem percebeu quando as meninas se posicionaram ao seu lado.
- Bu! - Mel falou no ouvido do menino, que deu um pulo de susto.
- Você está louca, é? – perguntou Colin assustado.
- Quase lá! Colin, por que você não assistiu às últimas aulas? Ficamos preocupadas. – Mel falou.
- É? Estou lisonjeado.
- Você não acredita? Pergunta pra Gina.
- Parem com isso e vamos logo jantar, por favor? Eu estou com fome! – disse Gina.
Os três encaminharam-se para o salão principal, Gina procurou o irmão, e viu que ele estava conversando com Neville e Simon, por um rápido momento, ele deu um sorriso tímido, o que não fazia há muito tempo. Gina se sentiu mais feliz depois do que viu.
Sentaram-se na mesa da Grifinória para jantar. Gina percebeu que não era apenas ela que estava com fome, Colin também deveria estar, porque devorou a comida num piscar de olhos.
Gina olhou para Mel, ela estava com uma cara apreensiva. Os olhos amarelos de Mel, tinham uma sombra de preocupação.
- O que lhe aflige Mel? - perguntou a ruiva à amiga
- Poções. - disse a Melissa.
- Ai! Credo, nem me lembre, eu também tenho me dado muito mal com o Snape.
- Eu não to tão mal, quanto você, e nem tão bem quanto o Luís Hengel. - disse Colin que finalmente tinha acabado de comer
Acabado o jantar, os três foram para a sala comunal. Gina estava deitada no tapete, fazendo, ou tentando fazer, o dever de Astronomia, Colin estava sentado na poltrona com uma montanha de livros por cima dele e Mel estava no quarto, trocando-se.
- Que horas hoje? - perguntou Gina a Colin.
- Meia-noite seria perfeito. - respondeu.
- No mesmo lugar?
- Sim!

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Os três bruxos andavam com os passos apressados pelos corredores.
- Chagamos, enfim. - disse Colin.
Abriu a porta, a sala era redonda e escura, com janelas abobadadas. Gina e Mel entraram, cada uma segurava um saco que continha figurinos para as fotos de Colin.
A sala que eles usavam, já a um bom tempo, era perfeita para as fotos porque a paisagem mudava de acordo com o gosto deles, às vezes o fundo ficava azul, rosa, roxo, outras mostrava paisagens como florestas ou o mar ao fundo, era umas das salas precisas, que eles usaram no ano anterior. As fotos estavam ficando fantásticas, Gina acreditava piamente que Colin venceria.
Passaram-se duas horas entre fotos e troca de figurino, a ruiva já estava exausta, só queria sua cama.
- OK! Gina. Agora você Mel. - disse Colin.
- Gina, acorde. - chamava Mel.
- Oi! - respondia a ruiva, meio acordada, meio adormecida.
- Você estava dormindo, resolvi te acordar, você já pode ir, eu e Colin vamos ficar mais um pouco.
A ruiva olhou no relógio já eram 02:30 da manhã, levantou-se, disse tchau e saiu.


Um encontro nada feliz


Gina vinha correndo para chegar em sua sala comunal, sem que ninguém a visse. Seus passos apressados ecoavam pelo longo corredor, que já chagava ao fim, Gina virou para a direita e o que vai a assustou. "Ah! Não. O Malfoy. Era só o que me faltava. Mel sua boca suja." Pensou enquanto olhava o menino, sem saber o que fazer.
- O que você está fazendo fora de seu dormitório, Weasley? - perguntou Draco com aquela voz gélida.
Gina admirou-se da pergunta, pois ele também estava fora de seu dormitório. E o Malfoy teve uma resposta a altura de sua pergunta:
- Não lhe interessa Malfoy! - ela deu os primeiros passos para correr, mas sentiu uma mão a puxando para trás.
- Weasley! Se você é estúpida o bastante e não viu o meu distintivo, é uma pena. Porém, você vai pegar uma boa detenção. - Gina olhou para o distintivo de monitor-chefe daquele lambido.
- Não. Não vi. Sabe, lá pela Grifinória, não chegam essas informações, que bruxos das trevas são monitores-chefes.
Draco apertou ainda mais o braço da ruiva.
- Quem você pensa que é Weasley? - disse o loiro não acreditando na estupidez daquela pequena criatura.
- Sou aquela que você não vai pegar, seu idiota. - dizendo isso, Gina deu um chute com força no joelho de Draco e saiu correndo.
Draco caiu, a dor no joelho era latente, massageou-o e saiu atrás da pobretona, miserável da Weasley.
Gina corria mais do que suas pernas. Sabia que Malfoy a seguia, ouvia seus passos logo atrás dela. A ruiva estava a dois passos das escadarias, quando a escada começou a mover-se em direção a parede. Gina deu um salto e parou ofegante na escada em movimento, admirando a cara de babaca de Malfoy.
- Ei Malfoy! - gritou Gina
Ele olhou. Ela o mandava um “Tchauzinho”.
- Sua pobretona miserável, eu vou te pegar e você vai me pagar. - Draco já estava vermelho de raiva.
Mas antes que a sardenta comemora-se sua vitória, ela viu outra escada indo à direção de Malfoy, a junção das duas, formava um ângulo de noventa graus. Gina começou a correr escada a baixo e Draco fazia o mesmo. Draco vendo que não conseguiria pega-la, tomou uma atitude desesperada, e deu um pulo do quarto degrau direto para o chão, por sorte conseguiu pegar na barra das vestes da bruxa.
Gina sentiu que alguma coisa a impedia de correr, virou-se e viu Malfoy caído segurando a barra de suas vestes negras. Num impulso de salvação, Gina deu um chute no meio do rosto do loiro, fazendo seu nariz sangrar. "Quebrado de novo" pensou.
Gina havia o deixado no chão pela segunda vez em uma noite e Draco conseguiu ver quando aquela bastarda virou o corredor para a esquerda, e mesmo como o joelho latejando, seu nariz quebrado, e um gosto de sangue na sua boca, ele levantou com dificuldade e saiu correndo atrás dela.
A bruxa tinha agora uma grande vantagem sobre Draco, que gritava algo do tipo:
- SUA POBRETONA,BASTARDA, ABNEGADA DA SOCIEDADE, NÃO ADIANTA FUGIR, EU VOU TE PERGAR!!!!!!!!!!!! - Ou:
- VOCÊ MEXEU COM A PESSOA ERRADA SUA SARDENTA!!!!!!!!
Um dos seus berros foi ouvido quando ele corria pela porta do dormitório da Corvinal. Muitos curiosos saíram da sala e foram ver o que estava ocorrendo. Viram Draco correndo quem nem um louco, mas atrás de quem? Perguntavam-se. Querendo saciar suas curiosidades, foram atrás dele.
Os alunos da Corvinal não viram Gina, porque ela estava muito a frente de Draco, mas como tinha pernas curtas e estava cansada, muito cansada, essa vantagem começava a cair. "Ele não desiste" pensou a ruiva.
Os olhos de Gina brilharam quando viu o quadro da mulher gorda.
- Hosmeade. - disse antes que ela perguntasse a senha.
O quadro abriu-se lentamente, Gina entrou e virou-se, Malfoy se encontrava a uns dez passos do quadro, que se fechou fazendo o loiro-platinado dar de cara nele.
Pela terceira vez em uma noite, Draco estava caído no chão. Isso nunca aconteceu na vida de algum Malfoy, ainda mais por causa de uma Weasley. A dor havia se transformado em um ódio mortal.
- ABRE ESSA PORTA - berrava para a mulher gorda.
- Senha, por favor? - perguntava.
- QUE PORRA DE SENHA. ABRE! EU ESTOU MANDANDO! SUA GORDA. VOCÊ SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO? EU SOU UM MALFOY!!!
Ele começou a chutar brutalmente o quadro, enquanto ouvia Gina rasgar-se de rir do outro lado. Os risos de Gina, acordaram boa parte da Grifinória, que perguntavam o que estava acontecendo, mas a pequena não conseguia parar de rir.
- ESCUTE BEM WEASLEY, VOCÊ VAI ME PAGAR, SUA FEDELHA, MALDITA, SEU ABORTO DA NATUREZA,SUA CRIATURA IMPRESTÁVEL. EU VOU FAZER VOCÊ CHORAR, BERRAR PARA O “PAPAI” AQUI. - nesse momento, Draco já tinha perdido qualquer senso de responsabilidade ou o de limite de palavras.
- Estou morta de medo, Malfoy. - respondeu do outro lado do quarto.
Malfoy estava possuído pela raiva. Na verdade, a expressão de morte em seu olhar era aterrorizante, ele chutava com mais força o quadro, enquanto Gina ria, e a mulher gorda gritava por socorro.
Há essa hora não havia apenas toda a Corvinal ali, olhando aquilo, mas sim toda a Lufa-Lufa e uma parte da Sonserina. Draco que se consumia pelo ódio, não via que uma boa parte Hogwarts apreciavam a sua auto-humilhação, alguns riam desesperadamente, outros estavam calados, apenas observando, os que acabavam de chegar se perguntavam o que estaria ocorrendo.
- VOCÊ NÃO PODE SAIR ILESA DISSO, SUA SARDENTA DE BOSTA, VOCÊ NÃO PODE, NÃO MESMO DESOBEDECER AS MINHAS ORDENS.
- E nem você as minhas Sr. Malfoy. - disse uma voz por trás de Draco, era Filch.
Só então, ele se deu conta de onde aquilo tinha chegado. Centenas de olhos curiosos o observavam dar um espetáculo de insanidade total, o que a Weasley tinha feito com ele? Ou melhor, com sua reputação?
- Seu moleque insolente, dessa vez você passou dos limites, vou ter que lhe levar a Dumbledore. - disse o zelador, pegando-o e apertando seu braço.
- Não há necessidade disso Argo, eu já estou aqui. - falou o diretor, que trajava longas vestes verde-escuras.
Filch entregou o garoto a Dumbledore.
- Caro Sr. Malfoy, eu gostaria de uma explicação convincente, sobre isso, você acordou.... - o bruxo olhou ao redor.- ...quase toda a escola.
- Está bem diretor. Eu explico. – começou Draco - Eu estava em ronda e resolvi ir ao banheiro, quando em um dos corredores eu me deparei com a Weasley.
- Perguntei-lhe "educadamente", o que ela poderia estar fazendo fora de seu dormitório. Sem mais nem menos, ela lançou-me um Expelliarmus, e eu voei para longe, bati a costa na parede, e quando, caí no chão torci o joelho, mas mesmo assim meu dever falou mais alto e fui pegá-la. Quando estávamos na escada ela me lançou um feitiço estuporante, quando consegui livrar-me do feitiço, rolei escada abaixo.- Draco ouviu várias pessoas soltarem risadinhas, ele não acreditava que estava contando a quase toda a escola que, a Weasley tinha acabado com ele. -
Quebrando meu nariz.- mais risadas- Quando já estava alcançando-a, ela entrou atrás deste quadro, e eu estava aqui, tentando convence-la a sair. – terminou.
Dumbledore teve uma vontade de rir da situação de Draco, mas conteve-se.
- Muito obrigado Sr. Malfoy. Argo, por acaso você viu a Sta. Virgínia Weasley pelos corredores?
- Não diretor. Quando cheguei aqui, estavam todos eles, observando o Sr. Malfoy. - respondeu.
Dumbledore virou-se para os alunos.
- Algum de vocês viu a Sta. Weasley?
Não ouve resposta. Draco não entendia aonde Dumbledore queria chegar.
- Mas diretor, ela estava aqui, ela entrou pelo quadro. - disse Malfoy, com uma cara meio desesperada.
O bruxo dirigiu-se até o retrato.
- Hosmeade. – falou. O quadro se abriu, ele entrou na sala comunal, não havia sinal de Gina ou qualquer outro aluno da Grifinória.
- Entre Sr. Malfoy - chamou Dumbledore.
Draco entrava pela primeira vez na sala da Grifinória, teve uma sensação de enjôo. Ao sair da sala disse o diretor:
- Sr. Malfoy, não pense que é algo pessoal, mas eu preciso de provas. Assim como você acusa a Sta. Weasley, poderia ser qualquer outro aluno, ou aluna que o Sr., vive se estranhando pelos corredores. Às vezes deixar a inimizade tão explícita causa danos a nós mesmos. Por favor queira me acompanhar até minha sala.- virou-se para Filch – Argo, primeiramente mande Madame Pomfrey a minha sala, no caminho chame os professores que estiverem acordados e os mande ir a minha sala também, e depois coloque um aviso aos alunos da Grifinória de troca de senha. - no momento em que Dumbledore tocou no assunto “minha sala”, os olhos de Malfoy brilharam, procurou por Zabini, uma oportunidade como essa não iria aparecer tão cedo, mas o inútil não estava ali. “Deve estar com alguma mulherzinha.” Pensou Draco.
O diretor olhou ao redor.
- Vocês, seus curiosos, voltem para seus dormitórios, desconto 50 pontos de cada casa que estiver presente.
Ouve uma onda de reprovação pelos alunos ali presentes, que trataram de ir depressa para seus aposentos.

Dumbledore ia à frente e Draco logo atrás, agora o loiro sentia dor, e o ódio só não aumentava porque seria proveitoso ir a sala de Dumbledore, mas também não diminuiria. Chegaram a porta da sala do diretor, onde Draco estava a alguns minutos atrás.
- Suco de abóbora. - disse, e a grande águia dourada, começou a subir, enquanto uma escada caracol ia aparecendo.
“Suco de abóbora? Que senha mais besta.” pensou Draco.
Subiram as escadas e na sala já se encontravam, Madame Pomfrey, e os professores Snape, McGonagall, Binns, Hagrid e Sprout.
- Penélope, de um jeito nesse garoto. - disse o bruxo.
Enquanto Madame Pomfrey limpava o sangue do rosto pálido de Draco, fazia um curativo em seu nariz e logo após em seu joelho, Draco tentava absorver a maior quantidade de informações possíveis ali expostas, a sala tinha vários livros e quadros, isso já era de se esperar. Uma fênix dormia calmamente, o chapéu seletor também estava lá, e a espada do idiota do Godrico Gryffindor reluzia na parede. Madame Pomfrey depois que terminou seu serviço, obrigou-o a tomar uma poção muito ruim para aliviar a dor.
- Obrigado - disse Draco, quando ela já havia terminado - agora posso ir? - perguntou a Dumbledore.
- Creio que não. Tenho que ver qual será sua detenção.
- Detenção? - os olhos azuis acizentados se arregalaram - Mas como? Eu sou.....
- Um monitor-chefe. - acarretou o diretor.- Existe uma regra, para vocês também, que nunca foi usada, mas pra tudo tem a sua primeira vez, não é assim que dizem os trouxas?
Alvo olhou por trás do ombro de Draco e disse:
- Accio livro!
Um livro extremamente grande e grosso, de cor roxa-berrante veio flutuando pela sala. Lia-se: “Regras De Hogwarts” em letras prateadas. Dumbledore abriu na página, onde estava escrito bem em cima “Para com monitores-chefes”. O diretor começou a ler:
- “Segundo as normas decididas pelos membros do corpo docente da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, o aluno que possui este cargo, deve ser punido de qualquer das três formas abaixo, de acordo com a gravidade”:
“Gravidade A: O aluno perderá seu distintivo, e será substituído pelo monitor-chefe da casa com maior pontuação da época, caso seja a casa do respectivo aluno, a Segunda casa de maior pontuação”.
Dumbledore levantou os olhos e perguntou:
- Minerva, poderia me informar que casa é essa?
- Sonserina, Alvo, e em segundo a Grifinória. - respondeu a professora.
- Então creio que a Sta. Granger, irá assumir este cargo. - disse Alvo, voltando seus olhos para o livro.
Ao ouvir isso Draco estremeceu, a sangue-ruim da Granger em seu lugar? Isto era um absurdo. Uma aluna da maldita Grifinória, dos perfeitos, mandando em Sonserinos? Ele não poderia acreditar, na verdade ninguém poderia, aquela era a pior madrugada da vida dele, justo as madrugadas, que eram tão interessantes na vida de Draco. A responsável por aquilo iria pagar caro, muito caro.
- “Gravidade B: O aluno perderá seu distintivo temporariamente, no prazo de um mês, para o aluno descrito acima e Terá que ajudar outro a alunos que apresentam dificuldades, na matéria que ele melhor dominar.”
“Palhaçada” pensava Draco, “Eu ensinando um bando de acéfalos?”.
- “Gravidade C: O aluno perderá o distintivo pelo prazo de uma semana, para o aluno citado anteriormente, e terá que ajudar na alimentação dos animais de trato com criaturas mágicas.”
Nesse momento Hagrid soltou uma leve risada. Draco nem quis acreditar no que ouvia.
Terminando de ler Dumbledore olhou para os professores e falou:
- Prontos para a votação? – perguntou - Por favor, levante a mão quem acha que a gravidade do Sr. Malfoy deve ser punida com o A?
As mãos de McGonagall, Hagrid e Binns foram ao alto.
- B?
Trelawney, Sprout, Madame Hooch, Flitwick se levantaram.
- C?
Apenas a de Snape subiu.
- Bom, pelo que vejo, Sr. Malfoy, a Sta. Granger irá assumir seu cargo temporariamente. Você voltará a dividir um quarto com seus colegas de casa e amanhã lhe enviarei a lista de alunos com dificuldades em poções. - o diretor disse.
Draco ficou mudo, aquilo não poderia estar acontecendo. A humilhação que aquela Weasley fizera ele passar teria que ser paga com sangue, ele tinha vontade de torturá-la até a morte e talvez fosse isso que fizesse.

Já alojado no seu antigo quarto, pensou em um plano diabólico para acabar com aquela ruiva pobretona e acabou adormecendo. Enquanto Gina, ainda ria da cara dele em sua cama na Grifinória.

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