Não é isso...
IV - NÃO É ISSO...
- Mione, assim vamos chegar pro jantar...
- Calma! - gritou a moça, de seu quarto - Já estou terminando.
Deviam ser uma hora da bela e quente tarde de sábado. Como combinado, Harry iria à Toca. Hermione também fora convidada, e o rapaz decidiu por ir com ela. Aparecera em sua casa há cerca de uma hora. Mas nada dela aparecer. Alguns finos barulhos, que Harry identificou como sendo o salto da moça no assoalho de madeira, indicaram que, finalmente, Hermione estava pronta.
Usava uma saia, pouco acima do joelho, branca, com pequeninas flores azuis e rosas. Por baixo, usava uma espécie de saiote, que deixava a saia um pouco larga. Vestia uma blusa azul clara, cor do céu, tomara que caia, lisa e colada ao corpo, demarcando suas bem definidas linhas. Usava também uma sandália prata, de salto fino. E levava em um braço uma bolsa, de um azul igual ao da blusa, e no outro um bolero branco. Seu cabelo estava completamente liso, com uma tiara azul, combinando com a roupa.
O visual era simplesmente perfeito. Delicado e sensual ao mesmo tempo, mostrando a menina e a mulher. As cores estavam em perfeita harmonia, combinando angelicalmente com o rosto da garota.
- Uau! Você está... linda!
Hermione corou levemente, e então agradeceu:
- Oras. Obrigada. Mas você também não está nada mal.
O rapaz apenas sorriu. Harry vestia uma calça jeans escura, de aparência nova, e uma camisa vermelha, contrastando com seus cabelos bem escuros e seus olhos verdes como esmeraldas. Não se podia negar a beleza dele. Era simplesmente maravilhoso. Estivesse onde fosse, os olhares sempre recaíam nele. Ainda mais sendo ele o "menino-que-sobreviveu" e o "garoto-que-venceu-você-sabe-quem".
- Bem, vamos?
- Vamos.
E aparataram na entrada d'A Toca. Continuava a mesma construção de sempre. Com vários andares, e tão torta quanto Harry podia se lembrar. As várias chaminés ao alto da casa, soltando fumaça, indicavam que o forno estava ligado. Harry primeiro teve a sensação de estar, novamente, em casa. Afinal, aquela era praticamente sua casa, sua família. Mas então, um aperto no coração lhe tirou essa idéia. Por pequenos instantes, ele não sabia de onde vinha essa angústia. Mas então, seu pensamento tomou rumo, identificando a causa, ou melhor, a causadora de tal dor. Gina Weasley.
Ar, nesta linda tarde de verão
Tu recuerdo es una foto gris
Sua recordação é uma foto triste
Que las horas van difuminando
Que as horas vão apagando
Qué difícil dibujar tus rasgos
Que difícil é desenhar seus traços
E a certeza de que ele não poderia entrar naquela casa tomou conta dele. Hermione adiantou-se até a porta da casa, deixando Harry um pouco atrás. Primeiramente, a campainha. Logo em seguida, Harry sentiu-se puxado para um abraço na Sra. Weasley. Mas seu pensamento estava muito longe dali. Alguns flash's de lembranças passavam-lhe pela mente. Sem nem ao menos perceber, já estava sentado em um dos sofás, juntamente com todos os outros. E então, seus olhos miraram uma fotografia. Pequena, mas localizada em cima de uma estante, logo em frente ao sofá que estava. E ali, acenando para ele, estava Gina. Diariamente, via fotos da garota. Estas estavam espalhadas por toda a sua nova mansão. Quarto, sala, hall... Mas era completamente diferente ver uma foto dela ali, na casa que era dela, onde a menina ficava, onde tanta coisa entre eles acontecera, onde lembranças iam e vinham de sua mente.
Meio dia depois de partir
Aire, si tus ojos eran higos negros
Ar, se seus olhos eram negros de vez em quando
Si los dientes gajos de limon
Se os dentes feitos de limão
No recuerdo el largo de tus cejas
Não me recordo de suas grossas sombrancelhas
Ni siquiera puedo hablar, apenas
Nem sequer posso falar, apenas
De otra cosa que no sea tu olor
De outra coisa que não seja seu cheiro
Era como se a garora ainda estivesse ali, como se o seu cheiro ainda estivesse impregnado em cada canto. Uma enorme necessidade de correr, de fugir, tomou conta do rapaz. E ele assim o fez. Correu, foi para os jardins da casa. Talvez o ar puro pudesse ajudá-lo. Sentou-se no gramado e ficou a observar a paisagem ao seu redor. O bosque, logo ali perto, era convidativo. Mas, apesar de sua necessidade de se isolar, não faria isso com os Weasley. Não desapareceria. Deitou na grama, e ficou a observar o céu, claro, sem nuvens, como ele gostaria que estivesse sua mente: sem nuvens, sem problemas.
Estava tão absorto em suas lembranças que nem ao menos percebeu que, como acontecera há uma semana atrás, Hermione se aproximava.
- Harry... está... tudo bem?
- É... Acho que ainda não estava preparado para entrar ali. Pensei que podia, mas não posso.
- Eu entendo, Harry. Se quiser, podemos - ele não a deixou terminar. Já sabia o que garota iria dizer.
- Não Mi. Está tudo bem. - Harry sentou, sendo acompanhado por Hermione. Os dois ficaram assim por minutos ou horas, não se sabe ao certo, sem trocar mais nenhuma palavra.
A mente quando baixa a maré
Por puro instinto de conservación
Por puro instinto de conservação
Intenta cauterizar cada huella
tenta cicatrizar cada pegada
Que deja atrás el paso del amor
Que deixou para trás o passo do amor
Hermione então virou-se para o amigo. Pode ver lágrimas escapando de seus olhos, lavando seu rosto. Ver a pessoa que mais ama morrer por você é uma das piores dores que se poderia ter. E Harry sofreu isso, pela segunda vez na vida. Primeiro, seus pais, que deram a vida em troca da do garoto. E depois, Gina. Ele preferia ter morrido a presenciar essa cena. Foi algo doloroso, inexplicável.
A garota então o envolveu em seus braços, sincera e delicadamente. Eram amigos a quase dez anos. Desta forma, um sabia exatamente o que o outro sentia, o que o outro pensava, o que necessitava. E Hermione sabia que, naquele momento, ele só precisava chorar em um ombro amigo. E assim ele o fez. Chorou, como uma criança chora quando quebra seu brinquedo.
Algum tempo depois, quando Harry se acalmou um pouco, a menina o afastou para encará-lo nos olhos. Era algo comum entre eles. Quando se encaravam, era como se um lesse a mente do outro. Poderiam identificar se falavam a verdade ou não, se estavam com raiva, se estavam tristes, confusos. E era isso que Harry estava no momento. Triste e confuso. Tão confuso que viu na amiga algo a mais. Viu no brilho dos olhos dela, na cor dos lábios, algo que o atraiu. Sentiu como se fosse aquilo que estivesse o incomodando, como se ela pudesse acabar com todo o sofrimento, pudesse apagar a marca que o amor lhe deixou. E Hermione via nele o amigo de confiança, uma pessoa bonita, atraente, amiga, educada, dedicada... Era tudo que uma mulher procurava em um homem. Mas esse homem era seu amigo, quase seu irmão, não era? E o que seria aquele frio na barriga quando o encontrava? E aquela vontade de estar mais perto dele? Não. Não era nada. Era isso que acontecia, como Harry mesmo havia dito, quando duas pessoas eram amigas de verdade.
Os devaneios de ambos foram interrompidos por um simples e leve contato. Os lábios colados, com delicadeza. As batidas dos corações entrando em compasso, num mesmo ritmo. As almas entrelaçadas. Aos poucos, o delicado foi dando lugar a um caloroso e apaixonado beijo. As emoções à flor da pele. A consciência fora embora a tempos, deixando os dois ali, sozinhos. Sem mais pensar no que aconteceria, sem ligar para o que acontecera antes. Apenas os dois, apenas naquele momento.
Mas então, em um leve momento, a consciência de Hermione voltou, e ela então se separou do rapaz. Os cérebros de ambos a mil, as cabeças rodando. Os sentimentos atrapalhados, as sensações misturadas.
- Isso... Foi definitivamente... um erro. - Falou a moça, sem fôlego e de cabeça baixa, sem coragem de encarar Harry nos olhos. O rosto corado, o coração acelerado.
A mente quando baixa a maré
Mostrando la estructura del dolor
Mostrando a estrutura da dor
Activa un mecanismo de defensa
Ativa um mecanismo de defesa
Para que no se ahogue el corazón
Para que não sufoque o coração
- É... Me... Me desculpe. Não... Não queria fazer isso. - Falou o rapaz. Ele, por sua vez, olhava para a amiga. Fora um erro. Ele sabia. Mas algo pedia para que não tivesse acabado ali. Não. Isso era loucura. Apenas um vontade de esquecer Gina. Mas não seria assim, não com alguém como Hermione. Ela merecia alguém melhor. E nem Gina merecia isso. Ele nunca mais se envolveria com ninguém. Seu amor e respeito por Gina era maior que qualquer outra coisa. E por isso, ele sabia que, toda essa vontade de ter Hermione em seus braços era apenas uma maneira de tentar esquecer quem realmente ocupava seu coração.
- Vamos... Voltar lá pra dentro? - perguntou Hermione, ainda sem encará-lo.
- Vá você. Eu vou daqui a pouco.
- Ok.
E então Harry viu a morena rumar para dentro d'A Toca. Onde tantas lembranças o artomentavam. Mas agora, uma confusão maior o invadia. Observava a garota andar. E via algo a mais. Algo que não via antes. Um corpo e rosto bonito - disso ele já sabia. Um coração nobre e amigo - isso ele também já vira. Uma mente brilhante - também já era de seu conhecimento. Mas algo a mais havia ali. Algo que ele não conseguia indentificar. Mas isso seria ignorado. Era um jeito de acabar com seu sofrimento. Mas não o faria.
Que difícil é reconhecer
Con todo lo que amamos
Com tudo o que amamos
Que no me has dejado apenas huella
Que não me deixou apenas pegada
Hermione entrou na casa. Sentou-se novamente em meio aos Weasley's. Todos lhe perguntando o que acontecera. Como estava Harry. As respostas eram simples e automáticas. Afinal, ela nada escutava de verdade. Sua mente estava muito longe dali. Pensava no que acontecera. No que seria esse aperto em seu coração. "É... Me... Me desculpe. Não... Não queria fazer isso". Ele não queria. Mas e ela? Não importava o que ela queria. Claro que importava. E ela também não queria tê-lo beijado. Foi apenas uma recaída. Um momento tolo, uma confusão. Eles eram amigos. Irmãos. Era isso que eram. Nada mais havia naquela bonita amizade. mesmo seu coração dizendo que ela estava errada, sua mente era mais forte. Sua consciência apontava um erro, que em breve seria esquecido. Afinal, Harry amava Gina. E ela não amava mais ninguém. E nem amaria. Depois de ver Harry sofrer o que sofrera, nada a faria se apaixonar.
Ar, agora quando baixa a maré
Y el naufragio ya es total
E o naufrágio já é total
Que pena
Que pena
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N/A - Dani: Oláaa. Bom, aqui está o capítulo. Desculpem pela demora, acontece que eu tive uns probleminhas. na verdade, era para mim ter postado o capítulo na terça-feira. Mas na quarta logo cedo eu teria um simulado, então tive que estudar muito a tarde toda. na quarta feira, eu não consegui escrever nada. Não vinha inspiração. Eu juro que tentei, mas cada coisa que eu escrevia saía pior que a outra. Foi uma tragédia. Já na quinta feira a tarde, eu escrevi o capítulo, mas faltou o final, a parte do beijo. Então, eu coloquei aqui uns trechinhos e prometi colocar o resto na sexta a tarde. E assim o faria. mas eu tive que ficar a tarde toda na escola. passei 13 horas lá. das 6h30m da manhã até as 7h30m da noite. E ainda voltei de bus com meus irmãos. Chegando em casa, dei uam geralzinha - meu dady tava dando aula e minha mãe estava em uma palestra. Então, imaginem o quão cansada eu estava. Simplesmente jantei e apaguei. Nem vi quando meus pais chegaram. E hoje acordei cedo para vir aqui. Quando terminei o capítulo e fui postar ele, deu um erro e eu perdi toda a n/a.. Por isso, demorei tanto. As coisas não estavam a favor desse capítulo, mas aqui está ele. espero que a demora tenha valido a pena. E como a Mari havia prometido, começaram as cenas H²... agora sim começa a maratona... Bom, vamos aos comentários:
*ღ nani *ღ: Oláaa... primeiramnete, vc desculpa a minha demora? vc está sempre comentando, lendu tdinho...e eu aki enrolando p/ por o capítulo. espero q tenha valido a pena. Mas então, o outro capítulo ficou lindo, neh? E concordo... qm ainda pensa q H/H naum vaum fikar juntos?? bom, valeu por comentar e continue aki, ok? mil beijokinhas ^^
*MaRy*: Oláa... ainda bem que está gostando *sorriso gigantesco*. Fiko muito feliz... E vou passar na sua fic sim, tah?^Passo ainda hj ^^ Mil beijinhus e continue lendo e comentando ^^
...*!MeL!*... : Oii.. Well, aki está o capítulo... dexa eu perguntar uma coisa... o ultimo capítulo está referente ao cap. 3 ou qnd eu olokei alguns trechinhos do 4? se for ppor causa dos trechinhos, agora o cap. tah compelto... mas se foi o 3, manda aki a sua dúvida q a gente explica, ok? bom, mil beijinhus e continue lendo e comentando ^^
Bom, é isso aí. valeu pra td mundo que está lendo e comentando. Comentem, ok? assim, a gente pode deixar a fic do jeitinhu que vocês gostam^^ Mil beijinhux e o próx. capítulo vem logo - é verdade... a mari num eh tão desnaturada como eu sou...
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