De volta ao Largo Grimmauld



Harry se encontrava no único lugar no mundo onde ele não gostaria de estar. Ele estava parado no meio da sala onde, até a alguns meses ele adoraria morar, só que nesse momento gostaria de estar longe desse lugar que trazia lembranças dolorosas. Ali morava seu padrinho, e Harry, desde que o conhecera, desejava morar com ele. Poderia ser em qualquer lugar desde que fosse com ele. E por um breve período, ele pode ter esse prazer, um prazer que não poderia ter novamente.

A casa estava não havia mudado em nada. Continuava com um aspecto triste e feio, talvez a deixaram assim para não desrespeitar a memória de Sírius. Para desgosto de Harry, Monstro, o elfo da casa, continuava morando ali.

No safa encontrava-se Alvo Dumbledore que parecia cansado e o encarava pelos seus óculos.

-- Vejo que você está bem Harry – disse o homem. Harry ainda lembrava da ultima conversa que tiveram, e se sentia bastante envergonhado pela sua atitude infantil. – Como você vê, a casa continua do mesmo jeito.

-- Professor, porque nós continuamos a usa-la? Quero dizer, não tem mais nenhum Black aqui, essa casa agora é de quem? – perguntou Harry. Com a morte do último Black, Harry não sabia a quem pertenceria e como poderia ainda ser usada.

-- É uma boa pergunta. Com a morte de Sírius – Harry sentiu uma dor no peito – essa casa agora tem um novo dono: você – o estomago de Harry despencou. Aquela casa terrível pertencia a ele.

-- O senhor ta dizendo que essa casa é minha? – o garoto não queria acreditar.

-- Isso mesmo. Seu padrinho deixou no testamento que se alguma coisa acontecesse a ele a casa seria sua e portanto, quando você quando for maior, poderá viver aqui.

Harry não sabia o que dizer, não esperava receber uma notícia dessas. Não se imaginava morando ali, aquela casa era muito triste. Harry olhou para o elfo e falou:

-- E ele, oque faz aqui? – perguntou com nojo olhando pro Monstro que parecia muito feliz.

-- Ele é elfo dessa casa e agora serve a você.

-- Mas eu não o quero aqui – disse Harry com raiva. – Ele mentiu, me enganou, seu... – e avançou pra cima do elfo.

-- Harry, não faça isso – disse Lupin agarrando-o.

-- MAS ELE É UM TRAIDOR, NÃO MERECE VIVER!!! – Harry puxou a varinha. Mas antes de fazer qualquer coisa Lupin lançou um feitiço em Harry, deixando-o preso.

-- Acalme-se agora, essa atitude não combina com você – disse Lupin sério.

-- Me solta, não interessa o que é certo e o que é errado. Ele tem que receber um castigo – dizia Harry irritado.

-- Pare com isso. Você tem que aprender a lidar com todas as situações. Agora, vá para o quarto e esfrie a cabeça. Um homem nervoso é um homem vulnerável – disse Dumbledore. – Agora tenho que sair, preciso viajar. E não esqueça de praticar oclumência, Snape quando puder vai lhe dar algumas aulas durante as férias.

Ele foi embora e Harry ficou sozinho com Lupin na sala.

-- Será que você pode me desamarrar agora? – perguntou Harry num tom bruto. – Prometo que não vou atacar ninguém – disse ele sarcasticamente.

-- Você parece muito com seu pai quando fica nervoso. Ele também odiava quando ficava contra a parede – divertiu-se Lupin.

-- Eu não quero ser parecido com meu pai – disse Harry já de saco cheio de todos.

-- Você que sabe, mas eu no seu lugar adoraria ser comparado a ele.

-- Onde estão todos? – perguntou, mudando de assunto.

-- Todos estão lá em cima, já está tarde. Eu vou dormir aqui essa noite. Se você quiser pode dormir no quarto que era de Sírius, tem uma cama de casal lá. Boa noite – disse Lupin.

Harry subiu as escadas, incerto se gostaria de dormir no quarto de Sírius. Talvez não essa noite. Preferia dormir em companhia de Rony.

Chegando ao quarto, viu Rony conversando alegre com as meninas, pelo jeito já tinha melhorado.

-- Vejo que estão melhores – disse Harry.

-- É, mas ainda tem um galo na minha cabeça – disse Rony.

-- Como será que aqueles trasgos conseguiram entrar ali? – perguntou Gina.

-- Não sei bem, mas acho que alguém deixou eles entrarem – disse Hermione.

-- Como assim? Você quer dizer que alguém que estava vigiando deixou um monte de trasgos passarem? – perguntou Harry.

-- Isso mesmo. Algum traidor. – ela disse.

-- Você ta delirando – disse Rony – deve ainda estar passando mal, quer que eu chame alguém?

-- Para de besteira Rony. To falando sério.

-- Acho que é melhor dormirmos sabe. Acho que você está com sono. Traidor, essa é boa – disse Rony.

-- É vamos, estou com sono – disse Gina.

-- Espera, você sabe mais alguma informação do Gui? – lembrou Harry.

-- Não, ainda não. Mas amanha papai e mamãe virão aqui. Espero que eles saibam. – respondeu Gina.

-- Vamos agora – disse Mione – estou esperando uma carta.

-- Uma carta? – perguntou Harry, lembrando do que tinha ouvido de tarde.

-- É, uma carta. Sabe, carta, que tem um pergaminho, que a coruja traz. – disse ela ironicamente saindo do quarto.

-- Acho que ela gozou da sua cara Harry – disse Rony rindo. – Não sabia que ela tinha humor.

-- Nem eu – disse Harry pasmo.

Será que ela havia mandado uma carta pro Krum marcando um encontro? Harry deitou-se na cama e pela janela observou a noite cair. Ao seu lado Rony roncava alto. Ele não conseguia dormir, então resolveu andar pela casa. Estava também curioso pra conhecer a “sua” casa.

Saiu devagar do quarto procurando não fazer barulho, embora soubesse que mesmo com o maior barulho não iria acordar o Rony. Subiu um lance de escadas e foi andando por um corredor. Como era grande. Tinham duas portas. Entrou na primeira.

Era um quarto enorme, tinha um armário velho como a maioria dos móveis daquela casa. A cama parecia bem confortável, mas não seria hoje que ele iria experimentar.

Saiu daquele cômodo e seguiu o corredor que tinha uma porta no final. Ouviu um barulho de um animal. Foi seguindo até a porta. Abriu devagarzinho. Era um quarto não muito grande, amarrado a um canto estava o hipogrifo chamado Bicuço. Harry gostou de encontra-lo. Aproximou-se e acariciou o pêlo do animal. Ele bicou seu braço carinhosamente. O garoto sentou ao lado do bicho e ficou ali olhando a noite e fazendo carinho em Bicuço.

De manhã, os Weasley foram visitar. Ferd e Jorge estavam super felizes. Estavam faturando muito bem e esperavam que, com a chegada do inicio das aulas, faturassem ainda mais. Também tinham planos para abrir uma loja em Hogsmeade no próximo ano.

A Sra. Weasley estava um pouco abalada. Ela explicou o ataque para os meninos quando eles estavam tomando café.

-- O Gui estava no seu quarto – dizia ela soluçando – quando dois comensais da morte entraram. Eles pegaram o Gui de surpresa, ele não conseguiu fazer nada. Esses comensais vasculharam toda a casa. Foram embora sem nada e deixaram meu filhinho desacordado. Tadinho dele. Eu disse pra ele não se meter em nada.

-- Molly, ele já é grande, sabe o que faz – disse o Sr. Weasley.

-- E como foi que encontraram ele? – perguntou Hermione.

-- A Fleur, sabe aquela meio veela. Então, eles estão noivos, vão se casar. Quando ela foi busca-lo pra saírem, ele estava nesse estado. Entrou em contato com agente e fomos resgata-lo.

-- E o que eles queriam? – perguntou Gina, apavorada.

-- Dumbledore acha que eles suspeitam daquele tal livro. Acharam que poderia estar com o Gui. A única coisa que Voldemort sabe, é que existe um livro que nós estamos procurando. Ele desconhece o conteúdo e isso é uma grande vantagem. Nós não sabemos como ele descobriu a respeito do livro, nem como descobriu onde vocês estavam. Temos uma opinião mas não estamos certos – informou Lupin.

-- Dumbledore viajou pra onde ontem? – perguntou Harry.

-- Ele foi a procura do livro. Gui foi junto. Eles vão bem devagar, para não chamarem atenção. Vão se escondendo até chegarem ao Japão – disse Tonks.

Os quatro subiram, pois Hermione insistiu que devessem estudar mais. Mas isso era só um pretexto para discutirem o assunto. Harry contou da conversa que teve com Dumbledore no dia anterior.

-- Eu acho que tem um traidor mesmo – disse Hermione. – Tudo se encaixa. Descobriram sobre o livro, descobriram sobre o nosso esconderijo. Só não sei quem é. E pra mim era alguém que estava de vigia no dia que os trasgos entraram.

-- Concordo com a Mione – falou Gina.

-- Vou ter que admitir que eu também – concordou Harry.

-- Fazer o que? Eu também concordo – Rony disse.

-- Esse livro é muito importante. Precisam encontra-lo rápido – disse Mione.

Nesse instante uma coruja parda entrou pela janela e pousou ao lado de Hermione. Ela desamarrou a carta e leu. Virou rapidamente, escreveu algo e mandou de volta.

-- De quem era? – perguntou Rony.

-- Não interessa – ela respondeu secamente.

-- Nossa que consideração – resmungou Rony.

-- Não é nada demais, se fosse eu diria.

-- Se não é nada, então conta – pediu Gina.

-- Depois eu te conto.

-- Pra ela você conta. Beleza então, já sabemos como você é – disse Harry amargurado.

-- Se você quer saber eu digo então. É do Vitor – um balde de água fria caiu sobre Harry.

-- Ah, era isso – disse Rony com indiferença. – Vocês têm algum rolo? – perguntou Rony.

-- Rony! – falou Gina. – Isso é pergunta que se faça?

-- Nós somos amigos. Não tem nada demais. Então Mione, vocês têm algo?

-- Assim, não. Pelo menos eu acho – disse ela medindo as palavras.

-- Então o que ele queria? – insistiu Rony. Harry não acreditava. Como ela podia fazer isso?

-- Ela estava marcando pra nos encontrarmos no Beco Diagonal quando nós formos comprar o material – a cada palavra Harry acreditava menos. Tinha vontade de gritar, de falar que ela o amava. Que ela gostava na verdade dele.

-- Que bom. Eu também vou me encontrar com a Luna nesse dia – anunciou Rony. – Harry meu parceiro, o único que está sozinho é você. Vê se toma alguma iniciativa meu camarada.

-- É, vou tomar – disse Harry sem muita convicção.

O dia foi passando. Muitas pessoas saíam e entravam na casa. Muita conversa entre os membros e muita gritaria da Sra. Black sempre que faziam barulho.

Como de costume, Harry não conseguiu dormir aquela noite. Principalmente depois de descobrir que Hermione ia mesmo se encontrar com o Krum. Ele tinha sido um covarde, desperdiçou uma oportunidade e agora tava pagando o preço. O que podia fazer? Sair atrás dela pedindo perdão e falando que ela na verdade gosta dele e não do Krum? Não mesmo, seria tolo e também iria denunciar a sua atitude de escuta-la. Estava perdido.

Caminhou pela casa, descobriu novos quartos e portas trancadas. Voltou para o lugar que Bicuço estava. Pelo menos era uma boa companhia.

Lá pelas três da madrugada resolveu tomar um copo d´água e encontrou Gina na cozinha.

-- Oi Harry – disse ela.

-- Oi. Vim beber água, estava com sede.

-- Eu também. Só que também estava preocupada. Meu irmão acaba de ser atacado e vai viajar. Ele é maluco. To com medo – disse sinceramente, sentando-se ao lado do garoto.

-- Mas ele sabe o que faz – falou Harry.

Ele se aproximou dela e lhe deu um beijo. Não sabia porque mas teve essa vontade e não quis se segurar. Estava precisando disso. Pra libertar a angustia que estava sentindo. Era um beijo gostoso, mas não era igual ao de Mione.

Gina o empurrou e o olhou assustada.

-- Harry, o que você pensa que está fazendo? – perguntou ela se afastando.

-- Te beijando – respondeu ele.

-- Mas você sabe que eu tenho namorado e eu gosto muito dele – ela falou zangada.

-- Mas você gostou?

-- Isso não interessa. Quando o Rony disse pra você procurar alguém, era alguém que não era comprometida.

-- Mas você gostou ou não? – insistiu ele. Não tava nem aí pra nada. Queria fazer o que vinha na sua cabeça, não tinha mais importância a Hermione.

-- Gostei e daí? Eu gosto do meu namorado, que por acaso é seu amigo.

-- Pensei que você gostasse de mim?

-- Acho que você ficou maluco. Eu, quando era menor, tinha admiração por você. Só isso. Nada mais. E quero que isso acabe aqui, ouviu bem?

-- Ta, entendi. Nunca mais tento te beijar.

-

- Francamente Harry, que decepção. Você precisa urgente de uma namorada – disse Gina saindo com um copo na mão, ainda abismada.

***

Gina chegou ao quarto e Hermione estava esperando.

-- Gina, você demorou. Que cara é essa? – perguntou Mione, estranhando o jeito da amiga.

-- Eu encontrei o Harry lá embaixo.

-- Ah é? Mas porque essa cara? O que aconteceu?

-- Você não vai acreditar. Ele simplesmente me agarrou e me deu um beijo.

-- Do nada?

-- Foi, nós estavamos conversando e aí me agarrou. Estava estranho. Tava meio maluco. Acho que levou a sério o que o Rony disse de arrumar uma namorada.

-- Que estranho. O Harry te atacando – Mione sentiu que realmente deveria esquecer o Harry. Ele não gostava dela. Ia definitivamente tentar ficar com o Vitor.

-- Não comenta nada com o Rony, por favor – pediu Gina.

-- Pode deixar.

***

Harry ainda estava na cozinha. Ele se sentia sujo, com nojo dele mesmo. Tinha beijado a força a irmã do seu melhor amigo. E tinha também traído seu amigo, Neville. Tinha sido um bruto. Tinha vergonha dele mesmo. Tinha a usado para tirar um sofrimento do peito. Tinha se deixado levar pela atração física. Foi dormir pior do que quando soube do “caso” da Mione com o Krum.

N/A: ta esquentandu...entaum o q axaram? tao gostandu? tem alguma opiniao? deixe seu comentario ou mande um e-mail...em breve outro cap

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.